Os Adoráveis Filhos Do Meu Chefe.

Escrita por:XxX Lulu chan XxX.

Capítulo XIX: As adoráveis complicações.

Estava atordoada. As palavras de Takeshi ainda soavam em seus ouvidos, deixando-a um pouco zonza, aturdida.

Tentou pensar em alguma maneira que resolvesse sua situação, uma rota de escape, porém nenhuma solução foi encontrada, a não ser é claro: Procurar por uma nova casa.

A Haruno tinha ouvido em algum lugar certa vez que quando as coisas não dão certo para alguém, essa pessoa tem sempre que ser otimista, coisas boas acontecem para pessoas que acreditam que "tudo pode dar certo no final".

Uma grande bobagem na sua humilde opinião.

Já que naquele momento ela não conseguia pensar em nada bom e útil, seus pensamentos não tinha origens positivas e nem de longe poderiam ser considerados otimistas.

O pessimismo, sim, esse era o grade camarada de todas as horas.

Se caso tivesse em apuros, o pessimismo mostraria que as coisas poderiam piorar.

Antes de sair do apartamento do sindico tinha perguntado-o quanto tempo teria para arranjar outro lugar para morar, Takeshi lhe respondeu que ainda restava três semanas, seria um mês mas ela já havia perdido uma semana.

Como tinha dito anteriormente: tudo sempre tende a piorar.

Mas no momento isso não importava, começaria a procurar por outros apartamentos ou casas e, com muita sorte, encontraria uma antes de seu prazo dar-se por vencido.

Entretanto só para deixar a sua situação ainda mais complicada, ainda tinha o seu trabalho, sabia que não poderia pedir por uma folga prolongada, então pediria a Sasuke para que a liberasse mais cedo.

Torcia para que o chefe fosse bonzinho.

Em um estalo Sakura percebeu que ainda estava em frente a porta do apartamento do sindico, obrigou-se a andar até o elevador, descendo até o seu andar.

Assim que chegou no seu apartamento temporário entrou, ouvindo as vozes de Daisuke e Sayuri, eles pareciam descordar em algum assunto, torcia para que ela não fosse o tópico da conversa.

Deu dois leves tapinhas em cada bochecha antes de entrar na cozinha, arremessando os seus problemas para qualquer lugar de sua mente.

Entrou na cozinha, encontrando as crianças Uchihas com seus pratos vazios. Recebeu a atenção deles, e sorriu minimamente.

__E então, estava bom o lanche?

~~*~~*~~

__Ei, Sakura. -Chamou a atenção da babá, essa parecia bem interessada em fitar a parede bege da cozinha dela.

A Haruno lhe deu atenção.

__Hum?

__Eu tava conversando com a Sayuri, e ela acha que você tem um namorado. É logico que você não tem um, né? -Perguntou como se fosse a pergunta mais normal do mundo.

Sakura pelo contrário não pareceu contente ao ouvir sua pergunta, e só para comprovar a Haruno quase se engasgou com a água que bebia.

__C-Como assim? -Perguntou meio sem-graça, meio indignada.__Que coisa é essa de "Lógico que você não tem um"? 

Deu de ombros, não dando muito crédito para a pergunta dela. Queria saber uma resposta, sim ou não! 

__Responda logo. -Remexeu o pacote de salgadinhos quase vazio, pegando alguns restantes.__ Tem ou não?

A rosada olhou de uma parede para outra, parecendo querer arranjar uma resposta mais agradável.

__Bem... eu não tenho um. -A Haruno respondeu simplesmente, suspirando vencida, falhando na tática de elaborar uma boa resposta.

__Eu não disse. -Olhou para Sayuri, comemorando falsamente por ter ganhado á "aposta".

Já Sayuri, fingiu-se estar triste por sua derrota.

__Bah! Eu pensei que a Sakura-chan tinha um namorado. -Comentou a menor, alimentando a farsa.

__Claro que não tinha. -Retrucou.

__Ei! Eu posso ter um namorado, sabia neko-chan? Você fala como se isso fosse impossível pra mim. -Disse ela, as bochechas estavam pouco coradas.

Estendeu as mão no ar, abanando-as. É claro que ele poderia ter um namorado, afinal era esse o planejado.

