Neve e Chama: A Segunda Era dos Heróis. escrita por Babi Prongs Stark Lokiwife


Capítulo 32
Capítulo 30: Drogo & Melony


Notas iniciais do capítulo

Então meus caros... (Corre para se esconder das pedradas). Eu peço que tenham calma. (Se abaixa de um tijolo que é atirado em sua direção). E leiam as notas finais. (se esconde debaixo da cama).



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Drogo Stark

Dias e dias se passaram sem que nenhum deles pisasse em terra. Drogo passava a maior parte do tempo treinando com os rapazes, ou ensinando Shiera e Melony a se defender. A próxima parada seria em Lys, onde reabasteceram. As novidades eram cada vez mais preocupantes, Elyria estava sob cerco e nenhuma das outras Cidades Libertas iria ajuda-la, estavam todas se preocupando mais em se prepara para a guerra.

Logo o ‘Ultimo Filho da Harpia’ marcharia sob Mantarys, e se ela caísse não haveria nada em seu caminho para Volantis. Drogo passara toda sua infância ouvindo sobre as proezas da mãe e do pai, em sua mente eles eram quase deuses e não era o único que pensava assim. Era frustrante ver tudo que sua mãe construiu em Essos ser destruído de tal forma.

Observou as companheiras de sangue dothraki lutando entre si. Elas eram absurdamente belas, e tão idênticas que ele não poderia diferencia-las. Uma delas se afastou e ficou observando as irmãs lutarem, gritando instruções na língua dos senhores do cavalo. Ele focou sua atenção nas duas que lutavam, elas se moviam em uma sincronia perfeita, era quase uma dança, uma dança mortal.

– Tentando aprender algo? – perguntou uma voz na língua comum recheada de sotaque, porem ao contrario de Rhaego era uma voz feminina.

Ele se virou, a terceira dothraki o observava. Ela tinha uma cicatriz cortando os lábios, na qual Drogo nunca reparara. E tinha um minúsculo sorriso de escarnio no rosto, como se tivesse zombando dele. Tal como as irmãs possuía a pele azeitonada, e cabelos escuros em um trança muito longa.

– Não sabia que falavam a língua comum – disse ele com as sobrancelhas arqueadas

Ela deu de ombros

– Apenas eu – respondeu – Minhas irmãs conhecem apenas algumas palavras

– Onde aprenderam a lutar assim? – perguntou

– Jhade sempre teve boa mira, treinava desde pequena e voltou a praticar quando fomos pegas pelo Khalasar de Khal Dracon. Jhoria foi vendida varias vezes, e conhece os dois lados do chicote, não é de admirar que seja tão habilidosa com um.

– Pensei que a escravidão tivesse acabado nas Cidades Libertas – disse arregalando os olhos

A dothraki lhe deu um sorriso triste e condescendente. Drogo notou quanta amargura ela tinha escondida por trás daquele gesto.

– Acabou oficialmente. Ainda existe o comercio ilegal. Os filhos da Mãe de Dragões, os que ela deixou governando o combatem como podem. Mas não são capazes de extinguir por completo.

Ele não pode deixar de sentir revolta com aquela afirmação, não apenas pelo fato de escravidão ser algo terrível. Mas também por saber o quão sua mãe trabalhara para por um fim nela, porem ainda assim, ao que parecia não tivera sucesso em extingui-la por completo.

– E você? – perguntou Drogo – Como aprendeu a usar essas armas esquisitas?

Ela ergueu ambas as armas até a altura dos olhos

– Isso são Arakhs – sussurrou ela – Eu aprendi a usa-los nas arenas de Meeren.

– Arenas?

– Arenas ilegais. A Mãe de Dragões tinha acabado com isso também. Mas não por completo... – o sorriso condescendente voltara, ela tinha um tom impassível e calmo, mas Drogo tinha impressão que com aquele pequeno sorriso ela escarnecia de sua ingenuidade – Você me lembra ela e ao sangue do meu sangue também.

Drogo corou. Mesmo que fosse oficialmente um Stark sua aparência denunciava-o como um bastardo real, não era segredo nenhum. Ele era apenas um Blackfire muito sortudo, como Narcysa Lannister ressaltara.

– Eu sou filho dela – sussurrou – Irmão de Rhaego.

– O sangue do meu sangue sabe? – perguntou ela

– E o que importa? Não muda nada. Depois de mim a rainha teve mais cinco crianças, Rhaenar era o herdeiro até Rhaego retornar.

