The Girl Next Door escrita por Fernanda Meinert


Capítulo 13
Some bottles of wine


Notas iniciais do capítulo

Hey! Desculpem a demora. Eu comecei a escrever esse capítulo há algum tempo. Mas então eu acabei ficando doente. E depois eu vi aquela declaração da Lea sobre o Cory para a revista e a inspiração desapareceu completamente. Eu simplesmente não tinha humor para escrever uma "fic feliz". No entanto, hoje eu tive notícias muito boas em relação a Achele e a vontade de escrever voltou. Então... Aqui está! Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/267633/chapter/13

Já era noite. Rachel e Santana estavam na cozinha preparando o jantar, o qual Quinn também fora convidada.


A morena relatava seu dia com Quinn enquanto a latina fingia que estava completamente surpresa e não fazia ideia de nada.


“The L Word? Muito sutil, Berry. Muito sutil.” Santana comentou irônica ao mesmo tempo em que picava a salsa. “Oh! Droga!”Afastou as mãos rapidamente da faca para avaliar o pequeno corte adquirido em seu dedo indicador. Rachel zombou e voltou à atenção ao frango que ela não ia comer. Pobre frango. Pensou consigo mesma. “No que você está pensado, Berry?” Perguntou ao parar de sugar o sangue que saia de seu dedo.


“O que estamos fazendo é horrível. Somos quase um Hitler americano se você quer saber.” Santana franziu o cenho. Às vezes ela custava para chegar à linha de raciocínio de Rachel. “Nós estamos queimando uma criatura no forno. Os nazistas faziam isso com os judeus, certo?” A morena mantinha o olhar fixo na janela do forno.


“Finja que o frango é alemão e que você está tendo sua vingança.” Santana revirou os olhos e continuou a picar a salsa com mais cuidado dessa vez. Ela precisava de seus dedos para muitas, muitas coisas. Sorriu maliciosamente para o pensamento. E Rachel preferiu não perguntar. Ela sabia que era a coisa certa a se fazer.


“Isso pode ser um pouco reconfortante, mas não deixa de ser horrível.” Ela tinha o cenho franzido enquanto observava a carne começar a dourar. E então desviou o olhar do forno e desligou a luz. Ela não tinha sangue frio o suficiente para ver o pobre frango sendo assado.


“Supere isso, Berry! Ele já estava morto!” Santana chacoalhava as mãos acima da cabeça.


Rachel suspirou e começou a preparar o macarrão. Ela fervia a água quando a latina se dirigiu até a geladeira para pegar o resto dos ingredientes.


“Olha, Rach!” Santana apontou para o eletrodoméstico. “Espetinhos de frango! Vamos fazê-los também!” E a única coisa que Rachel fez foi arregalar os olhos.


Céus, elas causariam um holocausto!


xxxxx


Depois de Santana ir contra a todos os argumentos da morena, ela colocou os espetinhos para grelhar e voltou a picar a salsa.


No entanto, a faca escapou e acabou fazendo um corte na ponta do seu dedinho. “Mas que merda!” A latina colocou o pé dentro da pia da cozinha e ligou a água.


“Santana! Saia daí agora!” Rachel tinha as mãos nos quadris e a expressão dura. Ela ainda se perguntava como sua amiga era capaz de ter um senso de higiene tão pequeno.


“Se você não calar a boca eu vou te colocar junto do frango!” A latina ameaçou e a morena rapidamente ficou quieta. Ela sabia que não podia subestimar Santana. Nunca.

Rachel observou o sangue se esvair pela pia de sua cozinha e se controlou para não vomitar. E para se distrair, ela foi até o seu quarto e trouxe o kit de primeiro socorros. Quando voltou, Santana já estava sentada na banqueta e o sangue havia estancado.


“Eu nunca mais vou deixar você mexer com facas.” Rachel comentou enquanto colava o bandaid no dedo da latina.


A morena fez uma breve higiene em sua pia e voltou à atenção para Santana.


“Como que eu vou cortar a salsa?” Rachel abriu a primeira gaveta do balcão e tirou uma colher.


“Com isso.” A latina apanhou o objeto com o olhar zombeteiro.


“Você não está falando sério.” No entanto, a morena apenas arqueou a sobrancelha direita. Fazendo Santana bufar e se dirigir até o tempero. “Isso é ridículo. Você sabe.” Rachel deu de ombros e piscou para a latina.


Já fazia meia hora que Santana estava picando a maldita da salsa, quando Quinn chegou. A loira cumprimentou a morena com um abraço carinhoso e um beijo na bochecha. Fazendo o rosto de Rachel adquirir um tom escarlate.


