Paraíso escrita por Letícia Silveira


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey! Bem, Paradise do Coldplay influenciou na ideia da fanfic. Espero que entendam o conto; e, caso não o façam, tentem. ^^ Qualquer coisa, podem perguntar-me através dos reviews. Eu respondê-los-ei, OK? Mas usem a imaginação!
Reviews e recomendações são aceitos por mais que, sendo uma one-shot original, é quase impossível receber uma recomendação... Meros detalhes, meus caros. Podemos mudar isso ainda... Beijos :*
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Obs.: sei que a one é triste, mas dedico-a como um presente de aniversário à querida Lady Salieri! ♥ Pior presente ever... Talvez.



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Paraíso - Capítulo único

Em seu sonho, ela se perdia. A seu sonho, ela se rendia.

As suas expectativas, sempre tão grandes, sempre tão utópicas, eram irrealizáveis em um mundo como aquele.

Naquele quarto vago do hospital pequeno e aconchegante, que insistia em relembrar a pequena criança de sua vida, que se esvaía; por mais que, em seu sono, ela sentisse-se viva como uma borboleta, resistia bravamente o frágil ser.

Suspirando, ela acordou de seu mundo inalcançável, de seus sonhos. Ao entreabrir os olhos, não foi surpresa alguma a frustração que sentiu ao perceber que permanecia naquele quarto solitário. Já esperava, portanto, sentir-se assim.

Surpreendentemente, a sua vida não era formada por surpresas.

A mão lânguida movimentou-se em direção à cabeça sem cabelos, e outro suspiro foi-se ouvido. A sua boca, que mal pronunciava palavras, sabia, como ninguém, soprar brandamente. Entretanto, isso não significava impaciência como a presente nas fúteis crianças da época; era resignação. Submissa ao seu destino, não reclamava, apenas agradecia pelo tempo que teve... E pelo tempo que ainda teria.

Recordou-se, então, do último sonho que tivera: uma encantadora mulher limpava o sangue do rosto de um homem. Esse desfalecia em seus braços, deixando a sua vida ser levada pela vingança das pessoas da aldeia que o haviam apedrejado. As roupas demonstravam que viviam em plena Idade Média, relembrando-a das crueldades a que a submeteriam. Uma traição, tendo sido exposta a toda o feudo, não seria facilmente perdoada. Assim, a moça desesperava-se por presenciar a temível morte (a mesma essa em que a criança imaginava-se às vezes, em seus sonhos). Bradando iradas palavras, levantou-se e correu em direção à floresta mais próxima.

Frenéticos e ritmados, os passos guiaram-na a um pequeno estabelecimento, basicamente pintado da cor branca. Fora até lá, pois a vingança movia-a, a vindita aquela que havia matado o seu amante.

Com uma espada em suas delicadas mãos, adentrou o recinto e estranhou o fato de os olhares confusos não a terem banido de lá. Entretanto, isso não alterou o fato de suas passadas serem firmes e decididas. Ela, simplesmente, precisava fazer aquilo; necessitava aproveitar o ensejo de sua mente inescrupulosa; exigia de si mesma abolir os últimos desejos de seu amante.

Abriu uma ampla porta que possuía o nome a que a sua consciência guiava-a. Observou uma pequena criança deitada em uma maca. Os cabelos, eles não estavam presentes naquela cena. A pálida aparência, ela refletia a doença que engolia o pequeno ser avidamente.

Sem deixar-se levar pela comoção, pois pena era o pior sentimento que poderia sentir, a mulher apertou mais fortemente a espada em sua mão direita. Os nós de seus dedos embranqueceram; logo, a raiva estava comandando o seu corpo: dele, ela já não possuía mais manejo.

Automaticamente, assim que chegou próxima ao corpo, cravou a espada no peito da criança, que não gritou ou pestanejou: esperava-a, cobiçava-a.

Cerrando lentamente os olhos, o peito da frágil criança movimentou-se vagarosamente. Diminuindo o batimento, reduzindo os barulhos produzidos pelas máquinas, a criança entregou-se aos desejos de seu corpo. Ainda que ela não tivesse controle sobre eles, não relutou e deixou-se levar até o Seu paraíso. A sua imaginação, a mesma que a permitia viver, prendeu-a, por fim; tornando-a sua eterna prisioneira, como ela sempre quis.




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