Alguns dias após o incidente envolvendo a filha ilegítima do Diretor da Easter, os Guardiões retornaram ao seu mundo original, com seus corpos e personalidades restaurados, e completamente ilesos, exceto por algumas pequenas diferenças de antes de partirem, é claro. Após o episódio com a mais nova membro da Easter, tanto o Rei Hotori Tadase quanto o Valete Fujisaki Nagihiko descobriram possuir sentimentos um pelo outro e, depois de muitos problemas e contratempos, conseguiram se confessar um ao outro e arranjaram um jeito de ficarem juntos, ainda que em segredo. Apenas as pessoas que participaram deste acontecimento junto à eles sabiam sobre o romance entre os dois, e estas pessoas seriam os antigos e atuais Guardiões, Utau, Ikuto, e a própria causadora de todo esse incidente, é claro.

Poucos dias depois de toda a confusão pela qual eles passaram, Tadase e Nagihiko ficaram até mais tarde na escola, não significando necessariamente que os dois estavam juntos. Nagihiko ficou sozinho na sala de aula até mais tarde, estudando a matéria da prova que teria no dia seguinte, e que todos aqueles problemas anteriores não lhe permitiram estudar antes. No entanto, por mais que se esforçasse para compreender a matéria, aquilo simplesmente não entrava em sua cabeça, não importando quantas vezes ele lesse. Já estava lendo o mesmo parágrafo pela quinta vez, e como nas quatro vezes anteriores, ele nada entendia. Estava começando a cogitar a idéia de pedir ajuda à alguém, mas aquela explicação confusa e sem sentido do caderno parecia agir como um sonífero mais do que qualquer outra coisa. O clima ameno do pôr-do-sol entrando pela janela parecia contribuir para aumentar ainda mais o estado de sonolência do rapaz, até que ele não aguentou e adormeceu em cima do caderno.
Ao mesmo tempo, Tadase se encontrava sozinho no Royal Garden, terminando de organizar a pilha de relatórios que se acumulou na última semana. Ou melhor, tentando organizar. Eram tantas pilhas, tantos papéis, tantos documentos que ele estava longe de acabar, provavelmente não tinha chegado nem na metade ainda, e já tinha perdido há tempos o interesse pelo trabalho que ele geralmente gostava de fazer. Aqueles relatórios eram tão chatos e tediosos que conseguiram deixar até mesmo o dedicado e esforçado Rei de Seiyo mortalmente sonolento. Suas pálpebras ficaram pesadas, como se estivessem cheias de areia e, após alguns minutos lutando inutilmente contra seu estado de sonolência, Tadase adormeceu. Agora, tanto Tadase quanto Nagihiko dormiam ao mesmo tempo e, graças à isso, nenhum dos dois pôde ver os repentinos relâmpagos que se formavam do lado de fora, emitindo uma forte luz, completamente carregada. Era como a luz emitida pelo ataque de um Chara Nari. E, sem nem ao menos perceberem, os dois garotos foram atingidos pela misteriosa luz, mal sabendo o que lhes aguardava.

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– Mas hein...? Nossa, eu devo ter dormido, aquela matéria era chata o suficiente pra me fazer cair no sono, é impressionante! Mas onde... onde raios eu estou?! - Nagihiko olhou em volta ao acordar, sentindo-se um tanto perdido. Não estava mais na Academia Seiyo, embora esse lugar fosse estranhamente familiar. Resolveu deixar sua localização de lado quando viu Tadase desmaiado ao lado dele. Ficou chocado ao se deparar com o estado atual do loiro, mas logo se recuperou do choque, afinal, a saúde e o bem-estar de Tadase eram mais importantes do que sua aparência - Ei, Hotori-kun! Você está bem? Acorde, vamos, Hotori-kun! - ele sacudiu o garoto desmaiado, com mais força do que o necessário
– O que... o que aconteceu....? - Tadase esfregou os olhos sonolento, sentando-se rapidamente ao ver que estava nos braços de Nagihiko - F-Fujisaki-kun! Q-Que está havendo? Eu pensei que tinha adormecido no Royal Garden, mas... aqui não é a Academia Seiyo, é?
– Não, não é. E, antes de se preocupar com onde estamos ou como viemos parar aqui, acho... que deveria olhar melhor para si mesmo - Nagihiko apontou para o peito de Tadase, indicando suas roupas, e descendo um pouco o dedo até apontar para suas pernas. Tadase baixou os olhos para si mesmo e, como não podia deixar de ser, soltou um berro escandaloso.

Tadase pôs-se de pé, absolutamente aparvalhado com sua mais nova aparência: Agora, ele não trajava mais o uniforme masculino da Academia Seiyo, e sim o feminino. Podia sentir uma fria corrente de ar entre suas pernas esguias, passando por debaixo da saia. Sua estatura estava ainda menor do que antes, como se tivesse encolhido, ele devia ter mais ou menos a mesma altura que Yaya agora. Também reparou que agora havia um discreto volume em seu corpo, na região do tórax, que Tadase podia jurar que não existia até antes de ele pegar no sono. Logo depois, se deu conta de que seu cabelo havia crescido, batendo no meio das costas, preso em um rabo-de-cavalo baixo com um laço cor-de-rosa.

