E então ela estava o beijando. E ele beijava bem, e como não poderia? Ele deveria ter séculos de prática - e Mônica se recusou em pensar, ou cogitar algum número aproximado -

Ela separou lentamente seus lábios para poder olhar um pouco em seus olhos. Ele era tão lindo. Ela já havia mencionado isso uma vez? Era só que... Ela adorava falar isso. Ele era tão lindo quando Cebola, e isso poderia parecer impossível.

- Chega! Isso é errado - Ela sussurrou assim que seus lábios já estavam totalmente separados.

Mas nunca havia sido certo, desde o início.

E uma onda de tristeza e saudade a atingiram como uma chicotada, ela queria poder se confessar, despejar em alguém tudo o que sentia por eles, cada sentimento errado, cada mísera parte desde o momento em que eles se conheceram. Ela tinha uma história para contar, mas ninguém que a pudesse ouvir.

Uma Magali numa hora dessas viria muito a calhar. E ela se sentiu lacrimejar mais um pouco.

- Não chora. - ele sorriu - mas talvez o meu brilho dourado seja forte demais para seus pobres olhos mortais. - Essa foi horrível, sério.

E então o vampiro desacordado saltou num pulo e Mônica sentiu um alivio tão grande que caiu de joelhos para o observar melhor. E ele sorriu, não seria maravilhoso acordar todos os dias com aquele rosto te observando. E, se dependesse deles aquela realidade não estaria muito longe.

- E vocês descobriram alguma coisa? - Cebola saiu da sua droga chamada Mônica Souza.

Descobri os lábios de DC. Mônica pensou, mas guardou aquele pensamento trancado porque agora ela estava ali, com ele e nada nem ninguém poderia atrapalhar isso.

- Olha, o gelo não é tão fino quanto parece - DC deu um leve sorriso sarcástico para Mônica, que revirou os olhos, com uma pontada de medo do que aquele garoto poderia falar - Mas é só se você não tomar cuidado. Mas, de qualquer modo, essa é a nossa única opção contra bruxas ou qualquer outro ser sobrenatural.

Mônica puxou uma lufada de ar antes de souta-lá. Seria um desafio, mas Mônica adorava desafios.

E ela colocou um pé receosa no gelo, podendo perceber que logo atrás de si, havia um Cebola com as mãos esticadas, desesperado, como se a qualquer momento fosse a precisar agarrar para não cair. E Mônica tentou não se ofender tanto com esse pensamento.

- Nossa, está firme. - Mônica sorriu, plenamente satisfeita e se direcionou a eles - Vamos ou estão esperando para morrer?

Todavia, qualquer um do caminho que eles escolhessem, tinha uma chance clara de os levar para a morte certa.