Os Seus, Os Meus (os Deles)E Os Nossos 2 escrita por WaalPomps


Capítulo 15
Cap. 14 – Vida


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, eis o último capítulo... O próximo é o epílogo :/ Obrigada as duas leitoras que comentaram, que são como sempre Milla e SoSo *---*
Espero que gostem do capítulo ok?



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Leo, Ileina e Sammy

Talvez seja clichê dizer que o tempo voa e que ele ajuda a curar tudo. Mas era assim que Leo se sentia naquele momento. Se pudesse enumerar o tanto de coisas que haviam mudado em sua vida nos últimos três anos, ficaria até perdido.

Ailika era seu plano para o futuro, tudo que ele podia imaginar para si nos anos que viriam, até que ela engravidou. Não podia reclamar de nada, havia sido parte daquilo. Quando eles começaram a transar, por mais que ele jurasse para quem fosse que haviam dormido juntos uma única vez, ambos sabiam que sempre haveria esse risco.

Mas jamais poderia reclamar de Sammy, nem nos dias mais complicados. O filho era sua maior alegria, seu maior amor, seu maior orgulho. Desde a primeira palavra, o primeiro passinho vacilante, o primeiro arremesso com uma bola de futebol que não foi mais que 10cm longe...

Agora ele estava ali, comemorando seu terceiro aninho, e também o terceiro ano da morte de Aili. Mas isso era assunto proibido, porque era um dia de celebrar. Ailika morrera feliz por ter conseguido trazer seu anjinho para o mundo e agora deviam celebrar isso.

Sammy estava nos ombros do avô materno, aquele eterno babão, caminhando por toda a festa com sua roupinha de Superman, enquanto as demais crianças da família brincavam nos brinquedos no jardim. Os meio-irmãos de Leo e os demais adultos estavam sentados conversando com Beth, LeRoy, Theo e Nicky, vindos de NY especialmente para o dia.

Mas havia uma presença que Leo tentava a custo evitar. Ileina. Sabia que Sammy adorava a tia, a obedecia mais do que a qualquer outra mulher da família e gostava de ficar com ela quando estava doente. Ela já estava no penúltimo ano do colegial, do qual Leo havia saído na metade do ano anterior finalmente.

Agora, trabalhava na oficina de Puck junto de Matt, já que os dois desde pequenos gostavam disso. Sammy já havia entrado na escolhinha, ficando com Shelby durante a manhã. Porém no fim da tarde quem sempre o buscava na escola era Ileina, a pedido do próprio menino.

Nas poucas vezes que Leo e Ileina haviam se encontrado a sós com Sammy, era inegável que havia ali sim uma química, algo que não podia ser ignorado, mas que Leo tinha que ignorar. Ela era culpada, ela era.

_ Leo? – a voz que ele evitava o chamou, e ele se virou vendo Ileina na porta da cozinha – Er, sua mãe pediu pra avisar que ela levou o Sammy se trocar para cantar parabéns... Ela pediu pra arrumarmos o bolo.

Ele concordou, pegando as velinhas no armário enquanto ela pegava o colo de três andares todo decorado com o tema da Liga da Justiça em pasta americana. Eles em silêncio colocaram as velinhas de faísca e a vela com o número três.

_ Nossos pais ainda não terminaram a briga pra saber quem vai ficar mais perto do Sammy. – comentou a menina e Leo riu.

_ Pelo menos eles ainda me deixam segurá-lo em frente ao bolo. – comentou ele vagamente – Acho que esse vai ser o último ano que vou poder segurá-lo, ele já está grande.

_ Deve ser legal. – ela concordou sem prestar muita atenção, enquanto arrumava as velas que já haviam entortado.

_ Você quer segurá-lo? – perguntou Leo do nada, fazendo Ileina arregalar os olhos. Ele mesmo parecia surpreso com a proposta, mas não voltou atrás – Digo...