– Mas o que... c-como... o que... q-q-que raios aconteceu comigo??? - Tadase gritou ao recuperar a fala, ainda olhando para si mesmo em estado de choque. Assim que soltou o grito, percebeu que sua voz estava diferente também. Continuava gentil e suave como antes, no entanto, agora estava mais delicada e mais feminina
– Pois é... eu acho... q-que você meio que... virou uma garota - Nagihiko falou o óbvio, enquanto Tadase colocava as mãos na garganta, ao reparar que sua voz tinha mudado, como se isso fizesse alguma diferença no tom de voz que ele usava - Seu tom de voz confirma tudo, mas... ainda assim, acho que seria bom você conferir se... sabe... se o seu corpo... mudou por completo - ele apontou para a saia que o loiro vestia, indicando o que havia por baixo dela.

Sem pensar duas vezes, Tadase correu para longe de Nagihiko até ficar fora de seu campo de visão. Poucos instantes depois, pôde-se ouvir um berro ainda mais estridente do que o anterior, confirmando as suspeitas do Valete. Vários segundos depois, Tadase voltou para onde Nagihiko estava, com uma expressão de choque misturada com terror no rosto.

– E então?
– Não está... não está mais aqui... sumiu, como se nunca tivesse existido - Tadase murmurou, ainda misturando choque e desespero em sua nova voz, e Nagihiko teve uma estranha sensação de nostalgia - Mas como... como raios isso foi acontecer????!!
– Acalme-se Hotori-kun! - Nagi exclamou - Não vá perder a cabeça, por favor! Já basta ter perdido o...
– Fujisaki-kun! Como quer que eu me acalme, eu acabo de perder uma parte do meu corpo!! - Tadase gritou de volta, interrompendo-o - Eu me transformei em uma menina, como pode me pedir calma em uma situação como essa??? Não está entendendo o que está acontecendo comigo?!
– Ah, eu entendo sim. Eu posso entender melhor do que ninguém o que você está passando, acredite - Nagihiko respondeu - Mas acontece que ficar berrando aos quatro ventos não vai trazer seu corpo de volta ao normal
– Ah, não diga! O que sugere que eu faça então, hein, ô senhor espertinho?! Que me acostume a fazer xixi sentado e a usar saia?! Não consigo nem entender como raios isso aconteceu!!
– Bom, pensa bem... o lugar em que estamos agora, por exemplo... não é tão desconhecido assim, é? - Nagihiko falou, voltando a reparar no cenário.

Estavam em uma casa toda branca, sem qualquer aparelho eletrônico como televisão ou computador, que lhes permitisse se comunicar com outras pessoas, no entanto, havia um fogão e uma geladeira abastecida na cozinha, e quatro quartos no andar superior. Eles sabiam disso porque já haviam estado naquela casa antes, não muito tempo atrás.

– Mas essa casa é...
– Exato, é a casa onde passamos a noite antes de lutarmos contra aquela maluca da Easter - Nagihiko confirmou, com uma calma impressionante - E vê logo ali? - ele apontou para uma janela aberta, além da qual havia um monte de gramado em um terreno vazio - Aquele é o lugar no qual você se declarou pra mim quando eu era Nadeshiko. Você também e lembra desse lugar, não é, Tada-chan?
– Claro que lemb.... p-peraí, do que você me chamou??? - a falsa garota gritou atônita, se perguntando-se se havia escutado direito
– Bem, é que você é uma menina agora, então... não faz sentido continuar te chamando de "Hotori-kun" - Nagihiko falou como se aquilo fosse óbvio, um tantinho empolgado demais com a idéia - Então, enquanto você estiver assim, eu te chamarei de "Tada-chan"! Tudo bem pra você, Tada-chan?
– Fujisaki-kun, você... está estranho... - Tadase falou, com uma gota na cabeça, ainda meio sem graça com seu mais novo apelido - Pensei que só eu tinha mudado, mas você está meio diferente também... está mais desinibido, mais sorridente, mais... despreocupado, apesar dessa situação... ahh! É claro, você está igual a quando faz o Chara Change com o Rhythm! - Tadase apontou vitorioso para o Valete
– Ah, pensando bem, acho que estou mesmo - Nagihiko respondeu sem se importar, colocando as mãos atrás da cabeça - De qualquer forma, o lugar e a situação em que estamos agora... só existe uma pessoa que poderia fazer isso com a gente. E você sabe quem é, não sabe, Tada-chan?
– Sou eu, é claro!

