Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 101
Hell yeah




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267862/chapter/101

Ele ficou bem na minha frente. Cantando e tocando seu violão, com uma patinha desenhada em laranja. Eu já não estava mais no lugar de inicio, fui empurrada quando os portões se abriram para o resto das pessoas. Pedro e Camilla pegaram grade da pista, consegui os ver, mas depois de um tempo, eles sumiram. Perdi as contas de quantas vezes pisaram no meu pé e minha sandália soltou do meu pé. Como foi difícil coloca-la de volta. Algumas músicas, eu não conhecia. Teddy as vezes parava o show para conversar com as pessoas, perguntar como estão ou então, pedir para que calem a boca. Ele não gostava de ter que se esforçar para que o ouçam. Era divertido ver as pessoas ficarem em silêncio após o Teddy “brigar” com elas.

“Essa música não está no setlist, mas eu preciso canta-la... Firefly.”

Ele começou a tocar a música e antes de cantar, olhou para mim e  depois olhou para as outras pessoas que eu, por um momento, esquecia que estavam ali. Era estranho ouvir as pessoas cantarem uma música escrita em um momento tão especial para mim. Aposto que nenhuma delas sabe o real motivo da letra. Eu tinha medo que até mesmo o Teddy não soubesse mais o que havia acontecido. Eu me sentia no campo, a beira do lago, com o castelo de Framlingham ao fundo. O vento gelado soprando em meu rosto e obrigando a gente ficar dentro da barraca. Conversar sobre o nada e rir porque Teddy consegue ficar vesgo. Vagalumes invadindo a barraca. Vagalumes iluminando o campo verde. As vezes apagando e aparecendo em outro lugar distante. Aos poucos, o som do show foi voltando e as lembranças me deixaram prestar atenção. A menina ao meu lado, chorava e parecia inconsolável. Parecia estar sozinha. Já a do meu lado esquerdo, não sabia cantar “Firefly” e apenas balançava a cabeça de um lado para o outro. As pessoas aumentaram a voz quando ele começou a cantar os singles.

“Say hell yeah!”

“Hell yeah!”

As pessoas gritavam e riam. Foi divertido. Teve uma musica que ligamos a lanterna do celular ou apenas o visor. O lugar fora tomado por “estrelas”. Todos com os braços erguidos e Teddy cantando. O show teve que acabar. Meu tempo com ele estava acabando. Nossas vidas teriam que seguir seus rumos separadas novamente. As pessoas começaram a sair lentamente e esperei um pouco passar o tumulto. Aguardei no mesmo lugar. O celular apitou avisando nova mensagem. Era Pedro, dizendo que me esperaria no carro.

“Yolanda?”

A mesma mulher que nos avisara a cada minuto quanto tempo faltava para a passagem de som, me chamou. Afirmei e ela pediu para que eu a acompanhasse. Voltei para a sala do Meet and greet. Teddy estava no sofá branco e estava bastante suado. Sua blusa vermelha estava um vermelho mais escuro, na altura da gola, devido ao suor. Ele se enxugava com uma toalha branca e se levantou ao me ver.

“Eu vou ficar mais dois dias no Rio de depois vou para os Estados Unidos. Quando disse que é seu casamento mesmo?”

“No dia do meu aniversário. Se é que ainda se lembra.”

“22 de dezembro.” –Teddy disse, sorrindo. –“Estarei lá.”

“Obrigada.”

A sala só não estava em silêncio porque a equipe de Teddy começou a recolher as coisas e o fotógrafo estava novamente em seu notebook, passando as fotos do show. Eu conseguia ouvir o barulho das teclas. Ele digitava muito rápido.

“Onde está hospedado?”

Ele me disse o nome do hotel e era na praia da Barra da Tijuca. Um pouco longe dali, posso afirmar.

“E você, onde mora?”

Dei meu endereço, mesmo não sabendo se isso era o correto a se fazer. O celular começou a tocar. Atendi. Era Pedro querendo saber onde eu estava. Contei tudo para ele e Pedro simplesmente parou de falar e desligou.

“Eu tenho que ir...”

“Tudo bem.”

 Nos abraçamos. De todas as vezes que pedi para que o tempo passasse rápido, essa vez eu queria que ele parasse. Há quanto tempo eu não esperei para abraçá-lo novamente? As vezes eu achava que, ao pisar fora da casa de show, eu acordaria de um sonho. Quantas vezes eu não tive um sonho que parecia real? Mas era hora da realidade parecer um sonho. Soltei Teddy e dei um beijo em sua bochecha rosada. Ele estava quente e ao mesmo tempo gelado. Seu suor começava a secar com o ar condicionado.

  Camilla estava deitada no banco de trás e toda hora alisava sua barriga. Pedro me encarava sério, até eu entrar no carro. Camilla se sentou quando eu abri a porta e Pedro ligou o carro.

“Como foi?”

Camilla toda hora repetia. Dei o papel a ela.

“Endereço e telefone! Não posso acreditar!”

Camilla parecia realmente animada com toda a situação, afinal, para ela, Pedro e eu nunca existimos, meu coração e alma sempre pertenceram a Teddy. Ela só queria fazer com que eu lembrasse disso.

“Vamos lá amanhã! Quando ele vai embora?”

“Daqui a dois dias.”

“Que pena. Vamos lá amanhã. E Pedro, você não foi convidado.”

“Como se eu estivesse implorando para ir.”

  Não demorou muito e já estávamos no apartamento. Tomei um banho quente e depois ajudei Camilla a arrumar o pequeno armário do bebê. De repente, vi o apartamento se tornar pequeno demais. O quarto de Camilla agora só tinha espaço para o berço, porque tiramos sua mesa de estudos e colocamos no canto da sala. Não estragou a decoração, até que combinou. As roupas eram tão pequenininhas. Nas cores amarelo e verde. Não sabíamos ainda o sexo do bebê. Penélope e Conrado. Os nomes escolhidos por Camilla. Nathan não queria nem saber dessa história, mas Elisa contribuía com dinheiro. Eu não me importava que Nathan assumisse a criança. Ela teria o Pedro como referencia masculina e isso me conforta de alguma maneira. Após arrumar o armário, anotei o número de Teddy no meu celular. Liguei para o número e na segunda chamada, ele atendeu. Era ele mesmo. Não sabia o que dizer e desliguei.

“Você o ama mesmo!” –Afirmou Camilla.

“Por que diz isso?”

“Ficou nervosa no telefone. Sabe, a pessoa ficar nervosa só de ouvir a voz de outra pessoa, é um sinal muito forte alertando ‘Perigo! Amor! Perigo’ e seu coraçãozinho sempre esteve apaixonado.” –Camilla disse, tocando em meu colo.

“Apaixonada por Pedro.”

“Você ainda insiste mesmo em se enganar assim? Quantas vezes terei que repetir que, seu amor por Pedro é apenas uma troca de favores. Ele te salva. Você o ama. Simples. Ou parecia simples, até o querido Ed aparecer.”

Calei. Consenti. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

GENTE, criei uma fanpage para a fanfic. Se puderem curtir, eu agradeço. Ah, me mandem trechos favoritos, tipo citações da fanfic que tenham marcado vocês de alguma forma, para eu postar lá (facebook.com/fanficfolhasdeoutono)
Obrigada por lerem a fanfic *-* recebi minha primeira crítica e já a apaguei haha enfim, amo vocês, little leaves. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Folhas De Outono" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.