_ Não precisa explicar, foi um impulso. – disse Ileina corando e ele suspirou.

_ Não Ileina, não foi... A Ailika pediu para você cuidar da gente, eu estava lá, eu vi. É só que... Eu fiquei tão nervoso, tão chateado, tão... A culpa não é sua nem de ninguém. Acho que eu só tinha medo de você tomar o lugar dela.

_ Na vida do Sammy? – perguntou Ileina e ele negou.

_ Na minha vida. – admitiu com um suspiro – Le, nós compartilhamos nosso primeiro beijo quando você era ainda uma criança, naquela viagem para o Hawai. Eu tinha 13, você tinha 9, mas eu ainda sim te beijei.

_ Você gosta de mim Leo? – perguntou a garota se aproximando.

_ Eu amo a Ailika, sempre vou amar. – garantiu ele com um suspiro – Mas eu preciso dar ao Sammy uma família, me dar uma família. Eu gosto muito de você Le, e o Sammy também.

_ E amor? – perguntou ela – Você ainda ama a Aili... Acha que um dia vai poder me amar?

_ Eu não estaria aqui pedindo isso se não achasse. – garantiu ele, antes de puxá-la para um beijo. Eles ficaram ali alguns minutos, envoltos em sua bolha particular, até ouvirem a risadinha de Sammy pelo corredor.

_ Alguém está ansioso para cortar o bolo. – disse Mercedes entrando com Shelby e o menininho entre elas.

_ Papai vai segua? – perguntou correndo até o pai.

_ Não, a tia Le que vai. – disse Leo e o menino começou a comemorar, se jogando nos braços da tia, que riu ao pegá-lo. Mercedes e Shelby tocaram olhares cúmplices, apenas concordando discretamente com a cabeça. Elas foram para o lado de fora, chamando todos para cantar parabéns, enquanto Leo pegava o bolo e saia com Ileina e Sammy.

Na mesa do bolo as crianças se amontoaram, enquanto Ileina e Leo se posicionavam no meio com Sammy rindo entre eles. Cantaram parabéns animadamente e sopraram as velinhas juntos, ele com o braço na cintura dela. Se eles pudessem ouvir o que está escondido no vento, ouviriam Ailika rindo deliciada de saber que agora tudo estava bem.

Beth e Theo

Era hora. Ela havia esperado por aquilo durante tantos anos, desde os 16 para ser mais exata. Desde que vira Theo pela primeira vez e tivera a certeza que era com ele que iria passar o resto de sua vida...

Sabia que o pai estava xingando do lado de fora do quarto, reclamando que sua menininha ia se casar, sua pequena princesinha de 23 anos. Mas ela não se importava, porque dentro de uma hora seria a sra. Thedore Willow.

_ Você está maravilhosa meu anjo. – sussurrou sua mãe abraçando seus ombros. Ela sorriu, beijando a mão da mãe vendo os olhos de ambas, idênticos, brilhando no reflexo. Logo Sarah se aproximou com Lyra e ficaram ali, quatro pares de olhos verdes, se encarando emocionados.

_ Beth, você ama o Theo? – perguntou Lyra, agora com 10 anos.

_ Mais que tudo tampinha. – garantiu a mais velha.

_ Então seja muito feliz com ele. – desejou a irmã caçula, a abraçando pela cintura. Logo Sarah, hoje com 17 anos, também as abraçava e Quinn observava tudo emocionada.

Alguém bateu na porta e Ileina correu abri-la. Puck entrou meio carrancudo, mas sua expressão se desfez ao ver as filhas.

_ Ai meu coração... – resmungou ele – Vocês querem matar seu velho pai do coração não é?

_ Papai, só a Beth está casando. – disse Sarah rindo e o homem fez bico.

_ Mas você está a um ano de se formar e a Lyra virando uma mocinha... Logo eu vou ser um velho acabado e sozinho. – resmungou ele.