Os dois escutaram uma voz feminina, infelizmente conhecida de ambos. Automaticamente olharam para o alto, e suas piores suspeitas se confirmaram. No teto, materializava-se uma espécie de tela gigante e redonda, que só podia estar flutuando, já que não era segurada por nada. Por ela, via-se uma garota de olhos azuis claros e cabelos avermelhados, bem compridos e soltos, exceto por dois rabinhos presos no alto da cabeça, um de cada lado. Ela trajava um vestido todo preto, com vários laços e rendas cor-de-rosa, no estilo gothic lolita. Apesar da estranha mistura de infantilidade e maldade em sua expressão facial, ela era um pouco mais alta e mais velha do que os dois, devia ter uns quinze anos de idade.

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– Ahh! A maluca da Easter! - Tadase exclamou, apontando para a tela
– Que grosseiro, eu tenho nome, sabia?! - a garota rebateu, um tantinho ofendida
– Tennousu Shiori - Nagihiko pronunciou o nome da provável culpada por aprisioná-los naquele lugar ao reconhecer a filha ilegítima do Diretor da Easter - É claro que isso só podia ser coisa sua
– É bom te ver também, Ex-Rainha! Ou melhor, Valete! - Shiori cumprimentou, sorridente demais pra uma vilã - Como têm passado, meus adoráveis brinquedinhos?
– Não somos seus brinquedos!! - Tadase exclamou com irritação na voz - Por que nos trouxe pra esse lugar de novo, hein?! O que a Easter está tramando dessa vez??
– Ah, calma lá, Chibi King, não precisa se estressar... ou será que eu deveria te chamar de Chibi Queen agora, hein? Você tá uma gracinha de saia, realmente daria uma ótima garota hahahahaha!! - Shiori soltou uma risada maldosa - E não, a Easter não tem nada a ver com isso dessa vez - a garota balançou as mãos, fazendo pouco caso da suspeita - Isso foi completamente e absolutamente idéia minha e de mais ninguém! - Shiori apontou para si mesma orgulhosa, como se tivesse tirado a maior nota da classe
– Ahh, que ótimo então, agora já sei quem devo punir por essa palhaçada! Não me interessa que você seja uma garota, se você não nos trazer de volta ao nosso mundo e restaurar meu corpo imediatamente, juro que farei você se arrepender de ter nascido!! - Tadase apontou ameaçadoramente para a tela pela qual a garota aparecia
– Calma lá, muita calma nessa hora, Tada-chan - Nagihiko colocou a mão no ombro da falsa menina ao seu lado, numa tentativa de acalmá-la - Primeiro quero ouvir o motivo pelo qual essa maluca da Easter nos trouxe pra esse lugar de novo. Depois a gente mata ela
– Como eu disse antes, a Easter não tem nada a ver com isso dessa vez, mas enfim... sabem, depois de tudo o que aconteceu, eu selei a memória do Valete, como ele havia me pedido. No entanto, como vocês bem sabem, não achei justo ele se esquecer de tudo aquilo, já que os sentimentos dele pelo Chibi King eram reais afinal! Então eu retirei o selo mesmo contra a vontade dele poucos dias depois. Não falei com mais nenhum de vocês pirralhos depois disso, mas mantive contato com o Ikuto-kun e a Utau-chan, e eles me contaram que vocês se acertaram... pessoalmente, fiquei muito feliz com isso, afinal, significa que, mesmo depois de eu ter aprontado tudo aquilo, ao menos uma coisa boa eu acabei fazendo, já que vocês dois conseguiram se acertar graças à euzinha aqui! - Shiori apontou orgulhosa e sorridente para si mesma outra vez - Mas... não é justo que eu não desfrute nem um pouquinho disso depois de todas as confusões que armei pra juntar vocês dois! Então, trouxe vocês aqui porque... eu queria ver como anda o relacionamento de vocês!
– Sua despirocada obcena, quer dizer que você nos aprisionou de novo só porque queria nos ver namorando, é isso??? - Tadase gritou, o rosto vermelho de raiva, agarrando uma cadeira e jogando contra a tela que mostrava a garota. Obviamente, a cadeira foi repelida por uma barreira invisível antes que acetasse o alvo
– Ihh, pode jogar a casa toda em mim se quiser que não vai fazer a menor diferença.... eu controlo esse mundo afinal, se lembram? Então pode parando com esse ataque de TPM, Chibi King! - Shiori falou despreocupada - Vocês estão em um mundo de ilusões agora, nada do que façam pode me afetar. E, é claro, que nada do que vocês façam aqui será real também, então podem mandar ver sem se preocupar com nada!
– Sei... em outras palavras, você nos trouxe aqui só pra estar à par do nosso relacionamento, é isso? - Nagihiko perguntou de novo, só para ter certeza
– Exatamente!
– E, se nós nos recusarmos a te dar o que você quer, o que acontece?
– Bem, como você já deve saber, vocês não poderão sair daí até fazerem o que eu estou mandando... nem mesmo dessa casa vocês poderão sair dessa vez! E também, é claro, vocês não terão isso de volta - ela mostrou três Shugo Tamas em suas mãos. Na mão direita, havia um ovo rosa e um ovo azul, ambos decorados com flores, eram os Shugo Tamas de Temari e Rhythm. E, na mão esquerda, estava um ovo todo branco decorado com uma coroa dourada, era o Shugo Tama de Kiseki - Se não me mostrarem o que eu quero ver, seus Shugo Charas não serão devolvidos, e nem a liberdade de vocês. Não se preocupem, não tenho a menor intenção de transformá-los em Batsu Tamas ou coisa do tipo, eu não ganharia nada com isso afinal, eles são apenas uma garantia de que vocês vão me obedecer. E também não há mais nenhuma outra pessoa nesse mundo de ilusões agora, apenas vocês dois. Então, acho que vou cortar a comunicação agora, pra deixar vocês mais à vontade... divirtam-se, meus adoráveis brinquedinhos, e espero que me divirtam também! - Shiori acenou para eles, sorrindo mais do que nunca, e a tela por onde ela aparecia desapareceu em seguida
– Eu não acredito que isso está acontecendo... - Tadase se jogou no sofá exausto, ou melhor, exausta
– Ah bem, ao menos dessa vez não temos que dançar todas aquelas músicas de anime, nem fazer cosplay, ou jogar pocky game. Temos que realizar apenas uma tarefa, e bem mais simples, dessa vez - Nagihiko argumentou, como se isso fosse um grande consolo
– Você está despreocupado demais, Fujisaki-kun... essa sua nova personalidade alterada é muito folgada - Tadase observou de mau-humor - Não está preocupado com tudo isso?! Aquela maluca da Easter raptou nossos Shugo Charas outra vez! E aposto que ela deve estar nos observando de algum lugar agora mesmo!!
– Será? Eu não vejo nenhuma tela gigante agora - Nagihiko respondeu dando de ombros - Além do mais, você sabe que, se não fizermos o que ela quer, não teremos nossos Shugo Charas de volta, e também não conseguiremos sair daqui
– Sei disso, mas mesmo assim... - Tadase se remexeu no sofá, incomodada - E você está realmente despreocupado demais... não me diga que está gostando dessa idéia??
– Hehehe... como adivinhou? - Nagihiko perguntou com um enorme sorriso
– Isso é sério?! - Tadase levantou do sofá, sem conseguir acreditar no que o maior dizia - Droga, acho que sua nova personalidade não é apenas liberal não, é pervertida também - ela resmungou para si mesma - Aliás, como você aguentava isso na época em que era a Fujisaki-san, hein?! Essa saia do uniforme feminino é tão curta... e ainda por cima fica entrando um ventinho gelado por baixo - Tadase segurou a barra da saia, o rosto corado de vergonha
– Tá vendo só o que eu passei?! Não é nada fácil se fingir de garota, viu, muito menos ser uma de verdade! - Nagihiko balançou a cabeça veementemente
– É realmente incrível que você tenha aguentado viver assim por tantos anos - Tadase admitiu - E esse cabelo comprido então?! Por que raios meu cabelo tinha que crescer, ele está tão pesado agora! Como você aguenta isso até hoje?!
– Acabei me acostumando com o cabelo comprido, acharia estranho cortar ele agora - Nagihiko respondeu simplesmente - Mas não ficou nada mal em você, Tada-chan. Você ficou uma gracinha assim na verdade - Nagihiko deu uma piscadela, fazendo a falsa garota corar mais ainda
– N-Não diga essas coisas de repente, me deixa sem graça! - Tadase desviou o rosto dele - Droga, qual a necessidade daquela otaku maluca me transformar em garota afinal?! Ela podia ter me deixado do jeito que eu era, ou com aquela personalidade egoísta do Chara Change, como antes!
– Humm é verdade... mas acho que a Shiori te transformou numa garota tsundere agora - Nagihiko observou - Demo nee Tada-chan... eu me lembro de que, quando ficamos presos nesse mundo pela primeira vez, quando eu ainda era a Nadeshiko e você tinha aquela personalidade megalomaníaca... você me disse uma vez que queria ficar comigo, independente de coisas como verdadeira identidade, ou verdadeiro gênero. Na época, eu não entendi isso direito. Não entendia como você era capaz de me querer, mesmo sabendo que, na verdade, eu era um garoto. Eu não queria ficar com você naquela época porque a verdade era que ambos éramos garotos, e achei que você me deixaria quando voltássemos ao normal, e se afastaria de mim. E então, você me disse que, se eu voltasse ao normal, se voltasse a ser um rapaz, e se você fosse uma menina, ainda assim você iria querer ficar comigo, e me perguntou se eu aceitaria ficar com você dessa forma. Na época, eu achei aquilo um absurdo... mas isso está acontecendo agora. Entendo agora o que você me disse daquela vez... mesmo você tendo se transformado em uma menina, eu ainda quero ficar com você. Como você mesma me disse uma vez... não me importa se você é um garoto ou uma garota, não me apaixonei por você por causa do seu gênero, e sim por causa da sua personalidade e da pessoa que você é. Então, não me importa o que você é agora... não me importa se você for um Rei egocêntrico, ou uma menina tsundere, ainda assim, eu continuarei te amando, Hotori Tadase. Mas... isso de nada importa se você não for capaz de aceitar minha nova personalidade. Você pode fazer isso? Pode aceitar essa minha personalidade... "despreocupada e folgada", como você mesma disse?

