Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 40
Capítulo 38: Shiera & Rhaego




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Shiera Tully

Shiera não sabia como reagir ao certo, essa canção fazia parte de sua vida desde que podia lembrar-se. Tommen adorava ouvi-la cantar quando eram crianças. Nunca pensou entretanto que fosse conhecer a tradução, sentia um rejubilo e ao mesmo tempo um terror no coração. Um mistério que sempre a assombrara estava solucionado, porém havia um preço, o conhecimento era um fardo terrível.

Aquilo não era apenas uma simples canção, soava como uma profecia. A Tully não estava gostando muito, a predição lhe parecia muito pessimista. Não dizia que iriam perder, mas deixava claro o quão difícil seria a vitória. Olhou nos rostos de seus companheiros, eles pareciam tão apreensivos quanto ela. Mesmo que não amasse a todos, ela aprendera a se importar com cada um dos doze ao longo da viajem. Não queria que nenhum morresse.

Seu olhar se dirigiu à Sor Astor, seu protetor tinha um semblante sério como se refletindo sobre o que acabara de ouvir. Ele também ouvira a canção de seus lábios desde a infância, passaram muito tempo juntos tentando adivinhar o que significava. Nunca porem conjecturaram se tratar de uma profecia. Shiera pensara que era uma canção de amor, com uma bela donzela e um cavalheiro romântico. Tommen dissera que era sobre animais. E Astor que falava da batalha do Tridente. Nenhum dos três chegara próximo da verdade.

Moony pulou para o seu colo, como se sentisse a tensão da dona. Shiera acariciou a gata lentamente. Observando seus companheiros, o primeiro a se pronunciar fora Drogo Stark.

- Meu tio me disse uma vez que a feitiçaria é uma espada sem punho, não há maneira segura de pegá-la. Acho que devemos seguir os conselhos, mas não deixar que uma canção nos torne paranoicos.

- Tem razão – disse Gyles – entretanto há ainda outro assunto para falar. Creio que descobri, juntamente à Lady Melony a identidade do bobo.

- Já sabíamos quem ele era, florzinha – zombou Aemon Martell – Cara Malhada, o antigo bobo de Stannis, o que isso importa?

- Importa por que tal como Lady Shiera e Lady Melony ele conhece a canção. Uma canção que claramente fala sobre nos e nosso futuro. E não me referia à sua identidade como bobo, e sim em quem ele foi antes das tatuagens.

O Tyrell então narrou o que sabia sobre o bobo de Stannis, até então não era nenhuma novidade. Ele fora um escravo liberto pelo pai de Stannis, e trazido como bobo para Westeros. O navio naufragara, ele sobreviveu e nunca mais foi o mesmo. Porém desconhecia que o bobo havia sobrevivido à três dias no mar. E também que na verdade se tratava de Blackfyre.

- Um dragão pode ir ao fundo do mar e retornar. Mas ele não se afoga – cantarolou o bobo em sua demência – Debaixo do mar sereias com asas nadam seguindo o tubarão e a sereia mãe. Elas querem se espalhar por todo o oceano. Eu sei, ei, ei, ei, ei, ei.

Shiera o fitou atenta, enquanto sua mente pouco à pouco ligava os pontos

- Ele passou três dias perdido no mar – sussurrou para si própria – Então ‘o fundo do mar’ deve significar algo como perigo.

- O que disse, milady? – perguntou Gyles

Shiera corou desviando o olhar e repetiu um pouco mais alto.

- Me desculpe – disse o dornes em um tom irônico – Você está tentando dá sentido ao que essa aberração fala?

- Cuidado com a língua, Martell – vociferou Sor Astor – Não permitirei que destrate Lady Tully.

- Se não pode impedir que ela sofra perigo mortal, quanto mais a mim de dizer o que me apraz – retrucou Aemon sorrindo com malicia – Tome você cuidado com a língua, Sor – pronunciou com desprezo – Está falando com um Príncipe de Dorne.

- Eu apenas quis dizer... – começou Shiera em um tom apaziguador olhando para as mãos, sabia que Sor Astor estava rubro de fúria e não demoraria muito para que avançasse contra o dornes. – Os Targaryen são do sangue da antiga Valyria, e não é tão incomum que eles tenham sonhos proféticos. Há vários relatos de acontecimentos assim, foi o que os salvou da Perdição. Seria tão impossível supor que um Blackfyre também possa ter visões? Há relatos que Daemon Blackfyre podia...

- Ela tem razão – disse Rhaego com sua voz imponente e forte sotaque – Meus sonhos nunca foram como os dos homens comuns.

- Os Targaryen sempre dançaram demasiado próximo da loucura – disse Aemon revirando os olhos – Talvez esses sonhos ‘proféticos’ sejam a causa. Não importa. Passei mais da metade da minha vida em Citadel, aprendendo tudo que os Meistres tinham para ensinar, então acreditem quando digo que isso é besteira.

- Mas a Citadel não acerta sempre em tudo não é? – perguntou Renly Lannister – Eles não podem explicar a magia que cerca os dragões.

Aemon fez uma expressão de desdém.

- Não perderei meu tempo procurando significados nos dizeres de um louco. Façam como quiserem.

E se retirou do cômodo. Mary Lane revirou os olhos e o seguiu. Shiera ainda fitava as mãos corada. Aos poucos os heróis partiam. Renly ficou para trás, restando apenas ele, Shiera, o bobo, e Sor Astor no cômodo.

- Esteve bem, milady. – disse o loiro – Foi de grande ajuda o que disse sobre o bobo. Talvez nos ajude à dá um pouco de sentido à esta loucura. Não ligue para o que a Víbora Dourada diz. Meu tio Tyrion costumava me dizer que há sempre um pouco de genialidade na loucura...

- E sempre um pouco de loucura na genialidade – completou Shiera sorrindo – Ele também me disse isso uma vez. Obrigada, Sor.

O loiro sorriu, assentiu e se distanciou. Shiera se aproximou do bobo tentando extrair mais frases às quais pudesse dá um significado. Não notou o olhar rancoroso que seu protetor havia dirigido à Renly Lannister, ou o semblante magoado que ostentava naquele momento.

Rhaego Targaryen

Dias depois o bobo foi encontrado morto em sua cama. Ele já era velho, e não era tão surpreendente que tivesse partido. Poréem Rhaego sentia que havia dedo de Aemon Martell naquela morte. Não sabia por qual motivo o dornes o desprezava, mas o sentimento se tornara reciproco. Cara Malhada era uma criatura inofensiva, e sua morte fizera com que Lady Shiera chorasse por horas inconsolavelmente.

O corpo teve um rito de passagem apropriado, à moda westerosi e foi jogado ao oceano. Já que em vida o bobo falara centenas de vezes sobre o fundo do mar, parecia apropriado que ali descansasse eternamente. Não poderia provar, mas havia certa crueldade em Aemon que o fazia suspeito aos olhos de Rhaego. Afinal para os dothraki veneno era a arma de um covarde.

Junto com o bobo se fora qualquer informação útil que ele pudesse fornecer, agora Shiera passava horas debruçada em suas anotações do que ele dissera anteriormente, tentando dá algum significado que fizesse o mínimo de sentido. Foi um alivio, chegar à terra firme. Os animais ficaram satisfeitos por finalmente poderem esticar as pernas, tal como Rhaego e suas companheiras de sangue. Haviam enfrentado as aguas salgadas e venenosas, mas ainda as temiam de certo modo.

Aportaram em um pequeno porto ao sudoeste de Mantarys, onde aqueles dentre os doze que não possuíam cavalos compraram alguns. A capitã Greyjoy ordenou que sua tripulação seguisse para Volantis e lá a aguardassem. Seguiram então pelas grandes estradas valyrianas. Rhaego sentia-se confortável sobre o dorso de Thor, era bom está de volta perto do companheiro, há muito tempo não o montava. Suas companheiras de sangue também pareciam contentes em estarem de volta às suas respectivas montarias.

Rhaego dividia suas horas entre cavalgar juntamente aos seus companheiros e voar no dorso de Valyria. Do ar podia vislumbras as milhas à frente, as quais se dirigiam as estradas valyrianas, e observar vinha qualquer tipo de ameaça. Dessa vez contudo, Raven montava a dragão juntamente à ele. O pássaro dela voava não muito longe e a mercenária sorria. Esse era seu sorriso de felicidade pura, de regozijo e plenidade. Poucas pessoas poderiam ficar tão confortáveis há tantos metros do chão, mas ela se comportava como se tivesse nascido para está ali.

O sol começou a se por lentamente, pintando o céu de cores fortes. Raven continuava a sorrir. Rhaego não pode deixar de pensar que aquele fora o sorriso mais belo que já vira. Já havia posto os olhos em muitas mulheres belas ao longo de sua vida, mas nenhuma delas superava a beleza forte e determinada da mercenária. Ela era uma guerreira, uma sobrevivente. Não era submissa e obediente como a maioria das Khaleesis. Mas ele próprio não era como a maioria dos Khals. Era o Garanhão que Monta o Mundo, e como tal precisava de uma Khaleesi forte ao seu lado, uma Khaleesi como Raven.

Entretanto Rhaego não sabia ao certo como agir. Nos costumes dothraki, se ele quisesse uma mulher ele a tomava. Mas sabia que não poderia proceder dessa forma com Raven, ela lutaria de volta, e mesmo que vencesse tinha plena certeza que ela cortaria sua garganta enquanto dormisse.  E além de tudo se agisse assim quebraria a confiança dela, algo que possuía um valor inestimável e depois de rompida seria irrecuperável.

O sol se pôs, e ele incitou Valyria à pousar. No chão. Seus companheiros já preparavam um acampamento. As três sangue do seu sangue correram em sua direção, como se para verificar se ele estava mesmo bem, as trigêmeas eram muito super-protetoras e sempre agiam desse modo quando ele passava algumas horas longe.

Raven se distanciou, indo preparar um local para descansar próximo à Melony. Algumas das garotas cuidavam da fogueira e preparavam a comida, enquanto os rapazes tiraram a sorte de quem montaria guarda naquela noite. Rhaego já o fizera noite passada, por isso estava fora do sorteio.

- Sangue do meu sangue – chamou Jhiqui  em dothraki se aproximando, suas duas gêmeas estavam um pouco atrás dela, uma de cada lado – Esta pede perdão, pois vem lhe guardando um segredo.

- O que houve? – perguntou

- Foi minha culpa, sangue do meu sangue – interrompeu Jhade dando um passo a frente – Pedi silencio ás minhas irmãs. Há mais sobre Lys do que ousei falar, descobri o paradeiro dele. Está em Mantarys.

- E por que não me disseram antes? – questionou com o cenho franzido – Poderíamos ter vindo mais cedo.

- O Garanhão que Monta o Mundo tem coisas mais importantes para resolver do que nossos problemas. – respondeu Jhoria – Lamentamos, sangue do meu sangue.

- Que seja. Em Mantarys o encontraremos, Jhade, tem minha palavra.

- Tem nossa gratidão, sangue do meu sangue – disseram as três juntas.

Rhaego assentiu e sugeriu que elas fosse se alimentar.  Se aproximou de Thor, ele estava amarrado junto aos outros animais. Ouviu passos leves e se virou. Melony estava observando os cavalos com um olhar curioso.

- Qual o nome dele? – perguntou apontando para o garanhão negro que lhe pertencia

- Thor – respondeu Rhaego – Em meu povo não temos o costume de dá nomes aos nossos animais. Mas este é especial. O honrei com o nome de um grande Khal.

- E os outros, também não são cavalos comuns – disse ela apontando para as montarias das trigêmeas.

Rhaego aproximou-se da alazã negra.

- Esta pertence à sangue do meu sangue, Jhiqui, nos a chamamos de Ao, significa negro.

- É um animal de temperamento forte – sussurrou a garota em um tom tintilante

- Tal como sua senhora – disse Rhaego com um sorriso, aproximou-se da égua creme e acariciou a crina dourada – Esta pertence à sangue do meu sangue, Jhoria – deu um passo à frente se aproximando do ultimo, um garanhão marrom e forte. – E este pertence à sangue do meu sangue, Jhade.

- É um animal magnifico. – sussurrou a menina – Porem também cheio de ódio. Penso que ele me morderia se eu me aproximasse, e escoicearia se tentasse vestir sua pele. Como o chamam?

- Shekh ma shieraki anni – respondeu a voz de sua companheira de sangue, demorou poucos segundos para que Rhaego a reconhecesse. Porem apenas uma das trigêmeas tinha aquele tom monocórdico, bem como os cabelos mais curtos que as outras duas irmãs.

- Significa “Meu-sol-e-estrelas” – explicou Rhaego para Melony – É como as Khaleesis se referem aos seus maridos. Jhade o chama assim por que...

- É o único macho que terei – completou a dothraki com uma voz cheia de sotaque

Rhaego não pode deixar de se impressionar, sabia que Jhade e Jhoria estavam aprendendo o idioma comum com Jhiqui, mas não pensou que elas já soubessem tanto.

Melony assentiu como se compreendesse, algo que jamais poderia fazer. O sofrimento que Jhade passara a tornara introspectiva e fria, mesmo ele tinha dificuldade de adivinhar o que ela pensava algumas vezes.

- São bons animais. – sussurrou ela baixinho, então se dirigindo para Jhade – Não se preocupe, você vai encontrá-lo.

Jhade congelou onde estava, sem reação. Melony se distanciou. Sua companheira de sangue fez menção de segui-la mas Rhaego a impediu.

- Sangue do meu sangue – sussurrou ela baixinho – Dissestes à ela...

- Não – respondeu rapidamente com o cenho franzido – Não disse à ninguém.

Rhaego não entendia o que acabara de ocorrer. Ainda que Melony tivesse ouvido suas conversas não compreendia dothraki. Então como descobrira o mais bem guardado segredo das trigêmeas?


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Notas finais do capítulo

Eaew galerinha? Bem à tempo, ham? Dessa vez, só para variar eu não atrasei. Então, nesse cap tivemos um vislumbre maior das trigêmeas, o que acham que seja esse segredo? Só tem uma pessoa alem de mim que sabe, e ela, eu garanto, não vai contar.
E Cara-Malhada morreu. Não me culpem, ele serviu ao seu propósito. O que ainda ia fazer com ele? Tava na hora de partir dessa p melhor. E só a Shiera lamentou.
O que acharam do cap? Me dêem suas opiniões.



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