Teddy parou de aproximar seu rosto, que agora estava a menos de um palmo do meu. Ele olhava em meus olhos e eu sentia que poderia esperar o tempo que fosse para acontecer algo.

“Não queria que fosse assim.” – Ele disse.

“Assim o que?” – Perguntei.

“O nosso primeiro beijo.” – Disse Teddy.

Apenas sorri e continuei o olhando nos olhos.

“Queria que fosse como?” – Perguntei.

“Especial, diferente, não sei.” – Ele disse.

“Teddy, estamos em um castelo, qual garota não sonharia com isso?” – Perguntei sorrindo.

Ele permaneceu me olhando e nada fez. Sua mão agora estava em meu ombro esquerdo e minha esperança de algo acontecer, ia embora.

“Vem, vamos andar pelo castelo.” – Eu disse me levantando.

“Não!” – Ele puxou meu braço para eu permanecer sentada.

Eu ainda não tinha me levantado totalmente, e agora estava sentada mais próxima a ele. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, Ed virara meu rosto para ele e tocara seus lábios nos meus. Pude sentir o quão macio são. Ficamos por alguns segundos com os lábios encostados e enfim começara o beijo, lento, mas que acelerava meu coração. Eu podia sentir o polegar de Ed acaricia o meu rosto durante o beijo. Minha mão estava em sua nuca e eu conseguia sentir seu cabelo. O beijo não demorou muito e parou, não afastamos muito os nossos rostos e sorrimos um para o outro.

“Vou considerar esse, o primeiro beijo da minha vida.” – Eu disse.

Teddy sorriu e me deu um selinho. Aquilo não poderia estar acontecendo comigo. De fato, nem no melhores dos meus sonhos imaginei isso acontecendo. Teddy pegou mais alguns cookies em sua mochila e colocou na mesa. Comemos por vinte minutos e decidimos voltar para casa.

“Queria ver algum filme.” – Ele disse guardando o resto dos biscoitos.

“Gostei da ideia.” – Eu disse.

Ele se levantou primeiro e estendeu sua mão para mim, a segurei e me levantei. Fomos caminhando de mãos dadas até o ponto do ônibus. Descemos antes do ponto que deveríamos descer e caminhamos até uma locadora próxima.

“Que filme pretende ver?” – Perguntei olhando a prateleira.

“Não sei, só não quero romance.” – Ele disse.

“Ainda bem, porque eu quero ver um de terror.” – Eu disse pegando um filme da prateleira.

“Que filme é esse?” – Ele perguntou ficando atrás de mim.

“A chave mestra, parece bom.” – Eu disse.

Ed estava atrás de mim, eu estava lendo o verso do dvd, para ler a sinopse, Teddy também estava lendo. Sua mão esquerda estava na minha cintura, e podia sentir seu braço tocar minhas costas, ele apoiara seu queixo no meu ombro direito, enquanto lia a sinopse.

“Leva esse mesmo.” – Ele disse.

“Escolhe algum outro também.” – Eu disse me virando para ele.

“Tudo bem.” – Ele disse.

Teddy me deu um selinho e andou até a prateleira de filmes de ação. Não demorou muito e ele voltou com “A lenda do Zorro” em mãos. Fomos até o caixa e Teddy pagou pelos DVDs e terça teríamos que devolver todos. Fomos caminhando até a minha casa, onde veríamos os filmes. Ao chegar em casa, Mary estava cozinhando algo com cheiro de cebola.

“Cheguei em boa hora.” – Disse Ed.

“O jantar de vocês, crianças!”- Mary disse sorrindo.

“Vai lá colocando os filmes e eu vou pegar algo pra comer. Coloca qualquer um dos dois.” – Eu disse.

Como combinado, fui para a cozinha e Ed para a sala. Peguei um saco de milho de pipoca que estava no armário e o coloquei no microondas. Eram 2 PM, e jantaríamos apenas as 7PM, então Mary não viu problema em comermos pipoca. Enquanto a pipoca estourava no microondas, fui até Mary.

“Nos beijamos...” – Eu disse sussurrando.

Mary parou de mexer a comida na panela e olhou para mim. Ela secou suas mãos no avental e fechou a panela.

“Me conta direito isso.” – Ela disse me olhando.

“Nós nos beijamos lá no castelo!” – Eu disse, ainda sussurrando.

“Fico tão feliz por vocês!” – Ela disse passando a mão no meu ombro esquerdo.

“É, eu também, mas ainda não estamos namorando, sei lá, ele não me pediu ainda.” – Eu disse.

“Sei como é. Curtam o filme, ficarei no meu quarto, se precisar de alguma coisa, está bem?” – Ela disse

Afirmei com a cabeça e peguei duas latas de refrigerante light na geladeira. Levei os refrigerantes e os coloquei na mesa de centro. Teddy estava sentado no sofá, vendo os bônus do DVD.

“Precisa de ajuda?” – Ele perguntou.

“Não, só vou trazer a pipoca. Obrigada!” – Eu disse sorrindo.

Voltei para a cozinha e ainda faltava um minuto para a pipoca ficar pronta. Mary ainda cozinhava algo cheirando a cebola e minha fome aumenta. O microondas finalmente apita, pipoca estava pronta. Peguei com cuidado para não me queimar, abri o pacote e despejei toda ela em um pote, onde estava escrito “PopCorn”. Joguei um pouco de sal e fui para a sala. Me sentei do lado esquerdo de Teddy e ele logo passou seu braço esquerdo por trás da minha nuca e se aproximou mais de mim. Ele apertou o play, e começara a passar o filme do zorro.

“Coloquei esse primeiro, porque quero ver o de terror a noite.” – Ele disse.

“Ah, claro, para eu ficar com medo, supostamente.” – Eu disse.

“Meu plano está tão na cara assim?” – Ele perguntou rindo.

Olhei para ele sorrindo e ele me deu um selinho e sorriu em seguida. Era tão bom me sentir assim, pena que as coisas boas tendem a passar rápido. Assisti todo o filme encostada em Ed. Acabamos com a pipoca na metade do filme e ele ainda bebeu do meu refrigerante. Durante o filme, Teddy fazia carinho em minha cabeça, com sua mão esquerda, enquanto eu estava com a minha cabeça em seu ombro. Cada dia que passava, tinha a certeza de que Teddy era uma pessoa a qual poderíamos chamar de “porto seguro”, não tinha como se sentir insegura ou desprotegida em seus braços, era um sentimento tão mágico e verdadeiro.