Tadase encarou o garoto diante de si com surpresa. Nagihiko parecia sério e um tanto aflito, coisa que não combinava com a nova personalidade impulsiva que o Valete adquiriu. Isso lá era pergunta pra se fazer?! Ainda que essa personalidade fosse um pouco incômoda, não chegava nem perto da personalidade megalomaníaca do Chara Change de Tadase, ou da situação que ele mesmo, ou melhor, ela mesma estava enfrentando nesse momento! No entanto, Tadase também sabia que a nova personalidade de Nagi era também impaciente, então achou melhor responder logo:

– Isso lá é pergunta que se faça numa hora dessas?! Sua nova personalidade não chega nem perto do que eu estou enfrentando agora! O fato de você estar mais liberal e impulsivo agora... isso é o de menos, então é lógico que eu não tenho escolha a não ser aceitar isso, não é? - Tadase virou o rosto para o lado, fingindo irritação para disfarçar o embaraço - Isto é... se você também for capaz de aceitar o fato de que me transformei em uma menina, é claro
– Eu te aceito e te amo, não importa a aparência ou personalidade que você tenha, Tada-chan... já te falei isso, não foi? Bem, não importa, repetirei isso quantas vezes forem necessárias - Nagihiko falou, voltando a sorrir. Em seguida, enlaçou a cintura da falsa menina diante dele, abraçando-a - Eu te amo, Tada-chan... te amo muito mesmo
– H-Hai... também te amo, Fujisaki-kun... mais do que tudo nesse mundo - Tadase segurou a camisa do mais alto, as mãos trêmulas e o rosto ruborizado, evitando encará-lo nos olhos devido à vergonha que sentia. Mesmo assim, Nagihiko segurou seu queixo, usando o dedo indicador e o polegar, forçando a falsa menina a olhar para ele. Mal seus olhos se encontraram e Nagihiko selou seus lábios nos dela, beijando-a vorazmente. Tadase corou furiosamente, e reparou que o beijo estava mais apressado e mais urgente do que os beijos cheios de delicadeza e suavidade com os quais havia se acostumado, e deduziu que era por causa da nova personalidade inconsequente e impulsiva do Valete. Logo sentiu a língua do maior tocando seus lábios, tentando forçá-los a se abrir mesmo antes de obter permissão. Com certo receio, Tadase entreabriu os lábios, e logo sentiu a língua apressada do Valete invadir sua boca com paixão, explorando cada pedacinho de sua cavidade bucal, e deixando escapar um gemido involuntário.

As mãos de Nagihiko percorriam o corpo da falsa garota com uma velocidade e experiência nunca vistas antes, acariciando seus cabelos, passando pelos ombros, descendo pelas costas, tocando seu quadril, até começar a adentrar a saia, fazendo Tadase gemer cada vez mais alto devido ao susto e à agitação que lhe invadia ao sentir aquele toque em sua pele. Quanto mais o toque de Nagihiko se intensificava, mais a agitação crescia no corpo diminuto de Tadase, somando-se à elas um terrível nervosismo e uma inexplicável excitação. Conforme o ritmo acelerava, tornando-se perigosamente mais intenso, mais Tadase tinha a certeza de que não teria mais volta. A falsa menina podia sentir a língua dele penetrar em seus lábios e explorar cada parte do interior de sua boca com movimentos extasiantes, arrancando-lhe suspiros e exclamações. Tadase podia sentir o corpo quente e incrivelmente cheiroso de Nagihiko pressionado contra o seu com perfeita precisão, contrastando com o seu próprio, que tremia, tanto por causa da agitação quanto por causa do nervosismo. Vergonha, ansiedade, agitação, receio, e até uma certa excitação mesclavam-se dentro do corpo diminuto de Tadase, causando uma imensa desordem em seu interior. Estava tão concentrada na mão do valete tocando em suas pernas que não percebeu que, enquanto isso, a outra mão abria e retirava lentamente seu uniforme, começando pela capa, depois o paletó, a gravata, até que lhe restasse apenas a blusa branca do uniforme escolar. Ao perceber isso, Tadase ofegou de surpresa, e fez um tremendo esforço para se afastar, interrompendo o beijo.

