Draco's POV

–É isso mesmo Draco, por isso que eu fiquei daquele jeito quando soube que você não gosta dela, eu não aguentaria ver Pansy sofrendo por você, entende? -Blás me disse, triste. –Eu sei que você namora com ela, mas vou tentar explicar melhor, Draco. Pra mim, ver a Pansy sofrer é como você ver sua mãe e sua tia sofrer, é quase insuportável, entende?

–Não exagera Blásio. -Eu disse, sabendo que não era exagero. Então eu encarei Blás e vi que seus olhos estavam cheios de tristeza, percebi que a Pansy era realmente importante pra ele, e eu não podia namorar com ela, não era justo com o meu melhor amigo. Pansy é a melhor amiga que já existiu, e tem sido uma namorada ótima, mas Blás gostava dela e eu não, não daquele jeito. Eu iria terminar com ela, estava resolvido.

–Mas porque você não falou antes sua besta? -Perguntei, realmente querendo saber.

–Eu...Não sei. -ele respondeu.

–Mas é um idiota mesmo, era só você falar, eu resolvo isso fácil, vou terminar com ela, você vai falar com ela e pronto, problema resolvido. -Eu disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

–Draquinho, você faria isso por mim? –Disse Blás com a pior imitação da Pansy que ele poderia ter feito.

–Draquinho não cara, não fode. -Respondi, revirando os olhos.

–Não se estresse Draquinho. -Ele continuou. -Eu te amo Draquinho. -Então eu joguei uma almofada nele que riu por vários minutos, enquanto eu ficava em silêncio. Então ele me encarou como se tentasse entender alguma coisa, e eu sabia o que era.

–Mais sonhos? –Perguntou. E estava certo.

–Pesadelos seria o termo correto. -respondi sem ânimo.

–Draco, não seria melhor você conversar com elas duas? Não faz bem começar o ano assim.

–Blás, eu acabei de chegar em Hogwarts, é claro que vou conversar com elas, vê-las, eu não posso deixá-las por muito tempo sozinhas, mas ainda é cedo, tenho que me acostumar com essa merda de mudança primeiro, que droga fizeram com essa escola, em?!

–Eu que o diga, estou no mesmo quarto que Neville Longbotton, Cama vazia do Krum “o grande herói, que morreu pra salvar o amor de sua vida: Hermione Sangue-Ruim Granger” e a Marieta Edgecombe, que eu não conheço muito bem, mas é amiga da Cho. -Blás disse, como se isso fosse ruim.

–Você ainda tem sorte, eu estou no mesmo quarto de ninguém menos que Ronald Cenoura Louca Weasley, e logo ao lado é o dormitório da Granger nojenta. -Respondi, com tom de choro na voz.

–A Sangue-Ruim? -Ele perguntou chocado.

–A Granger, -frisei. -Você sabe que a minha opnião sobre o sangue dela e de todos os nascidos trouxas mudou, o que não faz dela menos nojenta. Merlin com certeza não vai com a minha cara. -Disse em tom de repreensão.

–Ela é... Bonita, pelo menos. -Blás disse como quem fala do tempo.

–Blásio? Que droga você usou? -perguntei, chocado. -Por Merlin!

–E beija bem. -Ele completou.

–O QUE? Merlin, não quero nem saber como você sabe disso! -Respondi mais pra mim mesmo do que pra ele.

– Hermione Granger, antes de namorar aquela cenoura estúpida, cedeu aos encantos do gostosão aqui. -ele respondeu se gabando. E eu senti algo estranho.

–Argh! Que nojo Blás, seu gosto melhorou bastante de lá pra cá, não? -respondi com cara de nojo

–Não, continua o mesmo. Garotas, gostosas, bonitas e simpáticas. -franzi o cenho.

–A Granger não é simpática, muito menos gostosa Blás, você fumou. -ele revirou os olhos

–Então eu acho que você não anda reparando muito nela, meu caro. Mas... Você vai ou não vai terminar com a Pans? -ele perguntou ansioso.

–Claro que vou, e ainda vou te ajudar a ficar com ela, mas com três condições. -respondi abrindo um sorriso.

–Eu sabia, mas geralmente é só uma, sabe?!. -ele disse revirando os olhos. -O que você quer?

