Residência Benson
24 de Dezembro, 22:12

Elliot estava com os gêmeos. Desde o sequestro de sua parceira ele prometeu a si mesmo que cuidaria de Emily e August como se fossem seus próprios filhos, até que Olivia estivesse de volta em casa.

Honestamente, ele nunca viu as crianças tão triste desde o sequestro de sua mãe. Antes, ambos eram tão felizes, tão alegres, mas agora, apenas tristeza podia se ver em seus olhos, e Elliot não podia culpa-los. Ele também sentia muita falta sua.

Os três agora assistiam um filme de Natal que Elliot havia pegado emprestado com Lizzie. Ela e seu irmão adoram esse filme quando pequenos, e Elliot pensou que os filhos de Olivia poderiam também.

"Tio Elliot, quando mamãe volta para casa?" August perguntou, não muito interessado ao filme que estava na televisão.

Elliot suspirou. Os gêmeos perguntavam isso em média três vezes por dia desde que sua mãe fora sequestrada. E apenas quebrava seu coração ao ver os olhares tristes depois que ele os respondia "Logo, crianças, logo"

Seu telefone tocou, e depois de olhar no indentificador para ver quem era, Elliot levantou-se, caminhou até a cozinha e atendeu "What's up Fin?"

"Elliot, nós achamos Liv" disse simplesmente.

Elliot não poderia ficar mais feliz "Oh my God, ela esta bem? Em qual hospital vocês estão? Eu e os gêmeos estamos a nosso caminho"

Fin o interrompeu "Cara, você conhece Olivia. Por mais machucada que estiver, ela não ficará tão facilmente no hospital. Ela esta fazendo o kit de estupro agora, mas assim que terminar, nós podemos fazer uma surpresa para os gêmeos"

Elliot pensou por um momento. Seria realmente uma grande surpresa para August e Emily, o perfeito presente de Natal, então ele acabou concordando "Ok, ligue-me quando você estiver chegando"
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"Como você esta se sentindo, Liv?" pergunta Fin, ao entrar em seu quarto, vendo que ela já tinha posto as roupas que o hospital havia lhe oferecido e não usava mais aquele vestido de hospital.

Ela olhou para ele "Estarei bem uma vez que estiver em casa com meus filhos" disse "E não, eu não vou ficar presa em um hospital sendo que eu posso estar em casa com meus gêmeos"

Fin sorriu levemente "Eu sei. Por isso estou aqui para leva-la para casa antes do Natal"

"Hoje é Natal?" ela questionou. Não era surpresa com a data, além do mais, Diego nem Jeremy nunca lhe diziam ou dia, ela não sabia por que. Mas honestamente pensava que tinha ficado em cativeiro por muito mais tempo. Fin balançou a cabeça tristemente. Com um pouco de dificuldade, passou da cama onde estava sentada para a cadeira de rodas ao seu lado. "Vamos?"
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Residência Benson
23:27

A cada dois minutos Elliot olhava nervosamente em seu relógio de pulso. Fin disse que estariam aí antes do Natal, porém como o tempo passava, ele achava que não seria possível. "Por que você esta tão nervoso, tio El?" perguntou a menina, que junto a seu irmão não poderiam deixar de perceber seu nervosismo.

Elliot sorriu levemente para as crianças a sua frente "Eu não estou nervoso"

"Sim, você esta" insistia August.

Ele suspitou "Bem, tio Fin disse que traria uma surpresa para vocês antes do Natal"

"Qual é a surpresa, tio El?" pergutaram em unissono.

Elliot riu "E como seria surpresa se eu lhes contassem?"

23:52

Ele já havia ligado parar Fin muitas vezes, porém ele nunca atendia. Faltavam alguns minutos para o Natal e eles não tinham dado sinal de que estavam chegando. Ele ainda se lembrava perfeitamente que havia perguntado as crianças o que queriam ganhar de Natal. Ambos disseram que apenas queriam sua mamãe em casa, cujo praticamente fez Elliot chorar. E agora que ele poderia dar-lhes esse presente, não poderia falhar.

