Sweet Dreams escrita por KaahEvans


Capítulo 1
Capítulo único!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal... Espero que gostem!



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“Estar apaixonado é estar mais próximo a insanidade do que da razão!”

Eu sonhava com ele todas as noites.

Seus cabelos acobreados brilhantes, sua pele pálida e dura como mármore, seu corpo levemente músculoso e seus olhos... Seus lindos e intensos olhos dourados que brilhavam com sentimentos que eu desconhecia. 

Ele não saia de minha cabeça e eu nem o conhecia. Oh, ele provavelmente nem existe.

Uma lágrima solitária caiu de meus olhos e o meu coração se apertou com esse pensamento.

Fazia dois anos que eu sonhava com ele. Sua voz rouca e aveludada dizendo que iria me encontrar, fazendo promessas que nunca foram cumpridas. E que nunca seriam.

Já houve dias em que me recusei a dormir só para não sofrer a decepção de acordar e descobrir que ele não existia. E isso acabou dando uma dor de cabeça a minha mãe Renée.

Minha mãe já estava cansada de me ver triste e jogada pelos cantos chorando, então decidiu me mandar para morar com meu pai, Charlie, em Forks.

Forks é uma pequena e chuvosa cidade no meio do estado de Washington. Era o tipo de cidade que todo mundo conhecia todo mundo, então quando tinha alguma adição à cidade era comentada pelo resto do ano.

No começo eu relutei em ir, com medo de meus sonhos desaparecerem. Por mais que eu sofresse por ele não existir, eu o amava, e não queria perder os sonhos. Não queria perde-lo.

Eu já tive muitos namorados. Eu escolhia muito bem. Desde que os sonhos começaram, eu procurava desesperadamente alguém pelo menos parecido com ele. Minha busca era em vão, é claro! Ninguém poderia se comparar a ele. Ele era a criatura mais perfeita do mundo. A mais doce e sincera.

Essa era minha ultima noite em Phoenix. Deitei a cabeça no travesseiro, e chorei até dormir. Chorei até o sono me levar para ele.

O encontrei como sempre no meio de uma campina florida, ela tinha um toque mágico. Eu tinha plena noção que minha admiração não era com a campina em si, mas no homem magnífico que se encontrava nela toda noite. A campina com certeza ficaria apagada sem sua presença.

Ele sorriu quando me viu, mas rapidamente seu sorriso caiu e ele veio rapidamente em minha direção. Abraçou-me apertado, devolvi o abraço e deixei mais lágrimas caírem.

- Shiiii, meu amor! Shiii. – ele sussurrou em meu ouvido me fazendo estremecer. Enterrei minha cabeça em seu peito.

Depois de alguns minutos derramando lágrimas, abraçada a Edward, me desvencilhei de seu abraço. Olhei sua camisa que estava molhada de minhas lágrimas. Dei um sorriso amarelo, envergonhada.

- Me desculpe, molhei sua camisa. – desculpei-me abaixando a cabeça. Senti seus dedos frios levantando meu queixo. Olhei para ele e encontrei seus olhos preocupados.

- O que houve Bella? – sua voz rouca mostrava toda preocupação que vi em seus olhos. Eu queria me chutar. Essa poderia ser a ultima vez que eu o veria e é claro que eu tinha que estragar tudo chorando na frente dele.

- Não é nada. Não se preocupe com isso. – pedi abaixando os olhos. As lagrimas não caiam mais de meus olhos, mas eu não conseguia encará-lo. Eu queria dizer tudo a ele, dizer tudo o que sentia nesse momento, e o medo de perdê-lo. Mas não queria preocupá-lo mais do que já estava. Eu só queria tirar aquele vinco de sua testa pálida.

- Bella! – ele gemeu como se estivesse com dor. Levantei meu olhar e vi seu rosto amassado em uma careta. – Não precisa me esconder nada amor. Por que não confia em mim?

- Edward... Eu confio em você! – eu disse com toda sinceridade. Vi como ele ficou aliviado por ver a verdade em minhas palavras, mas eu ainda via a dor em seus olhos, por que apesar de confiar nele, não queria que ele se aborrecesse com minhas inseguranças.

