Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 105
O dia seguinte




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O álcool já havia tomado conta do meu corpo. Meus reflexos estavam lentos e de repente, comecei a suportar o frio que fazia. Teddy decidiu que tinha que entrar no mar, mas depois não conseguia sair. Ele havia falado algo sobre procurar o Nemo. Foi um sacrifício tirá-lo do mar. As ondas nos derrubavam, apesar de estarmos no raso ainda. Tinha areia em todas as partes possíveis do meu corpo e agora o álcool não conseguia mais me proteger do frio. Estávamos muito longe do hotel ainda e nenhum taxi parava para duas pessoas completamente molhadas.

“Quero poder lembrar disso tudo amanhã.” –Disse Teddy.

Demoramos, aproximadamente, quarenta minutos para chegar ao hotel, onde ele estava hospedado. Mas não parecia que tinha levado tanto tempo assim. Nós riamos, conversávamos. Teddy me deu um banho de refrigerante e minha situação só piorava. Ao chegar na porta do hotel, barraram a gente. Teddy abraçou o segurança, que apesar de estar trabalhando, retribuiu o abraço. Fomos para o quarto de Teddy e esperamos eu me secar. Teddy chamou um taxi para mim.

Na manhã seguinte, eu não reconhecia o quarto. A claridade incomodava meus olhos, eu mal os conseguia abrir. Comecei a estranhar o local. Cocei os olhos e me sentei. Eu estava coberta com um edredon branco, diferente do meu. Minha cabeça pesava. A dor era insuportável. Olhei para o lado direito da cama e vi Teddy. Ele estava de costas pra mim. O sacudi e ele resmungava, porém não acordava. Gritei seu nome e ele continuou resmungando.

“O que é?” –Ele perguntou, se sentando.

Teddy olhou pra mim assustado.

“O que tá fazendo aqui?”

“A gente não fez... Fizemos?”

“Não!”- Ele exclamou. –“Eu não me lembro...”

Teddy levantou a coberta e olhou por baixo.

“Pelo menos eu estou vestido.”

Fiz a mesma coisa e também estava vestida. Eu tentei lembrar como havia parado ali, mas a minha última lembrança era do Teddy ligando para o Taxi. Eu comecei a chorar, ainda sentada na cama. Teddy estava calado e pouco se movia. Eu estava com os olhos tampados e com medo de pegar o celular. Teddy me deu um copo com água gelada e eu suplicava por um outro. Tomei três vezes e minha garganta ainda estava seca. Pedi para Teddy pegar minha bolsa, que estava jogada no pé da cama e peguei meu celular. Nenhuma ligação ou mensagem.

“Não tem nada aqui...”

“Não se importam.”

Olhei para Teddy e ele fez um gesto indicando que fechou sua boca com um zíper e se sentou no sofá. Liguei para casa e ninguém atendeu. Liguei para Camilla.

“Não se liga para alguém a essa hora.” –Ela disse, com voz de sono.

Olhei para a tela do celular e eram 6:30 da manhã.

“Camilla? Sou eu. Eu estou bem.”

“Sim. Sim. Sei que está. Muito bem, por sinal.” –Ela disse.

“Eu dormi...”

“Com o Ed. Eu sei.”

Fiquei em silêncio e ela desligou.

“Eles me odeiam agora. Eu me odeio...”

Teddy nada disse e se sentou do meu lado. Passou sua mão esquerda na minhas costas, em silêncio. Eu não sabia o que fazer.

“Não se preocupa, nada aconteceu entre a gente. Eles vão acreditar em você.” –Disse Teddy, passando uma calma em sua voz.

O abracei. Era o melhor pra mim naquele momento. Seu abraço me acolheu como eu precisava. Eu estava com medo do rumo que minha vida ia tomar depois disso. Stuart entrou no quarto, sem bater. Teddy não me soltou e permaneceu me abraçando. Stu se agachou na minha frente e parecia preocupado comigo.

“Qualquer coisa eu digo que...”

