The Girl Next Door escrita por Fernanda Meinert


Capítulo 8
Don't give up on her


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui está mais um capítulo. Muito obrigada pelas reviews e desculpem os erros. Boa leitura.



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Santana estava sentada na poltrona em frente a Quinn. A latina buscava o momento certo para começar o assunto. Porém dez minutos já haviam se passado e o silêncio preenchia o ambiente. Concentre-se Lopez.

No entanto, Quinn só tinha uma coisa em mente: ela precisava alimentar seu peixe. Deus, ela era péssima nisso. A loira não queria deixar Santana, mas era sua vida que estava em jogo. Talvez George estivesse planejando um jeito de sair do aquário durante a noite e atacá-la com... alguma coisa? O que será que George usaria para atacá-la?


"Quinn? Você está me ouvindo?" Ele tinha força para carregar um garfo ou algo do tipo? Peixes conseguiam segurar coisas? "Quinn?" Se eles conseguissem, ela estava ferrada. "QUINN!" A loira pulou com o grito de Santana. Aparentemente a forma como seu peixe iria assassiná-la a tirou da realidade.


"Sim?" Perguntou com o cenho franzido.


"Está tudo bem?"


"Claro." Quinn achava que contar sobre seu peixe assassino não era o melhor jeito de começar uma conversa.


"Certo." Santana respirou fundo. "O que você fez nesses quatro anos? Como era la em Yale?" Quinn, por um momento, esqueceu do seu mascote e prestou total atenção na latina.


Santana portava um olhar um tanto magoado. E Quinn não podia culpá-la. No entanto, a loira esperava que a latina logo perguntasse Por que você fugiu?. Mas ela não o fez.


"Bem..." Quinn suspirou sorrindo com as lembranças. "Eu cursei artes em Yale e me formei como a melhor da turma." Santana sorriu orgulhosa porque sabia que amiga conseguiria. "Fiz vários amigos. Em especial Monica. Acho que vocês iriram se dar bem. E a família dela meio que me adotou. Eu os amo."


"Isso é ótimo..." Santana disse com sinceridade. "E alguem roubou seu coração?" Quinn sorriu com a pergunta.


Rachel, que estava de quatro atrás da porta do corredor, ouvindo toda a conversa, empurrou mais o ouvido contra a parede ao ouvir a pergunta.


"Na verdade não, mas... eu meio que..." A loira queria contar sobre sua experiência com a garota, mas ainda era difícil tocar no assunto.


"Você meio que..." Santana repetiu quando percebeu que Quinn havia cravado seu olhar nos sapatos.


"Eu fiquei com uma garota." Os olhos da latina se arregalaram e uma batida foi ouvida no corredor.


Rachel bateu a testa na porta após ouvir a revelação de Quinn. E agora estava doendo. Muito. Meu Deus, ela ia morrer. Então a morena sentiu o olhar das duas em si. Droga! Sua posição havia sido revelada. Ela engatinhou para trás até a parede e colocou a mão na sua testa tentanto aliviar a dor.


"Berry, pode vir até aqui, por favor?" A latina disse da sala. Rachel se lavantou, arrumou a postura e apareceu no cômodo tentato não demonstrar a dor que estava sentindo. "Posso saber o que você estava fazendo atrás da porta?" Santana arqueou a sobrancelha.


"Eu não sei do que você está falando." Rachel disse séria e se dirigiu a cozinha com passos firmes.


A morena abriu a geladeira buscando seu leite de soja. Não se deu o trabalho de despejar o líquido no copo. Apenas virou a garrafa garganta abaixo como se fosse algum tipo de bebida alcoolica. Quando se deu por satisfeita, bateu a garrafa no balcão. Ainda sobre o olhar atento das duas garotas que tentavam não rir.


"Rachel, se você queria tanto ouvir a conversa, porque não se senta com a gente?" A morena queria negar, mas ela estava mesmo curiosa. No entanto, ficar no mesmo cômodo que Quinn Fabray por muito tempo era desconcertante.


Um pouco hesitante, Rachel sentou-se na poutrona ao lado de Santana. Direcionou seu olhar para qualquer que fosse o objeto. Evitando a todo curto os olhos verdes.


"Continuando..." Santana respirou fundo. "Meu Deus! Quinn Fabray ficou com uma garota! Eu sabia que um dia ia acontecer! Eu. Sabia." A latina jogou tudo de uma vez, terminando com os braços cruzados em frente ao peito.


"Como assim você sabia, Santana?" Quinn arqueou a sobrancelha no melhor estilo Fabray e esperou a resposta.


A latina intercalou o olhar entre Rachel e Quinn, que a olhavam confusas. Ela engoliu em seco. Mudar de assunto era uma ótima ideia.


