Os Arquivos Perdidos - Humanien escrita por Noni


Capítulo 4
Despedida.


Notas iniciais do capítulo

Gente mil perdões pela demora, é que estou um pouco sem tempo para postar, mas nunca me esquecerei de vocês! muhahahahaha, espero que gostem, esse daqui tem só um pouco de ação u_u



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Nunca havia ido por aquele caminho e nunca soubera dessa montanha secreta antes, na verdade sei que eles escondem muitas coisas de mim. Por exemplo, meu pai nunca contara nada sobre minha mãe, apenas que ela era Loriena e que morreu na batalha, nunca me dissera que era uma Guerreira e membro da Garde, também nunca me falara de suas outras bases ou da onde vêm todas aquelas substâncias misteriosas, um dia eu ainda vou desvendar todos esses mistérios.

Quando chegamos ao que parecia ser à entrada da caverna, Spanner me deu instruções de como lidar com as bestas, que aquilo poderia me causar pesadelos à noite e que teria de ser muito corajosa, pois alguns possuíam mais de duas cabeças, rabos e olhos, não conseguia imaginar tudo aquilo, se não fosse minha experiência de vida, acharia tudo armação de Hollywood, um simples filme de ficção, bem, acho que as pessoas normais achariam, eu não.

Ao entrarmos, as luzes se acenderam, passamos por um corredor estreito que levava ao centro da montanha, o cheiro era horrível e o barulho insuportável. No centro havia várias celas ao redor, cada uma com um Chimaera diferente, o que mais me chamou atenção foi o maior que havia lá, ele tinha cinco cabeças e deveria ter uns 10 metros de altura, mas parecia não me odiar ou querer me devorar, muito pelo contrário, seus variáveis olhos mostravam que era inofensivo, creio que se fosse irritado, ou se recebesse uma ordem, atacaria sem pensar. Em uma das celas, vi um brilho vermelho intenso, não dera tempo de perguntar o que era para Spanner, seu comunicador apitou e uma voz preocupada soou de lá. – Spanner, leve Eni embora agora, eles estão aqui!

Um medo invadiu meu corpo, não poderia ser verdade, eles quem? Os Mogadorianos? Não, não pode ser verdade, dizia para mim várias vezes numa forma de me acalmar, mas era inevitável. Assustada, meus olhos tentaram encontrar o de Spanner, pedindo explicação.

– O que foi? É outro treino de emergência ou...? – Spanner não respondia, apenas ia digitando algumas coisas no seu tablet. Furiosa, peguei o tablet dele e ataquei com toda minha força no chão, encarando com fervor.

– Me responda! Olha pra mim!

– Eni, quero que fique aqui, eu já volto. – Seu tom de voz soou calmo, mas ele ainda não olhara para mim, não tinha coragem o suficiente para me responder o que já era previsto. Meu pai sempre me contara que nunca estaríamos seguros, nenhum lugar era seguro, mas, enquanto estivéssemos agindo nos bastidores, os Mogadorianos nunca nos encontraríamos, porém, no meu pesadelo real, o Mogadoriano, que parecia um general me viu, será que foi por isso que nos encontraram? Apenas de pensar nessa possiblidade meu coração disparou, uma crise de choro incontrolável surgiu. Spanner finalmente me olhara, assustado.

– Eni calma, não é nada demais e se for, treinamos muito para esse dia certo? Prometo minha vida a você que voltarei, até por que jamais te deixaria.

Spanner vira que não me acalmara e se aproximou, envolvendo-me em seus braços forte, me abraçando com tanta compaixão, apenas mergulhei minha cabeça em seu peito cedendo um pouco o choro. Estava com medo, sabia que havíamos treinado a vida toda para isso, mas, não sabia se estava pronta agora, não queria estar, não queria que isso estivesse acontecendo. Aos poucos estava me acalmando, porém minhas palavras ainda soavam rouca.

– Deixa e-eu ir co-com você, afinal treinamos p-para... isso...