_ E eu sou o que Berry? – retrucou uma irritada Quinn e os presentes riram.

_ O amor da minha vida. – garantiu ele beijando o pescoço da esposa – Mas em todo caso... O desgraçado está no altar. Vai começar o martírio.

_ Ora Noah, você ainda não se acostumou a isso? Levou eu, Rachel e Santana até o altar. – lembrou Shelby.

_ É diferente mãe... – disse ele – É minha princesinha que está indo para outro castelo.

_ Sempre vou ser sua princesinha papai. – prometeu Beth o abraçando e o fazendo fungar – Mas você sabia que um dia eu ia crescer.

_ Esperava que esse dia nunca chegasse. – garantiu ele com um suspiro – Mas bom... Vamos antes que sua mãe comece a chorar.

Em meio a risos e xingamentos desceram as escadas, encontrando os garotos lá embaixo. Nicky foi até o namorado e lhe deu um selinho, enquanto Ileina fazia o mesmo com Leo e Heaven com Matt. LeRoy logo soltou a namorada e foi com Liam até Beth. O mais novo iria entrar com Sarah e abraçou a irmã, emocionado, dando espaço para o irmão mais velho logo depois.

_ Quem diria... Minha irmãzinha se casando com meu melhor amigo. – disse ele, se referindo a amizade que ele e Theo já nutriam quando ela conheceu afinal o rapaz.

_ Agora só falta você. – brincou ela dando uma piscadela e ele corou.

_ Seja feliz Elizabeth Judith.

_ Você também LeRoy Hiram.

Se abraçaram emocionados e logo Lyra novamente estava sobre eles. Sarah e Liam os acompanharam e logo Quinn se derretia em lágrimas na companhia da mãe e da sogra.

_ Gente, ta na hora. – anunciou Kurt aparecendo serelepe.

A primeira a entrar seria Lyra jogando flores com Amanda e Barbra. Depois viria o pequeno Sammy, carregando as alianças. Depois Sarah e Liam, Ileina e Leo, Heaven e Matt, Nicky e LeRoy. E por fim, a noiva com o pai.

A música de entrada foi a que eles cantaram nas últimas Nacionais e quem a cantava era Rachel. Havia cerca de 200 pessoas no jardim (N/A: quase 100 só da família né?) e todos observavam a entrada da noiva maravilhados.

Theo apertou a mão do sogro, que deu um longo beijo na testa da filha antes de ir sentar-se com a esposa. Beth, que assim como os irmãos, havia resolvido seguir as tradições cristãs da família, teria um casamento religioso completo.

_ Theo, aceita essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. – disse ela deslizando o aro de ouro pelo dedo dele.

_ Beth, aceita essa aliança como prova do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. – disse ele, repetindo o gesto e beijando a mão da noiva logo em seguida – Até que a morte nos separe.

_ Nem mesmo ela meu amor.

_ E eu vos declaro marido e mulher. – anunciou o padre – Pode beijar a noiva.

E foi o que Theo fez com o maior de seus sorrisos.

Sarah, Nate e Kai

_ Mãe, to indo pro cinema com os meninos. – gritou Sarah descendo as escadas correndo. Daquela menininha medrosa e assustada, que era xingada e ofendida, já não tinha mais nada. Agora era uma mulher de 18 anos, cherrio e líder do Glee Club, seguindo a tradição familiar. A diferença é que, ao invés de um namorado, seu “braço direito” eram dois: Nathan e Kai.

Chegando do lado de fora, Nate já estava com a caminhonete parada e Kai segurava a porta aberta para ela entrar. Foram para o cinema rindo e compraram as entradas com os meninos brigando sobre quem iria pagar.

Lá dentro, Sarah sentou entre os dois, mas percebeu que eles agiam estranho, quase não pegando pipoca, mas deixando a mão postada pra que ela segurasse se sentisse medo, mesmo o filme sendo uma comédia romântica.