23:55

Mais três minutos se passaram no relógio. Elliot não conseguia acreditar como demorava tanto vir do hospital para aqui, em véspera de Natal, onde as ruas eram praticamente desertas.

23:57

Nenhuma ligação nem nada. Elliot presumiu que seu celular havia acabado a bateria ou algo do tipo, e que em segundos eles bateriam na porta. Mas esses supostos segundos não chegavam nunca!

23:59:12

Agora ele contava os segundos para meia noite. Não era nem um minuto até que todos os outros habitantes do prédio começassem a gritar 'Feliz Natal', e os gêmeos não teriam nenhum motivo para ficarem alegres.

23:59:31

Finalmente, Fin bateu na porta. Elliot correu e destrancou-a. August e Emily olhavam então, esperando para qual seria a suposta surpresa. "Olá crianças. Eu tenho algo para vocês"

Ele então afastou-se da porta e permitiu que Olivia entrasse em seu apartamento. Ela tinha lágrimas em seus olhos ao ver as duas crianças que honestamente pensava que nunca mais veria em sua vida.

Ao perceberem quem se localizava na porta, os gêmeos correram e abraçaram-na. "Você voltou, mamãe!" exclamou uma das crianças.

Olivia sabia muito bem o quanto fez falta para seus filhos. "Eu sinto muito por abandona-los." sabia que não era sua culpa, mas não poderia deixar de sentir-se horrível por não estar aqui quando eles mais precisavam.

O relógio bateu meia-noite. Fogos podia ser escutados perfeitamente de dentro do apartamento de Olivia, quem ainda abraçava fortemente seus filhos. Beijou o topo da cabeça de cada um deles, então dizendo: "Feliz Natal, crianças. Vocês não têm ideia o quanto eu os amo!"

"Feliz Natal, mamãe" os gêmeos disseram em uníssono.

Fin e Elliot apenas olhavam de longe como Olivia interagia com seus filhos. Bem, não exatamente interagir, mas sim abraça-los. Essa certamente era o momento que os gêmeos mais estavam feliz nos últimos dias.

Emily viu uma lágrima escorrendo no rosto de sua mãe "Por que você esta chorando, mamãe?" perguntou.

Olivia rapidamente limpou suas bochechas "Nada... Eu apenas estou feliz por estar em casa novamente" sorriu levemente.

As crianças sorriram de volta para ela, e August disse: "Mamãe, nós lhe compramos um presente de Natal!" disse, então saindo correndo junto a sua irmã para seu quarto a procura do suposto presente.

Elliot veio e pôs a mão em seu ombro "I'm glad you're back home, Liv"

Olivia olhou para ele, e sorrindo levemente, respondeu: "Estou feliz por estar de volta, El"

Ele então levou-a para a sala de estar, ajudando-a a sentar-se no sofá. Lembrava-se perfeitamente do dia em que sua parceira disse como odiava ficar sentada naquela cadeira de rodas, além de dizer o quão desconfortável era. E desde então, podia contar-se as vezes em que Elliot a deixava sentar lá sendo que poderia estar em outro lugar. Fin então disse que iria para a delegacia atualizar o capitão e tentar arrancar uma confissão de Diego e Jeremy, deixando Elliot e Olivia sozinhos a espera dos gêmeos voltarem. "Eles te estupraram?" ele perguntou simplesmente, precisando saber dessa resposta.

"Elliot..." Olivia sussurrou. Ela não queria responder-lhe. Não sabia se teria força suficiente para dizer-lhe a verdade.

"Por favor Liv... Eu preciso saber" ele implorou-lhe.