Mudaram de assunto, a babá pareceu grata por isso.

Já sabiam que a rosada estava livre para o pai, e agora só faltava unir os dois... era fácil falar, porém fazer as coisas mudavam radicalmente.

__Neko-chan, Sayu, acho que já podemos voltar para a casa de vocês. Vamos?

Assentiu juntamente com sua irmã.

~~*~~*~~

Andava pelos corredores do hospital á caminho da saída. Conseguira sair cedo aquele dia, não deveria passar das três da tarde.

Seu amigo loiro vinha ao seu lado, Naruto tinha se aproveitado de sua saída e viera também, argumentando algo como ter que prestar presença em casa e outras coisas que Sasuke nem fez a questão de memorizar.

Vasculhou o bolso de sua calça procurando pela as chaves de seu carro, ouvindo o Uzumaki que tagarelava alto.

__Hey, teme. -Naruto o chamou, devotou parte de sua atenção a ele.

__Hn?

__Não sei se as crianças falaram com você, mas ontem a sua 'namoradinha' ruiva apareceu lá no restaurante em que estávamos. -Ele comentou, a ironia na frase era quase palpável.

Revirou os olhos.

Não se surpreendeu. Aquela história de "jantar com os titios Uzumaki's" não lhe fora muito convincente.

__Não diga. -Abusou de seu sarcasmo.__E oque eles aprontaram? -Perguntou sem saber se realmente queria uma resposta.

Já Naruto coçou a nuca pensando na pergunta do amigo.

__Aos meus olhos eles não fizeram nada. -O loiro disse.__ Mas já Karin, ela ameaçou suas crianças na minha frente.

Arqueou uma de suas sobrancelhas diante das palavras do amigo. "Ameaçou"? Pensava que havia deixado claro o suficiente que ninguém poderia em hipótese alguma importunar seus filhos.

Tomaria satisfações da ruiva mais tarde.

__Mantenha sua namoradinha longe de seus filhos, teme. É o melhor. - Naruto aconselhou, retomando seus passos, caminhando até o seu carro.

__Karin não é a minha namorada. -Disse alto, mas não obteve a certeza se o loiro tinha escutado-o.

Bufou.

Encaixou a chave na porta de seu carro porém não se mexeu, de alguma forma as palavras de Naruto tinha lembrado as de Sakura a alguns dias.

"... Se está tão curioso, pergunte a sua namorada ela parece gostar muito de falar oque não deve."

Sakura tinha dito isso uma vez, quando ela dissera que seus filhos estavam bravos com ele. Não havia entendido essas palavras há alguns dias, porém agora não fora muito trabalhoso ligar os pontos.

Agora estava tudo claro demais.

~~*~~*~~

Folheou desinteressada o jornal que tinha em mãos, nada muito empolgante era revelado nele. Apenas alguns desastres, ou então o sortudo da semana que tinha ganhado sabe-se-lá quanto em dinheiro. 

Eram tantas paginas cinzas falando sobre tantas coisas... mas oque ela realmente queria achar não encontrava, ou se encontrava o preço, raramente revelado, era de assustar qualquer um. 

Sinceramente, sem querer ser ingrata mas o sindico de seu edifícil não poderia ter sido mais cruel. Afinal, o homem havia vendido o prédio logo naquela época. Era inverno, nessa estação muitas casas são alugadas ou compradas por turistas ricos que preferem passar os últimos meses do ano no frio do Japão.

Então oque restava-lhe? Choramingar por moradias que estavam fora de cogitação? 

Respirou fundo, voltando a atenção para o jornal, e arremessando seus pensamentos em qualquer lugar de sua cabeça que não pudesse ouvir-los.

Ouviu o barulho da porta da sala se abrindo, iria se levantar para ir confirmar a entrada da pessoa que adentrara a mansão sem se anunciar, mas para responder suas duvidas momentâneas Sasuke passou pela porta da cozinha.

"Ah, então era ele..."

__Oi, Sasuke-san. -Cumprimentou o chefe, recém-chegado.

Ele a encarou, meio pensativo... um pouco distante.