- Então me conte por que está chorando, meu anjo. – pediu afagando meu rosto delicadamente.

Era tão doce o jeito que Edward me tratava. Da maneira que ele me olhava à forma que ele me tocava. Era tudo tão doce, tão inocente. Tão perfeito.

Ele me puxou de encontro ao seu peito e me sentou em seu colo. Respirei profundamente, ponderando se contava a ele ou não.

Olhei em seus lindos olhos dourados e me perdi nas profundezas de ouro derretido. Vi toda dor que ele sentia por pensar que eu não confiava nele o suficiente para contar o que me perturbava, vi o desespero por não saber o que fazer para me ajudar, e vi todo o amor que ele jurava sentir por mim todas as noites.

Decidi contar para ele o que me afligia. 

- Eu tenho medo de te perder... – disse o encarando. – tenho medo de você desaparecer... De ir embora.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos procurando qualquer sinal de desconforto de minha parte, não encontrando ele falou.

- Bella... Eu tenho medo também. – admitiu. Ele fechou os olhos por um momento, depois de alguns segundos os abriu de novo revelando seus olhos dois tons mais escuros do que segundos atrás. – Mas eu encontrarei você... E ficaremos juntos por toda eternidade!

Apertei meus olhos com força tentando conter as lagrimas que teimavam em cair. Não queria que ele me visse chorar outra vez, mas era mais forte do que eu.

- Mas você é só um sonho... Você é só um sonho. Só um sonho. Só um sonho! – eu murmurava sem parar. As lagrimas caindo uma atrás da outra sem parar, me faziam parecer desesperada aos olhos de quem observasse.

Edward arregalou os olhos diante meu surto e começou a balançar meus ombros, tentando fazer com que eu saia de meu transe.

- Bella! Bella! – a voz de Edward começou a dizer, mas a cada palavra parecia ficar mais distante. Sua voz rouca e aveludada estava ficando mais fina e frenética, aos poucos a voz de Edward não era mais dele, era de uma mulher.

- Bella... Bella, acorde filha... Foi só um pesadelo! – minha mãe balançava meus ombros e murmurava suavemente que tinha sido apenas um pesadelo.

Abri os olhos e ela relaxou os ombros aparentemente aliviada, mas eu podia ver a dor em seus belos olhos verdes, que sempre tinham um brilho divertido, mas nos últimos anos esse brilho foi se apagando. E era tudo culpa minha.

As lágrimas que eu tanto tentava segurar na frente de minha mãe e de Phil finalmente saltaram de meus olhos sem o meu consentimento. Meus olhos já estavam ardendo de tanto chorar hoje. Parecia que hoje era o dia de derramar as lagrimas que eu havia segurado desde que os sonhos começaram. As lágrimas que eu segurava há dois anos.

- Bella, querida! – só agora percebi que minha mãe chorava junto comigo. Senti-me ainda pior agora. Eu sofria muito com os sentimentos profundos e insanos que despedaçavam meu coração. E o pior de tudo, é que esses sentimentos não tinham o menos fundamento.

- Mãe, por favor, não chore! – pedi enquanto grossas lágrimas desciam pelo rosto de minha mãe.  Eu consegui controlar as minhas e estava engolindo os soluços que ameaçam romper de minha garganta.

- Oh, Bella! Por favor, me perdoe! – Renée segurou meu rosto com as duas mãos, me forçando a olhar em seus olhos agora vermelhos. – Me perdoe por ser uma péssima mãe... E por estar tão ocupada com minhas futilidades que não percebi o quanto você precisava de mim!

Eu não disse nada. Tinha medo de que os pensamentos que eu tinha sobre isso a magoasse ainda mais.

Era verdade que Renée estava mais preocupada em inventar um novo método de fazer as unhas crescerem do que comigo. Eu nunca reclamei disso, por que eu já estava acostumada, por que a vida inteira foi assim.

Olhei as horas no relógio preto que se encontrava em cima da cômoda ao lado de minha cama e notei que já tinha passado da hora de levantar, eu havia dormido muito essa noite e mesmo assim não tinha passado tempo suficiente com ele.

Abri a janela de meu quarto. Fechei os olhos enquanto o vento fresco batia em meu rosto.

