Everything Can Change escrita por Sam


Capítulo 7
A Verdade




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“Já é sexta! O dia mundial da felicidade sem motivo, que, no meu caso, tem um motivo muito especial.”, pensei me espreguiçando. Acordei na minha cama. Rick me levara até lá, pois, como sempre, era mais forte que eu. Olhei no relógio do criado-mudo. Já eram onze horas. Tomei um banho, me troquei e desci. Rick estava no sofá assistindo Bob Esponja, seu desenho favorito desde os cinco anos de idade.

- Bom dia! – Disse, o abraçando por trás.

- Bom dia princesa! – Ele disse animado, se virando e me abraçando também.

- Cadê minha mãe?

- Ela precisou resolver algumas coisas no trabalho. – Minha mãe era auxiliar administrativa em uma empresa de transporte. Ela praticamente tocava o negócio. – Pediu pra eu te avisar que só volta a tarde e que seu pedaço de bolo está na geladeira.

- Valeu. – Agradeci indo direto pra geladeira pegar meu delicioso pedaço de bolo de cenoura.

Coloquei-o em um prato, fiz uma xícara de café com leite e me sentei ao lado de   Rick. Devorei o bolo e terminei meu café.

- Stew, eu preciso falar com você. – Ele estava um pouco inseguro.

- Pode falar.

- Eu te amo...

- Eu também te amo! – Soltei um sorriso.

- Não desse jeito... – Ele parecia nervoso e estava me deixando confusa. – Eu te amo como Romeu amava Julieta...

Isso poderia ser bem engraçado, mas pela cara dele, percebi que não estava brincando.

- Eu não te entendo. – Eu realmente não entendia.

- Stew, eu quero que você seja minha!

- Ainda não estou entendendo! O que aconteceu com a Gabe?

- A Gabe não era você. E eu quero VOCÊ!

- Como assim? Você está brincando com a minha cara? Fala que isso é uma piada!

- Isso não é uma piada! Eu posso até ser um palhaço as vezes, mas esse assunto é sério!

- Richard! Como isso aconteceu? – Eu já estava em pé. Quando eu fico nervosa, meu tom de voz aumenta e eu tenho que me sentir mais alta do que a outra pessoa, o que eu não consegui. Já fui mais alta que Rick, mas ele crescera.

- Eu não sei! Não mando em meu coração! – Seus olhos estavam se enchendo de lágrimas, mas eu estava me mantendo firme. – Depois de dois meses na Irlanda, eu não conseguia mais parar de pensar em você. Em um primeiro momento, achei que fosse saudade de amigo e comecei a namorar a Gabe, mas depois eu percebi que VOCÊ era MINHA vida. MINHA pequena. MINHA princesa...

- Eu não sou nada mais do que sua AMIGA!

- Mas eu preciso de você!

- Assim como eu precisei de você durante SETE anos? Assim como eu TE AMEI durante SETE anos? Assim como VOCÊ foi meu AMIGO durante SETE anos? – Ele abaixou a cabeça, fechou os olhos e deixou duas lágrimas escorrerem por seu rosto. Sim, eu amei o Richard de uma outra forma durante sete anos, mas ele nunca se interessou por mim. Depois que caí na real e me toquei que não daria certo, ele foi pra Irlanda e virou apenas meu melhor amigo, sem segundas intenções. Da minha parte pelo menos...

- OK, tudo bem! Admito que fui um idiota de não ter dado bola pra você, mas eu não posso pedir pro meu coração parar de gostar de você...

- Rick, você me magoou muito naquele tempo. Não quero magoar você agora... – Me sentei ao seu lado e o abracei. Eu não estava com raiva dele, ele apenas me pegou de surpresa. Sei como o coração age, e, na maioria das vezes, é contra a nossa vontade.

Fiquei ali, o abraçando, por um longo tempo, até que ele resolveu sair.

- Aonde você vai? – Perguntei preocupada.

- Vou dar uma volta. – Ele respondeu seco.

- Mas você nem conhece... – Ele nem me deixou terminar e bateu a porta.

Fiquei ali no sofá por uns dez minutos, pensando em tudo o que estava acontecendo. Anne chegou e contei tudo pra ela. Comecei a chorar, não queria perder meu melhor amigo...

