Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 84
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Acordei com o barulho do telefone, que ficava ao lado do sofá, próximo a porta. Corri e o atendi.

“Onde você está?”

“Teddy?”

“Sim. Onde você está?”

“Como sabe o número daqui?”

“Isso não vem ao caso. Onde está?”

Dei o endereço a ele e antes de me despedir, ele desligou. Aconteceu tudo tão rápido e foi estranho. Meia hora depois, o interfone toca, o porteiro disse que um tal de Edward estava lá embaixo. O deixei subir. Esperei ansiosa pelo som da campainha. Ela tocou. Sem olhar no olho mágico, abri a porta. Era meu pai com dois caras de uns dois metros de altura. Ele foi rápido. Começou a me puxar e eu gritava, mas ninguém me ouvia. Todo mundo tinha desaparecido.

“Yolanda!”

Ouvi alguém me chamar, mas o som estava longe.

“Yolanda!”

Me chamaram de novo, estava cada vez mais perto.

“Yolanda!”

Abri os olhos. Estava na cama de Pablo. Ele estava me gritando, porque sua nova namorada ou qualquer outra coisa que ele queira chamar, estava furiosa por eu estar ali. Depois da conversa com Pedro, acabei ficando por lá mesmo.

 “O que ela faz em sua cama?”

A garota não parava de berrar isso e Pablo parecia estressado, mas segurava as pontas. Com toda delicadeza do mundo, ele me ajudou a se levantar e me levou até a porta do quarto e sai. Ele fechou a porta atrás de mim e eu ainda conseguia ouvir os gritos da garota. Não era a mesma que eu havia encontrado na cozinha. Pablo não era bonito e não era o tipo de cara pelo qual eu me apaixonaria. Ao olhar para ele, você diz logo que ele é rico, mas ele sempre foi uma pessoa humilde e não gostava de gastar dinheiro com roupas e nem bebidas, afinal, seu pai é dono da Low Club e é Open Bar. Não tinha um final de semana o qual ele não fosse para a boate com Pedro. Lá, Pedro era conhecido como “Lucas”, o nome que ele escolheu. Pablo parecia ficar cada dia mais loiro. Ele tinha vinte e três anos e estava terminando sua faculdade de administração, por pressão do pai. Mas ele não parecia muito querer isso. Suas aulas eram de manhã e as aulas de segunda, ele ia direto da boate. Estava de férias desde o final de Novembro e no lugar da aula, ia surfar com os amigos. Pedro tinha medo de surfar e nunca o acompanhava.

“Tive um pesadelo.” –Eu disse ao encontrar Pedro na sala.

“Como foi?” –Ele perguntou.

Eu contei e ele parecia não ter entendido muito bem. Expliquei duas vezes. Ele pareceu não se importar muito com o que eu disse e começou a zapear na TV. A nossa conversa terminou com um “Não estou preparada para um namoro” que saiu da minha boca. Pedro disse “Tudo bem” e saiu do quarto, não parecia chateado, mas sei que estava. Permaneci na cama de Pablo e acabei pegando no sono e deu no que deu.

A menina saiu do quarto de Pablo e me fuzilou com seus olhos. Parecia que queria explodir minha cabeça.

“Essa é Samantha.” –Pablo a apresentou para nós.

Ela nem sorriu. Estava com seus braços cruzados. Parecia uma patricinha mimada. Ela era muito mais bonita que a outra da cozinha. Seus cabelos eram tão pretos quanto os meus. Iam até a cintura. Lisos e finos. Qualquer vento, eles se mexiam. Sua cor de pele era parecida com de Pablo. Bronzeada. Sarada de academia, tinha a cintura muito fina, comparada as suas coxas. Dava para ver que por baixo de seu vestido verde, havia um biquine. Ela arrastou Pablo para fora do apartamento. Talvez fossem a praia, ainda estava sol, era inicio da tarde.

Após o almoço chinês, que Pablo pediu por telefone, ele não demorou meia hora na praia e voltou, sem Samantha, ele entregou um cartão de crédito para Pedro.

“A senha é a data do meu aniversário. Espero que saiba quando é meu aniversário, porque não vou dizer. Comprem presentes para o natal.” –Ele disse.

“Não posso aceitar isso.” –Disse Pedro.

“Cara, é o primeiro natal delas com a gente, relaxa. Usem o dinheiro e comprem bons presentes.” –Ele disse.

“Sério isso?” –Camilla perguntou.