“Eu encontrarei você... e ficaremos juntos por toda eternidade!”

Eu queria tanto acreditar naquelas palavras. Desejava tanto que tudo fosse real, que até cheguei a me perguntar se uma pessoa pode ser insana a ponto de abandonar tudo o que tinha em busca de nada.

Mas por Edward - mesmo sendo uma alucinação - eu faria qualquer coisa. Por que ele era meu doce sonho. Ou meu lindo pesadelo, como quiser!

**~~**

- Pode me trazer outra coca, por favor? – a mulher de uns trinta e poucos anos assentiu, e voltou poucos minutos depois com meu pedido.

Eu estava travando uma luta contra minhas pálpebras que insistiam em fechar, mas eu não iria permitir. Eu sabia que no instante em que meus olhos se fechassem eu voltaria para a campina com Edward e não podia deixar que os outros passageiros do avião presenciassem meu momento de loucura noturno quando eu começasse a falar em meu sono. 

Procurei por Charlie pelo pequeno aeroporto de Port Angeles, não foi muito difícil achá-lo contando que o aeroporto estava praticamente vazio.

Nos abraçamos desajeitadamente, com poucas palavras da parte dos dois e fomos para casa. No carro não foi diferente. Charlie não era o tipo falador e eu muito menos. Ele era bem diferente de minha mãe que era excêntrica e escandalosa. Eu acho que tinha puxado Charlie no jeito tímido e desajeitado.

Quando chegamos a casa fui direto ao meu quarto. Charlie colocou minhas malas no canto do quarto perto do guarda roupa, perguntou se eu queria algo e se retirou me deixando sozinha.

Era isso que eu mais gostava em Charlie, ele não ficava rondando a gente.

Ignorei minhas malas, eu deixaria para desfazê-las amanhã cedo. Deitei em minha cama e me enfiei debaixo das cobertas encolhida devido o clima frio de Forks. Fechei os olhos e esperei encontrar Edward.

Vi Edward mais perfeito do que nunca. A clareira não estava escura e nublada como das outras vezes que eu sonhava com ela. Ela estava perfeita, com flores roxas e brancas por toda parte, as árvores ao redor não pareciam tão macabras quanto nos outros sonhos. Edward sorriu lindamente para mim. Tentei me aproximar dele, mas quanto mais eu me aproximava mais longe ele ficava. Em uma parte do sonho eu comecei a correr tentando alcançá-lo, mas ele desapareceu. Depois disso não vi mais nada. Só a escuridão.

Acordei eram 6:00 da manhã, levantei-me e passei a mão no rosto. Olhei minha mão que estava molhada pelas lágrimas que saiam de meus olhos. Nem mesmo percebi que estava chorando. Eu deveria estar preocupada em ter que tomar antidepressivos, mas não estava. Eu só pensava em meu sonho, ou melhor, pesadelo.

Eu tinha medo de que os sonhos acabassem e esse meu amor insano e doentio me fizessem ficar louca de saudades de alguém que eu só via enquanto dormia. Alguém que nem era real. Mais lágrimas caíram de meus olhos. Eu não imaginava minha vida – ou meus sonhos – sem Edward.

Mas ele prometeu que me acharia. Seria real tudo isso, ou fruto de minha fértil imaginação?

É claro que ele era apenas uma ilusão minha. Ninguém poderia ser tão perfeito como Edward.

Levantei-me da cama e caminhei pelo corredor em direção ao banheiro. Lavei meu rosto e encarei meu reflexo no espelho.

Minha pele estava ainda mais pálida do que antes, e meu cabelo parecia mais brilhante. Meus olhos não estavam inchados, isso foi uma surpresa, mas agradeci mentalmente por isso. Eu teria que ir para a escola hoje e não queria ser conhecida como a nova garota depressiva. Eu tentaria ser o mais discreta possível, não queria chamar atenção, só queria ficar na minha.

Era difícil acordar e ir para a escola em Phoenix, os garotos de lá adoravam correr atrás mim. Eles diziam que eu era bonita. Eu achava realmente que eles queriam tirar uma com a minha cara. Eu não era bonita. Eu não era nada além de comum.

