Between Love And Hate escrita por Nancy Watson


Capítulo 1
The Band Next Door




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Taylor’s POV

Los Angeles, 22h de uma sexta-feira úmida e melancólica. Entrei na nova casa dando longos suspiros. Não me sentia confortável, queria voltar para New York, nem que fosse sozinha, cantando em bares imundos os quais o público era composto por bêbados tarados que não prestariam atenção em um acorde sequer, mas sim em minhas pernas e decote.
Suspirei novamente.
Ben entrou pela porta parecendo cansado enquanto carregava uma caixa grande de papelão que identifiquei sendo minha, já que em um dos lados da mesma havia o símbolo “xxxx” o qual significava “pornô ilegal”, e usávamos pelo fato da nossa banda ter músicas com duplo sentido e eu ser menor de idade.
Levei todas minhas caixas para o recinto que eu chamaria de quarto a partir de agora. O quarto era amplo, tinha uma janela bem grande no fundo, que era coberta por uma cortina bordô, o que me agradou, mas não foi o suficiente para me animar, muito menos para me deixar feliz – estava longe disso. Nem o closet espaçoso, nem a roupa de cama escura, nem o carpete fino, nem a animação dos rapazes. Eu só estava ali porque amava meus companheiros de banda, eles eram minha única família, e eu não queria abandonar a The Pretty Reckless. Jamais quis e jamais iria querer. Minha vida era tão vazia antes daquilo tudo, não suportaria ficar longe disso.
E, certamente, as coisas iriam melhorar pois agora tínhamos um novo empresário, uma das razões pelas quais nos mudamos. Todos diziam que ele era um cara legal, eficiente e tinha bons contatos. Diferente do nosso último, que depois de assumir que era gay sumiu do mapa, levando consigo muitas roupas minhas e metade dos meus saltos de stripper, roubados.
Sim, eu usava saltos de stripper, “roupas de stripper”, e provavelmente tinha cara de stripper, pois frequentemente homens e mulheres vinham até mim em busca de serviços sexuais.

Depois de arrumar parte de minhas roupas, resolvi conhecer o resto da casa, a qual tinha cinco quartos, que eram todos padronizados, iguais ao meu. A sala ficara muito bonita com a decoração que os rapazes fizeram com seus quadros estranhos, seus pôsters e vinis, os quais penduraram nas paredes, perto do teto. A mobília que já estava na casa ajudou muito, o sofá era de couro preto, a mesinha de centro, também preta brilhava por causa do verniz, o piso de tabuão era escuro, e no corredor era coberto por um tapete vermelho comprido. Aquele ambiente era muito familiar.
– Ben, esse sofá não é seu?
– Ah, é sim, maioria da mobília é minha e do Jamie, você vai reconhecer.
– Mas não compramos a casa já mobiliada?
– Sim, mas aqueles móveis me davam tédio. –  Ele sorriu
Eu não estava muito por dentro dos assuntos da casa, já que Mark e Ben haviam cuidado de tudo, eu apenas dei uma pequena quantia em dinheiro para ajudar. Jamie vendeu seu carro, Mark tinha um dinheiro guardado, assim como Ben. O dono era um conhecido deles, e fez por um preço bom até demais, já que estava nadando em dinheiro.
– Hey, você se acostuma, Blonde. Você sabe que L.A. é maravilhosa. – Ele falou quando a minha expressão voltou a ficar vazia, e bagunçou meu cabelos loiros, ato que tanto me irritava, mas que me causou um breve e leve sorriso.
Ben foi para seu quarto, e eu então peguei o maço de cigarro que estava preso em minha meia 7/8 esquerda, e acendi um, indo para fora da casa.

Axl’s  POV

Saí de casa com o intuito de escapar da pequena briga que ocorria entre Duff e Izzy por causa de uma revista pornográfica. Acendi um cigarro, sentando em um dos degraus da porta de entrada. Suspirei. Minha vida estava especialmente chata, afundada cada vez mais  na merda, e eu sabia exatamente o que acabaria com isso, só não sabia onde encontrar.