“Oi Santa-Por que você está picando a salsa com uma colher?” Quinn se desfez de sua bolsa enquanto olhava Santana curiosidade e estranheza.


“Pergunte para o Hobbit ao seu lado.” Rachel revirou os olhos.


A loira olhou para a morena em busca de uma resposta e a diva disse simples:


“Ela precisa aprender a manusear as facas.”


xxxxx

A conversa fluiu normalmente durante o jantar. Elas comentaram sobre seu dia. E conversaram sobre a peça que Rachel iria estrear amanhã. A morena estava nervosa, mas era seu sonho. Ela sabia que não tinha com o que se preocupar.


Santana percebeu que Quinn e Rachel trocaram olhares durante toda a refeição. No começo ela achou fofo. E isso a deixou feliz, porque ela via que a morena estava feliz. Mas no decorrer do tempo, a única coisa que ela fazia era revirar os olhos. Céus! Ela não aguentava tanto açúcar e sentia uma falta tremenda de sua Brittany.


Elas lavaram a louça todas juntas. O que rendeu risadas e um momento extremamente divertido. E Quinn sentia-se cada dia mais feliz. Porque só Deus sabe o quanto ela sentia falta disso. Da familiaridade. Do passado vindo à tona e trazendo apenas coisas boas. Nova York estava sendo melhor do que ela pensava.


Depois de finalizarem o trabalho, dirigiram-se até a sala e abriram uma garrafa de vinho. As risadas se tornavam cada vez mais altas, junto dos comentários maldosos de Santana e a debilidade de Quinn.


E depois de duas horas e três garrafas de vinho, Rachel estava sentada entre as pernas de Quinn, que tinha a cabeça apoiada em seu ombro. E Santana estava agarrada a uma almofada, chorando a falta de Brittany.


“Eu sei que é o melhor para ela. O melhor para gente. Mas eu nunca vou superar. Eu preciso dela. Eu sei que você me entende.” A voz de Santana se rompia em soluços enquanto ela explicava seus problemas para a almofada azul.


Quinn e Rachel mantinham-se caladas. A morena tinha o olhar fixo na parede branca e uma taça pela metade residia em sua mão esquerda. Já a loira se concentrava em absorver o cheiro de baunilha que escapava dos cabelos castanhos.


Ela se atreveu um pouco mais e deslizou a ponta do nariz do pescoço de Rachel até seus cabelos, respirando mais forte dessa vez. A morena sentiu o corpo estremecer, fazendo-a fechar os olhos e se concentrar na sensação.


“Você tem um cheiro muito bom.” A vibração da voz rouca de Quinn em seu ouvido trouxe um arrepio que percorreu todo o seu corpo e fez maior presença no ponto sensível entre suas pernas.


E quando a morena pensou ter se recuperado, ela sentiu os lábios suaves de Quinn em seu pescoço. Uma. Duas. Três vezes. Ela levou a taça de vinho à boca, tentando controlar que um gemido involuntário escapasse.


“E também tem um gosto ótimo.” Quinn murmurou contra a pela morena. Os lábios rosados deslizaram contra o pescoço de Rachel e fez com que essa se arrepiasse novamente.


A morena jogou a cabeça para trás dando total liberdade para Quinn. E antes de levar a taça mais uma vez a boca, ela disse:


“Não pare.” E a loira continuou.


Quinn sentiu a adrenalina invadi-la, fazendo com que, dessa vez, ela partisse os lábios e levasse-os até Rachel novamente. Ela permaneceu naquela posição por alguns segundo, até que sua língua se atreveu a encostar-se à pele morena e saborosa. O que fez Rachel soltar um gemido disfarçado de suspiro.


E naquele momento não existia mais nada. Não existia passado, vergonha ou uma Santana chorona e alcoolizada a dois metros delas. A única coisa que Rachel conseguia se dar conta, era da língua de Quinn trabalhando em seu pescoço. E céus, ela queria que aquilo nunca acabasse.


A loira ora lambia, ora sugava, deixando pequenas marcas vermelhas. A pele de Rachel era viciante e ela não conseguia parar. E Quinn se sentiu ainda mais motivada a continuar quando a mão livre da morena se agarrou aos seus cabelos, trazendo-a mais para perto.


E elas permaneceram ali. Não sabiam se Santana continuava no cômodo, ou que horas eram. Elas apenas se deixaram levar. No entanto, não cederam totalmente aos seus desejos. Não houve beijos nos lábios ou mãos em lugares indevidos. Quinn apenas degustava do pescoço de Rachel, que se deixava levar por inúmeras sensações e vez ou outra, suspirava mais alto do que deveria.