Procurei uma roupa para ir à escola, na mala. Eu ainda não havia arrumado minhas coisas. Peguei uma blusa branca com mangas compridas e uma calça preta rasgada. Calcei um sapato também preto. Passei um corretivo abaixo dos olhos para disfarçar as olheiras e um gloss rosado nos lábios.

Desci as escadas e fui direto para a cozinha, só para encontrá-la vazia. Fui até a geladeira pegar algo para comer e achei um bilhete de Charlie pendurado lá.

Bella,

Tive que sair mais cedo para o trabalho, então não poderei te levar para a escola. Comprei uma caminhonete para você, por tanto não precisará ir a pé. A chave está em cima do balcão. Espero que goste da nova escola.

Beijos, papai!

Suspirei pesadamente. Eu não poderia pedir um pai melhor do que Charlie. Mesmo sendo muito calado era obvio que ele me amava. Ele só não era bom em demonstrar sentimentos.

Comi somente uma maçã, peguei a chave do carro em cima do balcão e saí da casa trancando-a e colocando a chave em baixo do tapete de entrada. Olhei para a garagem e vi uma enorme picape chevy vermelha enferrujada parada lá. Por incrível que pareça eu adorei.

Entrei na picape e dei partida, o motor rugiu me assustando, mas logo e me acostumei com o barulho e dirigi até a escola. A cidade era pequena, então não foi muito difícil encontrar.

Todos no estacionamento me olhavam e cochichavam entre si. Durante todo o dia varias pessoas falaram comigo, tantas que eu nem lembrava o nome de todas. Tinha um garoto loiro, seu nome era Mike, que só faltou se jogar em cima de mim, então eu trataria de ficar longe dele. Não que ele fosse feio, muito pelo contrário. Ele era bonito, loiro e tinha brilhantes olhos azuis, mas não era o meu tipo. Talvez se fosse ruivo...

Chega Bella! É possível que cada pensamento me lembrasse dele?

O sinal tocou sinalizando o final da aula. Levantei-me pegando meus dois livros que estavam jogados em cima da mesa. E fui até meu armário guardar meus livros.

Quando ia caminhando até o refeitório encontrei Jessica que me convidou a sentar em sua mesa junto com Mike, Ângela, Ben e Eric. Aceitei o convite e andei ao lado dela. Jessica tagarelava sem parar sobre Mike. Eu não poderia dizer sobre o que ela falava por que em determinada parte da conversa – unilateral – a voz nasal de Jessica me deu dor de cabeça.

Chegamos ao refeitório e eu apressei o passo para chegar à mesa na esperança que Jessica parasse de falar sobre Mike na presença do mesmo.

Sentei-me entre Ângela e Mike, Jessica se sentou do outro lado de Mike e entrou em uma animada conversa com ele. Eric e Ben se levantaram para comprar seus almoços e perguntaram se eu queria algo. Todos já tinham seus almoços na mesa menos eu. Como não estava com fome pedi somente uma coca e entreguei o dinheiro a Eric, em poucos minutos eles já estavam de volta.

Eu bebia minha coca lentamente, estava com um pouco de dor de cabeça e uma sensação incomoda me atingiu de repente. Era como se eu estivesse sendo observada, uma coceira na parte de trás de minha cabeça... Era estranho, mas ao mesmo tempo bom. Eu não entendia isso, todos os alunos desde que cheguei à escola estavam me encarando e eu não estava incomodada antes.

Olhei ao redor do refeitório, de mesa em mesa procurando algo para me distrair. Enquanto olhava, uma mesa me chamou atenção. Haviam cinco pessoas sentadas ali, três meninos e duas meninas, eles se sentaram afastados de todos os outros alunos. Olhei de rosto em rosto. Todos eles eram lindos, mas somente um me prendeu a atenção.

Minha respiração engatou e por alguns segundos meu coração parecia ter parado. Ali a menos de cinco metros de distancia estava o garoto que atormentou meus sonhos todas as noites durante dois anos.