__Hn. - Aquilo deveria ser alguma saudação da parte dele. Deu de ombos.__Aonde estão as crianças? 

__Estão lá em cima. -Apontou para o teto, e voltou a atenção para o jornal.

__Hn. -Os olhos negros de seu chefe caíram também sobre as páginas cinzas, e talvez vencido pela curiosidade ele se aproximou do balcão, ficando do outro lado.__Oque está olhando, ai? -Ele perguntou, perto o suficiente para ela sentir o perfume dele...

__Ah, 'to procurando por casas. -Respondeu, fitando os olhos dele que estavam direcionados a ela.

Por longos segundos a Haruno se viu perdida nos negros dos olhos do Sasuke, sacudiu sua cabeça levemente, afastando-se um pouco do balcão e, consequentemente, do chefe também.

__Pensei que já tivesse uma.

__É eu também, mas o dono do prédio vai vende-lo. E eu, bem, eu tenho três semanas para sair de lá. -Explicou, lembrando-se do pedido que estava para fazer ao Uchiha.

__E você vai pra onde vai? -Ele perguntou, parecia curioso, ou talvez apenas estivesse com medo de perder alguém que tomava conta dos filhos dele.

Devolveu o olhar dele. Não poderia dizer que permaneceria firme e forte na residencia do moreno, já que ainda não sabia se conseguiria arrumar uma casa por perto.

Por enquanto, tentaria soar otimista.

__Ainda não sei, tenho que começar a procurar por outro lugar. -Respondeu.__Ah, eu queria perguntar a você se tem como me liberar mais cedo enquanto isso. 

O Uchiha pareceu pensar um pouco, o moreno apresentou traços de um cansaço precipitado, talvez por saber que ficaria mais tempo na presença dos filhos.

__Certo. -Disse ele.__Acho que ficaremos bem.

Perguntou-se internamente se eles realmente ficariam bem, desde que começou a trabalhar para Sasuke não tinha visto um bom relacionamento de pai e filhos, na verdade não tinha visto relacionamento algum, a não ser é claro o zelo de Daisuke com Sayuri e vice e versa.

__Obrigada. -Agradeceu, voltando para perto do balcão, dobrando o jornal em algumas partes, retirando-o dali.__Acho que por hoje vocês não vão mas precisar de mim, estou certa? 

__Está. -O moreno a respondeu, já preparava-se para pegar a sua bolsa mas o chefe chamou-lhe a atenção.__Mas antes Sakura, eu queria saber se a mulher que você tinha se referido como minha namorada a alguns dias atrás se chama Karin. -Ele perguntou direto, tirando-lhe o direito de ser evasiva.

Respirou fundo, pensando em uma boa resposta. Não se lembrava muito bem do nome da tal mulher, porém com uma clareza invejável a lembrança da ocasião a qual Sasuke se referia vinha-lhe a cabeça.

__Acho que esse é o nome dela, não tenho certeza.

__Tudo bem, era só isso. -Falou.__Só mais uma coisa, ela não é minha namorada. -Pontuou.

Sorriu constrangida, não estava entendendo muito bem o porque que recebera aquela informação, e entendia muito menos aquele olhar estranho dele... naquele momento já era impossível sustentar o olhar de Sasuke.

Agradeceu aos céus quando o viu sair dizendo algo como "tenho que conversar com Daisuke e Sayuri", suspirou aliviada quando não pode mais vê-lo na sua frente.

Recolheu sua bolsa e subiu até o segundo andar para dar um breve "Até amanhã", para as crianças. Agradeceu internamente por Sasuke ter esperado pacientemente pela sua saída. Não queria vê-lo bronqueando suas pequenas crianças.

Saiu da residencia pondo-se a andar á direção de sua casa. Ao menos agora não tinha pensamentos sobre a venda do prédio rondando sua cabeça e sim as palavra anteriores de seu chefe.

Pelo menos sabia que ele não tinha uma namorada... não que essa informação fosse mudar alguma coisa.

Ficaria tudo como está.

Encarou suas próprias mãos, erguendo-as em frente de si, fechando-as e abrindo-as seguidamente.

Ela nunca poderia alcançar alguém como ele, suas mãos nunca chegariam até Sasuke.

Ele era, e sempre seria, uma pessoa inalcançável.