Elas pegaram no sono ali mesmo, no chão da sala. Rachel se acomodou contra o corpo de Quinn, que rodeou sua cintura com os braços. No entanto, não se olharam nos olhos.


xxxxx

Quinn sentiu a claridade bater em seus olhos e em seguida, uma pontada na cabeça lhe atingir. Droga. Ela conhecia essa sensação. Os gladiadores estavam de volta.


E quando ela tentou se levantar, ela sentiu que algo a prendia no chão. Seus olhos se abriram e conforme iam deixando de ficar embaçados, a loira percebeu uma pequena figura colada ao seu corpo.


Rachel tinha os cabelos bagunçados e portavam um pequeno sorriso no rosto. O que a fez sorrir também. E em um gesto involuntário, ela escorregou uma mexa castanha para trás da orelha da morena.


Quinn se permitiu mais alguns minutos observando o rosto calmo de Rachel e acompanhando sua respiração sonolenta.


No entanto, as imagens da noite passada invadiram sua mente e seus olhos aumentaram dez vezes de tamanho. Ela não podia acreditar no que havia feito. Isso definitivamente não estava nos seus planos. Mas ao mesmo tempo em que isso a deixava assustada, uma sensação gostosa e quente invadia seu coração.


Ela se levantou com cuidado para que não acordasse Rachel. Alcançou sua bolsa e seu casaco. E antes de sair, acariciou os cabelos castanhos da morena e depositou um beijo em sua têmpora. Ela não sabia exatamente o motivo de fazer aquilo. Mas não importava no momento.


Quando finalmente fechou a porta de seu apartamento, ela se deixou desabar. As lágrimas escorriam de seus olhos. No entanto, ela não conseguia decifrar aquilo como tristeza. Estava mais para confusão. Quinn sentia-se confusa.


E tudo estava tão bagunçado que ela mal conseguia pensar sobre isso.


Quinn só precisava de alguém que estivesse lá por ela. Mas esse alguém não poderia ser Rachel, ou Santana. E nem Josh. Ela precisava de um amigo que estivesse lá vinte e quatro horas por dia. Como ela costumava ter Monica.


E foi aí que ela teve uma ideia. Limpou as lágrimas e se levantou.


A água quente do chuveiro relaxou seus músculos, que gritavam por uma cama confortável. Fazendo com que ela decidisse dormir mais um pouco antes de realizar seu “plano”.


xxxxx

Rachel abriu os olhos e viu-se sozinha no chão da sala. Seu corpo inteiro doía e ela logo descobriu o porquê. A garrafa de vinho vazia na mesa de centro e as três taças largadas pelo cômodo denunciavam tudo.


Ela se levantou enquanto os gemidos de dor escapavam de seus lábios. Caminhou até o banheiro com a ideia de jogar água em seu rosto. Mas quando levantou os cabelos para evitar que fossem molhados, pequenas marcas em seus pescoço chamaram sua atenção. Ela levou os dedos até o local e as lembranças tomaram conta de sua mente.


Um sorriso se desenhou em seus lábios. Ao mesmo tempo em que a decepção se acomodava em seu coração. Rachel ficou ligeiramente triste por ter acordado sozinha nessa manhã. Mas ela sabia que não podia esperar que Quinn a acordasse com um beijo em seus lábios e declarasse que também estava apaixonada por ela. No entanto, a simples ideia de que um dia isso pudesse acontecer, fez a decepção desaparecer e o sorriso aumentar.


Ela estava um passo mais perto.


xxxxx

Quinn andava em direção a Pet Shop que ela já conhecia. Óculos escuros escondiam as olheiras adquiridas essa manhã. Maldita ressaca.


Quando abriu a porta do lugar, um sino tocou, avisando sua chegada. Ela rodeou o lugar com os olhos buscando por alguém que pudesse atendê-la. Sua atenção foi direto para a sala dos aquários, fazendo um arrepio surgir em seu corpo. Ela nunca mais entraria lá. Nunca.

No entanto, ela não podia deixar de pensar em quantos peixes psicopatas existiam naquele lugar.


“Bom dia.” A voz doce da garota que ela vira outra dia soou por detrás dela, tirando-a de seus pensamentos.


“Bom dia.” Quinn respondeu, deixando um sorriso tomar sua face.


“Em que posso ajudá-la?”


“Eu estava procurando por um cachorro de grande porte.” Ela não sabia se era a melhor ideia para um apartamento. Mas ela acreditava que o lugar fosse grande o suficiente.


“Certo.” A garota foi até as gaiolas que ficavam no canto da loja, perto das janelas. “Nós temos esse filhote de labrador macho e esses dois filhotes Golden Retrivers, ambas fêmeas.”


Quinn examinou os animaizinhos com cuidado. Ela sentia seu corpo tremer levemente. Porque a ideia de ter um bichinho de estimação a assustava. Ainda mais depois de sua nada boa experiência com George.