– Q-Q-Que pensa que está fazendo Fujisaki-kun?! Você... v-você estava... estava me... m-me d-de-desp... - Tadase não conseguiu sequer terminar a frase, devido tanto ao embaraço quanto a falta de oxigênio em seu corpo
– Só estava dando um pouco de fanservice à nossa anfitriã despirocada - Nagihiko respondeu com um sorriso maroto - Mas... acho que não é justo apenas você estar assim, não é? Por acaso quer me despir também, Tada-chan? - ele levantou um pouco a blusa, sugestivamente
– E-E-E-EU não... n-não poderia... f-fa-fazer isso... - Tadase desviou os olhos imediatamente, sentindo uma nova onda de vergonha invadir-lhe
– Bem, tanto faz - Nagihiko deu de ombros e, sem mais aviso, começou a retirar a própria capa de Guardião que vestia, o paletó preto, a gravata, e a camisa branca. Quando ia tirar a bermuda xadrez, Tadase o deteve, segurando suas mãos com toda a força que possuía em seu corpo diminuto
– P-Pare aí mesmo, Fujisaki-kun! Que pensa que está fazendo, hein?! - Tadase berrou, a vergonha de antes sendo rapidamente substituída por um profundo estado de choque
– Como eu disse, é fanservice...
– Nada disso!! - Tadase tornou a gritar - Não que eu me importe de você... f-ficar sem camisa assim, ou coisa do tipo... a-afinal, não é a primeira vez que te vejo assim - Tadase observou. Embora tentasse não olhar para o peito do maior, seus olhos acabavam sendo misteriosamente atraídos naquela direção - Mas é só que... eu não quero... n-não quero que aquela otaku lunática te veja sem roupa! Não quero... não quero que ela te veja assim... não quero que mais ninguém te veja assim... eu... s-só eu posso ver!
– Ehhh... está com ciúmes, Tada-chan? - Nagihiko perguntou, seu sorriso se alargando tanto a ponto de ser comparado ao sorriso do Gato de Cheshire - Kawaii... você fica uma gracinha quando está com ciúmes, sabia disso? - Nagihiko sussurrou em seu ouvido, fazendo a falsa menina se arrepiar por completo
– E-Eu não estou com ciúme! - Tadase negou veementemente, embora fosse óbvio que estava mentindo - Eu só... n-não acho certo... você ficar se mostrando assim pra qualquer um, sem vergonha nenhuma.... isso é falta de vergonha na cara, isso sim! É falta de vergonha, não é ciúme, ouviu bem?! - Tadase reafirmou, ainda que fosse cada vez mais evidente que estava morrendo de ciúmes
– Huhuhu... você se transformou em uma gracinha de tsundere ciumenta, sabia disso, Tada-chan? - Nagihiko sussurrou em seu ouvido, lhe causando outro forte arrepio - Não se preocupe... eu sou todinho seu. Cada pedacinho desse corpinho escultural aqui - ele passou as mãos pelo próprio corpo, um tanto convencido demais - É todo seu. Assim como você, Tada-chan... cada pedaço desse seu lindo corpinho é todo meu. Mas eu até que te entendo... sou bem egoísta, sabe, então não seria capaz de dividir o meu tesouro mais precioso com mais ninguém... por isso não posso te dividir com ninguém, não importa quem seja, Tada-chan... porque você é meu, e de mais ninguém. Ou será... que eu deveria dizer "minha"?

Tadase abriu a boca para reclamar da provocação, mas Nagihiko tornou a calar-lhe com um beijo. Agarrou a falsa menina com mais força dessa vez, de modo que ambos perderam o equilíbrio e caíram deitados no sofá, Tadase caindo por baixo de Nagihiko. Tadase agarrou-se aos longos cabelos do Valete, trazendo-os mais para perto, afim de aspirar mais do delicioso cheiro de cerejeiras que o garoto exalava. Mesmo que seu corpo estivesse ainda menor agora, Nagihiko era surpreendentemente leve, ao contrário do que Tadase imaginara. Logo sentiu a língua do maior invadindo o interior de sua boca novamente, enquanto suas mãos agéis percorriam velozmente o corpo diminuto embaixo dele. Nagihiko sentiu aquele delicioso cheiro de morangos invadindo suas narinas e o embriagando por completo, fazendo com que ele desejasse ainda mais a falsa garota embaixo dele. Conforme o ritmo acelerava, tornando-se perigosamente mais intenso, mais aumentava a agitação no interior do corpo de Tadase, que podia sentir a língua do maior penetrar em seus lábios e explorar cada parte do interior de sua boca com movimentos sedutores, arrancando-lhe gemidos cada vez mais altos. A mão esquerda do garoto, que antes a segurava pela nuca, agora deslizava suavemente até seus ombros, acariciando-a, enquanto que a mão direita, antes em sua cintura, agora deslizava até a coxa, antes encoberta pela saia há poucos instantes atrás, mas agora totalmente levantada por conta dos movimentos frenéticos de suas pernas, que se tocavam e roçavam umas nas outras. Tadase sentia o peito nu do garoto contra o seu corpo com perfeita precisão: O corpo do Valete estava quente e suado por conta do afobamento do rapaz, contrastando com o seu próprio, que tremia de nervosismo e excitação. O garoto a segurava com mais força do que o necessário, desejando-a, quase que possuindo-a. Havia certa urgência em seus beijos, cada vez mais provocantes e ardentes, como se ele quisesse dominá-la, possuí-la, ali e agora. O rosto de Tadase estava muito quente e inteiramente rubro, e ela podia sentir seu coração batendo num ritmo frenético, descompassadamente, embora já não se importasse mais com nada disso.
No entanto, como agora os dois estavam deitados no sofá, e com Nagihiko por cima da falsa garota, agora ambos estavam parcialmente escondidos graças aos longos cabelos do Valete. Mesmo o garoto estando sem blusa, nada de muito interessante podia ser realmente visto nessa posição.
Os dois ficaram assim por um bom tempo, aproveitando a (quase) privacidade que raramente tinham, até que o cansaço lhes invadiu novamente, e nem perceberam quando adormeceram.

