There Are Always Five escrita por Mary Black


Capítulo 3
Bargaining


Notas iniciais do capítulo

Er, uhn, sorry a demora. Sério. Essa semana de provas tá muito horrível T.T
Anyways, eu achei o capítulo meio confuso. Sei lá, é estranho escrever Cersei tentando negociar alguma coisa x_x
Hope you like it, though (:



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Cersei não chorou enquanto Myrcella era levada, cada vez mais longe.

Primeiro porque ela não era de chorar. Nunca fora.

Provavelmente nunca seria.

Não que isso fosse uma coisa ruim. Até ajudava a manter a façada de intocável, e esse ar inspirava medo nos outros.

Mas nem por isso ela deixava de sentir as lágrimas se acumulando sob as pálpebras, aumentando em número a cada segundo que passava, mesmo que nenhuma ousasse escorrer.

De algum modo, ela sabia que não tinha o direito de chorar. Não quando era culpa dela.

Tudo aquilo que estava acontecendo não passava de uma punição.

Os Lannister nunca foram muito religiosos. Cersei principalmente. Quando criança, ela não conseguira entender o conceito de uma força tão abstrata quanto deuses, mas fora educada para respeitá-los.

A isso se resumia, fundamentalmente, sua relação com os deuses: um respeito frio e distante. Para ela, rezar era pura e simples perda de tempo. Algo que os tolos faziam quando queriam, de algum jeito, modificar erros passados, utilizando-se de quaisquer subterfúgios alcançáveis.

E, mesmo assim, naquele momento, ela se pegou num pedido silencioso de perdão, numa prece para qualquer dos deuses que estivesse ouvindo qualquer um ¬ para que protegesse sua filha, para que ela não tivesse de pagar pelos erros da mãe.

Ela sabia que o amor entre irmãos era pecado. Ela sabia. Os Targaryen foram destruídos por isso. Ela se lembrava perfeitamente das palavras de um antigo Alto Septão sobre o incesto.

Ela sabia. Jaime sabia. Mas, no fervor do momento, todos os sermões não pareceram importar.

E agora, ela estava pagando caro por isso.

Primeiro, Jaime fora tirado dela. Agora Myrcella. Tommen talvez tivesse de ir embora, para sua segurança, e Joffrey estava andando na borda de uma lâmina, sempre correndo risco de ser atacado.

Parecia ser a punição de um deus sádico e cruel.

E ela se viu rezando para os deuses, para todos eles, para deuses que ela nem acreditava que existiam, pedindo perdão.
Na esperança de que houvesse alguma coisa que ela pudesse fazer para consertar tudo.

Na esperança de que houvesse um preço saldável que salvasse seus filhos. E Jaime.

Ela nunca fora altruísta, mas pensava que poderia sofrer pelo resto da eternidade se aquilo significasse poder ver seus filhos seguros.

Se aquilo significasse poder ver Jaime uma última vez.
Seria uma visão que, pelos segundos que durasse, pareceria se estender infinitamente. Com sempre era. Como sempre fora. E sempre seria.

E ela encontraria segurança apenas na presença dele.

E tudo ficaria bem.

Mas não houve resposta. Ela se apegava banalmente às suas esperanças, e procurava, em vão, qualquer sinal idiota, qualquer coisa que pudesse significar uma resposta, qualquer coisa que assegurasse que suas preces seriam atendidas.

Ela ofereceria tudo de bom grado todos os bens que possuía para tê-los de volta. Sem nem ter de pensar duas vezes.

Mas não lhe fora dada essa opção. Não lhe fora dada nenhuma opção, por mais que ela oferecesse, por mais que ela aumentasse a oferta, por mais que ela se dispusesse a perder.

Simplesmente não havia como negociar um jeito de escapar daquela situação, que a cada dia piorava mais e mais.

Ela sabia que não faltava muito para tudo o que conhecia desabar, ser estilhaçado e esmagado ao seu redor, sem nenhum sinal de misericórdia.

E ela teria de se resignar a assistir tudo de perto, totalmente impotente.

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Notas finais do capítulo

Reviews are lovely *-*