Tempestade De Memórias escrita por gui


Capítulo 8
Capítulo 8: Medíocre Memória




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Enquanto ele se movia em cima de mim, minha mente voltava para o dia em que eu o encontrei na minha cama com outra mulher, vamos Catherine não é hora de pensar nisso, você esta transando com ele por que você quis, eu já ouvia os gemidos dela mesmo da escada, os mesmos gemidos que agora se misturavam aos meus, eu não queria acreditar, mas o que eu via era muito real, por mais que ele fosse um cafajeste eu o amava, e agora eu estava indo no mesmo caminho, no fundo eu sabia que ele nunca iria mudar, mas aqui estava eu me entregando a ele de novo, as imagens dele com ela na minha cama não saiam da minha mente, não era hora para lembrar daquilo, mas não consegui segurar e uma lagrima escorreu, eu fungo tentando conter as lágrimas que escorriam cada vez mais, ele para de se movimentar e olha para mim, mas eu viro o rosto me escondendo.

- olha para mim!? – ele vira meu rosto com a mão. – você está chorando?

- não é nada somente continue.

- não Catherine se você não queria era só ter me dito.

- eu sei Eddie, mas eu queria.

- então por que está chorando?

- já disse que não é nada. – eu não conseguia parar de chorar, então ele sai de dentro de mim e se senta também com os olhos cheios de lágrima.

- me perdoa Cath, eu não queria te forçar a nada, eu sou mesmo um idiota eu deveria ter sumido da sua vida, eu já te machuquei o suficiente, não tenho o direito de fazer mais isso, me perdoa. – ele se levanta e vai saindo.

- Eddie? – eu o chamo, mas ele já tinha ido.

            Coloco minha roupa, fico um pouco na sala até eu parar de chorar, depois vou para o quarto dele. Me aproximo da cama, ele estava virado de costas.

- Eddie? – ele não me responde, - está dormindo? – eu pergunto, mas ele permanece em silencio. Entro debaixo da coberta e o abraço por trás, ele segura minha mão.

- desculpa. – eu sussurro no ouvido dele. Ele se vira para mim e me abraça, descanso minha cabeça em seu peito e adormeço.

Lindsay pula no meio de nós dois, nos acordando

- hora de acordar! – ela diz toda feliz.

- EEEE hora de acordar. – Eddie diz fingindo uma empolgação.

- pensei que vocês fossem amigos. – ela diz sem mais nem menos, em um tom de pergunta, olhando para mim.

- e somos; querida.

- não sabia que amigos podiam dormir juntos. – eu tento conter a minha vontade de rir, ela tinha uma cara seria e um olhar de repreensão.

- é que estava muito frio então decidimos dormir juntos para esquentar, só isso!

- ah entendi, eu acho. – ela me diz, mas eu ignoro esse “eu acho”. – vamos tomar café? Estou morta de fome! – ela diz e sai correndo do quarto.

- Eddie sobre ontem...

- esquece Catherine

- Catherine? Você não costuma me chamar assim.

- é, mas é assim que eu deveria te chamar.

- por quê? – eu pergunto.

- por que eu sou apenas o pai da sua filha, que passa o final de semana com ela e devolve no domingo a tarde. – diz ele ironizando o devolve.

- não Eddie. – ele levanta da cama saindo do quarto. – espera. – eu peço e ele olha para mim com os cheios de lágrimas. – você está me mostrando que é mais do que isso!

- eu não mereço ser mais do que isso... Você não tem noção do quanto dói saber que eu te perdi que eu perdi a Lindsay, que eu perdi a chance de ser feliz com uma família, mas o que mais dói é saber que isso é tudo culpa minha. Sabe; Às vezes eu acho que você tem mesmo razão, que eu nunca vou mudar. – ele sai do quarto me deixando sozinha. Não tocamos mais no assunto desde então, tomamos café e arrumamos as coisas para irmos embora.

Pegamos a estrada ainda de manhã, queríamos chegar antes de anoitecer, mas não deu ao chegarmos o sol já havia desaparecido entre as areias do deserto de Las Vegas.

- então eu vou indo. – ele me diz ao colocar nossas malas no chão da sala.

- você não quer ficar para...

- não obrigado, eu tenho mesmo que ir. – ele diz me cortando, decido não discutir estava cansada demais para isso a viajem havia sido longa. Ele vai até a porta e me dá um ultimo olhar, abaixa a cabeça e se vira, parecia que agora ele estava indo embora de verdade, doeu mais agora do que no divorcio, ele fecha a porta sem olhar para trás. No divorcio eu sentia que ele estava deixando de viver comigo, agora eu sentia que ele estava deixando de me amar.