E talvez por ele estar sozinho, o filhote de labrador chamou mais sua atenção. O olhar triste que ele lançava em sua direção derreteu o coração da loira.


“O labrador.” Ela disse simplesmente.


Quinn teve que assinar alguns documentos. E a garota explicou que ele já havia recebido todas as vacinas e estava em ótimas condições de saúde.


A loira escolheu uma cama, coleira, potinho para comida e água e alguns brinquedos. Tudo com a ajuda da moça de olhos de mel, que se mostrava cada dia mais gentil.


E quando Quinn terminou de assinar o cheque, um papel branco foi deslizado em sua direção. Ela olhou para a mulher a sua frente.


“Esse é meu telefone caso você precise de ajuda com alguma coisa, ou se... quiser apenas conversar.” Ela tinha um sorriso bem diferente do que portava há segundos atrás.


Quinn examinou o papel.


“Posso saber seu nome?”


“Me chamo Melissa.”


“Quinn Fabray.” A loira estendeu a mão para cumprimentar a garota a sua frente. Elas se olharam por alguns segundos até que Quinn decidiu se pronunciar. “Até mais, Melissa.” Ela disse, segurando uma enorme sacola na mão direita e um filhote de labrador contra o peito com o braço esquerdo.


Quando eles chegaram ao apartamento, Quinn soltou o animalzinho, que correu em disparada pelo local. E a loira se divertiu com a cena. Seu filhote era extremamente fofo.


Ela sentou no sofá e observou seu cachorro explorar seu novo lar enquanto pensava em um nome. No entanto, nada lhe vinha à mente.


Decidiu que poderia pensar nisso depois. E então se dirigiu até o animal que arranhava o vidro de sua grande janela, brincando com o próprio reflexo. Ótimo. Primeiro um peixe assassino e depois um cachorro retardado.


No entanto, algo chamou sua atenção no apartamento ao lado. Ela viu Kurt, pela primeira vez, em sua sala. Seu coração disparou por um momento com a surpresa de ver o amigo depois de tanto tempo.


O homem se levantou e foi até a porta, recebendo ninguém mais ninguém menos que uma Rachel Berry perfeitamente vestida em um shorts preto curto e uma regata branca. Os olhos de Quinn se arregalaram e ela engatinhou até a janela mais próxima do apartamento, escondendo-se atrás de uma poltrona que residia ali.


Rachel subiu na esteira de Kurt e começou a fazer seus exercícios matinais. Seu elíptico havia quebrado e ela sabia que não poderia se manter parada. Então o amigo ofereceu seu aparelho e ela aceitou usá-lo até que o seu estivesse concertado.


Quinn prestava atenção nas pernas torneadas de Rachel. E em como ela estava linda com os olhos fechados enquanto murmurava alguma música que tocava em seu iPod e com rabo de cavalo balançando de um lado para o outro.


“Uau.” Quinn sussurrou.


E tudo isso só deixava a loira ainda mais confusa. Mas ela não queria desviar os olhos.


Ela continuava escondida atrás da poltrona quando seu filhotinho cansou de brincar com o próprio reflexo e resolver fazer isso com a manga da blusa comprida da loira.


“Sai, Sem Nome!” Quinn chacoalhou os braços tentando se livrar do filhote. Ele se afastou por um momento para observar à loira. “Está vendo aquela mulher?” Ela apontou para Rachel. “Estou tentando observá-la. Você pode ficar aqui comigo se não fizer muitos movimentos. Ela não pode nos ver.” O cachorro pareceu considerar o que Quinn disse, visto que ele tombou a cabeça para o lado esquerdo por alguns segundos.


No entanto, ele provavelmente percebeu que isso não era divertido o suficiente e começou a brincar com as calças de Quinn.


A loira começou a fazer movimentos bruscos tentando se livrar do cachorro sem machucá-lo. Mas isso só fazia com que ele se divertisse ainda mais, querendo continuar com a brincadeira. Quinn foi obrigada a se levantar e continuou chacoalhando os braços e mexendo as pernas.


Esses movimentos, porém, chamaram a atenção de uma morena no prédio vizinho. Rachel sorriu e acenou para a loira, que ao ver, parou os movimentos e acenou de volta, com um sorriso amarelo nos lábios.


Ela se abaixou rapidamente e se escondeu novamente atrás da poltrona, com os olhos fechados em frustração. Ela sabia que havia passado muita vergonha. E o que mais a incomodava era que ela o fizera na frente de Rachel.


“Droga.” Murmurou.


E Sem Nome, totalmente alheio à situação, apenas continuou a brincar com a manga da blusa da dona.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!