Your hand fits in mine

Like it's made just for me

But bear this in mind

It was meant to be

And I'm joining up the dots

With the freckles on your cheeks

And it all makes sense to me

(Little Things – One Direction)

Acordo ainda meio atordoada com batidas na porta, incessantes. Só pode ser uma pessoa, Pedro.

- Já vai, seu apressado – Eu digo gritando.

Foi no banheiro, faço minhas higienes, jogo água no rosto para terminar de despertar, penteei de leve meus cabelos e abro a porta.

- Dá para falar agora, aliás, o que a bela adormecida, está fazendo acordada essa hora? – Pergunto claro que não poderia esquecer a ironia.

- Sabe como é né? Acordei com o beijo do seu príncipe minha querida – Ele diz igualmente irônico.

- Mas, agora falando sério, dá pra falar o que veio fazer aqui ou tá difícil? – Eu pergunto cruzando os braços na altura do ceio e o encarando.

- Eita estressada, reunião lá na sala e seu namorado não acorda de jeito nenhum, tenta acordar ele – Ele diz levantando as mãos em sinal de rendição.

- Ok – Concordei e fui em direção ao quarto tão conhecido por mim, o dele.

Fui andando calmamente até lá. Abri a porta devagarinho.

Ele ainda sorria serenamente, o que fez um sorriso brotar em meu rosto, me aproximei da sua cama, sentando na ponta.

- Lucas, meu amor, acorda príncipe – Sussurrei em seu ouvi ele se arrepiou, eu senti isso, e dei uma risada baixa. Como ela ainda forçava os olhos para ficarem fechados. Eu fui me debruçando sobre ele, para começar a dar vários beijos espalhados pelo seu rosto, por último na sua boca. Um selinho demorado.

O espertinho aproveitou quando eu fui dar um selinho nele, e me girou, me fazendo ficar embaixo dele na cama.

- Bem que eu poderia acordar todos os dias assim – Ele diz sorrindo e se levantando.

- Vem, termina de se arrumar aí que eu vou também que o pessoal está nos esperando lá fora – Digo ajeitando as minhas roupas.

- Hum... Vai se arrumar junto comigo também? – Ele perguntou com um sorriso um tanto pervertido.

- Larga de ser tarado menino – Dei uma tapa no braço dele e ele riu. – Só por isso, quando eu entrar no quarto, vou trancar a porta, você é um perigo – Eu falei para ele que ria descontroladamente.

Ia em direção à porta, mas antes uma mão puxa o meu braço.

- Você não vai sair, sem esquecer isso aqui – Ele me puxa para mais um beijo apaixonante onde envolvi suas mãos na minha cintura e minhas mãos vão diretamente para o seu cabelo macio, o bagunçando mais ainda, já que o mesmo tinha acabado de acordar. Nos separamos por falta de ar e eu segui meu caminho para o quarto.

Eu não sei se já comentei antes, mas quando ele acaba de acordar, parece que toda a sua fofura se realça nos seus cabelos bagunçados e sua cara amassada. Eu adoro esse contraste que ele pode ser pervertido, mas sempre muito romântico e carinhoso, cavalheiro, ele é perfeito. Isso me lembrou um verso.

“I can be a gentleman, anything you want

(Eu posso ser um cavalheiro, o que você quiser)”

Irônico logo a música ser boyfriend, mas enfim... Cheguei ao meu quarto e me atirei dentro do banheiro, num banho relaxante, passei um tempão ali.

Arrumei-me e fui para a sala. Todos estavam lá.

- Bom dia – Digo animada.

- Bom dia – Eles respondem em como e começam a rir.

- Como só faltam três dias, contando com hoje, para irmos embora vamos fazer algo diferente. Quem topa uma trilha? – Tio Gilberto pergunta.

Eu, Lucas e meu pai topamos, já tia Cecí, minha mãe e o Pedro preferem passeio de barco e o Biel entrou nessa onda por causa da mãe.

- Quatro a quatro – Meu pai comentou.

- Então hoje fazemos a trilha e amanhã passeio de barco – Comento dando de ombros.

-Todo mundo topa? – Tio Gilberto pergunta. Todos assentem. –Então vamos.

Resolvemos fazer uma trilha que daria para a ilha do coqueiro solitário, seria uma trilha de bicicleta ou a pé, poderíamos escolher. Tomamos café e fomos conversando sobre o que iriamos fazer, resolvemos ir depois do almoço, passamos um tempo jogando conversa fora e de uma hora da tarde nos alimentamos e partimos rumo à trilha.

Chegando lá, era tudo muito bem organizado, vários guias, instrutores e equipamentos de seguranças, do alto da colina que começava a trilha já dava para ver a ilha e ter uma visão esplêndida.

- São em duplas, porque se não iria demorar muito tempo, já que vocês são um grupo grande, mas o pequeno pode ficar com dois adultos ou com um. – O instrutor dizia.

Rapidamente nos organizamos em duplas.

 Eu e Lucas, obviamente.

Minha mãe e meu pai.

Tia Cecí e Tio Gilberto.

Pedro e Gabriel.

- Vem Biel, nos somos os sozinhos do grupo – Pedro dizia como se Biel fosse entender aquilo, o que nos fez gargalhar.

- É só segui as fitinhas vermelhas – O instrutor recomeçou. – Como podemos ver são cinco trilhas do nosso lado esquerdo – Ele apontou. – Cada dupla vai por um, ao longo da trilha estão localizados vários instrutores que estão preparados para caso vocês se perderem ou até mesmo se ferirem. Cada um dos cinco caminhos tem um final diferente, todos levam até a mesma ilha, mas em partes diferentes – Ele terminou. Ele entregou um relógio para cada dulpa e falou – Ás cinco horas estejam aqui. Vamos lá.

Eu e Lucas seguimos o caminho número um e demos um tchauzinho para os outros.

Durante o caminho começamos a conversar.

- Amor, olha que lindo isso – Eu apontava para o céu azul, se sobressaindo entre o verde da mata.

- Não mais lindo do que você – Ele falou docemente. A cada dia eu me apaixonava mais por esse garoto, mas sinto medo do que pode acontecer com nós naquela escola.

- Que fofo você, assim me apaixono mais – Comento sorrindo chegando mais perto dele e entrelaçando minhas mãos em seu cabelo, aí vocês já sabem que nós ficamos nos beijando até o ar nos faltar.

Demos as mãos e continuamos caminhando, já que preferimos assim ao invés de ir de bicicleta. Comentávamos sobre coisas banais, desde as borboletas que passavam por nós até o que nós achávamos que iria ter no final do nosso caminho. Até que.

- Amor, o que foi? Aconteceu alguma coisa – Ele me pergunta, pra falar a verdade há uns cinco minutos minha mente está viajando com a história do colégio e ainda mais com a Vanessa lá, ah qual é, ele pode não querer estragar a popularidade dele comigo, afinal ele é o mais desejado. Esse tipo de pensamento vem invadindo minha mente com força total, nesses últimos dias por aqui.

- Não, nada, por quê? – Pergunto-o.

- Eu falei que tal se eu ficasse com a Vanessa e você concordou, disse que era ótimo – Ele diz cruzando os braços e me encarando.

- Até parece que você faria isso, ah claro só se quisesse que eu nunca mais olhasse na sua cara – Respondo-o.

- Mas, falado sério, o que está preocupando você, eu te conheço – Ele fala segurando meu rosto entre suas mãos, sem me dar chance de fugir. Ele iria achar besteira se eu contasse o que realmente está me preocupando?

- Ah sei lá, tudo, nada – Eu digo.

- Ah que bonitinha, ela tá filosofando – Ele fala me fazendo rir. – Mas não pense que vai escapar de me responder não ok? – Ele fala. Droga!

- Sabe o que é... – Comecei tentando enrolar, tentando olhar para todos os lados menos para ele, tentando porque ele estava segurando meu rosto de modo que meus olhos olhassem diretamente para o dele e quem consegue desviar daqueles azuis hipnotizantes que tanto me deixam sem fala? – É que eu to com medo que quando as aulas começarem com tantas meninas dando em cima de você, você vai perceber o quanto elas são melhores que eu. – Falei muito rápido, o deixando com uma cara de confuso, que na verdade o deixava ainda mais lindo.

- Fala devagar, inspira, respira – Ele diz fazendo os movimentos com a mão, me fazendo rir.

Repeti tudo o que eu havia falando, mas dessa vez dando pausas para que ele entendesse o qe eu estava falando e no final sabe o que ele estava fazendo?

Quase embolava de tanto rir no chão.

- Sério isso meu amor? Eu já disse que você não tem que se preocupar, eu sei que eu sou gostoso – risos –mas eu sou só seu, nenhuma delas chega ao seu dedo mindinho, eu que vou ter trabalho com tantos caras dando em cima de você, já estou até vendo – Ele comenta fazendo um movimento de reprovação com a cabeça.

- Eu já disse que você é perfeito – Eu o perguntei.

- Não, mas eu não me importaria em escutar – Ele diz rindo.

- Você é perfeito, perfeito, perfeito – Sussurrei chegando perto do seu ouvido.

Iniciando um beijo, calmo, apaixonado apenas para sentirmos que temos um ao outro, para sempre.

Separamo-nos e sorrimos um para o outro. Ele passou os braços pelo meu ombro e eu por sua cintura.

Continuamos a caminhada e ele quebrou o silêncio.

- Acho que você precisa saber algumas coisas – Ele diz.

Prendi a respiração já imaginando o que poderia ser.

- Por exemplo? – Consigo perguntar.

- Por exemplo, o porquê de a Vanessa ter feito aquilo – Ele diz fazendo uma careta.

Contorço-me em seu abraço, só com aquela cena voltando a minha mente me da vontade de chorar.

- Você sabe que eu e os meninos formamos os marotos – Ele começou a contar, com um sorriso no canto dos lábios, percebi que esses marotos são importantes para ele. – Você sabe que assim gostoso como eu – Ele fala fazendo uma pose, mas depois começa a rir – Tinha e tem várias garotas que se jogam para cima da gente, para sei lá, ter popularidade? – Ele fala meio indagando, como se tentasse entender o que faz elas fazerem isso. Ele faz uma pausa e logo percebi que a próxima parte eu não iria gostar muito, mas mesmo assim continuamos caminhando. – Uma vez a Vanessa, chegou assim, como não quer nada, mas como ela já era popular, pensei que ela realmente pudesse gostar de mim já que se a maioria queria popularidade disso ela não precisava. – Ele puxou e soltou o ar e continuou. – Eu realmente pensava que ela gostava de mim, até o dia que eu há vi, com o Marcelo, ele era meu amigo, mas depois que eu vi eles se agarrando eu não consigo nem olhar para ele – Ele fala com repulsa como se a cena o magoasse até hoje em dia. – Depois de a Vanessa tentar me explicar uma situação sem explicação, nós terminamos e ela falou que se eu não fosse feliz com ela não seria mais com ninguém – Ele fala me deixando chocada com a história, eu iria o interromper, mas ele não deixou.  – Por isso que quando eu tive certeza que você viu, eu me desesperei tanto, eu já tinha passado por isso e sei que não é fácil – Ele olha nos meus olhos e continua – Obrigada,  por me mostras que o amor existe, obrigada por gostar de mim como eu sou, sem saber se eu era popular ou não, obrigada por você acreditar em mim – Preciso dizer que a essa altura meus olhos estavam marejados e que eu estava me segurando para não desabar ali?

Apertei-me ainda mais ao seu corpo, como se naquele abraço eu conseguisse dizer, mesmo que sem palavras que eu estaria ali, para tudo. Sem ao menos perceber havíamos chegado ao final da trilha, onde se encontrava um grande lago, eu estava de biquíni e logo entrei na água, ele tirou sua camisa e para tudo... Que visão é essa? Forcei-me a olhar para o outro lado, mas era tarde, ele já tinha visto a minha cara.

Ele se aproximou e sussurrou.

- Para que disfarçar, é tudo seu? – Ele fala deixando sua voz rouca. Me arrepiei e ele riu alto me fazendo o afogar na água, começamos a brincar como verdadeiras crianças e saímos da água nos secamos e fomos andando calmamente de volta para a colina, abraçados, rindo, contando piadas, cantando. Esse dia foi perfeito, conversamos um pouco com os outros enquanto íamos em direção ao carro e eu apaguei no carro e senti alguém me carregando, mas eu estava tão cansada que nem me dei ao trabalho de abrir os olhos. Mas, aquele cheiro e aquele toque denunciavam tudo, quando senti uma superfície macia, percebi que estava na minha cama, ele depositou um  beijo carinhoso na minha testa e sussurrou.

- Boa noite, minha princesa – Deixando um beijo nos meus lábios e depois eu perdi o sentido. E caí num sono profundo. 

LEIAM AS NOTAS FINAIS, OBRIGADA.