Lythian - The Warbringer escrita por DragaodeJade


Capítulo 3
Capítulo 2 - Triângulo


Notas iniciais do capítulo

"O triângulo é a forma mais perfeita da geometria. Unindo três pontos totalmente diferentes se cria uma estrutura sólida e imutável..." - Sophie
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Vincent adentrava uma floresta próxima, há uma meia-hora de cavalgada da colina, seguidos pelos seus dois caveleiros...

"Se isto realmente estiver acontecendo, estaremos lidando com algo muito mais perigoso do que podemos imaginar..." - Pensava consigo mesmo...

Após mais alguns minutos seguindo uma sequência de trilhas, começava a puxar os freios, indicando para seu cavalo que iriam parar. Desmonta em frente a uma cabana, nas margens de um lago no meio da floresta. A cabana parecia meio abandonada, mas tinha sinais de ocupação recente. Numa outra clareira, em outro ponto da margem do lago, era possível ver um acampamento armado, com soldados se alimentando e preparando suas armas sob a luz do luar. Todo o acampamento estava bem ativo, como se estivessem em pleno dia...

- Esperem aqui... - Ordena aos dois caveleiros enquanto amarrava seu cavalo em um pedaço de madeira fincado no chão, que parecia ter sido usado para segurar uma cerca de madeira em algum ponto do passado.

Era uma cabana consideravelmente grande, toda construída em madeira, maior e com mais cômodos que qualquer casa normal da época. Logo após a porta de entrada se encontrava um pequeno cômodo que dava passagem direto para para uma sala. Além de mobilia toda trabalhada em madeira rústica, na sala havia uma lareira, para aquecimento durante o inverno. Dando a volta na parede que cercava o cômodo de entrada se encontrava a cozinha da cabana, com o fogão de barro posicionado logo abaixo da janela, e uma mesa, também de madeira rústica, grande o suficiente para acomodar 6 pessoas sem problemas. No canto mais distante da sala subia uma escada, também de madeira, que seguia para um segundo andar, onde haviam dois quartos, um com uma cama de casal, e o outro com duas camas menores, todas de forro de palha.

Logo que entra, percebe a presença de alguém na sala, sentado no sofá de palha. Rapidamente reconhecia quem era...

- E Então? - Perguntava o presente, em um tom calmo e amigável. - Nossas suspeitas foram confirmadas?

- Sim. - Responde Vincent, com um tom urgente. - Ou pelo menos foi o que nosso espião relatou... - Faz uma pausa, como se tentasse acalmar os próprios pensamentos. - Parece que estão se reunindo...

Um silêncio incômodo toma conta do cômodo por breves segundos, antes do primeiro quebrá-lo.

- Era o que eu temia... - Subitamente, um som de riso escapa de seus lábios, como se achasse graça de alguma coisa. - Você já sabe quais vão ser as palavras dela, não sabe?

Vincent aperta os olhos permanentemente fechados por um momento, se irritando com o tom de riso do companheiro.

- Não me interessa quais vão ser suas palavras... Eu acreditei nela desde o começo...

- Ok, desculpe... - Responde o outro, ainda com o tom de riso. - É que foi você que convocou a investigação... Achei que tivesse suas dúvidas também...

Vincent já estava cheio daquela conversa. O outro parecia gostar de importuná-lo e irritá-lo...

- Ela está no quarto, não é? Vou subir para informá-la... - Informa, começando a caminhar em direção às escadas, mas é barrado no meio do caminho pelo companheiro, que se levantara do sofá.

- Não posso permitir... - Escuta seu companheiro. o tom de riso desaparecera, embora se mantivesse amigável. - Ela disse que está exausta e pediu para que eu não deixasse ninguém incomodá-la. Sem excessões...

O cavaleiro prateado parecia ficar cada vez mais impaciente conforme aquela conversa se estendia, contra a sua vontade.