Meus olhos estavam sonolentos, meu corpo ia ficando cada vez mais cansativo, minhas pernas estavam bambas. Spanner havia me drogado, ele sabia que eu iria com ele até o fim, ainda mais com o meu pai correndo perigo e mesmo estando com medo de enfrentar o destino, eu iria! Ouvi sussurrar palavras de desculpas e depois tudo se escureceu.

***

Algo molhado e escamoso lambia minha testa, meu nariz, meu rosto todo, e com os olhos semiabertos tentava decifrar a silhueta que se formava em cima de mim, seus olhos azuis e grandes, só podia ser Lydron! “Vamos Eni, por quanto tempo você pretende ficar aí? Spanner já foi, vamos segui-lo.” Uma voz soava na minha cabeça, por um momento achei que estivesse louca, mas era ele que se comunicava comigo. - Como você...? “Eni vamos, não temos tempo.”

Depois de várias tentativas de me manter em pé me apoiando a parede úmida, a droga ainda não passara por completo, segurando-me tão forte para não cair, e a cada inspiração meus pulmões queimavam. Não conseguia entender como Lydron estava falando em minha cabeça, mas só por que agora? Antes nos treinos eu perguntava as coisas, mandava fazer algo mais nunca me ouvira, por que justo agora? Entretanto, não era a hora certa para saber o que era aquilo. Corri com dificuldade para a pequena salinha de armamentos que havia na montanha, Lydron me passava todas as informações e todas as direções que eu deveria ir por telepatia. Pego duas bainhas já com suas espadas e coloco-as nas costas, duas armas e uma bolsa, a encho de explosivos e recargas para armas alienígenas.

Saio da montanha junto de Lydron, ele me guia pela floresta na direção da minha casa. Sinto cheiro de queimado, ouço explosões por todas as partes. “Eni cuidado, Pikens!” Rapidamente saco minhas armas, dois Pikens enormes correm na minha direção, com apenas um tiro das armas feitas com tecnologia alienígena acerto a cabeça de um, fazendo-o virar cinza. O Outro chega a se aproximar, mas Lydron o detém jogando um líquido ácido em forma de bola com a boca, fazendo-o também virar cinzas. “Eni, Mogadorianos estão vindo para cá, cuidado.” Antes que ele terminasse de falar em minha mente, um Mogadoriano atira com sua arma, quando penso que é meu fim, Spanner entra na frente, usando um campo de força para nos proteger do ataque, depois atira no Mog fazendo-o virar cinzas.

– O que você faz aqui?!? Não deixei você lá na Base HB57! – Seu tom soou furioso, me arrastando para se esconder no meio dos arbustos.

– Corrigindo, você me drogou e me deixou jogada lá! – Também estava furiosa com ele, não se comparava com a fúria dele, aliás, nem de perto, ele estava realmente furioso. – O que houve? Cadê meu pai?

– Não sei, não consegui me aproximar da casa ainda, tem muitos deles aqui, sem contar os Pikens e Klaus que estão por toda parte vasculhando nossos cheiros. Soltei 20 Chimaeras para deter eles, creio que só 5 esteja viva por aí. – Spanner estava realmente preocupado. Percebi que sua respiração estava num ritmo frenético e sua camiseta manchada de sangue, meu coração disparou, Spanner atingindo.

– O que foi isso? – Apontei para a mancha de sangue.

– Nada, estamos numa Guerra, acha mesmo que não sairia ferido?

Ele sorriu, mais não era o sorriso glorioso dele, era o sorriso de um fracassado.

– Temos que bolar um plano. Temos que salvar meu pai!

Uma explosão ecoou na direção da nossa casa, estávamos a uns 50 metros, mas ela conseguiu chegar perto de nós, Spanner mais uma vez usou o campo de força para nos proteger. Por alguns minutos ficamos no meio daquele fogo, o campo de força desligou e só havia fumaça por todas as partes, ambos ficamos de costas um para o outro em guarda.

– O que houve? – Nunca estivera tão preocupada na minha vida.

