Parte 1 - Kol Mikaelson

-Pai? – interrompi, ainda estava confuso por causa do ataque. – Alaric Saltzman era teu pai?

Alicia fez um esgar de dor e uma lágrima escorreu pela sua feição imaculada.

- Estou satisfeita que estejas vivo… - levantou-se e virou-se para a porta com a intensão de sair da nossa casa.

Mas Bekah pôs-se à frente dela, impedindo-lhe o caminho.

- Onde é que pensas que vais, loira oxigenada?

Ali empalideceu, e como que ficou a olhar através de mim, para o infinito.

- Ouviste-me?! – Rebekah segurou-a pelos ombros e abanou-a. – Responde-me!

- Não tenho nada mais que possa fazer aqui… - Rebekah deu um passo atrás, ficando a meu lado. E dito isto, Ali abriu a sua mala que trazia a tira colo, e tirou de lá o que parecia prateado. Não era perceptível, uma vez que estava envolto na sua mão.

- Desculpa – olhou directamente para mim. Era notória a tristeza e o desalento revelados nos seus olhos magníficos, embora abatidos de momento.

Ela parecia olhar-me no fundo da alma. Neste instante Ali parecia-me mais real e insubstituível, eu precisava dela! Isso tinha-se tornado claro para mim na noite de passagem de ano, quando nos beijamos, nesse momento foi como se tivéssemos partilhado tudo, algo inexplicável.

Alicia levou aquele objecto ao peito, e começou a desferir um corte. Eu não conseguia acreditar! Corri a uma velocidade vampírica, mas era tarde de mais! O seu coração estava a parar. Já não conseguia sentir o magnífico pulsar da sua artéria carótida. Agora apenas eu estava a suportar o seu corpo, um corpo desfalecido, sem força.

- Não! – gritei- Isto não é real! – larguei o corpo dela, não conseguia olhar. E derrubei a mesa, as cadeiras, destruí toda a sala de entrada. O meu lado demoníaco tinha emergido.

Parte 2 – Klaus Mikaelson

Estava sentado no cadeirão do meu quarto, virado para a janela que dava para a floresta. Estava a tentar desligar tudo, toda a minha humanidade.

Eu sentia-me destruído, devastado, mas não conseguia deixar de admirar o pôr-do-sol, os efeitos que este fazia no céu com poucas nuvens, os laivos de dourado, o alaranjado e púrpura. Era magnífico! Enquanto o admirava recordava-me de todos os bons momentos que tinha vivido com Katerina. Apesar de não o admitir, nem a mim próprio, eu amava-a.

- Não! – ouvi rugir - Isto não é real! – era Kol quem estava a gritar. Nisto escutei toda a sala de baixo ser destruída. Desci e avistei um Kol maligno e um corpo caído, sem vida no chão. Era Alicia Saltzman.

Rebekah pousou uma mão no peito do nosso irmão, tentando dar-lhe algum conforto, e procurando acalmá-lo.

Ele abateu-se sobre si próprio, e caiu sobre os seus joelhos soluçando.

- Eu não acredito… ela não pode estar morta…não pode.

- Ela está. – afirmei – mas tão morta quanto tu.

Ele levantou a cabeça e olhou directamente para mim, indagando o que eu estava a dizer.

- Ela tomou sangue de vampiro, Kol.

E revivi toda a situação de novo.

FlashBack on:

- Irmão estás a fim de alguém do sexo masculino? – questionou Elijah.

- Não. – respondeu Kol.

- Ótimo tens 3 opções: dás um beijo bem gostoso a Ali; fazes uma seção de strip; ou comes uma fatia de limão!

- Hmm, penso que as duas últimas são demasiado difíceis, opto pela primeira. – e olhou sugestivamente para Ali, que ficou logo vermelha.

Esperto! Por algum motivo ele era o meu irmão preferido, nesse aspeto, logo direto ao que queria!

- Qual foi sua última mentira Jeremy? – ele fez um ar pensativo e respondeu:

- Ter de ir à casa de banho…

Enquanto Bekah questionava Jeremy, Kol pegou na mão de Ali, dirigindo-os aos dois à pista de dança. Segurou-a pela cintura e disse-lhe algo ao ouvido, pondo-a envergonhada uma vez que Alicia pendeu a cabeça, e o coração dela começou a bater descompassadamente.

Começaram a dançar a um ritmo lento, e Kol iniciou o beijo, intenso demais para olhar.

Influenciado por aquela onda de sentimento peguei na mão de Katerina e comecei a fazer-lhe caricias, acabando ela por encostar a sua cabeça no meu peito.

Foi quando Damon, que já estava um pouco alterado gritou para Bekah:

- AHAHA! Primeira opção: terás de admitir que és um 2,5 na cama – Bekah com o comentário levantou-lhe um dedinho com a unha bem tratada – És uma dama, completamente! – ele respondeu ao gesto dela.

- Como estava a dizer, - continuou - primeiro: terás de admitir que és uma porcaria na cama; Segunda opção: terás de pôr do teu sangue vampírico em todas as bebidas, e assim se o teu querido Matt sofrer algum incidente como o da ponte estará a salvo! – com isto Rebekah ficou irritada, esmagando um CD que estava a ver – terceiro: terás de admitir que eu fui o melhor sexo que já tiveste! – Afff Damon e o seu ego! Pensei.

Rebekah nem pensou duas vezes, cortou o pulso e colocou algumas gotas do seu sangue em todas as bebidas.

Todos ficamos boquiabertos, mas ela logo rodou a garrafa e o jogo continuou.

…

- Minha vez! – gritou Caroline.

- Desafio todos a participar numa competição de marshmallows!

Cuspi a minha bebida. Nunca nas minhas centenas de anos tinha ouvido tal coisa!

- O quê?! O que é isso?

- Relaxa querido, até parece que nunca viveste!- riu Kat, dando-me um beijo na face.

Caroline explicou o jogo pois Kol, que juntamente com Alicia já se tinham juntado a nós, passado muito tempo de digamos… contacto e reconhecimento, pensei maliciosamente, também não conheciam o jogo…

OK, eu nunca estive empalado num caixão, mas que raio de jogo era aquele?! Ganha quem colocar na boca o maior número de marshmallows? What?

- 10! - declarei  quase imperceptivelmente, uma vez que era praticamente impossível falar correctamente com a boca cheia.

- 15! – exclamou Alicia, ao mesmo tempo que se engasgava, cuspindo tudo e dando um grande gole directamente pela garrafa de vodca. Tossindo compulsivamente de seguida. Com Kol a seu lado a rir que nem louco.

Já Jeremy, Elena, Elijah, eu, e Matt, Bekah, e Caroline, que já tinha adormecido, agarrada a uma garrafa vazia, tínhamos desistido. Agora só restavam Damon e Stefan que estavam a competir entre eles.

Flash Back off

Quando acabei de contar o que tinha acontecido quando Kol e Ali estavam juntos, Kol deixou-se a si próprio inspirar, levantou-se, e foi abraçar Rebekah.

- Lembra-me de agradecer a Damon! – exclamou.

- Detesto ser desmancha-prazeres, mas não te estás a esquecer de nada? – Kol olhou para a nossa irmã com interrogação no seu rosto – Achas mesmo que ela vai querer tornar-se vampira, ainda por cima com o meu sangue, eu, que assassinei o pai dela?

©Ana e ©AnaTheresaC