- Ela lhe contou que eu voltaria com a notícia? - Pergunta, deixando claro sua impaciência em sua voz...

- Sim, ela contou... - O outro responde, hesitando por um segundo...

- Então já deve saber que não irei permitir que me impeça de cumprir com meu dever... - Retorna Vincent, de modo mais agressivo...

- Sim, eu sei disso...

- E o que vai fazer a esse respeito? - Mantinha o tom agressivo, pronto para puxar sua espada a qualquer momento.

- O que ela me aconselhou fazer caso você fizesse essa pergunta, Vincent: Me resignar e permitir que você passe...

Vincent pára por um momento, atônito, sem entender a última frase do companheiro. Volta a sua face na direção dele, esperando alguma explicação...

- Com o seu perdão, mas não me "olhe" deste jeito... - não consegue segurar um riso leve que força passagem pelos seus lábios. - Só estou cumprindo ordens...

Vincent balança a cabeça, negativamente, passando pelo companheiro e chegando às escadas. Algumas vezes tinha dúvidas sobre a verdadeira linhagem de sua Mestra...

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- Eu lhe disse... - diz a voz doce e calma de sua Mestra logo após Vincent fazer seu relato.

- Sim, Mylady, mas não custava ter certeza antes de realizarmos um ataque direto àquela cidade.

- Corrigindo: Não custou nada, com excessão do nosso precioso tempo, você quer dizer... - Ela olha para Vincent com um olhar inquisidor e, ao mesmo tempo, doce.

Vincent se ajoelha sobre seu joelho esquerdo, abaixando sua cabeça em reverência.

- Peço perdão pela minha cautela, Mylady, mas eu...

- Não há do que se desculpar, Vincent... - O interrompe, achando graça do excesso de preocupação com o qual sempre tratava tudo. - Se não agisse desta forma, acredito que seria de menos valor para mim... - Se levanta da cama na qual estava sentada e se aproxima de seu Paladino, acariciando seu cabelo negro impecavelmente arrumado enquanto se agaichava frente a ele... - Sua cautela foi o que o manteve vivo até hoje. Não subestime seu bom-senso em momento algum...

Ela se ergue, sendo seguida por Vincent no mesmo ato.

- Enquanto vocês investigavam, eu fazia meus preparativos para agir... - Ela comenta, quebrando o silêncio que hvia sido imposto entre os dois, enquanto retirava um cordão de prata de um bolso do vestido que usava com algum objeto preso nele e, segurando e girando a mão de vincent, força o objeto na sua palma. - Segure isto para mim...

Se aproxima de um caixote de viagem e enquanto Vicent tateava pelo cordão. Procurando por alguns segundos, retira uma túnica de malha marrom de dentro do caixote, a atirando sobre a cama de palha.

- Isto é...!?

- Sim, é ele mesmo... - Responde prontamente a exclamação de Vincent, o interrompendo, enquanto desamarrava as amarras de seu vestido, se despindo. - É isto que vai tornar nosso assalto bem sucedido...

Vincent, que estava distraído, fascinado com a engenhosidade de sua Mestra como sempre, escuta o som do tecido caindo ao chão e, respeitosamente, vira-se de lado assim que percebe o que isto significava, ainda segurando o pingente.

- Quer que eu me retire?, Mylady...

Ela deixa escapar uma risada leve e doce, achando graça novamente do jeito de Vincent.

- Por que!?, Sir Vincent... Por algum acaso vai me espiar!? - Responde num tom irônico, ainda doce. Não importava quantos séculos passassem, parecia que Vincent mantinha as mesmas manias de sua vida humana...

O cavaleiro percebe o papel ridículo que fizera ao escutar as palavras de sua Mestra. Esta, no entanto, se aproximava dele, nua, com um olhar e um riso zombeteiro em sua face...

- E mesmo que pudesse me ver com seus olhos, Sir Vincent, depois de tantos tempo à sua companhia, duvido que eu me importasse... - Terminava a frase já com o corpo colado no do cavaleiro.

