Acordei no outro dia muito tarde, por sinal. O sol que batia em mim era forte e me queimava. Jake não estava na cama, provavelmente estaria na cozinha onde preparava nosso café, como sempre. Quando tentei levantar da cama e ir para o banheiro, reparei numa coisa: eu não conseguia mais levantar. Doía demais, minha barriga atrapalhava. Desesperada apenas gritei:
- SOCORRO!
 Em questão de segundos, nove rodeavam minha cama. Todos olhando desesperados, principalmente mamãe e Rose. Carlisle já estava do meu lado tomando medidas médicas.
- O que houve, Ness?
- Eu não consigo me mexer. 
- Como assim?
- Não consigo me levantar. Dói muito. - lágrimas escorreram dos meus olhos sem querer.
- Espere.
- Preciso ir ao banheiro.
- Eu a levo. - Rose já estava do meu lado, quando mamãe ameaçou abrir a boca.
 Rose me pegou devagar, e colocou sentada na cadeira de rodas, levando-me para o banheiro. Assim que voltamos Carlisle concluiu:
- Ness, você terá que ficar na maca a partir de hoje.
- JÁ? - oito exclamaram.
- Sim, Ness começará a ficar dependente e o melhor é deixá-la deitada.
- Ainda não quero ficar apenas deitada. Não correr já é muito para mim.
- Terá que andar um pouco sim, Ness. Seus ossos podem ficar fracos e quebrarem.
- Está bem. Acha que quanto tempo terei que ficar deitada naquela maca?- Imagino que mais uns dez dias.
- Hmm...
- Rose? 
- Sim?
- Leve tudo que Ness precisa daqui para baixo.
- Está bem. - Rose começou a separar algumas coisas, enquanto Alice juntava algumas roupas. 
- Jake, preciso que leve-a para baixo, a maca já está preparada.
- Está bem. - Antes que Jake pudesse me pegar na cadeira de rodas, tive uma idéia.
- Carlisle, não posso ficar deitada no sofá? Lá é melhor, pois posso sentar também, além de poder assistir Tv.
- Está bem.
- Obrigada.
 Jake me pegou no colo, como se eu fosse um bebê e me levou até o sofá da sala. Ali seria bem mais confortável que a maca. Logo, Rose desceu com milhares de coisas, entre elas: coberta, travesseiro e colchão.
- Colchão?
- Sim. Vou começar a ficar com você.
- Desde quando você precisa de colchão para descançar, Rose?
- Esse não é para mim. É para o fedorento ai.
- Rose...
- Obrigado loira.
- Huh. Faço isso pela Ness e as meninas, não por você.
- Rose, Jake....
- Parei. - disse Jake levantando as mãos.
 Emmett veio atrás de Rose, trazendo minha cadeira de rodas. Imaginei que todos agora se preocupariam comigo. Ótimo. Essa era a última coisa que eu queria.
- Ness, acha que consegue ir ao banheiro andando?
- Imagino que sim. Preciso fazer exercícios físicos.
- Com fome? - Jake me perguntou.
- Muita. - minhas cutucadoras começaram a reclamar.
- Antes de você gritar, eu estava fazendo ovos com bacon. Quer?
- Sim. - Jake saiu num instante e foi até a cozinha. Logo, voltou com um prato de ovos com bacon. O cheiro estava delicioso.
- Carlisle me disse que é bom você se alimentar bastante.
- Ah...
 Devorei tudo que estava na minha frente em questão de segundos. Nos satisfez, estava delicioso. Carlisle desceu as escadas e me pediu para fazer mais uma vez o ultrassom. Deitada no sofá mesmo, Carlisle examinava as meninas.
- Elas estão bem grandes. Imagino que vão nascer mais pesadas que gêmeos normais.
- Doutor, de normais elas não tem nada. - Jake lhe disse.
- Isso é verdade. Elas ainda não estão na posição final, o que me preocupa um pouco.
- Porque?
- Imaginei logo no início da gravidez, que primeiro elas se posicionariam e depois cresceriam, o que era melhor para você, mas não é o que está acontecendo. Acredito que sentirá um pouco de dor, Ness. Elas precisam estar preparadas.
- Já sabe como será o parto?
- Não. Tudo depende de como Ness reagirá. Mas o que mais aposto é numa cesariana.
- Então, Ness não sofre risco de morte? - Jake perguntou.
- Não. Nenhum.
- Ótimo.
 Assim que Carlisle terminou a ultrossonografia, achei que seria bom sentar-me um pouco. Mas, quando eu estava levantando, senti algo doer demais. Um barulho alto soou.
- AAAI!
- O que houve, Ness?
- Não sei. O que aconteceu, Carlisle?
- Imagino que você tenha fraturado uma costela.
- O QUÊ?
- Isso foi normal na gravidez de Bella, Jake, deve se lembrar. Os bebês estão se posicionando. Talvez aconteça mais vezes durante esses dias.
- O que temos que fazer agora? - Jake perguntava nervoso.
- Não temos muito o que fazer. Apenas terá que se mexer o mínimo possível.
- Tentem se acalmar, meninas. - eu acariciava a barriga.
 Olhei todos ao meu redor. Mamãe estava desesperada, pois não conseguia me ver sofrer. Papai, que andava muito quieto ultimamente, me olhava muito triste; Rose estava maravilhada com o tamanho de minha barriga; Jake estava nervoso e agitado, não queria me ver daquele jeito, não mesmo. Estavam todos juntos comigo. Minha família.
 Depois que desci para a sala, algumas coisas aconteceram. Minha barriga estava maior a cada dia e meus seios também. Eu começei a inchar. Não era tudo que eu comia que meu estômago aceitava agora, eu tentava conversar com as meninas, mas algumas vezes eu sei que elas não conseguiam mesmo engolir. Começei a perder um pouco de cor, o que fez Carlisle mudar as minhas refeições, e então comecei a comer mais frequentemente carne vermelha sangrando além de Esme ter aprendido a fazer as costelinhas. De vez em quando, Carlisle retirava um pouco de seu estoque sanguíneo, e eu o bebia num copinho. Admito que não era ruim, o que me fez lembrar dos tempos que eu ia caçar, mas também não era totalmente maravilhoso, pois era sangue humano e meus olhos começaram a perder o tom dourado que eu tanto amava. Eu nunca havia bebido sangue humano, apenas o animal. Eu era vegetariana. Todas as vezes que Jake me via beber sangue, ele tentava não prestar muita atenção em mim ou quando não aguentava, saía da sala.
 Recebi algumas visitas durante a semana. Em e Ben foram os que mais apareceram. Não levantava muito, mas continuei quebrando meus ossos de vez em quando. 
- Rose? 
- Sim, Ness? 
- Preciso ir ao banheiro, me ajuda?
- Claro!
 Rose me ajudou a sair do sofá. Meus passos eram muito mais devagares agora. Minha barriga era tão grande que eu quase não via meus pés. Quando eu estava a uns dois metros do banheiro, senti uma dor muito forte, como se alguém estivesse me rasgando e apenas caí. Rose conseguiu me segurar, mas a dor continuava. Todos já me rodeavam, quando vi Carlisle. Apenas consegui gritar:
- SOCORRO!