Na saída do filme, os dois começaram a competir entre si para pagar algo para ela, fosse um doce, um colar, um casaco, um sapato. Até que ela se estressou.

_ Ok, o que está acontecendo? – perguntou irritada e os dois trocaram um olhar antes de perguntar:

_ Sarah, qual dos dois é seu namorado?

_ Pelo amor de Deus, não acredito que dois marmanjos de 18 anos estão agindo como crianças de cinco. – disse ela revirando os olhos – O que faz você pensar que um dos dois é meu namorado?

_ Nós agimos como namorados. – explicou Nate.

_ Nós não nos beijamos. – lembrou ela.

_ Não por falta de iniciativa de um de nós dois. – garantiu Kai emburrado.

_ Sarah, algum de nós dois tem que ser seu namorado... Eu nunca vi você beijar menino nenhum. – lembrou Nate.

_ Vocês acham mesmo que eu estava cuidando da Nelly na festa da Elis? – perguntou Sarah rindo.

_ Você ficou com alguém? – gritaram os dois.

_ Com o Josh. -  contou ela com um sorriso sacana.

_ E vocês estão juntos? – perguntou Kai e ela negou.

_ Então nós temos chance? – perguntou Nate e ela confirmou.

_ Eu vou para casa, COM O MEU PAI, e vou pensar. Amanhã dou a resposta para vocês. – anunciou ela saindo e ligando para o pai, que quase enfartou quando ela disse porque não voltaria com os meninos.

Na manhã seguinte, Puck levou-a para a escola, já sabendo a decisão da filha. Ela entrou na escola com os cabelos esvoaçando e o vestido colado lhe dando uma beleza a mais, já que ela se recusava a usar o uniforme das cherrios fora do treino.

Na porta de seu armário, Kai e Nate as esperavam, cada um com um buquê de rosas. Ela riu alto quando se aproximou, abrindo a porta de ferro e pegando seus livros.

_ Então Sarah... Decidiu? – perguntou Kai.

_ Sim.

_ E...? – perguntou Nate. Ela fechou a porta e encarou os dois, parados a frente dela. Mordeu o lábio inferior, antes de se aproximar e beijar Nathan.

Ele ficou surpreso por um momento, mas logo a abraçou e retribuiu. Ela ouviu Kai bufar e sair andando, mas estava absorta demais.

_ Eu jurava que você ia escolher o Kai. – sussurrou Nate e ela riu.

_ Eu sou apaixonada por você desde que a gente tinha sete anos Nathan... Só estava esperando o dia que você ia vir até mim. – garantiu ela pegando o buquê de rosas – Mas eu não quero que o Kai fique chateado.

_ Mais tarde falamos com ele... – prometeu o garoto – Mas agora você tem cálculo e eu biologia... Nos vemos no inglês, no quarto período?

Ela concordou e seguiu para a sala, chamando a atenção de todos com suas rosas, até que as deixou na sala de sua ia Rachel. A aula de biologia era dupla e foi bem chata. Química no terceiro período idem. Só inglês que prometia ser legal, apesar de tensa, porque era com Kai e Nate.

Na sala, Nate já a esperava, mas deu de ombros sobre Kai.

_ Ele não apareceu na aula de Álgebra. – explicou ele em voz baixa. Eles assistiram as duas aulas e logo que o sinal bateu, saíram em busca do primo. Qual foi a surpresa deles ao encontrá-lo na saída para o ginásio, aos beijos com Allison, uma garota da turma de cálculo de Sarah.

_ Hey... – cumprimentou ele e os dois trocaram olhares surpresos – Conhecem a Alli, minha namorada?

_ Er... Kai, desde quando ela é sua namorada? – perguntou Sarah e ele riu.

_ Três meses. – o casal abriu a boca surpresa – Qual é gente, a família toda estava esperando vocês se assumirem a anos. O Nate só precisava de um empurrãozinho. E foi o que eu fiz... Insinuei que gostava de você para ele se tocar que era hora de agir.