– Shiu, se continuar falando não vou ouvir os Mogs.

“Eni preciso que você fuja, os Mogs estão atrás de você.”

– Como assim Lydron?

– Eni já disse para calar a boca!

Três Mogadorianos apareceram à minha frente, estavam apenas 7 metros de distância, não tinha pra onde ir, tínhamos que enfrenta-los, eu tinha que salvar meu pai, saber como ele estava. Spanner ordenou que eu corresse o mais rápido que podia, para longe deles, dessa vez fiz o que ele ordenou, corri, mas não por medo e sim por querer saber noticias do meu pai. Olhei para trás e percebi que Spanner segurava os dois Mogs com sua alabard, o terceiro conseguiu passar, correndo atrás de mim com sua espada gigante, virei para ele e saquei minhas duas espadas, fiz uma pequena demonstração da minha habilidade com elas, mesmo assim o Mog não temeu, veio pra cima de mim contudo segurando sua espada com as duas mãos, usei a espada que estava na minha mão esquerda para bloquear o ataque, foi inútil, ele tinha mais força, ela voou longe, ele me agarrou pelo pescoço me levantando e dizendo algo que não conseguia entender, não estava conseguindo mais respirar. Uma chama dentro de mim se acendeu era um sentimento de coragem, de não desistir, uni as únicas forças que me restavam no meio daquele sufoco e cravei a espada da minha mão direita no peito do Mogadoriano, ele estava tão entretido dizendo àquelas palavras que não percebera a espada alcançar seu peito, virou cinzas. Despenquei no chão, tentando recuperar o fôlego.

– Eni você está bem? – Spanner perguntou aflito.

Não, eu não estava bem, a única coisa que me vinha na cabeça era sobre meu pai, não olhei para Spanner e mais uma vez uni forças para me levantar, corri, sem dizer nada para ele, apenas corri em direção a minha casa, em direção ao meu pai, tudo aquilo era minha culpa, se eu tivesse contanto naquele momento sobre o sonho, teria dado tempo de partir, não sei como eles fizeram, mas com certeza foram assim que nos acharam. Não sei quantas vezes tropecei até chegar a minha casa -ou a minha antiga casa- não havia mais nada lá, tudo estava completamente destruído, meus olhos se encheram de lágrimas, tudo o que havíamos construídos juntos, a nossa história, nossas lembranças, nada restava mais lá.

– Pai? – Minha voz saiu trêmula, no fundo estava temendo o pior.

– E-Eni?

Ouvi uma voz computadorizada me chamar, corri até os escombros e vi Zeus todo deformado segurando uma arca.

– O que houve? Cadê meu pai?

– Sinto muito... Eni. Ele se foi, naquela explosão, ele mesmo se explodiu.

Na hora comecei a rir, não era possível, meu pai não faria isso. Jamais.

– Eni sinto muito... Ele fez isso para te salvar, havia muitos Mogadorianos aqui, era necessário.

Necessário? Morrer e me deixar? Isso era Necessário? Um choque veio sobre mim, lágrimas não paravam de cair, nunca senti tal vazio, apertei meus braços contra o peito, tentando segura-las, porém era inevitável, senti culpa, tristeza, solidão, raiva, tudo se misturava num só. O primeiro Homem que eu amara nesta vida, se foi e como sempre eles tiraram de mim, Mogadorianos, raça imunda, primeiro minha mãe, agora meu pai, não vou perder mais ninguém, não pra eles!

– Eni você está bem? O que houve? – Sua voz era cansada e preocupante.

Olhei e vi, era Spanner, não me conti, corri para abraça-lo, mergulhei minha cabeça no seu peito e desabei em lágrimas. Não precisei dizer nada, apenas o silêncio bastou naquele momento.



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Notas finais do capítulo

O que será agora de Eni? Será que Zeus vai se recuperar? E o que tem na Arca? Não percam o próximo Capítulo de Os Arquivos Perdidos - Humanien ! -qqq *apanha*



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