- Eu vou te proteger meu amor. Nada vai te machucar. – E depois dessas palavras caí num sono profundo.

Capítulo 10 - New Discussion

Sábado de manhã

Fim de semana. Aleluia. Acordei em cima de alguém de novo, mas nem me assustei, pois eu sabia que era Percy. Levantei, fiz minha higiene matinal e desci para fazer café da manhã. Eu estava fazendo panquecas e cantando baixinho até que eu escuto uma voz atrás de mim.

 - Ei, - Percy disse, e eu dei um pulo, pois eu nem havia notado a sua presença. – Por que não me acordou¿

 - VOCÊ ME ASSUSTOU SEU... SEU... – falei vermelha de raiva.

 - Desculpa. – ele disse dando um sorriso sem graça. – Panquecas¿ Eu adoro panquecas.

 - Vai ficar sem só porque me assustou. – Eu disse fingindo estar com raiva.

 - Não sua má! Você vai me dar panquecas sim! – Ele disse parecendo uma criança de cinco anos fazendo bico.

 - Não! – Eu disse.

 - Sim!

 - Não!

 - Sim!

 - Sim!

 - Não! – Ele disse e percebeu que havia caído na minha brincadeira. – Ei, assim não vale!

 - Vale sim! – Eu disse e mostrei língua. Terminei de fazer as panquecas e coloquei e as coloquei em dois pratos. Percy atacou as panquecas e disse de boca cheia:

 - Huum, ‘tá um delíchia!

Eu comecei a rir. Ele falava de um jeito muito engraçado de boca cheia. Ele acabou de mastigar, fez aquela “poker face” e começou a rir junto comigo. Eu já estava sem ar.

 - De que agente ‘tá rindo¿ - Eu perguntei rindo.

 - Não sei. – Ele disse e soltou uma gargalhada. – Ei, quer sair ¿ Tenho que levar a Sra. O’Leary para passear.

 - Claro, vou levar o Logan comigo. – Eu disse. Terminamos de comer e eu fui trocar de roupa. Coloquei um dos meus poucos shorts jeans, uma blusa baby-look laranja, um all star preto e prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto. Desci as escadas, peguei meu celular, sai, tranquei a porta e coloquei a coleira no Logan. Ficamos esperando Percy e Sra. O’Leary na frente da casa dele. Percy saiu junto com a cadela e a mãe dele, Sally Jackson. Sally me adorava.

 - Oi Annabeth. – Sally disse.

 - Oi Sally. – Eu disse sorrindo.

 - Bom, eu vou trabalhar. Venha jantar aqui em casa hoje Annie, para comemorar seu namoro com o Percy. – Ela disse.

 - Claro, se não for um incômodo – eu disse.

 - Você nunca vai nos incomodar Annie. Tchau para você dois. – Ela disse abrindo a porta do próprio carro. Antes de entrar ela disse: - Ah, e juízo vocês dois hein. – E entrou no carro, dando a partida.

 - Desculpe por isso Annie, minha mãe é meio... Indelicada às vezes. – Percy disse, corando. Ele estava lindo. Estava com uma regata preta (que marcava muito bem seus músculos), uma bermuda simples branca e um all star azul.

 - Não tem problema. Vamos¿ - Eu disse. Andamos até o parque rindo e brincando com nossos cachorros. Quando chegamos, soltamos os dois e eles foram brincar pelo parque.

 - Ei, o que você acha de tomarmos sorvete¿ - Eu perguntei.

 - Vamos sim. – Ele disse se levantando.

 - Pode deixar, eu vou lá comprar. Quer de quê¿ - Eu disse.

 - De flocos. – Ele disse, sentando-se no banco. Dei um beijo em seu rosto e fui à sorveteria do parque. Comprei dois sorvetes – um de flocos e um de choco menta para mim – e fui voltando para o banco em que Percy estava, tomando cuidado para não derrubar nada. Esbarrei sem querer em um menino (http://www.glamour.de/var/condenast/storage/images/media/images/toplisten/top-50-maenner/douglas-booth3/10854942-1-ger-DE/douglas-booth_cnhotornot_large.jpg).

 - Desculpa. – Dissemos os dois ao mesmo tempo e soltei um risinho sem graça. Ele era bem bonito, mas não era mais bonito que o Percy, claro.

 - Sou Douglas, me mudei para cá hoje. Você é... – Ele disse.

 - Annabeth, prazer.

 - Nome bonito. – Douglas disse.

 - Obrigada. – Eu disse corando.

 - Atrapalho¿ – Percy disse meio irritado.

 - Claro que não. – Eu disse meio nervosa. Que namorado ciumento eu fui arrumar, hein¿ - Eu já estava voltando. Percy, Douglas. Douglas, Percy. – Eu disse os apresentando. Eles deram um aperto de mão meio, meio não, MUITO forçado. Tenho certeza de que se eu não estivesse aqui, eles nem teriam se olhado na cara.

 - Eu já vou indo. Tchau Annie. – Douglas disse e foi embora.

 - Annie¿ “Nome bonito” ¿ Vejo que já está bem amiga desse garoto. – Percy disse vermelho de raiva.

 - Percy, - eu disse lhe entregando o sorvete. – Eu acabei de conhecê-lo. Nós só esbarramos.

 - Sei.

 - Percy. – Eu disse ficando na pontinha dos pés para alcançar sua altura e lhe dando um beijo no rosto. – Não seja tão paranoico. Eu sou SUA namorada. – Lhe dei um selinho – só sua.

 - Só minha¿ - Ele disse com um sorriso bobo.

 - Sim, só sua. Agora vamos buscar a Sra. O’Leary  e o Logan e vamos para casa.

Assim pegamos nossos dogs e fomos para casa tomando sorvete. Ele teria de ir para a casa dele e eu teria de ir para a minha então paramos os dois na porta da minha casa para nos despedirmos.

 - Então... – Ele disse.

 - Então... – eu disse repetindo suas palavras. Soltei uma risada baixinha e ele me acompanhou.

 - Seu nariz está sujo de sorvete. – ele disse e eu fui direcionando minha mão para limpar meu nariz. Há quanto tempo está sujo¿ Me perguntei mentalmente, pois é constrangedor e muito infantil ficar com a ponta do nariz suja de sorvete do lado do meu namorado. Quando eu estava quase limpando meu nariz, ele puxou minha mão para baixo, se aproximou e beijou meu nariz, passando a língua no lugar que estava sujo. Depois se afastou e disse bem baixo: - Tem outro lugar que também está sujo...

 - Onde¿ - eu perguntei baixinho.

 - Aqui. – Ele disse e me beijou. Sua língua entrou na minha boca e ficou explorando. Ele me agarrou pela cintura e largou a coleira da Sra. O’Leary e eu soltei a coleira do Logan e agarrei seu pescoço. Terminamos o beijo em selinhos, mas ele não me soltou. Ele afundou o rosto no meu cabelo e eu afundei meu rosto no seu pescoço. Ficamos assim por alguns minutos e depois nos soltamos. Sem dizer nada, ele pegou a coleira da Sra O’Leary e foi para a casa ao lado, e antes de entrar pela porta me lançou um sorriso. Acho que aquele foi o sorriso mais lindo que eu já vi. Depois que ele entrou peguei a coleira de Logan e entrei na minha casa. Logo que entrei o telefone tocou. Larguei a coleira de Logan e saí correndo que nem uma louca para atender ao telefone. Quando cheguei o telefone parou de tocar. Fiquei p*** da vida e saí xingando de todos os nomes feios a pessoa que me ligou. Acabei chutando com força o sofá e machuquei meu pé. Fiquei pulando que nem uma retardada segurando meu pé. Sentei no (maldito) sofá e olhei. Meu pé estava inchado. Eu não sabia o que fazer. Depois de uns 15 minutos olhando meu pé, ouço a porta ser destrancada. Por ela passa meu pai, minha madrasta e meus irmãos, que vão correndo abraçar Logan. Meu pai e Anna me viram sentada no sofá quase chorando e vieram me “salvar”.

 - O que foi querida¿ - Meu pai perguntou. Minha madrasta havia feito curso de enfermagem, então ela analisou meu pé com os olhos e encostou (só ENCOSTOU) a mão nele e eu soltei um gemido de dor. Sem drama, doeu para caralho [n/a: desculpa pelo xingamento ^^’]

  - Você está com uma lesão no pé. – Minha madrasta disse. – O que aconteceu¿

 - Eu chutei o sofá porque algum otário me ligou e quando eu fui atender desligou, aí eu chutei o sofá com muita, muita força. – Eles me olharam com uma cara de... Não sei.

 - Eu te liguei, querida. – minha madrasta disse com cara de culpada.

 - Desculpe, não era minha intenç- - eu disse, mas ela me interrompeu.

 - Tudo bem querida, eu só queria avisar que nós íamos chegar antes. – ela disse. – Vamos ao hospital, você vai ter que enfaixar isso.

Saímos os cinco para o hospital. Chegando lá, tiraram um raio-x do meu pé para confirmar se era mesmo uma lesão. Era uma lesão. Estava bem claro pelo roxo e pelo inchaço enorme que estava no meu pé. Segundo o médico, não foi nada grave, mas eu teria que ficar com o pé enfaixado por 15 dias. Depois disso fomos para casa. Quando voltamos já eram 5 da tarde. Quando minha madrasta me perguntou o que eu queria para jantar, eu me lembrei de que tinha de ligar para o Percy. Eu ia adiar o jantar.

- Alô¿ Annie¿ - Percy disse do outro lado da linha.

 - Oi Percy. Eu acho que eu não vou poder jantar na sua casa hoje. – Eu disse receosa.

 - Por que não¿ - Ele disse um pouco decepcionado. Droga. Eu odeio decepcionar as pessoas.

 - Bem... E-eu... – eu comecei, com medo da reação dele quando eu dissesse que tinha machucado o pé, mas ele me interrompeu.

 - Você não quer nada sério comigo, certo¿ - Ele disse com a voz alterada. – Poxa, eu realmente me apaixonei por você. Era só dizer “Eu não quero jantar na sua casa”, não precisava tentar inventar desculpas esfarrapadas.

 - Mas não é uma desculpa esfarrapada, é que... – eu pensei um pouco e respirei fundo. – quer saber, pense o que quiser já que não confia em mim o suficiente para saber o que aconteceu antes de me julgar.

 - Ótimo!

 - Ótimo! – eu disse e encerrei a ligação. Subi para o meu quarto, fechei a cortina e a janela, me joguei na minha cama e comecei a chorar. Estamos namorando há menos de dois dias e já brigamos. Fiquei chorando por algumas horas, até que minhas lágrimas secaram. É tão triste saber que ele duvida assim de mim. O que eu fiz de errado¿ Estava tudo tão perfeito. Esqueci que felicidade de pobre dura pouco. E se ele quiser terminar comigo¿ E se eu for só mais uma para ele¿ E se¿ São tantas perguntas, e nenhuma resposta. Caí no sono, sem jantar, sem trocar de roupa, sem fazer nada. Era com eu estava me sentindo. Um grande nada.

Dois dias depois.

Segunda-feira. Faz dois dias que eu e Percy brigamos. Dois dias que não nos falamos. Dois dias que eu não o vejo. Dois dias deitada na minha cama, olhando para o teto, sem fazer nada, absolutamente nada.

Acordei mais cedo que o normal, pois levaria o dobro do meu tempo para me arrumar por causa do meu pé machucado. Me arrumei e saí, andando com dificuldade. Quando tinha acabado de sair de casa, me lembrei de que não tinha tomado café da manhã. Ah, que diferença faz¿ Já fiquei mais tempo sem comer.

Normalmente, levo 10 minutos para chegar na escola. Com o pé machucado, levei 20 minutos. Cheguei atrasada e corri (ou tentei correr) para alcançar a sala antes que o professor de matemática entrasse. Tarde demais. Cheguei na sala e ele já explicava a matéria. Bati na porta e ele me olhou abismado. Não é normal a aluna mais inteligente da sala chegar atrasada.

 - Desculpe pelo atraso, professor. – Eu disse, envergonhada. – Não vai se repetir.

 - Poderia nos explicar o motivo da senhorita estar 10 minutos atrasada para a aula¿ - ele perguntou. Esse é o professor mais rígido em relação ao horário da entrada.

 - Bem, não tive como me apressar, pois estou com uma lesão no pé. – eu disse e o professor e toda a sala direcionou seu olhar para o meu pé. Olhei para meus colegas, envergonhada e achei Percy me olhando com os olhos arregalados. Desviei meus olhos de seu rosto e achei Thalia. O professor disse para eu me sentar no meu lugar e eu fui. Me sentei na frente de Thalia e o professor voltou a dar sua aula. Eu estava prestando atenção na aula, até que Thalia me mandou um bilhetinho:

Depois quero que você me explique essa história direito, e tenho que te contar uma coisa.

                                                                                                                                      -Thalia

Thalia me deixou curiosa. Mas eu teria de esperar até o intervalo.

No intervalo.

Continua...