_ Você não presta Kai. – gritou Sarah, mas por dentro estava feliz.

_ Mas é ai... Estão ou não namorando? – perguntou Allison e Sarah não sabia o que responder.

_ Se a Sarah quiser... – disse Nate – É tudo que eu quero.

A garota corou e sorriu, se aproximando e beijando o primo. Palavras são meras formalidades.

Matt e Heaven

Sabe Deus o quanto ele havia infernizado a vida de Leo durante a gravidez de Aili, fazendo piadas sobre o nervosismo do irmão e chamando-o de “macaco babão” nos primeiros meses de vida de Sammy. Agora mordia a língua enquanto andava de um lado para o outro do maldito corredor do hospital.

Seu irmão, sogro e pai estavam sentados lado a lado, os três o olhando com ar de riso, enquanto ele quase furava o chão esperando a hora que o chamariam para ir acompanhar Heaven no parto de sua primeira filha.

_ Dá pra vocês pararem de rir. – resmungou o homem e eles só riram mais – Qual é, eu to nervoso aqui. Vai dizer que vocês não ficaram assim na primeira vez.

_ Matt, quando eu cheguei na sala de parto você já tava quase com a cabeça pra fora da sua mãe. – riu seu pai – Não deu muito tempo para ficar nervoso.

_ Pai, você quase bateu o carro voltando da casa da vovó. – lembrou Leo e o pai deu de ombros – E você sabe que quando o Sammy nasceu as circunstâncias eram outras...

_ Ah, mas quando a Ileina teve a Camille você quase bateu numa enfermeira. – lembrou o gêmeo mais velho.

_ Culpado. – admitiu o mais novo.

_ Bom, eu estava bêbado quando a Samantha nasceu... Não sei dizer muito sobre isso. – admitiu seu sogro envergonhado – Só cheguei no hospital quando ela já estava no quarto com a mãe havia algumas horas.

_ Filho? – sua mãe chamou se aproximando com Iza – Está na hora...

O homem concordou, saindo quase correndo pelo corredor até a sala de parto. Lá, quase desejou ter ficado do lado de fora.

_ EU VOU TE MATAR MATTHEW, JURO QUE VOU TE MATAR. – gritou Heaven, agarrada na beirada da cama.

_ Er... Te amo? – arriscou ele e ela o fuzilou. Matt se aproximou, estendendo a mão para que ela segurasse, o que a esposa fez com surpreendente força. Mordeu a boca para não dizer um palavrão. Começou então o trabalho de dar forças para que a mulher pudesse trazer a filha ao mundo.

Demorou menos até do que ele esperava e quando se deu conta, ali estava ela. Natalie tinha cabelos castanhos claros e olhos avelã, que ela piscava curiosa, enquanto encarava os pais.

_ Oi meu anjinho. – sussurrou Heaven acariciando o rostinho da filha – Como você é linda.

_ Um verdadeiro anjo que veio do céu. – o trocadilho fez a esposa rir, enquanto lhe dava um selinho.

_ Leve-as para nossos pais verem... – pediu a mulher e ele concordou – Te amo muito.

_ Eu também... Vocês duas. – garantiu ele, apanhando a filha e saindo em direção a sala de espera, onde os pais, sogros e irmão estavam distraídos – Gente... Essa é a Natalie.

Logo haviam tirado a menina dos braços do pai, e os avos paparicavam a criança como se fosse seu primeiro neto, mesmo que Shelby já fosse bisavó mais de uma vez.

_ Como está se sentindo? – perguntou Leo abraçando o gêmeo pelos ombros.

_ No céu... E não é um trocadilho com o nome da Heaven. – disse Matt e eles riram – Ela é perfeita né?

