Bifurcados - O Apocalipse Zumbi escrita por Cadu


Capítulo 3
Ao Vivo!


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo da minha história. Espero que gostem.
Observação: O casal principal mora em São Paulo. O lugar que cito onde o vírus começou é Minas Gerais.



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Bifurcados - O Apocalipse Zumbi

Capítulo Dois – "Ao Vivo!"


Enquanto veste-se, Heitor liga a televisão de seu quarto e, inexplicavelmente, a vinheta de um plantão matinal invade seu cômodo. Anna, a âncora morena, forte e séria chama um repórter que permanece na capital mineira: Um negro alto e forte com uma maravilhosa dicção conta a situação da cidade.

— Bom dia a todos. — ele diz enquanto ajeita seu colete a prova de balas — Estamos ao vivo e a situação está um caos aqui na Avenida Afonso Pena. Como podemos ver, o presidente Hélcio Gusmão convocou boa parte do exército brasileiro para combater os infectados. Não sabemos quanto tempo ainda demorará, mas em breve teremos um provável final feliz. Não se esqueçam, todos os cidadãos devem permanecer em suas cas... — Um barulho estrondoso fez o equipamento de filmagem tremer, o qual ainda consegue filmar um tanque de guerra atirando uma enorme bomba negra em um prédio azulado. Todo o vidro despedaça-se e o repórter não consegue explicar o momento fitando a câmera de um jeito atônito. Um grito agonizante invade cada minúsculo buraco do volume da televisão: Um dos canibais devora apetitosamente a perna do camera-man. Tenta chutá-lo, mas a tentativa fora em vão.

Após mais alguns segundos a transmissão corta, e a face aterrorizada da âncora volta à tela, a mesma que Heitor fizera. O plantão jornalístico acaba e terminando de vestir sua camisa engoliu a seco. Desceu as escadas tentando esconder a recém noticia, e viu Clarissa comendo os biscoitos salgados que ele havia deixado ali.

— Muito obrigada — Clarissa disse sem graça apontando para os aperitivos.

— Não tem de que. Está descansada?

— Um pouco... Já estou indo para minha casa, obrigada por tudo mesmo. Desculpa o incômodo. — Ela levanta-se e faz um coque dando um nó em seu cabelo e junta os pacotes jogados na mesa de centro.

— Não precisa fazer isso. — Heitor a impede — Vai mesmo para casa? Pode ficar aqui.

— Muito obrigada mesmo Heitor, estou cansada, tenho que ir tomar banho. Muito obrigada. — Seus longos braços envolvem a cintura de Heitor dando um abraço apertado e alígero — Desculpa.

Clarissa sai de seu apartamento. Heitor respira fundo e coloca todo seu peso na porta e desliza alguns centímetros a favor da gravidade. Tudo o que acontecia era terrível, mas sabia que não havia nada com que se preocupar já que era sozinho no mundo. Seus pais tinham morrido em um acidente de carro quando tinha apenas seis anos. Quando o carro fazia uma curva longa em um serra enquanto chovia forte, um caminhão desgoverna-se e leva o carro a base do morro. Seus corpos foram totalmente esmagados.

A partir daquele momento fúnebre seus tios paternos cuidaram-no até os dezoito anos. Tratavam-no bem, como seus primos, mas nada substituía a perda do casal mais importante de sua vida. Após completar a maior idade, comprou um apartamento com a herança dos pais e decidiu morar sozinho. Quando colocou os pés naquele loft, decidiu quem seriam seus novos melhores amigos: o silêncio e a solidão.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem.