Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 4
Capítulo 2: Mary Lane Greyjoy




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Mary Lane Greyjoy: A Herdeira de Pyke

As altas damas da corte olhavam-na e cochichavam em tons acusatórios. As suas roupas peculiares, típicas de um pirata, que deixavam pouco espaço para a imaginação masculina, atraia o olhar dos homens, e o desprezo das mulheres. Ela não se importou, escutara comentários maldosos sobre si mesma a vida inteira. Pessoas que queriam dizer como agir, como se vestir, como ser uma lady. Mary Lane desprezava a todos.

Lembrou-se das palavras da tia em Pyke e tentou se acalmar, há muitos anos que Asha Greyjoy tomara o papel de sua mãe, já que sua verdadeira progenitora, Jeyne Greyjoy, enlouquecera. Mary tinha vagas lembranças da mãe de quando era pequena, lembrava-se dela beijando seu rosto e prometendo que tudo ia ficar bem, mas ela havia mentido, nada ficara bem.

Ela enlouqueceu nas mãos do bastardo dos Bolton, e o pai estava morto, ou pelo menos todo o reino achava que Theon Greyjoy estava morto. Mary se recusava a acreditar nessa possibilidade, nunca ficou claro o que aconteceu na noite em que Stannis e sua família foram assassinados, porem o corpo de Theon Greyjoy nunca fora encontrado, ele ainda podia está vivo em algum lugar, talvez tão louco quanto Jeyne, sem saber quem realmente era.

Asha havia lhe contado que Ramsay havia feito uma lavagem cerebral nos dois, convencendo Theon que seu nome era Fedor, e Jeyne que era Arya Stark. Por vezes a mãe ainda agia como seu realmente fosse uma Stark. Havia quem dissesse que ela era Mary Lane Snow, e não Greyjoy, pois sua mãe jamais casara-se com seu pai. De fato Arya Stark jamais se casou com Fedor, mas Jeyne Poole se casou com Theon Greyjoy, um casamento feito por um septão bêbado e subornado, mas ainda assim válido, e quem dissesse o contrario perderia a língua.

Mary Lane acariciou delicadamente sua única amiga, uma barata chamada Crack, era um bicho de estimação peculiar, mas a própria Mary Lane era peculiar. Uma vez um de seus marujos quase esmagou a pequena companheira, Mary ficou tão furiosa que abriu-lhe o pescoço com seu punhal de bronze e jogara o corpo para o Deus Afogado. Depois disso seus homens aprenderam a ter cuidado onde pisavam.

Um dos cavaleiros, provavelmente um dornês, lhe lançou olhares cheios de segundas intenções fazendo a mulher de ferro sorrir, ele era bem bonito e serviria para aquecer a cama naquela noite, se ela não tivesse um objetivo em mente. Era uma mulher fogosa e insaciável, sua tia havia lhe ensinado que o que havia entre suas pernas era uma arma tão ou mais poderosa que qualquer punhal ou espada, e ela estava certa. Mary Lane não tinha pudor de deitar com quem lhe convinha para alcançar seus objetivos, não tinha vergonha de admitir que maiores conquistas foram feitas depois de deitar-se com homens diferentes.

E no momento ela estava procurando um homem em particular, um homem que ela sabia possuir uma informação preciosa, o paradeiro de Ramsey Bolton. Lhe enojava abrir as pernas para um homem que ela sabia ter servido ao bastardo, mas assim que conseguisse o que queria dele garantiria que seria a ultima mulher que o maldito teria em seus braços.

Asha tivera de permanecer em Pyke, por isso mandara sua sobrinha e herdeira para lhe representar no Torneio da Rainha. Mary Lane não reclamou, pois dias antes ouvira um rumor de um marinheiro que os antigos companheiros do bastardo iriam tentar a sorte no mesmo torneio. Era sua oportunidade.

Estava pensando nisso enquanto acariciava as asas de Crack quando notou que a multidão se movia, lordes e ladys misturados a plebe corriam em direção ao leste, com as sobrancelhas franzidas ela os acompanhou curiosa. O motivo era a próxima justa, o favorito à campeão, ‘príncipe’ Drogo iria lutar com um cavaleiro desconhecido e misterioso.

Mary Lane pouco entendia de cavalos, sua vida era dentro de navios, mas tinha que admitir que o animal do estranho era magnifico. Um garanhão negro e maior do que todos que ela havia visto. O próprio cavaleiro misterioso era magnifico, ela notou, alto com um porte musculoso, deveria ser selvagem na cama. O pensamento fez a umidade entre suas pernas crescer e a púbis latejar. Teria aquele homem em sua cama, talvez não hoje, mas logo.

Á poucos metros de si estava o seu Imediato, ele conversava com um cavaleiro qualquer, também estava atrás de informações. Os demais membros de sua tripulação haviam ficado no Black Kraken, seu lindo e magnifico navio de guerra, presente da tia Asha no decimo quinto dia de seu nome. É claro que ela possuía toda uma frota em Pyke, mas Black Kraken era o seu preferido, seu segundo lar, cada corda, cada mastro e vela eram como uma extensão de si própria.