“Não, Stuart, obrigada. Não preciso esconder a verdade.” –Eu disse, colocando a mão em seu ombro.

Ele beijou minha mão e se levantou, dizendo que o café nos aguardava lá embaixo. Eu estava nervosa e sem fome, mas mesmo assim, descemos. Teddy permaneceu, o caminho inteiro, me envolvendo pelos ombros, com seu braço direito. Quando chegamos ao saguão, notamos que alguns fãs do Teddy já estavam lá fora e ele rapidamente me soltou.

“Não quero piorar a situação.” –Ele sussurrou. –“Não me entenda mal, é que, vai que tiram foto e dão uma falsa notícia e seu noivo vê.”

Ele tinha razão. Me sentei com Stuart e Teddy e os observei comer pão com queijo branco, pedaços de bolo, frutas. Eu apenas tomei um suco de laranja, que nem com três sachês de açúcar, ficou menos azedo. Mandei uma mensagem para Camilla dizendo que daqui a pouco voltaria para casa. Ela não respondeu. Tentei ligar para Pedro, mas parecia que ele desligava no segundo toque.

“Calma. Vocês vão resolver as coisas com calma.” –Disse Teddy, após tomar um suco.

  Eu estava começando a ficar irritada com a calma do Teddy. Eu estava desesperada e não estava mais conseguindo disfarçar. Eu queria chorar, gritar, correr para um lugar onde eu viva sozinha. Sentimentos estavam se chocando dentro de mim e tinham que sair, mas eu os prendia e me fazia mal. A vida te derruba quando vê que tudo está indo bem, ou você mesmo tropeça nos seus erros. Eu estava em um momento em que tudo que parecia certo, do nada, se transforma no errado. Uma coisa que é verdade sobre mim, adoro dar conselhos para os outros, mas não sei usar os conselhos quando o contexto sou eu.

   “É melhor eu ir embora.” –Eu disse.

Teddy parou de tomar seu suco e limpou sua boca.

“Eu te acompanho.” –Ele disse, se levantando.

Recusei, mas Teddy insistia e acabou entrando no táxi comigo. Saímos por uma porta alternativa e não tinha fãs. Minha mão suava frio. Conforme se aproximava, meu coração era amarrado pela angústia e ficava cada vez mais apertado. Paramos na porta do prédio e Teddy pagou o táxi e saiu do carro. Permaneci lá dentro. Teddy estendeu sua mão, para me ajudar a sair, mas o porteiro nos observava e sai sem sua ajuda. Coloquei a chave na fechadura e a rodei três vezes e Camilla a abriu. Me assustei com a violência a qual ela usou para abrir a porta.

“Você o trouxe?” –Ela perguntou.

Contei que ele insistiu para vir e Camilla gritou por Pedro, que veio da cozinha, com uma xícara de café na mão. Ele parecia decepcionado, enquanto Teddy acenava, sendo gentil.

“Vá para o quarto, Camilla.” –Disse Pedro, indo até a porta.

Camilla o obedeceu e ele ficou me olhando, sem nada dizer. O silêncio foi quebrado pelo toque do celular de Teddy.

“Não vai entrar?” –Pedro perguntou.

Eu conseguia ouvir Teddy, atrás de mim, sussurrar ao telefone. Parecia falar com Stuart.

“Está zangado comigo?” –Perguntei. –“Confie em mim, nada demais aconteceu.”

“Eu confio. Agora entra.”

Entrei e me virei para chamar o Teddy, mas não sabia mais o que fazer. Até que Pedro pediu para eu convidar ele. Teddy desligou o telefone e foi em direção ao Pedro, que estendeu sua mão, que fora apertada pela mão direita de Teddy.


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Notas finais do capítulo

Já curtiram a página FANFIC FOLHAS DE OUTONO? me ajude lá. *-*
GENTE, falta menos de 10 leitores, registrados no NYAH, para eu chegar a 100. MUITO OBRIGADA pela força e apoio. Estou vivendo um momento incrível aqui escrevendo para vocês. ♥
Jenny, eddictedhoran.



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