Ela olhou para o lado, não querendo que visse seus olhos marejados d'água "Sim... Mas apenas uma vez, você não precisa preocupar-se, El"

"Você não precisa preocupar-se, El", como ele poderia não se preocupar? Como ela poderia pedir para ele não se preocupar depois de todos esse anos juntos? Se ele não se preocupasse, seria como jogar suas amizades no lixo. "Eu sinto muito, Liv"

Ela sorriu tristemente para ele "Eu estou bem, El" disse, confiante, mesmo que ainda houvesse lágrimas em seus olhos.

De certa maneira, Elliot ficou um pouco aliviado quando ela disse isso. Mesmo sabendo que sua parceira estava longe de estar bem, ouvir essa fala fazia com que ele soubesse que ela estava no caminho para realmente ficar bem. Então puxou-a para perto dele, abraçando-a ternamente. Olivia escondeu seu rosto em seu ombro e permitiu que algumas lágrimas escorressem por seu rosto. "Esta tudo bem agora, Liv. Eu prometo que eles nunca mais machucarão você, nem August e Emily, nem ninguém mais"

Olivia balançou sua cabeça levemente, e se não fosse pelos gêmeos que voltaram correndo para a sala, ambos continuaria nesta posição por um bom tempo. Limpou rapidamente suas bochechas molhadas e sorriu para suas crianças que se aproximavam dela.

Emilly veio e sentou-se no colo de sua mãe, como sempre. Assim como todas outras crianças, era muito apegada a sua mãe, ao contrário de seu irmão, quem era mais independente. Ele veio e sentou-se entre Olivia e Elliot, cada um segurando algo em suas pequenas mãos. "O que é isso?" ela questionou.

"Estes são nossos presentes de Natal para você, mamãe!" disse August, sorrindo amplamente junto a sua irmão. Cada um então entregou-lhe um cartão, customizados por eles mesmos.

Cada um dos cartões possuía uma pintura dos três juntos na capa, e um recado escritos por eles mesmos "Tio El nos ajudou a escrever" sorriu a garota.

Olivia começou a ler um dos cartões: "Querida mamãe, eu te amo muito e espero que você volte logo para casa. Te amo! August"

Ela sorriu, sem capaz de conter que lágrimas aparecessem atrás de seus olhos "Gustie, eu adorei! Muito obrigada" ela disse, depois dando um beijo na testa de seu filho. Abriu agora o cartão de sua filha "Mamãe, eu sinto muito sua falta e mal posso esperar para que você esteja em casa novamente para que possamos brincar de Barbie novamente. Te amo! Emily"

Olivia abraçou fortemente a menina em seu colo "Eu amei, Emmy. Obrigada, a vocês dois" sorriu ela. "Mas eu não trouxe nenhum presente para vocês, crianças"

"Mas o Papai Noel trouxe tudo que nós pedimos!" exclamou uma das crianças.

"Sério? E o que foi que vocês pediram?" perguntou Olivia.

"Nós pedimos para que você voltasse para casa.." sussurrou a menina, deitando sua cabeça no ombro de sua mãe.

Olivia olhou para Elliot, espanta, quem assentiu com a cabeça. Ela tomou uma respiração profunda, sem saber exatamente o que dizer. Para seu alívio, Emily dentro de segundos adormeceu de exaustão, e August estava no mesmo caminho. "Eu acho que é hora de vocês dormirem" disse, e Elliot então pegou a menina dos braços de Olivia levando-a para sua cama. Depois de passar para sua cadeira de rodas, pôs August em seu colo e levou-o para o quarto, quem então deitou em sua cama. Olivia beijou ou topo da cabeça de cada um, depois dizendo: "Eu amo vocês, meus queridos. Mamãe promete que nunca mais abandonarei-os, nunca"

Bem, esse dia certamente foi maravilhoso para Olivia. Talvez não por causa do que seu pai e seu irmão fizeram a ela, mas apenas de encontrar-se com seus filhos novamente foi milagre para Olivia. Poderia-se dizer que hoje fora um milagre de Natal, um milagre que Olivia desesperadamente precisava em sua vida. Porque sim, o Natal é uma época de milagres.