POV’s Rick

“Eu sabia que isso iria acontecer! Eu sempre fui um idiota! Por toda a minha vida eu tive a garota perfeita ao meu lado e nem percebi. Sou o cara mais burro do mundo!”, pensei enquanto andava sem rumo por aquele bairro desconhecido. Pensei ter me perdido, e tinha razão. Não fazia a mínima idéia de onde estava, até que alguém conhecido apareceu. Era o idiota do irmão da Anne, mas era a única pessoa por perto. Ele estava correndo do outro lado da rua com os fones de ouvido no máximo, pois não me ouviu chamá-lo. Corri atrás dele e consegui alcançá-lo. Arranquei seus fones de ouvido e ele me notou ali.

- Oi! É... Rob? – Perguntou, tentando lembrar meu nome.

- É Rick!

- Não sabia que você corria também. – “Além de atirado é burro.”, pensei enquanto o parava.

- Eu não corro. Saí pra dar uma volta e me perdi. Achei você, mas não me ouviu, então te persegui. Pode me ajudar a voltar pra casa da Stew?

- Claro, bro!

Começamos a andar. Ele tentava puxar assunto às vezes, mas eu o cortava. Agradeci por termos chego rapidamente até a casa da Stew.

- Ei! Diz pra ela que eu mandei um beijo?

- Pode deixar! – Disse com um sorriso falso e entrei.

Não havia ninguém, apenas um bilhete em cima da mesa.

Rick,

Eu e Anne fomos organizar mais algumas coisas para a festa. Não voltaremos para o almoço. Sei que você se vira na cozinha. Pode usar qualquer coisa, só não coloque fogo na casa! Qualquer coisa, preparei uma lista pra você. Ela está pendurada na geladeira. Fique a vontade, meu notebook está ligado, pode usá-lo, não está logado em nenhuma das minhas contas.

                                                                                 Stew

  Deixei o bilhete onde estava e parei em frente à geladeira, onde tinha uma folha com os seguintes números: *(Que eu, autora, não irei expor.)*

Táxi: ****-****

Disk Marmitex: ****-****

Mamãe: ****-****

Anne: ****-****

Bombeiros: 190

Fiz pipoca de microondas, tomei um banho e chamei um táxi. Não iria ficar ali sozinho.

- Pra onde? – Um senhor barbudo perguntou.

- Onde eu posso comprar um presente?

- Turista?

- Mais ou menos...

- Vou levá-lo a um lugar onde pode comprar de tudo.

Não o questionei, apenas fiquei em silêncio, paguei e desci. “Que loucura!”, pensei entrando na 25 de Março. Já havia ouvido falar desse lugar, mas não pensei que fossem tantas pessoas. Comecei a andar (não que eu andasse de verdade, pois eu estava sendo arrastado), até que entrei em uma loja que parecia interessante. Havia várias jóias e roupas de grife, mas uma em particular chamou minha atenção. “É a cara da Stew!”, pensei.

POV’s Anne

“Eu sabia! Percebi o jeito que ele olhava pra ela. Ele quase fuzilou meu irmão com os olhos enquanto ele ficava dando em cima dela. Por que eu não a avisei? Esse era meu dever, não era?”, pensei enquanto estávamos dentro do táxi, que estava nos levando para a fornecedora do Buffet. Experimentamos vários bolos, mas Stew escolheu um especial. Havia vários tipos de comidas e estávamos em dúvida entre salgadinhos normais, ou um jantar, mas acabamos escolhendo os salgadinhos, pois eram mais práticos. Escolhemos várias outras coisas e voltamos para a casa dela. Já eram quatro da tarde, mas Rick não estava.

- O que eu vou fazer? – Stew perguntou, aflita.

- Converse com ele! Peça para que ele deixe isso de lado até tudo estar certo. Talvez, quando estivermos em Londres, vocês possam conversar com mais calma... – Aconselhei.

- É, acho que irei fazer isso mesmo...

- Tenho que voltar pra casa. – Disse pegando minha bolsa. – Passo aqui amanhã as oito para irmos pro salão. Ainda temos que decidir seu penteado. Beijos! – Me despedi e sai. Acho que dei um conselho certo. Pelo menos pra isso eu servia...


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam? Cadê meus comentários? :(



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