–Primeiro, nunca mais coloque a sua boca em lixos como a Granger, eca. -Disse fazendo cara de nojo. -Segundo, quero ser padrinho do casamento, e terceiro e mais importante, faça-a feliz!

–Com certeza cara, não duvide disso. -ele disse e eu sorri.

–Tá apaixonadinho! -eu disse e joguei uma almofada nele, que voltou da forma mais vesga possível, ri da sua cara, que me xingou, como sempre.

Blás era um bom amigo, era o único em quem eu podia confiar, além de Pans, e eles sabiam de todos os meus segredos, não eram amigos, eram irmãos!

Hermione’s POV

Não é possível, o que eu fiz pra Merlin? Ele definitivamente não gosta de mim! Draco Malfoy como meu vizinho de quarto? Não podia ser verdade.

–Mione? Amor? Você tá bem? -Rony perguntou, me abraçando.

–Hã?! Ah, sim querido, só estava lamentando mentalmente por DRACO MALFOY ser meu vizinho de dormitório. -respondi irritada.

–Pelo menos não é no mesmo dormitório que você, vai ser um saco aguentar ele o ano todo. -ele respondeu, mais irritado que eu.

–É. Merlin deve simpatizar comigo, pelo menos um pouco, mas desculpe te desapontar amor, ele te odeia! -eu disse rindo.

–Ah que engraçadinha você, não? Além de Merlin me odiar, minha namorada parece que também compartilha do mesmo sentimento!

–Awn, coitadinho dele. –Dei-lhe um beijo carinhoso, um beijo que mostrava que eu estava com ele, e ele retribuiu.

–Mione! –Gritou Gina puxando meus cabelos e separando-me de Rony

–Ai, Gina! Não precisava de tanta agressividade! -Eu disse massageando meu coro cabeludo.

–Também te amo e estava com muitas saudades. –Disse Gina fingindo tristeza

–Oh, coitada, eu nem te abracei e matei as saudades na estação, não é?!

Gina me abraçou e então lembrei o porque de eu não ter visto ela as férias inteiras, Harry havia pedido para que Rony passasse as férias em casa, para que ele pudesse conversar com Gina sem ninguém atrapalhando, e eu como uma ótima amiga aceitei, então não vi Gina durante as férias inteiras.

–Te amo, sua ruiva insuportável. -Falei no ouvido dela e ela gargalhou.

Ela é minha melhor amiga, a pessoa mais maravilhosa desse mundo, o abraço dela é quase tão confortante quanto o abraço de minha mãe, e ela sabe falar a coisa certa na hora certa, ela é a melhor amiga que eu poderia ter, ela era a minha Ginevra, e ninguém mais vai roubar ela de mim, nem mesmo Harry Potter.

–Mione, estou ficando com ciúme. –Disseram Harry e Ron ao mesmo tempo, nos fazendo rir.

–Não se preocupe Harry Potter, não vou roubar a Gina de você, ela vem por livre e espontânea vontade. -Respondi rindo, e abracei a ruiva ainda mais forte.

–Digo o mesmo pra você Ronald Weasley. –Disse Gina para o seu irmão.

–Sabe Harry, acho que teremos que achar novas namoradas, parece que as nossas já estavam comprometidas e não nos avisaram. –Disse Rony.

–Como é que é, Ronald?! –Dissemos eu e Gina ao mesmo tempo.

–Não achou graça Mione? -Ele perguntou rindo.

–Por acaso está me vendo rir? Babaca! -respondi irritada.

–Bom... Nesse momento não... -Harry respondeu com um olhar maligno.

–Harry Tiago Potter, não faça isso! -Disse eu já prevendo o que viria, então em um momento eu estava em pé, e no outro eu estava no meio do salão comunal deitada no chão sendo a vítima indefesa de um covarde ataque de cócegas.

Pansy’s POV

Draco estava estranho no jantar, perguntei o que havia acontecido, e ele disse que após o jantar precisava conversar comigo, e ele iria terminar comigo, eu tinha certeza conhecia-o como ninguém.

–Draco querido, o que você tem pra falar comigo? -perguntei, engolindo em seco.

–Ainda to jantando Pansy, você poderia esperar? -disse ele de um modo rude.

–Claro querido. –É Pansy ele realmente queria terminar, prepare-se para as lágrimas.

–Obrigado. -Ele disse num tom irritantemente neutro. Eu não iria ficar por baixo, não mesmo, ninguém fala assim com Pansy Parkinson!

–Porque não termina logo Draco? Pra que esperar? -Gritei sem nem pensar.

–Porque eu não quero? Terminar um relacionamento agora me faria perder o apetite, e eu quero terminar a minha janta. -ele respondeu, como quem comentava do tempo, senti as lágrimas inundarem meus olhos, mas as impedi de caírem.

Draco’s POV

Na verdade eu já havia perdido o apetite, tratar minha melhor amiga assim era muito difícil.

–Draco Malfoy, qual é o seu problema?! -Ela perguntou com a voz embargada.

–No momento? Você atrapalhando meu jantar. -respondi com uma voz de tédio, querendo me matar por isso

–Eu... Te odeio! –Ela gritou, e a única coisa que pensei foi que algum dia, ela vai entender que é pro bem dela.

–É? Então porque você está falando comigo ao invés de me deixar jantar? -respondi, e quis me bater por isso.

–Quer saber de uma coisa Malfoy? Nem eu mesma sei. -então Pansy levantou da mesa, e saiu andando de cabeça erguida, mas com os olhos cheios de lágrima e o coração cheio de dor. Então olhei pra Blás que disse:

–Precisava disso tudo?

–Precisava. -Respondi. -Ela vai chorar, muito, e você vai estar lá, anda! A minha parte eu fiz.

–Valeu Draco, só eu sei o quanto é difícil pra você. -ele disse sorrindo.

–Vai logo Blás, você vai perder ela de vista. -respondi entediado.

–Draco eu te amo. -ele respondeu, com um sorriso maior que o rosto

–Tem certeza que tu não é gay? -provoquei.

–Vá se fuder. -Ele disse antes de sair correndo, pelo mesmo caminho que Pansy havia feito, minutos atrás.

Pansy’s POV

Eu já sabia que Draco iria terminar comigo, mas não achei que fosse de uma maneira tão bruta, ele é um idiota que não merece o amor de ninguém, eu o odeio, e odeio essa escola de merda!

–PANSY! ESPERA! –Reconheci a voz de Blásio.

–VAI EMBORA! –Gritei ainda correndo, eu sabia que Blás iria me fazer sentir melhor, mas eu não queria, eu queria ficar sozinha, chorar, odiar o Malfoy! Então continuei correndo, as lágrimas não cessavam e estavam embaçando minha visão, e num momento eu estava correndo, e no outro eu havia caído no chão.

–Achou que iria correr pra sempre? –Disse Blás com um sorriso estendendo-me a mão. –Desastrada, como sempre.

–Não, mas pensei que poderia correr o suficiente para despistar você. –Respondi com voz chorosa. –Idiota, por que não volta para aquela droga de mesa, com o seu amiguinho idiota, éin Blásio?!

–Hey, não liga pro Draco, ás vezes ele fala umas coisas sem pensar. -ele respondeu em defesa do amigo.

–Ele é um arrogante! Eu odeio o Malfoy! E odeio você por estar tentando defender aquele imbecil! -gritei.

–Não Pansy, não o odeie, ele te ama, mas não desse jeito, ele te quer pra sempre ao lado dele como uma amiga. -ele disse, sorrindo pra mim, ainda com a mão estendida.

–Eu sei que o Malfoy é um ótimo amigo, mas ele foi arrogante demais comigo hoje, Blásio, não quero olhar pra cara dele nunca mais! -respondi cruzando os braços como uma criança birrenta.

–Olha, eu sei que você vai fazer a coisa certa Pans, pense com calma, você tem a vida toda. Agora pare de chorar, essas lágrimas cobrem a beleza dos seus olhos. –Ruborizei com o comentário dele.

–Você é um idiota mesmo. -ele riu, e vendo que eu não pegaria sua mão estendida, ele sentou ao meu lado, no meio do corredor.

–Vish, me chamou de idiota, já está apaixonada por mim! – Não pude evitar rir.

–Calado, Blásio. -respondi parando de rir.

–Sou foda, fiz você rir, todos invejem e curvem-se diante de mim, soberano Blásio Zambini. –Cai na gargalhada, era impossível chorar com Blás por perto, ele sim era um cara legal, um amigo perfeito.

–Como é idiota, meu Merlin! -disse mais pra mim mesma, que pra ele.

–O idiota que você não vive sem. -ele respondeu, dando uma mordida carinhosa na minha bochecha.

–Ta se achando demais éin. Mas eu realmente não sei o que eu faria sem você. -eu respondi abraçando ele.

–Viu?! Eu sou foda, sem mais. -ele respondeu retribuindo o abraço. –Agora vamos, vou te levar pro seu dormitório.

–Não precisa Blás, você já fez demais. -respondi sincera.

–Ajuda quando se precisa nunca é demais, vamos, já está tarde e eu não vou te deixar sozinha. -ele respondeu e eu desisti de contestar.

–Obrigada, eu te amo, você é o melhor amigo que eu poderia ter. -respondi o abraçando mais uma vez.

–Eu também te amo, minha amiga. –Senti que Blás pronunciou a última palavra de uma maneira estranha e senti uma sensação diferente quando ouvi, mas deve ser só neura minha.

Draco’s POV

Já era tarde, já estavam todos dormindo, então fui me deitar, estava muito irritado pelo fato de ter brigado com a minha melhor amiga, mas estava feliz, pois finalmente Blás e ela iriam se entender. Ou pelo menos eu espero que eles se entendam.

Deitei pedindo a Merlin para não sonhar, mas não foi o que aconteceu, como sempre Merlin não me ouviu e eu tive um pesadelo, acordei no meio da noite chorando novamente, olhei para os lados e todos estavam dormindo, exceto o cenoura, que ainda não havia voltado do passeio com a Granger. Desci as escadas passei pelo quadro e fui andando sem rumo, até que cheguei ao jardim, onde ouvi uma discussão. Cheguei mais perto pra ver quem era e me surpreendi ao ver a Granger e o Cenoura brigando, me escondi entre alguns arbustos para ouvir.

–Ronald, pelo amor de Merlin, não fale assim dele! -a garota disse com uma clara impaciência.

–Ele é um idiota, você endeusa um cara que não fez nada por você, Herms. Pelo amor de Merlin, da pra entender que ele só estava no lugar e na hora certa?! -o cenoura respondeu, revirando os olhos.

–Ele morreu por mim, Ronald! Por mim! Ele tinha a opção de desviar e me deixar morrer! -a castanha quase gritou.

–Ah, claro, e tudo o que eu fiz não importa, não é?! Tudo o que eu enfrentei não importa? A vida que eu dedico a você não importa? Só porque estou vivo? Pra provar que se ama, tem que morrer agora Hermione?! -o Weasley disse, mais que impaciente.

–Ronald, eu nunca disse que duvido do seu amor, só disse que o amor que Vítor tinha por mim era único, inexplicável, e eu só não quero que você fale dele dessa maneira, que droga! Todas as vezes em que ele é mencionado, nós temos a mesma discussão, eu não vou diminuir minha admiração, gratidão e amor por ele só por que você tem ciúme de alguém que já morreu! -dessa vez ela gritou.

Mas que motivo besta pra brigas, o Cenoura falou mal do Krum, a Sangue-Ruim ficou putinha e brigou com ele, façam-me o favor e cresçam?!

–Se é assim, não vejo mais motivos pra ficarmos juntos, perdeu-se o respeito e perdeu-se a harmonia. -o cenoura disse numa voz quase inaudível.

–Você está terminando comigo apenas por que eu defendi uma pessoa que morreu por mim? Você está falando sério? -ela respondeu num tom ameaçador.

–É, parece que sim. -ele disse, não se deixando intimidar.

–Certo Ronald, mas depois não venha pedir perdão, pois eu realmente não vou me importar. -ela disse com ar de quem encerra a discussão.

–Creio que isso não vai acontecer. -ele respondeu já com lágrimas nos olhos.

Então a Granger virou as costas e saiu, sem escândalos, sem shows, sem choros e sem demonstrar dor, deixando o Cenoura ali, chorando de raiva, enquanto ela apenas sorria. Tenho que admitir, ela é uma garota forte, nojenta, odiável, horrível, mas forte.