Ele me encarava de volta. Seus lindos olhos dourados me olhavam com choque e saudade, assim como eu o olhava. Eu queria correr até ele para abraçá-lo, beijar seus lábios, mas eu ainda estava paralisada com o choque. E, além disso, eu tinha medo. Medo de ser mais uma de minhas ilusões, mais um de meus sonhos e depois eu me decepcionar ainda mais.

Levantei-me abruptamente e quase corri para fora do refeitório. Quando estava perto da porta o vi se levantando com a testa franzida, sinal que estava preocupado, mas foi interrompido por uma menina de cabelos curtos e pretos, que segurou seu braço.

Corri dali o mais rápido que pude e por incrível que pareça, sem tropeçar. Sai do prédio da escola e descansei em um galho caído na floresta ao lado da escola.

Nem percebi quando as lágrimas começaram a cair, mas tinha certeza que elas não parariam rapidamente.

Eu estava tão confusa. Ou seria louca?

Ele não existia. Eu estava convicta disso, mas ele parecia tão real no refeitório. Em meus sonhos ele sempre estava perto, muito perto, mas ao mesmo tempo tão longe. E agora não. Eu sentia sua presença.

- Bella! – ouvi um sussurro a alguns metros de distancia e levantei a cabeça somente para contemplar Edward bem a minha frente, seu semblante era serio e ele parecia torturado. Eu não sabia por que. O que minha imaginação insana estava querendo fazer comigo agora? Que meus colegas achassem que eu era louca por sair correndo do refeitório sem motivo?

Desviei o olhar. Se eu estava ficando louca, então tentaria agir o mais normal possível e ignorar minhas alucinações. Fechei os olhos por um momento esperando que quando os abrisse ele já teria desaparecido.

Senti algo frio e duro tocar meu rosto suavemente, abro os olhos e vejo que a coisa dura e fria era sua mão. Eu podia sentir seu toque. Como era possível? Será que...?

- Edward? – perguntei estupidamente. Eu não podia acreditar. Ele era mesmo real. Eu podia sentir.

- Bella. Meu amor! – ele se aproximou ainda mais e passou os braços ao meu redor. Olhei em seus olhos e ele me encarava intensamente. Eu sabia que poderia acabar a qualquer momento, mas aproveitaria enquanto eu pudesse.

Então seus lábios encontraram os meus. O beijo era lento e carinhoso. Naquele beijo estávamos demonstrando um ao outro todo o amor que sentíamos. Só paramos quando o ar me faltou. Ele também estava ofegante, mas não parecia precisar respirar. O que era estranho.

- Você é ainda mais linda do que imaginei! - sussurrou me olhando com tanta reverência que minhas pernas ficaram bambas.

Quando minha respiração se normalizou encarei seus olhos novamente. Eu tinha medo de piscar e ele desaparecer. Tinha medo de piscar e descobrir que era somente mais um sonho. Acho que eu não agüentaria dessa vez. Ele parecia tão real, tão perfeito parado a minha frente.

Sem que eu tomasse conhecimento algumas lagrimas molhavam meu rosto. O lindo sorriso torto de Edward sumiu na hora, e a famosa expressão torturada que ele exibia sempre que eu estragava o clima estava de volta.

Eu sou muito estúpida. Por que eu tinha que estragar tudo de novo? Eu o estava fazendo sofrer!

- Não fique assim. Por favor! – o abracei o mais apertado que pude. E mais uma vez fui surpreendida. Seu corpo era duro como uma pedra. Assim como em meus sonhos. Era como abraçar granito, nenhum humano normal tinha o corpo tão duro assim. Tinha algo de errado com ele? Ele passou seus braços ao redor de minha cintura, me segurando mais perto dele.

- Como ficarei então Bella? Por que está tão hesitante? Você dizia me amar... Era mesmo verdade ou eu realmente tive alucinações?  - murmurou baixinho, acho que ele não queria que eu ouvisse a ultima parte. – Bella. Você sabe quem eu sou não é? – meu coração se apertou ao ver seus olhos tão tristes. Eu queria arrancar toda tristeza dele, eu me sentia muito mal por saber que a culpada por ele estar triste era eu.

Mas algo que ele disse martelou tanto em minha cabeça que eu até pensei que ficaria dolorida.

A minha alucinação tinha alucinações? Eu estava tão confusa.