Ela ficou calada observando as irmãs lutarem

– Esse Khallaka Rhaenar, ficou zangado com isso, perder seu posto?

Ela parecia está analisando a família real, à procura de alguma ameaça contra Rhaego. Drogo negou.

– Rhaenar é um garotinho gentil. Ficou aliviado em passar esse peso. Porem seu pai, Aegon ficou irritado, ele não é o rei e esperava que um dia seu filho o fosse.

– Aegon. Ele é um Khal?

– Não. Ele é apenas o consorte da rainha, assim como meu pai, Jon. Nenhum deles é o rei.

Um sorriso irônico tomou conta do rosto da dothraki, mas ela não explicou o motivo. Drogo sentiu que o navio ia parando, olhou para leste. Eles estavam ancorando em Lys. Virou-se para dothraki, ela tinha uma expressão sombria de quem estava prestes a cometer um assassinato.

– Jhade – ela chamou

Uma das gêmeas se aproximou. Ela tinha o olhar tão assustador quanto o da irmã, e olhava para a cidade com desprezo, como se reconhecesse uma velha inimiga. A gêmea que antes conversava com Drogo murmurou algo para a irmã em dothraki, e depois acrescentou para si mesma a tradução.

– Está na hora.


Melony

Melony segurava o pedaço de pergaminho em suas mãos nervosa. Era velho e amarelado pelo tempo, mas as palavras em tinta preta ainda eram compreensíveis para quem sabia ler, o que não era o caso dela. Mordeu os lábios em nervosismo, Brynden lhe dera isso anos atrás, fora uma dos pertences de sua mãe. Mas ele nunca explicara o que dizia ali. Poderia haver tantas coisas, tantos segredos esperando para serem descobertos. Quem era seu pai? Quem era sua mãe?

Levara muito tempo para que ela confiasse o suficiente, e mais ainda para que tivesse coragem de fazer tal pedido. Mas a curiosidade por fim lhe vencera. Ela precisava saber o que havia escrito ali.

– Gyles – chamou com a voz baixa.

O macho imediatamente se virou para ela. Haviam aportado em Lys, porem ele havia escolhido ficar no barco, com todos os outros fora ela teria privacidade o suficiente para lhe perguntar.

– Você sabe ler coisas escritas? – perguntou

– Sim – respondeu ele – Mas apenas em algumas línguas. Por quê?

– Eu... Eu quero a sua ajuda. – ela lhe mostrou a carta – Eu quero saber o que diz aí.

Seus olhos se fixaram no pedaço de pergaminho e ele perguntou

– O que é isso, Lady Melony?

– Brynden dizia que pertencia a minha mãe – respondeu ela – É capaz de ler?

– Vamos nos sentar – sugeriu ele assentindo positivamente. Eles se encostaram em um banco que havia no convés. – Isso é uma carta, milady. Endereçada à Sor Davos Seaworth, ele foi a Mão de Stannis, foi perdoado por Daenerys e seus filhos herdaram um pequeno castelo nos domínios Baratheon, são vassalos de Lord Gendry.

Ela assentiu o fitando em um pedido silencioso para que continuasse. O macho arranhou a garganta e começou a falar

Sor Davos Seaworth. Talvez essa carta jamais chegue as suas mãos. Talvez eu não tenha meios para enviá-la. Talvez eu esteja morta antes que a termine. Talvez você apenas se recuse a tocá-la. Eu não o culparia. Lamento muito se o decepcionei, Sor, lamento por minha traição. Gostaria que entendesse que o que faço é para um bem maior, se o Grande Outro não for detido todos nos estaremos perdidos para sempre. Gostaria que entendesse mas sei que não o fará, sua lealdade cega para com o rei não permitiria, talvez tenha sido isso que tenha ganhado minha afeição no inicio, enquanto os nobres que deviam lealdade a Stannis viraram-lhe as costas, você meu Cavaleiro das Cebolas foi o único que insistiu em resgatar o rei.

A voz de Gyles era profunda e firme, porem ele tinha o cenho franzido, como se estivesse confuso, mas não parou a leitura. Melony se recostou e fechou olhos. Aos poucos a voz de Gyles foi sumindo, e outra feminina continuou a narrativa no lugar. Uma voz ligeiramente familiar, que ela só ouvia em sonhos.

