Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 86
Feliz natal




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267862/chapter/86

Após arrumar a mesa, faltava uma hora para a meia noite e enfim, comer a ceia. O pai de Pablo era muito exibido e ficava mostrando suas coisas para Pedro, que ficava maravilhado. Pablo estava no sofá, com um copo na mão. Já perdi a conta de quantos drinks ele tomou. Pedro preparou alguns para ele. Consuelo estava na varanda com Camilla e decidi ir até elas.

“Aqui é incrível” – Camilla dizia, quando me aproximei.

“Pode vir quando quiser. Adorei você!” –Disse Consuelo.

Ela notou a minha presença e se virou.

“Sempre quis ter filhas, mas só tive dois meninos.” –Disse Consuelo.

“Dois? Onde está o outro?” –Perguntei.

“Ele é médico e está no Haiti.” –Ela disse.

“Que incrível!” –Camilla disse.

“Ele é dez anos mais velho que Pablo e Pablo nunca gostou do irmão, porque de acordo a suas histórias, Maurício é melhor que ele.” –Disse Consuelo.

“É, ele nunca comentou sobre o fato de ter um irmão.” –Eu disse.

Consuelo nos levou até o escritório, que não era muito distante da varanda e pegou um álbum de fotos escrito “Maurício”. Ao lado dele, na prateleira, pude ver um escrito “Pablo”. Maurício era, fisicamente, totalmente diferente de Pablo. Seus cabelos tão escuros quanto seus olhos. Sua pele era branca feito leite e seu lábio era fino demais. A maioria das fotos eram de momentos “orgulho do meu filho”. Troféus, feiras de ciências, diplomas. Duvido que no álbum de Pablo tenha as mesmas coisas. Maurício era o que eu considerava um homem feio, mas talvez, sua inteligência tenha atraído sua linda mulher. As últimas fotos do álbum são do casamento dele, há oito anos atrás. Se casou jovem, na opinião de Consuelo. A última foto era do nascimento de Marília, neta de Consuelo, no ano de 2006.

“E o álbum de Pablo?” -Perguntei.  

Ela manteve um sorriso no canto da boca enquanto guardava o álbum de Maurício. Ela chegou a tocar no álbum de Pablo, mas não chegou a retirá-lo da prateleira.

“Não tem muito o que ver. Vocês já o conhecem.”

Essa foi a desculpa utilizada por ela. Voltamos a sala e Pedro estava no bar preparando outro drink para Pablo. Roberto já estava tomando um drink azul celeste. Faltavam vinte minutos para o natal e Camilla já estava fazendo contagem regressiva.

“Fiz pra você.”

Pedro me ofereceu um copo com um líquido vermelho. Segundo ele, não tinha álcool. Tomei um gole e tinha gosto de morango. Estava realmente delicioso. Devolvi o copo para ele e pedi para que fizesse o drink completo. Ele sorriu e voltou ao bar e colocou um pouco de vodka.

“Dez minutos para o natal!” –Camilla gritou no meio da sala.

Consuelo sorriu e bateu palmas. Roberto olhou para ela com desprezo. Terminei meu drink e fogos voltaram a explodir lá fora.

“Feliz natal!” –Camilla gritou novamente.

Ela abraçou Consuelo e eu fiquei olhando para Pedro. Coloquei o copo sobre o pequeno balcão do bar e esperei ele sair de trás do mesmo. Pedro deu a volta e me abraçou.

“Espero que esse seja o melhor natal da sua vida.”

Pedro sussurrou isso no meu ouvido. Abracei todos. Pablo foi o último. Ele me deu o abraço mais apertado de todos. Chegou a me tirar do chão por alguns segundos. Ele era divertido. Consuelo deu um pequeno embrulho para Pablo, que o ignorou. Belisquei Pablo e ele abriu o presente. Resmungando de dor. Era um lindo relógio e era a cara de Pablo. Ele pareceu não ter gostado muito, mas agradeceu sua mãe, que pareceu ter ficado feliz. Roberto também deu um presente para Pablo. Ele não abriu, apenas largou no sofá.

Após a ceia, Pablo arrastou Pedro para o bar e fiquei na mesa com Roberto. Consuelo havia levado Camilla para seu quarto, para ela escolher umas roupas. Elas se tornaram  amigas. Roberto bebia sua taça de champagne mas não tirava os olhos de mim. Não era um olhar de desejo, ele estava me julgando. Eu estava ficando desconfortável com a situação, mas não queria ir embora.

“Então, onde estão seus pais agora?”

Acho que o mundo parou de girar quando ouvi isso sair da boca de Roberto. Eu não conseguia pensar em outra resposta que não fosse “prisão”. Mas comecei a pensar em Mary.

“Minha mãe está morta.”

“E seu pai?”

Roberto não me dava uma chance. Eu queria muito responder também, mas novamente, “prisão” martelava em minha cabeça. Senti uma mão macia tocar meu ombro direito e pude respirar aliviada. Era Camilla me chamando para o quarto de Consuelo. Pedi licença e me retirei. Seu quarto era enorme. Havia algumas roupas espalhadas pela cama.

“Escolhe quantas quiser.”

Consuelo estava sendo muito gentil. Eu queria levar todas, mas minha educação não deixava. Escolhi uma blusa dourada com algumas purpurinas e um shorts branco.

“Pegue mais!”

Ela insistia tanto em dizer isso que Camilla e eu acabamos levando tudo o que estava na cama. Um total de vinte e cinco roupas. O corpo de Camilla estava próximo ao meu, as roupas poderiam ser usadas por nós duas sem nenhum problema. Dobramos todas as roupas e as colocamos em uma pequena mala vermelha da Consuelo.

Eram 03:53 da manhã quando fomos embora. Roberto já havia ido para seu quarto. Ficamos conversando com Consuelo por horas. Pablo chegou a dormir no sofá, com a cabeça no colo da mãe. Ele parecia ter ciúmes de Maurício e já estava cansado de tentar agradar a mãe, mas as vezes não resistia. Pedro carregou a mala para o carro e a colocou na mala. Pablo passou seu braço esquerdo por trás da minha nuca e se apoiou em mim até o carro. No caminho de volta, Pablo abaixou o vidro do carro e começou a gritar “feliz natal” para quem ele encontrasse próximo ao carro. A reação das pessoas era interessante e engraçada. A grande maioria se assustava e começava a rir, alguns outros desejavam feliz natal também. Quando chegamos no prédio, Pablo agarrou o porteiro e o encheu de beijos na bochecha. Ficamos rindo enquanto o elevador não chegava.

Só não digo que foi o melhor natal, porque o anterior eu passei com Mary. Esse foi meu segundo melhor natal. As vezes eu tinha sorte demais e do nada, azar demais. Queria entender porque certas coisas aconteciam comigo. Dizem que coisas acontecem para nosso aprendizado. Notório que eu esteja em constante aprendizado, porque as coisas não param de acontecer para mim. Boas. Ruins. Simplesmente, acontecem. Era incrível poder ver um sorriso no rosto de todos que me cercavam e inclusive no meu rosto. Se tem um dia o qual eu possa dizer “estou feliz”, esse dia era hoje.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

9 dias para o meu aniversário. u_u haha
MUITO, MUITO obrigada por lerem minha fanfic. Agora tenho 70 leitores pelo NYAH e isso me deixa MUITÍSSIMO feliz!
DIA 12 DE JANEIRO TEM ENCONTRO SHEERANTOR NO RIO, SÃO PAULO E CURITIBA, se informem no site Ed Sheeran Brasil.
Jenny, eddictedhoran



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Folhas De Outono" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.