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Nagihiko levantou a cabeça, acordando assustado. Estava de volta à sala de aula da Academia Seiyo. Na mesa diante dele, haviam cadernos e anotações espalhadas, que ele aparentemente havia usado como travesseiro. As imagens sobre o tempo que passou com Tadase, sozinho em uma casa no meio do nada, graças à uma antiga inimiga, ainda giravam em sua cabeça, embaralhadas. Era difícil saber se aquilo tinha sido apenas um sonho bizarro ou se foi real. Levantou-se e, enquanto se perguntava se deveria correr até o Royal Garden para confirmar suas suspeitas com Tadase, ou se juntava aquele monte de cadernos primeiro, a porta da sala de aula se abriu em um rompante, e Tadase entrou por ela, esbaforido.

– Fujisaki-kun! Fujisaki-kun, eu tive... tive um sonho... um sonho muito estranho, eu acho... - ele falou, sem fôlego de tanto correr - Nós estávamos diferentes, naquela casa onde passamos a última noite naquele mundo de ilusões... e, no sonho eu vi...
– ... Tennousu Shiori, certo? - Nagihiko completou a frase para ele - Eu estava com a personalidade do Chara Change do Rhythm, e você tinha.... tinha se transformado em... b-bem...
– E-Eu sei, eu me lembro disso - Tadase murmurou envergonhado, tentando evitar falar disso - Eu... c-conferi meu corpo antes de vir aqui... não há nada de diferente nele agora
– Hotori-kun... acha que isso foi só um sonho? - Nagihiko sugeriu, ainda em dúvida - Quero dizer, ambos estamos completamente normais, e na escola agora, então... espera aí, e os nossos Charas??
– Kiseki estava dando aquela reunião de sempre no Royal Garden quando eu saí de lá... Temari e Rhythm estavam com ele - informou o Rei
– Ah, certo - Nagi suspirou aliviado - Então deve ter sido só um sonho mesmo, não é?
– Talvez, mas... como nós dois fomos ter exatamente o mesmo sonho?? Não acha isso estranho? - o loiro perguntou
– Estranho é, mas... pense bem, nós nunca mais vimos a Shiori depois do que aconteceu. E a Amu-chan nos contou que, segundo o Ikuto, ela se mudou pra outra cidade, ela nem está mais por perto agora. Não tem como ela ter voltado pra essa cidade só pra fazer uma coisa dessas. Tudo bem que aquela garota é maluca, mas nem tanto!
– É... talvez você tenha razão - Tadase falou, ainda meio em dúvida - Vai ver foi só algum tipo de efeito colateral por termos passado tanto tempo naquele mundo de ilusões ou coisa assim... é, deve ter sido um sonho mesmo - ele sorriu aliviado, se convencendo de que nada daquilo foi real
– É a única explicação. Verdade que é meio esquisito nós dois sonharmos a mesma coisa, mas... só pode ter sido isso mesmo. Sem falar que.. o fato de termos tido o mesmo sonho talvez signifique... q-que realmente estamos unidos pelo destino, desde sempre... ou algo assim - Nagi falou, sorrindo meio sem jeito, fazendo o Rei corar furiosamente - Demo nee Hotori-kun... ainda que tenha sido só um sonho, o que eu disse antes era verdade, viu? Não importa que tipo de aparência ou personalidade você venha a ter no futuro... eu sempre continuarei te amando - ele segurou a mão de Tadase entre as suas, sorrindo gentilmente
– H-Hai... sei disso, Fujisaki-kun. Assim como você também sabe... que eu também sempre amarei você por completo. E isso inclui o seu outro lado também. Eu amo demais... o Fujisaki-kun, e a Fujisaki-san também - Tadase sorriu sem graça, o rosto ainda mais ruborizado, apertando as mãos do Valete com força. Ele tentou se aproximar, parecendo querer fazer algo mais do que apenas segurar as mãos de Nagi, mas só conseguiu corar mais ainda, até que sentiu Nagihiko selando seus lábios nos dele, beijando-o. Tadase arregalou os olhos por um momento, sendo pego de surpresa, mas logo se recuperou do choque, e atirou seus braços ao redor do pescoço do maior, abraçando-o com força e correspondendo ao beijo. Entreabriu os lábios ao sentir a ponta da língua do Valete tocando-os, e permitiu que Nagihiko aprofundasse o beijo, que era lento e delicado, como Tadase estva acostumado, ao contrário dos beijos urgentes e provocantes do "sonho". A sensação de ter Nagi assim tão perto de si, de sentir o cheiro dele tão próximo era tão real quanto em seu sonho, o que quase fez o loiro duvidar se aquilo tinha sido realmente um sonho ou não. Alguns segundos depois, quando Tadase começou a sentir falta de ar, Nagihiko o soltou.