‘Lamento dizer entretanto que foi em vão. Stannis Baratheon está morto, assim como sua família, Theon Greyjoy assassinou a todos e depois tirou a própria vida. Soube pouco antes de deixar a Muralha, afinal seu rei afinal não era Azor Ahai. Mas lhe digo para não perder seu tempo pensando que as coisas teriam sido diferentes se eu tivesse feito sua vontade, se tivesse permitido que a Criatura Negra que gerou dentro de mim fosse salvar o rei, seria tudo em vão, e o mundo pereceria nas mãos do Grande Outro que traria a Noite Infinda.

Pela primeira vez em minha vida, desde que renasci no calor de R’hollor serei completamente sincera, Sor, e você será o único que saberá a verdade.

Quando você chegou a Muralha assustou muitos pois havia sido dado como morto, eu então assisti impassível enquanto você tentava reunir forças para resgatar o rei, os Florent e grande maioria dos poucos senhores que ainda deviam lealdade a Stannis recusavam-se a seguir suas ordens. E preferiram seguir as ordens de Axell Florent que foi eleito Mão da Rainha após a notícia de que você, Sor Davos estava morto.

Então meu poder começou a diminuir, pela primeira vez desde que me tornei uma sacerdotisa eu senti frio, isso me desesperou, procurei respostas nas minhas chamas, mas não conseguia interpretar as mensagens de R’hollor que insistiam em me mostrar Jon Snow quando eu procurava Azor Ahai, pensei que talvez fosse o Lord Comandante que devesse gerar a Criatura Negra em mim e tentei seduzi-lo, mas ele me rejeitou. Memórias de minha infância como escrava começam a doer-me na alma. Pela primeira vez comecei a duvidar se seria capaz de salvar o mundo da Escuridão. Apesar de estar devastada internamente sempre me mostrei forte, confiante e certa do futuro, tinha que fazê-lo.

Estava concentrada demais em mim mesma e meus problemas para lhe dá alguma ajuda Sor, mas eu notei que a tensão entre homens-do-rei e ‘corvos’ se agravava em discussões e até alguns assassinatos. Notei que o seu mundo parecia desabar quando finalmente o número de Criaturas Frias tornara-se absurdamente alto nas proximidades, apesar de nenhum tentar escalar ou tocar na Muralha. O surgimento desses demônios começava a causar grandes problemas tanto na relação entre homens-do-rei e corvos, e também na relação entre os próprios Patrulheiros, por causa do enorme número de ‘deserções/fugas noturnas’ e tentativas de assassinato.

Os cavaleiros sob o comando dos Florent acabaram se tornando a maior força ao lado do Lord Comandante, talvez por medo de terem de retornar ao sul e acabarem sendo acusados de traidores por Cersei Lannister, que já havia enlouquecido em seu posto de falsa rainha, talvez pensassem que se ajudando a acabar com a ameaça do outro lado da Muralha não amenizasse a fúria da falsa Rainha Regente e recebessem seu perdão, mas não era possível saber que decisão tomariam quando os ‘outros’ resolvessem começar a atacar a Muralha, mesmo sem ler minhas chamas eu poderia dizer que eles fugiriam.

Mas as chamas agora não passavam de simples fogo para mim, eu tentei ajudar Sor, tentei prever o futuro, mas R’hollor havia me abandonado. E a única companhia que conseguia ter era a sua. Então os sonhos começaram. Pensei que seriam um ultimo presente de R’hollor, mas não consegui decifrá-los.

Em todos os sonhos eu me via em meio ao frio, sozinha e de repente Stannis aparecia, abraçando-me, aquecendo-me, possuindo-me, e eu me via incrivelmente feliz. Mas quando olho mais uma vez o homem que está possuindo-me vi você, Sor Davos, e senti um calor tão forte que pensei estar na presença de R’hollor. Entretanto o sonho tornou-se um pesadelo e eu o apunhalei, depois cai na neve, novamente inundada pelo frio, caída na neve com sangue negro escorrendo de minhas partes intimas enquanto sentia as dores do parto. Senti minhas forças desaparecendo e a minha pele rasgava então de dentro de mim saiu um corvo albino de três olhos. A criatura agourenta logo bateu as asas e voa para o céu, desaparecendo em meio à chamas reconfortantes de um dragão de três cabeças que voava vigorosamente até um enorme monte feito de espadas onde pousava e várias pessoas começam a aproximar-se da criatura, deixando-lhe presentes e agradecimentos.