"Mas então Quinn, o que está achando de NYC?" A loira estranhou a mudança repentina.


"Eu gosto daqui. É diferente. Inspirador. Eu não sei. É so Nova York sendo... Nova York." Quinn deu de ombros sorrindo. Rachel estava encantada com aquelas palavras. Ainda mais saindo da boca da loira.


"Nós deveríamos sair. Poderiamos te mostrar a cidade." Santana sugeriu e Rachel logo a olhou desesperada.


"É uma ótima ideia." Quinn finalmente achou uma ótima maneira de se aproximar de Rachel.


"Ótimo!" Santana exclamou. "Hoje a noite. Oito horas. Vista algo confortável." Agora Rachel podia sentir seu corpo começando a tremer porque ela definitivamente não estava preparada.


"Certo, mas agora vamos falar de vocês. Como diabos foram morar juntas?" Aquela informação ainda desconcertava a loira.


"Eu estava em NYC. Não tinha lugar para morar. Rachel descobriu. Insistiu. E você sabe como ela é. Não saiu do meu pé até que eu aceitasse." Santana deu de ombros como se fosse óbvio.


"Mas como vocês não se mataram? Quer dizer, Santana Lopez e Rachel Berry morando juntas? Isso é inacreditável!"


"Ela costumava colocar cabelo na minha comida." Rachel murmurou sentida enquanto olhava para os sapatos. Quinn riu de leve.


"Oh, Hobbit! Pare de se fazer de coitada. Eu não sou tão ruim assim." Santana revirou os olhos de forma divertida.


"É porque agora você me ama." Rachel disse convencida. Quinn sorria com a interação das duas. Nem em um milhão de anos poderia imaginar algo assim.


"Nem vem, Berry. Apenas colegas de quarto." A latina olhou séria para a morena, despertando em algumas risadas em seguida.


xxxxx

Quinn terminara a conversa com as garotas e se dirigiu para o apartamento. Ela abriu a porta e colocou apenas sua cabeça para dentro. Merda! Seu peixe estava olhando em sua direção com aquelas grandes órbitas assustadoras. Então ela endireitou seu rosto e postura. E adentrou o apartamento tentando não demonstrar medo. É exatamente isso o que ele quer, Quinn.


Ela foi até o armário da lavanderia, pegou o alimento do peixe e um tanto hesisante, colocou no aquário. E se o peixe pulasse e mordesse sua mão? Seu peixe tinha dentes? Desde quando sua vida era tão confusa?


Antes de qualquer coisa, ela decidiu levar o aquário para a varanda. Ficar no mesmo ambiente que George estava ficando cada dia mais assustador.


E enquanto estava sentada em seu sofá, sentindo-se segura novamente, lembrou-se que era sexta-feira. Correu rapidamente até seu quarto e trouxe seu notebook com sigo de volta para sala.


Diante de tanto drama e novidades, ela quase se esquecera que hoje era dia de conversar com Shelby e Beth.


Shelby permitira que Quinn mantesse contato com sua filha, desde que a loira se formasse na faculdade e tivesse um objetivo. Criando, assim, maturidade.


Quinn fez tudo o que foi dito. Ela não admitia, mas todas aquelas noites em que sacrificava seu período de sono, ou deixava de ir a festas para estudar, era por causa de sua filha. Ela queria provar para Shelby que era boa o suficiente. Boa para Beth.


A única pessoa que sabia disso era Monica. E ela insistia em dizer que a loira deveria fazer isso por ela. Não por Shelby ou pela filha. Mas Quinn pouco se importava. Sua vida era Beth e na faculdade você batalha pelo seu futuro, sua vida. E foi exatamente isso que ela fez.


Observou a extremidade do computador. Já era 4 horas. Entrou no Skype e esperou anciosamente que Shelby ficasse online.


Cinco minutos depois, ela já recebia um convite para iniciar a chamada.


"Olá, Quinn." Shelby disse sorridente.


"Oi, Shelby." Quinn retribuiu o sorriso.


"Como está aí em NYC?"


"Ótimo. O apartamento é perfeito e bem..." Quinn tinha que falar sobre Rachel. "Sua filha é minha vizinha."


"O que?" Shelby disse um pouco mais alto do que deveria.


A morena sabia da história de Quinn. Sabia o que ela tinha feito. Mas nunca interviu. Era a vida de Quinn. Ela tinha o direito de fazer as próprias escolhas. No entando, era difícil receber sua filha no Natal e vê-la perguntando pela loira com o olhar entristecido.