 Olhei as estrelas, sem realmente vê-las, enquanto pensava em meu último relacionamento frustrado.
Uma movimentação na casa ao lado me tirou de minhas lamentações. Uma bela garota de longos cabelos loiros também se sentara em um dos degraus da porta de entrada de sua casa, também fumando. Não pude deixar de notar que seu estilo era sexy e ousado: meias 7/8 pretas, short jeans, camisa preta com uma estampa que não consegui identificar, aberta dos lados, que permitia ter-se a visão de sua cintura e seu sutiã preto, e ainda usava um salto altíssimo.
Primeiro, me perguntei se ela não estaria com frio, pois então me ofereceria para esquentá-la, de preferência em minha cama. E então me perguntei se ela era stripper. O que facilitaria muito a situação. Com certeza ela era, já que garotas que não são strippers geralmente não se vestem como tais, não é?
Obviamente, eu não iria perder a oportunidade, e me aproximei do baixo muro que separava nossos jardins.
Ela parecia distraída olhando para as próprias mãos e para seu cigarro aceso.
– Hey. – Eu chamei, e ela ignorou. – Hey! –  Ignorou novamente. –   Hey, estou falando com você, garota! – Eu falei, levemente irritado.
–  O que é, porra? –  Ela virou o rosto, também irritada. Sua voz doce não combinava muito com o palavrão. Seus olhos eram de um azul muito intenso, e me lembravam coisas não muito agradáveis, mas decidi ignorar isso.
 Os olhos azuis meio que arregalaram-se por um momento. Provavelmente ela havia me reconhecido. Sorri de canto.
– Então, eu só estava pensando quanto você cobra por um showzinho particular. ­­– Sorri sacana e pisquei para ela, que bufou, como se já estivesse acostumada com tal tipo de comentário.
Fuck off. – Ela disse, e virou o rosto.
– Sério, quanto cobra? Pago o preço que for!
– Caralho, não sou stripper, seu ignorante!
– Tá achando que eu não dou conta do recado, garota? – Irritei-me. Mas que audácia! Eu sou Axl Rose, caralho!
– Geralmente caras convencidos como você além de terem o pinto pequeno não sabem usá-lo.  Repito: que audácia!
– Por que não vem aqui conferir? – Seria muito interessante se ela viesse mesmo, e por um segundo, achei que ela viria pela forma que me olhou, porém ela apenas bufou de novo e passou a ignorar minha presença.
Quase um minuto se passou.
– Você ainda não me disse o preço.
– E você ainda não enfiou na porra da sua cabeça que eu não sou stripper e, ainda que fosse, não daria para você. – Ela falou como se fosse verdade.
– Não importa se não é stripper, todas tem um preço, e vou descobrir o seu. – Falei, meio que tentando provocá-la, e meio que falando a realidade. Todas com quem eu já havia transado – todas não, mas pelo menos as melhores – tiverem seu preço. Não necessariamente dinheiro, e todos foram devidamente pagos.
– Legal, depois que descobrir enfie ele no seu rabo. – Ri da astúcia, adorava as esquentadinhas.
Ela jogou o restava de seu cigarro fora, e adentrou sua casa, batendo a porta com força.

Entrei em casa sorrindo, provavelmente parecendo um retardado, pois Slash percebeu.

– Que foi, Axl? Até parece que viu uma boceta. – Slash falou sentando ao meu lado no sofá.
– Não vi uma boceta. Quase. Mas sim a nova vizinha. Você a viu?
– Não, só vi três caras entrando na casa ao lado. Você falou com ela?
– Sim.
– E quando vai comer ela?
– Logo. Ela é do tipo que se faz de difícil, mas todas acabam vindo para o Rose.

A mais pura verdade: eu transava com todas que queria. Talvez fosse porque sou bonito, ou porque sou vocalista de uma banda que estava fazendo sucesso, isso eu não sei, só sei que sempre acabava conseguindo o que queria, por mais que umas resistissem, no final elas sempre abriam as pernas para mim.

Taylor’s POV

Eu não sabia o que pensar sobre ter Axl como vizinho. Só sabia que ele era extremamente idiota e lindo. Uma pena. Mas eu sabia muito bem como lidar com esse tipo de homem, e iria deixá-lo louco.

Eu estava parada na porta, divagando sobre o vizinho, então  Jamie passou pela sala tomando cerveja.
– Axl Rose é nosso vizinho. – Falei com a maior calma do mundo.

Jamie cuspiu todo líquido que continha na boca e engasgou-se.
– O QUE?
– Axl Rose é nosso vizinho. –  Repeti.  –  E acha que pode comprar mulheres.
– VOCÊ TÁ FALANDO SÉRIO? – O baixinho ficou histérico. Ri.
– Sim, e pra quê tanto escândalo? Axl é só um vocalista famoso de uma banda famosa, e...
– UMA BANDA FAMOSA E FODA PRA CARALHO E QUE NÓS PODEMOS FAZER AMIZADE E COMER MUITAS MULHERES E PROMOVER NOSSA BANDA. –  Ele falava debilmente, e correu para contar aos outros.
Bufei, mas ciente de que o que Jamie falara era verdade, ter os Guns N’ Roses como vizinhos poderia ajudar, e muito.

