Guerra Fria escrita por Joan Missing


Capítulo 14
Capítulo 14 - Bandida


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora minhas fofuxaas, eu viajei e fiquei sem internet!
Espero que vocês gostem, boa leitura!



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POV MIGUEL

Eu to achando toda essa história da rainha do gelo ter um coração um pouco estranha, cada vez mais ela me surpreende e o pior é que não é de um jeito ruim e isso tá me deixando louco. Eu já queria conhecer, cuidar e proteger a maldita, depois daquele beijo então, eu queria mais dela!

Joguei minhas coisas em cima da cama, vesti uma bermuda azul marinho e uma blusa branca e sai do quarto, tinha um cara parado na frente do quarto dela, a raiva subiu, mas eu resolvi esperar pra ver quem era.

– O-o-o q-que - Ela respirou fundo – O que você está fazendo aqui, Julian?

– Saudades de mim, princesa Valente? – Ele disse a tocando no rosto e ela lhe deu um tapa na mão – Não vai me convidar para entrar, que falta de educação! Claire nunca...

– Não ouse a falar o nome dela, seu desgraçado! E pode sair daqui, agora! – Ela disse e ia bater a porta, mas ele a impediu –

– Você não vai se livrar de mim assim tão fácil princesa! – Ele riu se aproximando mais dela, e eu apareci –

– Quem é você? – Disse me pondo entre ele e a monstrinha –

– Ah, parece que a princesinha arranjou um calavaleiro novo! – Ele gargalhou e eu segurei a patricinha perto de mim – Eu vou, mas eu volto! – Ele disse saindo e quando me virei para falar com ela a maluca bate a porta na minha cara! ARG, loca, esta chica es una loca! Maldita sea, por qué tiene que ser así?

– Abre essa porta chica! - Gritei, mas só escutei um barulho de alguma coisa que bateu na porta e se quebrou – Abre Valentina!

– VÁ.EMBORA.AGORA! – Ela gritou em meio a soluços -

Bufei. Se ela não quer a minha ajuda o problema é dela. Desci pelas escadas, que era mais rápido, me arrependi no décimo segundo andar e fui para o corredor chamar o elevador. Eu estou precisando voltar a malhar...

– Hermano? – Ouvi Luna e me virei, ela e Lennon me olhavam confusas – Aconteceu alguma coisa?

– Valentina, tinha um cara falando com ela, ela tava confusa! – Falei e Lennon me olhou apavorada – Ele foi embora, Jullian, eu acho!

– AI CARAMBA! – A baixinha gritou e foi para as escadas e Luna me olhou séria –

– Fala, ahora!

– Eu tava descendo pra dar uma voltinha na praia quando eu vi a cena, ela estava...apavorada. – Luna abaixou a cabeça – O que está acontecendo Luna? Estoy perdido!

–No sé lo que está pasando! – O elevador abriu e nós entramos e ela apertou no botão que nos levava ao térreo - Rob me falou un par de cosas, pero nada demasiado esclarecedor.

– Isso me hacer loco! – Bufei –

– Principalmente quando está enamorado pela chica! - Ela me olhava sorrindo –

– Isso no és verdade! – Revirei os olhos – Pare com essas loucuras!

– Miguel Enrique Herrera Rodríguez, soy tu hermana, tu não me engana nem se quisesse! – Ela revirou os olhos – Ainda está na fase da negação!

– Fase do que? – O elevador abriu e nós descemos – Tá maluca?

– Negação Miguelito! Tem o que nessa cabecinha? – Ela tocou a minha testa e começou a cantarolar um pouco alto – Guerrilheiro e patricinha em cima da arvore se b-e-i-j-a-n-d-o, primeiro vem o casamento e depois o carrinho de bebe....

– Loca! – Disse tampando a sua boca com a mão – Pare já com essa musica!

Vou encontrar Rob na piscina, você vem?

– Não, vou dar uma volta na praia! Não to afim de segurar vela.

– Ian e Jonnatan vão estar lá também! – Ela sorriu –

– Ah claro! Ian é até legal, mas aquele Jonnatan é ridículo! – Ela revirou os olhos –

– Negação! – E saiu de lá rindo –

Eu andei um pouco pelo hotel procurando a saída que dava para a praia, mas aquilo era maior do que eu imaginava. Já estava desistindo de ir quando um senhor de cabelos brancos e um sorriso simpático me parou.

– Você é um dos amigos da menina Valentina, não é? – Ele disse – Precisa de alguma coisa?

– Sim, eu acho. Onde fica a saída que dar para o mar?