Shelby nunca contou que ela e a loira mantinham contato. Quinn pedira para que não falasse sobre ela com Rachel. E a morena mais velha assim fez.


A loira sabia que isso era mal, mas nada poderia privá-la de ver sua filha.


Quando era dia de ação de graças, Quinn sempre viajava para Lima e passava essa data com Shelby e Beth, já que Rachel comemorava com seus pais em Nova York. Era difícil não perguntar sobre a morena. Mas Shelby lhe garantia que ela estava bem. E a loira sentia-se mais leve.


"Rachel é minha vizinha." Quinn deu de ombros, repetindo a informação.


"E vocês conversam?"


"Bom... não." Quinn riu sem humor. "Ela me ignora sempre que pode. Mas descobri que Santana mora com ela."


"Acho que deixei escapar esse detalhe." Shelby murmurou um ops e sorriu sem graça.


"Mas onde está Beth?"


"Está tomando banho, daqui a pouco desce." Não demorou muito até a garotinha loira de olhos verdes, que lembrava infinitamente Quinn, descer pelas escadas com os cabelos úmidos. Quando ela enxergou a outra mãe pelo monitor, seu sorriso aumento dez vezes de tamanho.


"Mamãe Quinn!" O coração da loira se enchia toda vez que ouvia Beth chamá-la de mãe.


"Oi, meu amor!"


"Beth, o que eu disse sobre ficar com os cabelos molhados?" Shelby repreendeu a filha.


"Você pode pegar um resfriado." Quinn completou.


"Eu deveria ganhar um prêmio por aguentar duas mães." Beth murmurou enquanto subia as escadas para secar os cabelos.


Quinn olhou para Shelby diante do atrevimento da filha. Ela deu de ombros.


"Ela está crescendo e cada vez mais parece com você." Quinn mostrou-lhe a língua, sorrindo em seguida.


Beth era mais inteligente que as crianças de sua idade. Aprendeu a falar cedo. E Quinn ensinou-a escrever aos quatro anos de idade.


A menina lembrava muito Quinn. Não apenas na aparência, mas na atitude também. Ela era determinada e não aceitava que nada estivesse em seu caminho. E manipulava as pessoas como ninguém. Quinn perdeu a conta de quantas vezes sua filha passou-lhe a perna e conseguiu mais doces do que era permitido.


"Shelby..." Quinn murmurou depois de algum tempo em silêncio. "Eu gostaria que Beth pudesse passar alguns dias aqui comigo." A morena a olhou e suspirou em seguida.


"Querida, eu não acho que seja uma boa ideia."


"Por que não? Eu fiz o que você pediu. Me formei. Tenho meu próprio apartamento. E daqui a pouco arranjo um emprego. Por favor, Shelby." Os olhos de Quinn já estavam ficando marejados.


"Não é isso. É que... NYC é muito longe de Lima. Eu não quero que ela fique muito longe de mim."


"Isso não é justo! Ela fica longe de mim 364 dias no ano!" Não conseguia mais conter as lágrimas.


"Quinn, controle-se, não quero que Beth te veja assim." A loira limpou as lágrimas, mas continuou.


"Shelby, eu tenho responsabilidade o suficiente para cuidar dela. Eu nunca deixaria nada acontecer a ela. E Rachel está aqui. Beth conhece Rachel. Por favor..."


"Quinn, eu..."


"Oi mamães!" Beth voltou antes que a morena pudesse concluir.


"Beth, você gostaria de passar uma semana aqui comigo?" Shelby olhou para Quinn irritada. No entando, os olhos da garotinha brilharam e o sorriso que surgiu em sua face era capaz de iluminar Lima inteira.


"Sério? Eu e você em Nova York?" A animação era presente na voz da pequena.


"Eu e você em Nova York." Quinn assentiu sorrindo.


"Ai meu Deus! Mamãe deixa, por favor!" Beth agarrou o braço da mãe e começou a pular fazendo bico.


"Beth, eu n-"


"Broadway, MoMa, Times Square, Estátua da Liberdade. Mamãe, você não pode me privar disso." Quinn ria diante da atitude da filha.


"Beth, escut-"


"Se eu não puder ir, você não verá um brócoli passando por essa boquinha aqui." Beth arqueou a sombrancelha, parecendo ainda mais com Quinn. E a loira teve que rir, por que céus! Sua filha sabia ser do mal.


"Tudo bem..." Shelby revirou os olhos. E em seguida o grito animado e agudo da garota foi ouvido.


"Eu preciso contar isso para o Mr. Robby." Então Beth saiu correndo escada acima.


"Mr. Robby?" Quinn perguntou divertida.