(...)

No dia seguinte, nós quatro decidimos transformar o porão da casa em um pequeno estúdio, onde poderíamos ensaiar. Estávamos descarregando parte dos instrumentos que estavam no meu amado Mustang  azul-marinho – o qual eu me recusei a vender, o que fez Mark e Ben terem que chorar ainda mais para que o preço da casa diminuísse, mas de qualquer maneira,  precisaríamos de um transporte.

– Olá, novos vizinhos! – Disse aquele tal de Steven Adler, sorridente no jardim ao lado. Os meninos o cumprimentaram animadamente, mas eu não abri a boca. Mau humor. – O que estão fazendo? Precisam de ajuda? Hey, isso são instrumentos! – Ele constatou. “Não, são armas de fogo, e eu bem que gostaria de usá-las na sua cabeça e na do seu amiguinho ruivo e ignorante” Pensei, ironicamente e fiz um enorme esforço para não dizer em voz alta. – Vocês têm uma banda?

– Sim! – Jamie respondeu com a mesma empolgação, e se aproximou mais do baixo muro braço que separava os dois jardins, e começou a conversar com o loiro.
Revirei os olhos e continuei levar os cabos para dentro da casa.

Steven’s POV

Que doido! Duas bandas vizinhas! E os caras eram tão legais! Jamie, um baixinho, veio falar comigo, me identifiquei bastante com o cara, ele era muito animado!

– Quem é a garota loira? – Perguntei analisando a gata que acabara de adentrar a casa.

– Ah, é a Taylor, nossa vocalista.

Wow, banda de rock com vocalista mulher...E que mulher, hein!!

– Haha, verdade. Sou meio suspeito para falar mas a voz dela é incrível. Claro que temos que explorar mais, mas é incrível.

– Ela parece nova, quantos anos tem?

– Dezesseis com fígado de quarenta. – Nós rimos.

– Chave de cadeia, cara. Assim é que é bom, haha.

– JAMIE VEM CÁ SEU ANÃO FILHO DA PUTA! – A loira gritou pela janela.

– Ótima voz,  péssimo temperamento. – Jamie disse e em direção á janela gesticulou com a mão que já estava indo. – Então a gente se vê, cara.

– Claro. Eu e os rapazes vamos ao Rainbow  hoje á noite, chama o pessoal aí e vamos juntos. – Convidei.

– Fechou!

Isso ia ser demais!

Entrei em casa, encontrando Duff, que estava assistindo televisão, enquanto tomava uma bebida vermelha muito feia que não tinha cheiro bom.

– Pescoçudo, você não vai acreditar! – Disse, ficando em frente á televisão para que ele prestasse atenção.

– Sai da frente da merda da Tv, seu baitola! E pare de me chamar assim.

– Hey, não fale assim comigo! – Cruzei os braços, magoado. Me chamavam assim no colegial e eu fiquei traumatizado, tá? Não era porque ás vezes eu curtia vestir uma saia que eu era baitola ou qualquer coisa do gênero! – Enfim, você tem que ver a nova vizinha, é uma gata, e faz seu estilo, sabe...Loira, estilosa, blá blá blá.
 – Tá falando sério, cara? Não é mais uma travesti né? Se lembra daquela que você levou pro banheiro no Rainbow? Você nunca sabe diferenciar. – Ele riu, lembrando-se do meu vexame.
– Isso não vem ao caso, ela era linda! – Ele fez careta. – E eu tenho certeza que essa não é, sério. E você poderá constatar isso hoje, porque ela irá com sua banda ao Rainbow conosco hoje.
– Você falou com ela?
– Com o baterista. Gente boa .
– Quem é gente boa? – Izzy se meteu, descendo as escadas.
– O baterista da banda que mora ao lado. – Duff respondeu.
– Sério? São bons?
I don’t know. Mas eles vão sair com a gente hoje.
– Eles têm uma vocalista mulher e gostosa. – Falei.
– Axl vai comer ela. – Agora Slash se meteu, saindo da cozinha.
– Como você sabe? – Duff questionou, incomodado.
– Ele falou com ela. Pensou que ela fosse stripper, pelas roupas, ou sei lá o quê, mas parece que ela mandou ele se foder.  – Deu de ombros, subindo as escadas.
– Legal, agora o ruivo maníaco fica obcecado até traçar ela. – Izzy comentou, e se sentou ao lado de Duff no sofá. – Sai da frente da televisão, baitola!
– Hey!




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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram?



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