- Mas você é só um sonho! – eu quase gritei exasperada. Seus olhos brilharam com algo que eu desconhecia.

- Bella. – ele disse meu nome carinhosamente enquanto estendia a mão para afagar meu rosto. – Amor, acha mesmo que está sonhando?

Ele balançou a cabeça levemente, nunca parando o carinho que fazia em meu rosto. Fechei os olhos para apreciar melhor o toque e inclinei minha cabeça em direção a sua mão.

- Eu não estou?

- Não, querida! Você está acordada e eu estou aqui... Com você! – balancei a cabeça e fechei os olhos com força desnecessária.

- Vou fazer com que acredite em mim.

Seus lábios tomaram os meus novamente, mas dessa vez não era um beijo lento. Era feroz e cheio de saudades e promessas. Agarrei os cabelos de Edward sentindo a maciez dos fios cor de cobre e me deixei levar pelas sensações que atravessavam meu corpo. Ele terminou o beijo com vários selinhos.

Separamos-nos ofegantes. Sorri para Edward e ele retribuiu com seu magnífico sorriso torto. Ele parecia mais um deus grego do que um mero humano, e isso me deixava ainda mais duvidosa. Decidi que não pensaria nisso agora. Nenhum sonho poderia ser tão real assim.

- Acredita em mim agora? – perguntou divertido.

- Acredito. – consegui dizer depois que minha respiração se normalizou.

Ele ficou pensativo por alguns segundos, mas logo se recompôs.

- Eu quero te mostrar um lugar. Vem comigo! – eu iria a onde ele quisesse!

*~~~~~~*

Isso era realmente incrível.

Primeiro eu começo a ter sonhos com um garoto extremamente lindo ao qual me apaixono loucamente, minha mãe pirada e egoísta me manda para uma cidade no fim do mundo onde não acontece nada além de chover, depois encontro o amor da minha vida na escola da cidade-ovo, e agora me encontro deitada na grama da clareira onde todos os meus sonhos aconteciam. Aqui nos braços de Edward eu pude pela primeira vez me sentir segura e amada.

Edward segurou meu queixo me forçando a olhar para ele. Sorri e imediatamente ele sorriu de volta. Era como se cada sentimento que eu tivesse ele sentisse também.

- Eu te amo, Bella. – declarou pela primeira vez. Claro, ele dizia isso nos sonhos, mas não era a mesma coisa. Meu sorriso estava tão grande que talvez ele pudesse até rasgar meu rosto.

- Eu também te amo, Edward! – seus olhos brilharam de felicidade ao ouvir minhas palavras. Meu sorriso murchou aos poucos quando me lembrei de algo que me incomodava desde que chegamos à clareira. – Edward?

- Diga. Meu amor! – me apertou ainda mais contra seu corpo.

- Eu ainda tenho medo... – admiti baixinho, olhando para baixo.

- Não precisa ter medo de nada. Eu estou aqui com você, e te protegerei de tudo que possa te machucar. Seja o que for! – parou por um momento, mas logo continuou. – Me diga do que tem medo?

- Tenho medo de você desaparecer. De você ir embora! - eu lhe disse a mesma coisa que falei no último sonho.

O olhei para ver sua reação, mas ele só me olhava com o rosto vazio de sentimentos. Logo ele me puxou para um beijo e quando se afastou, segurou meu rosto firmemente com as duas mãos.

- Eu nunca vou deixar você! Nunca! Entendeu-me? – disse firmemente e pude sentir toda a sinceridade com que ele dizia essas palavras.

- Então vamos ficar juntos? Você promete?

- Prometo! Agora que tenho você aqui comigo não te deixarei ir. Ficaremos juntos... Por toda eternidade. - ri enquanto ele beijava todo meu rosto.

Eu continuava sonhando com Edward, mas a diferença é que agora ele velava meu sono todas as noites.

Nesse dia eu mal sabia, mas quando Edward disse que ficaríamos juntos por toda eternidade ele falava sério.


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Notas finais do capítulo

Hey Hey! Então, digam-me o que acharam...
Podem mandar reviews a vontade.. eu não mordo! rs
Mereço reviews e recomendações??
Beijos