            Os dias passavam e ele quase nem falava comigo mais, somente o necessário. Nos finais de semana ele buscava Lindsay e depois levava no domingo, às vezes ele nem entrava se despedia dela do carro, esperava que ela entrasse e ia embora. Eu estava sentindo a falta dele e eu não iria deixar que terminasse assim eu iria atrás dele, mais uma vez eu iria tentar salvar o que a gente tinha, mas dessa vez não era pela Lindsay e sim por mim. eu sentia que dessa vez estava valendo a pena, se ele havia mudado ou não tanto faz acontece que eu o amo e isso nunca vai mudar.

            Eu bato na porta impaciente, até que ele abre.

- Cath? O que está fazendo aqui? – ele mal abre a porta.

- eu queria conversar, você sumiu. – eu digo o olhando.

- foi melhor assim.

- eu não achei melhor.

- Catherine é melhor você ir embora.

- por quê? Não gosta mais da minha companhia?

- eu estou acompanhado!

- dane-se, eu sinto sua falta. – eu me aproximo dele.

- vai embora, fica longe de mim, é o melhor para você!

- eu sei que é o melhor para mim, mas não é o que eu quero. Me deixa entrar. – eu me aproximo da porta, mas ele não a abre.

- eu não quero te ver sofrendo por minha causa de novo, então, por favor, vai embora.

- eu não vou embora, eu posso dormir aqui, parece bom. – eu digo olhando para o chão da varanda. – ele sorri e balança a cabeça.

- você é a pessoal mais teimosa que eu já conheci.

- então, vai me deixar entrar?

- eu tenho companhia.

- eu não me importo. – ele levanta a sobrancelha para mim, mas me dá passagem para eu entrar. Ficamos na sala.

- sabe, eu te perdoei pela traição, o problema é que eu nunca vou esquecer e que eu nunca vou deixar de te amar. – eu o beijo e ele me beija de volta.

- Eddie quem era? – a garota entra na sala e paramos de nos beijar.

- Eddie? Mais que droga, seu cafajeste. – a garota pega sua bolsa e vai embora chorando.

- ela nunca mais vai querer me ver por sua culpa.

- é.

- se sente vingada?

- um pouco. – eu digo e volta a beijá-lo.

- ela era uma garota legal sabia?

- quer que eu a chame de volta? - eu vou até a janela. - hey garota o eddie te ama foi eu quem o beijei a força.

- vai se danar. - a garota me diz e vai embora.

- eu tentei. - ele sorri.

- mas é você quem eu quero

ele tira minha blusa e coloca suas mãos por baixo dos meus cabelos parando de me beijar e me fazendo olhar nos olhos dele.

- não vai chorar, vai?

- idiota! – eu digo sorrindo.

- eu sei que eu já disse isso muitas vezes e muitas vezes não teve significado nenhum, mas essa é a coisa mais verdadeira que eu poderia dizer, eu te amo!

- eu também. – ele volta a me beijar, mais apressado, ele me empurra forte contra a parede.

- você é a mulher da minha vida. – ele diz ao meu ouvido. – e eu quase te perdi.

- mas não perdeu.

- eu sei, mas é que...

- para de falar e vamos pro quarto. – eu o beijo e nós vamos para o quarto e nos amamos.

            Eu me surpreendi, Eddie havia mesmo mudado ele me provara que tinha se arrependido e ficar com ele estava sendo muito bom, até que eu recebo uma ligação dizendo que encontraram o corpo dele no canal, por sorte eu tinha conseguido salvar minha filha, mas ele não.

            Ao menos as memórias que eu teria dele não seria ele com uma mulher na minha cama e sim das coisas boas que ele me deu. Seu corpo agora esticado nessa maca na sala de autópsia bem na minha frente parecia surreal; toco os cabelos dele, Eddie de novo em confusão, mas dessa vez eu não consegui concertar as coisas.

            Me assusto quando o doutor entra na sala.

- Catherine, não é o melhor lugar para se despedir. – permaneço em silencio, uma lagrima teima em escorrer pelo meu rosto e saio da sala, não queria chorar na frente de ninguém, seguro minhas lagrimas até o fim do dia, ate eu estar em minha cama, e não aquentando mais deixando que elas caíssem, eu chorava como uma criança.

            Minha filha se aproxima de mim e me abraça isso estava errado eu deveria consolar ela e não o contrário. Naquela noite em que eu fui atrás dele, na casa dele eu sabia que ele iria me machucar de um jeito ou de outro, mas eu o amava e o amor machuca. É! e no final eu acabo ficando somente com as memórias, sempre. 


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