_ Com certeza... Espere até ela acordar chorando no meio da noite e veremos se ainda pensa assim. – brincou o mais novo, fazendo o irmão rir.

Sabia que ele estava certo, mas naquele momento, tudo que conseguia era se sentir realizado e feliz.

LeRoy e Nicky

Quando perguntavam a LeRoy o que ele queria ser quando crescesse, suas respostas sempre variavam. Bombeiro, astronauta, veterinário, e por fim advogado. Mas havia algo que ele sempre havia dito: queria ser um grande pai, como o que Puck havia sido.

Então no dia que Nicky lhe entregara o exame de gravidez, a primeira coisa que fez foi ligar para o pai em pânico, querendo saber como ser um bom pai. O homem apenas riu do outro lado da linha, antes de responder.

_ Não existe fórmula para isso filho. – garantiu Puck – Mas você sabe que está fazendo tudo certo quando eles dizem que te odeiam.

Mas isso não o impediu de sentir seu mundo tremer no primeiro momento em que pegou Sophie nos braços, ainda toda suja de sangue e gosmas, recém saída de dentro da mãe. Naquele momento ele prometeu que seria o melhor pai do mundo e ela nunca teria de sentir raiva dele.

Agora ali estava ele, quase 12 anos depois, com uma menina em plena puberdade, batendo as portas de casa. Ela havia chegado com a novidade de que havia sido convidada para uma balada no Central Park e que iria com o namorado, o que quase fez LeRoy enfartar. Com o apoio da esposa, proibiu a filha de ir, e isso fez com que ela subisse a escada furiosa, quase quebrando a porta do quarto.

Arthur, o filho caçula de sete anos, apenas ria do chilique da irmã, fazendo piadinhas até o momento em que a mãe ameaçou tirar seu vídeo-game. Nicky simplesmente deu de ombros e foi para cozinha, pensando no que iriam jantar. Mas LeRoy não estava em paz.

Como em todos os dilemas que tinha, a primeira coisa que fez foi ligar para Puck e como sempre o pai o atendeu prontamente.

_ Fala campeão. – apenas de o filho já estar beirando os quarenta, o pai ainda o tratava como uma criança.

_ Pai, a So me odeia. – resmungou o homem massageando as têmporas.

_ Ótimo, isso quer dizer que você está fazendo tudo certo. – riu o homem do outro lado da linha – LeRoy, lembra o que eu te disse quando a Nicoly engravidou? Você sabe que está fazendo tudo certo quando seus filhos te odeiam... Você e seus irmãos foram assim também.

_ Foi assim com vovô Hiram e vovô LeRoy? – perguntou o mais novo rindo.

_ Não necessariamente... Com Rachel e Santana sim, mas eu era meio que incontrolável. Não se esqueça que o apelido Puck me foi dado no primário. – riu o mais velho, acompanhado do filho – Agora, sem querer causar traumas... Mas sua mãe está me esperando.

_ Por favor, nem continue. – pediu o LeRoy com uma careta – Vou ajudar a Nicky com o jantar.

Desligou e foi até a cozinha, onde a esposa cozinhava na companhia do filho mais novo. Se juntou a eles e conversavam animadamente, quando Sophie entrou na cozinha emburrada. Seus olhos estavam vermelhos e ela fungava enquanto apanhava um copo de água na geladeira. Nicky foi até o armário e apanhou algo, enquanto a menina saia.

_ Sophie...  – chamou a mãe e a menina a encarou. Nicoly jogou para ela uma barrinha de chocolate, pegando-a de surpresa – Não se esqueça que já tivemos sua idade.

A menina deu um sorriso de canto, antes de subir as escadas em silêncio, deixando o resto da família a cozinhar. LeRoy sorriu com si mesmo, sabendo que o pai estava certo... Estava fazendo tudo certo. 


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado *-------*
Beijos fofinhas, ask ainda aberto para vocês *-*
http://ask.fm/WaalPompeo



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