Ela inspirou cuidadosamente, fedia. Fedia à suor, sangue e multidão. Uma Mulher de Ferro como ela fora feita para a brisa marinha, Mary Lane estava odiando cada minuto do maldito Torneio, mas tinha que conseguir noticias do maldito Ramsey, tinha que vingar seus pais e talvez descobrir o paradeiro de Theon. Algo semelhante a esperança brotou em seu peito, mas ela imediatamente sufocou o sentimento, torcia para que seu pai estivesse vivo, mas se nada esperasse, nada sofreria. Existia a grande possibilidade de que Theon estivesse morto, ou pior do que morto, completamente enlouquecido, tal qual Jeyne Greyjoy.

Não era esperança o que sentia, e sim conhecimento. De alguma forma ela sabia que Theon estava vivo. O que está morto não pode morrer, mas renasce de novo, mais vivo e mais forte. Theon havia sobrevivido, e mesmo que estivesse louco agora um dia recuperaria sua sanidade. Ele era afinal um Homem de Ferro, ele superaria tudo aquilo, e tornaria-o sua força. Não desistiria como Jeyne. A memoria da mãe lhe assombrava dia e noite, em seus pensamentos e sonhos. O modo como seus olhos encaravam o nada vazios, as repetidas frases que ela sempre repetia.

“Por favor não me machuque, eu serei boa, juro que serei boa, eu o agradarei, juro que o farei”

Lhe enojava pensar no que Ramsay havia feito com ela. Era surpreendente que seus pais tivessem tido um momento de lucidez para gera-la, ou talvez nem tanto. Mas um dia ele pagaria, Mary Lane cuidaria disso, ela retribuiria todo o mal que havia feito aos seus pais. Esfolaria devagar e cuidadosamente cada dedo, inclusive sem membro viril. Depois partiria para os braços, e pernas... E se ele ainda estivesse vivo ao final ela queimaria o que sobrasse com fogo vivo, se não ela simplesmente jogaria os restos para o Deus Afogado.

Olhou de relance para a família real no palanque. Anos atrás a rainha se submetera a um novo tratamento dos Meistres acorrentados, eles abriram seu ventre e mexeram em seu útero, fazendo com que voltasse a ter fertilidade. Então tivera quatro filhos, dois com cada marido. Mary Lane observou os dois consortes reais. Jon e Aegon Targaryen, tão diferentes mas ambos muito belos, o primeiro puxara a beleza nortenha e austera da mãe, com cabelos negros e rosto feroz, criado como um bastardo, que se tornou Lord Comandante, que se tornou cavaleiro de um dragão. O segundo era tipicamente Targaryen, com cabelos curtos e dourados, corpo esguio e forte, e olhos violetas, a única caraterísticas que os meio-irmãos compartilhavam. A púbis de Mary Lane latejou ao imaginar-se na cama com aqueles dois homens, mas ao contrario do cavaleiro misterioso este era um objetivo impossível, apenas a rainha, Daenerys Targaryen teria esse luxo.

Seus olhos se dirigiram para a princesa Rhaenys, uma criança de verão que mal tinha completado dez vezes o dia de seu nome, uma menina meiga com cabelos platinados e olhos violetas, a imagem e semelhança da rainha, filha de seu consorte Aegon. O irmão gêmeo da princesa, Rhaenar, possuía cabelos igualmente prateados e olhos também lilases. O segundo filho de Jon Targaryen se chamava Benjen, um menino de cabelos escuros e olhos tipicamente Targaryen, com apenas oito dias de seu nome. A princesa caçula, Lyanna também era filha de Jon, possuía cabelos platinados e olhos cinzas. O ultimo membro da família real era o filho mais novo, Aemon, filho do consorte Aegon, um bebê que contava apenas dois dias do seu nome. Provavelmente no futuro a princesa Rhaenys se casaria com um dos irmãos, o gemeo ou talvez o Príncipe Bastardo que agora se preparava para a justa.

Seus olhos se dirigiram para o adolescente que todas as mulheres cobiçavam. Ele era belo sim, mas tinha uma aura de criança brincalhona que não fazia o seu tipo, um rapaz verde que cheirava à verão, que provavelmente nunca tivera uma mulher em seus braços. Mary Lane sabia que poderia tê-lo com facilidade, mas simplesmente não o desejava.

Segurou seu chapéu para que não fosse levado pelo vento, Crack subiu pelo seu pescoço e se escondeu na aba de seu acessório fazendo com que Mary Lane sorrisse. Os cavaleiros atiçaram seus cavalos e a justa começou.


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Notas finais do capítulo

Agradecimentos especiais à Bruna Games Lee Cooper Potter, que foi a primeira leitora a me mandar uma ficha e quem criou a Mary Lane. Espero que tenha correspondido as suas expectativas. Eu me divertir muito escrevendo sobre ela, foi uma experiência inédita e única, nunca tinha trabalhado com uma personagem tão... safadenha. Hehehe. Brincadeiras a parte eu estava apenas sendo fiel a ficha que vc me mandou.Segue abaixo uma imagem de como eu imaginei a Mary Lane:http://ladyprongs15.deviantart.com/art/Mary-Lane-Greyjoy-339589141?ga_submit=10%3A1353820023&ga_type=edit&ga_recent=1E agora uma arvore genealógica improvisada da família real. Eu ainda tô aprendendo a mexer no Photofiltre então peguem levem, eh soh p ilustrar um pouquinho. http://ladyprongs15.deviantart.com/art/Familia-Real-339590563?ga_submit=10%3A1353820468