– O caminho mais rápido é pela piscina, já foi lá? – Ele sorriu. Droga, não tinha pensado nisso –

– No, muchas gracias! – Disse sorrindo -

Ele foi comigo até a área da piscina, ele me contava histórias da rainha do gelo de quando era pequenina e morava ali e eu me surpreendi, parecia que era outra pessoa. Fiquei imaginando ela com roupas largadas, coturnos e se rebelando por coisas que não envolviam o seu próprio mundo. A única coisa que ela ainda possui dessa antiga Valentina é o gosto por coisas escuras. Sorri. Devia ser um Maximo viver num lugar como esse.

Olhei para o mar, lindo e calmo, de um azul tão bonito. Caminhei um pouco mais e vi um quadriciclo estacionado do lado de uma pera muito grande que ficava na frente de uma casa que parecia ter saído de um filme. Tinha alguém no mar, alguém não, Valentina. Ela nadava cada vez mais pra longe. Cheguei mais perto da pedra e vi uma garrafa de vodka praticamente vazia, o desespero veio muito forte, olhei para o mar e ela voltava para a terra firme e assim que se aproximou me escondi. Ela era simplesmente bela, o ar me faltou e é que ela estava completamente coberta por uma calça jeans escura e uma camisa do nirvana. Ela pegou a garrafa bebeu um pouco e sentou na areia com a cabeça encostada na pedra.

– Valentina? – Falei levantando e quando ela me viu quase enfartou –

– O que é que você tá fazendo aqui imitação de Che Guevara, porra, tá me espiando ou alguma coisa do tipo?? – Ela não me deixou responder, levantou e começou a falar alto e me bater – Foi a Lennon que mandou né? AAAH maldita bruxinha! Vai embora, agora! Anda, eu quero ficar sozinha!

– Para com esse ataque de histeria chica! – Disse segurando os seus pulsos – E não, não foi a baixinha espevitada, foi pura coincidência e eu não vou te deixar só, não nesse estado! – Ela virou de costas e foi em direção ao quadriciclo, eu corri e alcancei as chaves – Já falei, deixa de ser tão teimosa! – Ela pulou nas minhas costas –

– Me devolve essa merda de chave agora porra! Você não tem nada haver com isso! – Eu comecei a sacudi pra ver se ela saia, mas ela puxou os meus cabelos –

– Ai, sua maluca! – Gritei –

– Maluca? Você vai ver quem é a maluca aqui seu pangaré ridículo! – Ela começou a me estapear, mordeu minha bochecha e a colocar as mãos no meu rosto, o que me fez tropeçar nas sandálias dela –

– Ai seu idiota! – Ela se mexendo e eu me toquei que estava em cima dela, então levantei -

– Você é um insuportável intrometido! – Ela sentou no chão novamente começou a tirar a areia da roupa, que estava molhada – Olha o que você fez, eu to toda melecada. Você tá vendo o estado do meu cabelo, ham?.... – A peguei e a joguei em cima dos ombros e fui em direção ao mar.-

Ela esperneava feito um bebezinho e eu não conseguia parar de rir, até que ela mordeu as minhas costas. A joguei no mar e voltei até a pedra e sentei. Ela voltou irada de raiva sentou ao meu lado e bebeu um gole da bebida.

– Pelo menos não está mais melecada! – Disse rindo e ela me matou com o olhar -

Ficamos um bom tempo em silencio, ela só bebia e olhava para o mar e eu só a observava. Eu não sei exatamente o que eu to fazendo, porra, ela é uma estranha, uma estranha que eu detesto. Porque eu to fazendo isso. Suspirei. Foda-se.

– Você quer me contar o que aconteceu? – Perguntei baixinho –

– Você acha mesmo que com tanta gente nessa ilha eu ia contar a minha vida pra você? – Eu dei os ombros e ela gargalhou – Me poupe, cara!

– Vamos lá, uma trégua! Eu quero te ajudar! – Eu pensei que ela fosse me bater ou rir daquela maluquice, mas não ela só me olhou assustada –

–Você não sabe o que está acontecendo, não tem ideia do tamanho da confusão que você vai entrar! – Ela disse séria jogando a garrafa vazia de lado, ela já estava falando enrolando –

– Não deve ser tudo isso! Você brigou com o seu ex-namorado e agora ele quer voltar, deve ser alguma coisa do tipo. – Disse impaciente –

Ela foi se aproximando de mim, se aproximou muito, estava sentindo a sua respiração no meu rosto. Eu não conseguia tirar os meus olhos dos dela, eles eram lindos e hipnotizantes, pareciam não ter fim e eu só me afundava neles. Aos poucos a distancia ia diminuindo e quando os seus lábios quase tocavam os meus ela sorriu.

– Tchau guerrilheiro! – Ela se distanciou e eu fiquei sem entender, até que ela me mostrou as chaves e correu até o quadriciclo, saindo logo em seguida. –

Levantei morrendo de raiva, mas que bandida! E eu fui um besta, como ela conseguiu fazer isso comigo! Porra, eu essa garota me paga. E comecei a caminhar de volta para o hotel.



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Notas finais do capítulo

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