“Claro. Vamos fazer um natal tradicional. Somos quatro aqui, cada um compra três presentes.” –Disse Pablo.

 Confesso que sou um pouco lenta e não confiei na conta de Pablo. Somos quatro, devo comprar três presente. Um para Camilla, um para Pedro e um para Pablo. É, ele tinha razão. Nos arrumamos em uma hora e fomos ao shopping. Pablo não foi conosco. Não deu motivos, apenas não foi. Pedro cismou com Barra Shopping e ignorou todos os outros shoppings próximos ao apartamento. Camilla já estava dormindo no banco de trás do carro e eu apenas observei o caminho.

“O que vocês pretendem comprar?” –Pedro perguntou, enquanto dirigia.

“É surpresa!” –Camilla disse.

“Tudo bem. E você, Yolanda, o que pretende comprar?” –Ele me perguntou.

Me virei e olhei para a Camilla. Me voltei para Pedro novamente e sorri.

“Okay, eu entendi.” –Ele disse.

Quando chegamos no shopping, Pedro foi o primeiro a ir comprar as coisas. Camilla e eu esperamos na praça de alimentação, tomando sorvete do Mc Donald’s. Ele demorou meia hora, contado no relógio. Voltou sem nada em mãos. Já estavam no porta malas do carro.

“Minha vez!” –Disse Camilla.

Ela tomou o cartão da mão de Pedro e começou a se distanciar.

“Você deu a senha para ela?” –Perguntei.

Pedro negou com a cabeça e continuou observando Camilla se afastar. Ela não voltou. Nesse meio tempo, Pedro pode me contar que seu filme favorito era “Edward, mãos de tesoura”, o que me fez lembrar que o nome de Teddy é Edward e fiquei pensando nisso por um tempo. Pedro também disse que sua banda favorita é o Bon Jovi, mas que ultimamente tem deixado um pouco de lado essa coisa de música.

“Quero fazer uma tatuagem um dia.” –Eu disse para Pedro.

“Aceita hoje?” –Ele perguntou.

“Sério?”

“Esse pode ser o meu presente pra você!” –Ele disse.

Sorri e aceitei a ideia. Esperei Camilla chegar. Exatamente uma hora de comprar. Ela voltou com uma sacola de uma loja esportiva, mas os presentes estavam embrulhados em sacos de presentes coloridos e sem marca. Não dava para identificar o que era.

“Vou dar uma tatuagem para Yolanda.” –Pedro disse para Camilla.

“Agora?” –Ela perguntou.

“Não, quando voltarmos para casa.”

Era minha vez. Não sabia o que comprar, nunca tive que passar horas em um shopping atrás de presentes para as pessoas. “Algo que eles precisavam”, era isso que se repetia em minha mente. Pablo de nada precisava. Eu só conseguia pensar em roupas para Camilla. Não a imaginava brincando com bonecas. Pedro, eu não sabia o que pensar sobre ele. Comprei uma roupa de surfista, se é que ela tem outro nome, para Pablo. Eu sinceramente, a achei linda, quase comprei pra mim, mesmo não sabendo surfar. Para Camilla, comprei uma linda sandália de salto alto, creio que seja a sua primeira. Para Pedro comprei um aparelho MP4, nunca o vi com algo do tipo. Mas eu queria entregar já com as músicas do Bon Jovi.

Olhei para o relógio e havia se passado quarenta minutos e os encontrei. Os presentes estavam embrulhados como os de Camilla, sem diga de onde eram. Os carregava na sacola da loja da sandália. Voltamos para Copacabana e já estava noite. Deixamos os presentes no “escritório” de Pablo e depois montaríamos a pequena árvore. Camilla ficou vendo televisão enquanto Pablo e eu fomos ao estúdio. O lugar era pequeno e lindo. Todo pintado de azul marinho com alguns detalhes em branco. Na recepção, inúmeras fotos de tatuagens já feitas no estabelecimento. Uma mulher, de cabelo vermelho ou rosa, não identifiquei bem, de nome Paola, nos atendeu e pediu para que aguardássemos Luigi, o tatuador. Quinze minutos depois, entramos na sala de Luigi.

“Sou Luigi, o que desejas tatuar?” 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem. Fico muito feliz.
Agradeço a todos os comentários, novos leitores(agora 68 com conta no NYAH) e novas recomendações, muito obrigada mesmo.
Jenny, eddictedhoran



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