Sei que parece loucura aos seus olhos, e devo confessar que agora também parece aos meus. E no início pensei que esses sonhos fossem causados pelo ‘Grande Outro’ que pretendia fazer-me duvidar de R’hollor. Após muito tentar ler as chamas finalmente vi a imagem de um homem, você, e nada a mais. Foi isso que me impulsionou a procura-lo, mas você também me rejeitou, estava mais preocupado com seu rei, tive que mentir para que ajudasse, tive que dizer que a Criatura Negra salvaria Stannis. A noite que ficamos juntos foi a mais prazerosa de minha vida, e foi com o coração apertado que informei-lhe que não podia usar a Criatura Negra para salvar Stannis como você pretendia.

E foi isso que tornou claro o inicio do sonho, minha traição para com você, mas a Criatura Negra que carrego em meu ventre não é nada parecida com o corvo albino dos meus sonhos. E o dragão de três cabeças? O que pode ser? Talvez um Targaryen? Mas todos os do Sangue do Dragão estão mortos, com a exceção da princesinha, que pelo que sei se casou com um dothraki.

Mas não importa agora. Pouco depois que você partiu da Muralha e me deixou com um enorme buraco de dor e duvida na alma, eu pedi uma escolta a Jon Snow e à Mão da Rainha, Axell Florent. Eu parti para além da Muralha disposta a derrotar a ameaça fria em sua origem, disposta a derrotar o Grande Outro. E é de além da Muralha que eu escrevo, aqui sigo meus instintos para chegar no Grande Outro. Eu e minha escolta estamos viajando há alguns dias e algumas vilas abandonadas. Por hora estou segura, as criaturas frias não ousam se aproximar, e quando o fazem eu os queimo com minhas orações, do mesmo jeito que fiz com a águia do selvagem Varamyr Seis Peles, pelo menos esse poder ainda me resta.

Não sei se viverei para ver outro dia, muito menos se o verei novamente. Mas as chances são poucas, me ventre está enorme e a hora se aproxima. Que R’hollor me acompanhe em minha jornada, e na sua também meu Cavaleiro das Cebolas.

Com amor

Melisandre.’

– Eu acho que essa é a sua mãe – disse Gyles em um tom pouco acima de um sussurro – Melisandre de Asshai. Eu ouvi que ela tinha desaparecido para além da Muralha, mas nunca soube que esperava uma criança.

– O que sabe sobre ela? – perguntou

– Sei que ela servia à Stannis. Sei que era uma sacerdotisa de R’hollor e que tinha poderes estranhos. Que podia dizer o futuro observando as chamas e fazer homens morrerem quando estavam há milhas de distancia.

– Ela era má?

– Eu nunca a conheci. Mas analisando pela carta, acho que ela só via o mundo de uma perspectiva diferente.

Antes que ela pudesse retrucar, todos os outros voltaram. Entraram correndo no navio de uma vez, pareciam está fugindo de algo. A fêmea dona do barco gritava ordens para os machos que o mantinham funcionando. E eles rapidamente se afastaram do porto. Setas flamejantes voaram em suas direções, mas rapidamente estavam fora de alcance e nenhuma chegou a acertar o navio.

Quando estavam em segurança, e a cidade não passava de um ponto no horizonte a fêmea dona do barco avançou para as três fêmeas idênticas que sempre guardavam o grande macho de cabelos cor do sol.

– O que sete infernos vocês fizeram? – rosnou ela


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Notas finais do capítulo

Então, meus queridos, eu tenho inúmeras desculpas para o motivo da minha ausência: Provas.
Mas Babi, não é possível que você tenha tido provas por um mês!
É, meus queridos, eu tive, e nem sei como sobrevivi para ser sincera. Mas graças à Deus, elas finalmente acabaram.
Mas você já está a uma semana de férias, por que não postou?
Por que usei essa semana para reencontrar os amigos que pensavam que eu tinha morrido, por minha leitura em dia e voltar a viver basicamente. Além do que, já tem algum tempo que eu mandei esses caps para o Pepi, mas por algum motivo ele não pôde betar. Não achei justo deixar vocês esperando ainda mais tempo, então reli mil vezes e postei logo. Então se eu deixei escapar algum errinho me perdoem.
Eu vou entrar em contato com o Pepi, para ver como faremos no futuro, mas eu juro que não abandonei e que nunca vou abandonar essa fic. Farei o meu melhor para voltarmos ao ritmo de um capitulo por semana.
Eu sei que não mereço. Mas reviews, please? Eu vivo delas afinal.