"É o ursinho dela." Shelby deu de ombros. Mas a loira sorriu. Sua filha é a melhor. "Certo... nós podemos combinar uma data. Mês que vem é bom para você?"


"Acho que sim." Quinn sorriu.


"Tudo bem, vou desligar agora." Murmurou.


"Shelby... eu prometo, vai ficar tudo bem. E não tenho palavras para agradecer a você. Isso significa muito para mim."


"Claro. Adeus Quinn." A loira acenou.


Quinn abaixou a tela do notebook. Ela não conseguia conter a animação. Tinha conseguido um tempo com sua filha e ainda ia passar a noite com Rachel. E Santana. É claro.


xxxxx

Quinn encarava o armário há quase quinze minutos. Era arriscado ir de vestido. Ainda era primavera, mas o inverno estava perto. Optou por uma calça jeans skinny, uma blusa de manga curta, uma jaqueta manga três quartos e sapatilhas.


Penteou os cabelos. Deixando-os alinhados. Aplicou a maquiagem, realçando os olhos com rímel e delineador. Ótimo.


Deu uma última olhada no espelho quando ouviu batidas na porta.


"Hey, Q!" Santana estava a sua frente, já Rachel permanecia mais atrás, com o olhar nos sapatos.


"Oi. Querem entrar?" Quinn viu que o estilo das garotas estava parecido com o seu e suspirou aliviada.


Santana, sem pedir licença, porque bem, era Santana, entrou no apartamento. Examinou a sala e cozinha. Virando-se para Quinn com um sorriso.


"Legal. Eu gostei. Rach, não quer entrar?"


"Eu já..." Rachel limpou a garganta. "Já conheço." Disse sem tirar os olhos das paredes. Santana arqueoou a sobrancelha surpresa, mas preferiu não perguntar nada.


"Vamos?"


xxxxx

Santana escolheu um restaurante no Soho. Durante o percurso a latina falou mil e uma coisas. E Quinn não parava de sorrir, a falta que sentia da amiga era infinita. No entanto, Rachel manteu-se calada durante o trajeto inteiro.


Elas sentaram numa mesa mais afastada no restaurante. Santana e Rachel de um lado e Quinn do outro. Fizeram o pedido não muito tempo depois.


"San, ainda não me disse com o que trabalha." Quinn soltou.


"Sou consultora empresarial." Santana disse convencida.


"E Britt?" No momento em que a loira tocou no nome de Brittany, o sorriso da latina desapareceu completamente.


"Ela está cursando o último ano de faculdade em Lima. Mas... não estamos mais juntas. Santana olhou nos olhos da loira. Eu viajo muito pelo país. Ela não tem muito tempo para vir até NYC e eu para ir a Lima." Deu de ombros entristecida.


"Mas vocês ainda conversam, certo?" Quinn perguntou, sentido-se péssima pela amiga.


"Claro. Ainda somos amigas."


"Amigas com benefícios." Rachel murmurou enquanto tomava seu suco. Quinn limitou-se a arquear a sobrancelha para Santana.


"Quando ela vem, matamos a saudade." A latina disso sorrindo. "Mas infelizmente, não temos como sustentar um relacionamento."


"As coisas vão melhorar." A loira acariciou a mão da amiga por cima da mesa. Santana sorriu agradecida.


"E você, Rachel?" Quinn pela primeira vez na noite, dirigiu a palavra a morena.


"Estou num musical da Broadway. Estréia daqui a uma semana." A loira não podia descrever o tamanho do seu sorriso naquele momento. Seu coração transbordava de orgulho.


Rachel desviou o olhar de seu suco e olhou na direção de Quinn. Não pode evitar de dar um leve sorriso diante da expressão da loira. Ela estava maravilhosa.


"Isso é ótimo, Rachel! É maravilhoso! Eu sabia que você conseguiria!" Quinn disse um pouco alto demais, chamando a atenção de algumas pessoas. A morena não pode deixar de soltar uma leve risada.


Santana olhava para as duas sorridente.


"Se vocês me dão licença, eu vou ao banheiro, já volto." Rachel disse enquanto se levantava.


"Quinn..." A latina chamou a antenção da loira quando Rachel desapareceu de vista.


"Sim?"


"Eu queria te fazer um pedido." A loira fez sinal que estava ouvindo. "Cuide da Rachel por mim." Quinn ficou confusa. "Eu odeio que ela fique sozinha tanto tempo. Ela tem alguns amigos, mas todos estão envolvidos em alguma coisa. E eu confio em você e sei que ela também confia."


"Ela não confia mais em mim, Santana."


"Então faça com que ela volte a confiar. Eu sei que ela é difícil e muito cabeça dura mas..." A loira riu sem humor. "só não desista dela."



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