– Prontinho. Feliz agora? - o maior perguntou
– O q-que??
– Bem, é que... você estava me olhando de um jeito... você queria me beijar, mas não conseguia, não era? - Nagi indagou, adivinhando os pensamentos do Rei
– O que?! E-Eu não... isto é... q-quero dizer... - o loiro gesticulou nervoso, incapaz de formar uma frase coerente - E-Eu... bem... n-não importa o que eu quero ou deixo de querer, você não deveria fazer esse tipo de coisa na escola, alguém pode ver!! - ele virou o rosto para o lado, fingindo irritação, numa tentativa inútil de disfarçar o rubor de sua face
– Hai, hai, me desculpe... mas que você parece bem mais contente agora, parece - Nagihiko insistiu, dando uma risadinha
– J-Já falei que isso não importa! - o Rei exclamou nervoso - Então... etto... m-melhor irmos andando agora, não é? Precisamos voltar pra casa logo - ele tentou desconversar, numa tentativa de sair daquele terrivel estado de embaraço
– Claro. Espere só um minuto, vou guardar minhas coisas e já vamos - ainda rindo do quanto era fácil deixar seu Rei sem graça, Nagihiko guardou seus cadernos e anotações de qualquer jeito na mochila, e partiu junto com Tadase, ambos completamente convencidos de que tudo não passou de um sonho.

Enquanto isso, longe dali, em um quarto onde haviam muitos CDs de músicas de anime, cosplays, e uma caixinha de pocky...

– Huhuhu... tudo saiu exatamente como planejei! Consegui filmar cada detalhe dessa cena maravilhosamente bombástica, e eles pensam que tudo não passou de um sonho... kyaaaaa que demais!! Eu sou ou não sou um gênio, hein Mabo-chan?!
– Só se for um gênio louco né - respondeu a Shugo Chara da garota que não cansava de se gabar - Por que fez tudo isso afinal, hein Shiori?! E pensar que você teve o trabalho de adiar sua viagem pra Kyoto só pra armar toda essa confusão! Aqueles garotos eram nossos inimigos até poucos dias atrás, por que você fez tudo isso afinal?!
– Ora, mas é claro que é porque eu queria ver como andava o relacionamento deles! - a garota respondeu, como se falasse o óbvio - E que cena mais incrível essa, viu, estou babando até agora, ai, ai... aqueles dois se empolgaram mais do que eu imaginava hahahahahahaha!
– Sério que foi só por isso que você os sequestrou de novo??
– Bem, acho que também foi porque... mesmo tendo conhecido aqueles meninos como meus inimigos, no final das contas, acabei simpatizando com eles... foi quase como se eu tivesse amigos de verdade
– Não me diga que você queria ser amiga deles?! - indagou a Chara incrédula
– Não, não, claro que não, Mabo-chan! Jamais sonharia com uma coisa dessas... não depois de tudo o que eu fiz com eles - Shiori deixou escapar um sorriso triste - Mas, ainda assim, acho que me afeiçoei à eles de certa forma... sem falar que aqueles meninos Guardiões são uns brinquedinhos tão adoráveis, não consigo ficar longe deles!
– Eles não são brinquedos, são pessoas, Shiori - sua Chara corrigiu, com uma gota na cabeça
– Ah, eu sei, mas é tão divertido aprontar com eles! Principalmente o Chibi King e a Ex-Rainha... ou melhor, Valete. Eles formam um casal tãããão fofooooo!! - a garota se balançou de um lado para o outro, com empolgação excessiva - No fundo, fico feliz que todas aquelas maldades que aprontei com eles tenham servido ao menos pra aproximar esses dois
– Shiori... não me diga que, no fim das contas, você.... realmente se apegou à eles?
– Isso não importa realmente, importa? Depois de tudo o que aconteceu, o melhor é eu me mudar logo e deixá-los em paz de uma vez por todas - Shiori respondeu, sorrindo melancolicamente, e observando o pôr-do-sol pela janela, sem realmente vê-lo - Bem, eu já tive diversão o suficiente com o Chibi King e o Valete... mas com os outros não
– Shiori... não me diga que você vai...?!
– Então, qual o próximo casalzinho fofo você acha que eu devo artomentar, hein Mabo-chan?

~*~ THE END ~*~