Sua pele branca e desprotegida roçava na armadura aço frio de Vincent. Sua face, voltada para cima, bem próxima do rosto do cavaleiro, quase beijando-o. De pé, Vincent era mais alto que ela, de modo que estava quase nas pontas dos pés para aproximar tanto seu rosto do dele. Seus seios, desprotegidos, encostavam no peitoral do cavaleiro, fazendo com que seus mamilos se esfregassem no aço. Essa sensação a excitava...

Vincent percebia o toque do corpo de sua Mentora em sua armadura e sentia a aproximação de seus lábios. Estava sem reação. Nunca a havia visto com seus próprios olhos devido a sua cegueira, mas a sentia de outro modo e sabia que ela era a mais linda das criaturas que já havia conhecido em sua existência. Apenas o respeito que tinha por ela o impedia de avançar naquele momento. Se ainda fosse capaz de enrusbecer, já estaria escarlate neste momento...

Como que se tomasse uma decisão, começava a aproximar os braços do corpo nú de sua Mestra, projetando um abraço. Ela se apóia com a mão direita no ombro esquerdo de Vincent e se aproximava ainda mais. Vincent sentira o toque leve dos lábios dela nos seus, ao mesmo tempo que fechava o abraço, com carinho. Se seu coração ainda batesse, provavelmente estaria saltando pela sua boca neste momento...

Contudo, sua Mestra se afasta denovo, se desvencilhando do abraço carinhoso de seu cavaleiro...

- Mas não temos tempo a perder agora... - Ela volta a falar logo depois de sair do abraço de vincent, como se nada tivesse acontecido. Seu tom ainda era doce, mas tinha um timbre sério e urgente. - Temos que correr... - Falava, vestindo uma malha de aço com uma certa calma...

Vincent se recobrava das emoções que sentira nos últimos instantes. Nunca se acostumara a esse comportamento inconstante de sua Mestra.

- O que quer que eu faça?, Mylady... - Pergunta, recobrando o controle de seus pensamentos e de sua voz.

- Você e Bernard devem preparar os cavaleiros para o assalto - Respondia, terminando de ajeitar a malha e começando a vestir sua armadura. - Quero que estejam prontos para agir amanhã a noite. Devemos acabar com isto antes que descubram nosso espião e, por consequência, nosso ataque.

- Sim, Mylady... - Responde, escutando o som das placas de aço se ajustando ao corpo de sua Mestra - Sei que não deve ser da minha conta, mas o que pretende fazer?, Mylady...

Ela terminava de arrumar sua armadura e vestia a túnica por cima, escondendo-a quase que completamente. Só seus pés ficavam de fora da túnica, e, mesmo assim, quase que imperceptivelmente.

- Eu!? - Exclama, vestindo uma espécie de tiara de prata com uma gema azul no centro.

A tiara prendia na parte de trás de sua cabeça, enfeitando sua fronte e cobrindo sua testa.

Caminha até Vincent novamente, que, entendendo o que queria, estende o pingente devolta em sua direção.

- Eu vou colocar isto no lugar em que deverá estar amanhã a noite. Vocês devem atacar ao pôr-do-Sol...

Segura a mão de Vincent por um momento, olhando  na direção de seus olhos, sempre fechados. Sua expressão estava mais séria, o que também foi refletido no tom de sua voz:

- Não me esperem... - E, pegando o objeto da mão de Vincent, sai do quarto, deixando-o sozinho...


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Notas finais do capítulo

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(Nota do Autor)

Devem ter sentido falta de descrições mais detalhadas. Se repararem bem, este capítulo foi escrito com referência ao Vincent, e, por isto, não há tantas descrições visuais dos personagens. Também foi proposital para manter vocês um pouco no escuro. Mas logo vou expôr a descrição das personagens que faltaram...



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