Assim que chegaram em casa as duas irmãs foram recebidas por perguntas e abraços vindos da mãe, já que o pai parecia pouco confortável com elas. Ela se olharam de maneira confusa . Não sabiam como iriam fazer para contar a novidade a eles.

Daiane percebeu que de Dayse nada viria, já que a outra sempre se preocupara demais em agradar a todos, e por esse motivo não conseguiria dizer nada aos pais. Sendo assim, cabia a ela o trabalho mais difícil de começar a conversa.

-Ouviu sobre as chuvas de ontem não é mamãe?_A mais nova perguntou e a mulher revirou os olhos.

-Mas é claro Daiane. Não só ouvimos, como também vimos toda aquela água.

-Sendo assim,acho que vocês também devem ter ouvido falar de todos os estragos que ela causou.

-Onde quer chegar Daiane?

-Onde a Nane quer chegar mamãe, é na Alemanha._Dayse disse e a mãe olhou descrente para ela.

-Alemanha?_Ela perguntou e Daiane revirou os olhos.

-Vou explicar de maneira simples e rápida._Daiane disse e Dayse a encarou com medo._A chuva de ontem destruiu todo o estúdio e agora toda a equipe com a qual nós trabalhamos está deixando o país e voltando para a Alemanha, onde tem um estúdio fixo de gravações, e onde o filme precisará ser gravado. Eu e Dayse fazemos parte da equipe e por isso temos que ir também. A viagem é em três dias.

A mãe das meninas ouviu tudo atentamente e viu o marido sentar ao lado dela e encarar as filhas sem expressão. Dayse parecia prestes a chorar e Daiane passava e imagem de alguém que lutava contra as próprias emoções no momento. Deixar sua família, nem que fosse só por alguns meses não seria fácil, mas se ela mostrasse fraqueza, seria impossível conseguir a autorização dos pais.

-Quanto tempo Dayse?_Débora perguntou seriamente e Tiago a encarou.

-Até terminar a gravação do filme. Cerca de oito ou doze meses, com intervalos para feriados de fim de ano. E aniversario também, provavelmente.

-Quem paga pela hospedagem de vocês?_Tiago perguntou seriamente.

-A empresa provavelmente providenciará tudo._Daiane respondeu.

-Nós criamos vocês meninas, e desde sempre ensinamos o que esperávamos que vocês levassem como lições para a vida. Mostramos o caminho, mas cabe a vocês seguirem ele ou não. Não podemos impedir vocês de irem para Alemanha, Itália ou qualquer outro país. Confiamos em vocês e sabemos que fará a escolha certa._Tiago disse e as duas o encararam descrentes.

-Não vai fazer escândalo, ou dizer que vai nos acorrentar ao pé da mesa?_Dayse perguntou assustada.

-Queremos a felicidade de vocês meninas... Mesmo que essa seja por um ano na Alemanha._Débora disse e abraçou carinhosamente as filhas.

Do outro lado da cidade, dois rapazes esperavam ansiosos por uma ligação. Os irmãos Süskind queriam uma resposta em era notável qual resposta eles queriam.

O telefone tocou e chamou a atenção de ambos, mas o numero do identificador de chamadas os desanimou.

-Bom dia senhor Pedroff_Wendler disse desanimadamente.

-Bom dia rapaz, eu estou ligando por que preciso saber se devo mandar reservar quartos no hotel para vocês ou se preferem ficar em casa.

-Não se preocupe com hotel. Vamos para casa._Ele disse a rase com precisão, mas não notou que na pergunta do senhor Pedroff, o “nós” não se referia apenas a ele e ao irmão. Duas outras pessoas estavam incluídas na frase. Eles só não sabiam, o que essa resposta causaria a eles. A todos eles.