Through The Tears escrita por bieberladies


Capítulo 1
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Então, meninas, peço desculpas pelo meu sumiço! E, para recompensar, estou postando uma história novinha que eu tinha aqui guardada e, quando fui ler, fiquei com vontade de voltar a escrevê-la. Espero que gostem e boa leitura! (leiam as notas finais)



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Sábado, 8 de setembro de 2012, 7h23, aeroporto.
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Querido diário...

Aqui estou eu, mais uma vez. Mal consigo enxergar o que estou escrevendo devido às lágrimas que inundam meus olhos novamente. Eu não queria que fosse assim. Prometi à mim mesma que seria diferente, mas é tão difícil cumprir com nossas promessas... Ainda mais quando elas não dependem apenas de nós. Meu pai fora transferido mais uma vez. Estava deixando o calor e a felicidade do povo brasileiro para enfrentar o frio (em ambos os sentidos) do Canadá. Stratford, Ontário, para ser mais precisa.

Mas, afinal, quem eu quero enganar? Eu sabia que seria assim. Sempre fora. Desde meus cinco anos de idade, eu nunca tive uma casa fixa. Nunca tive amigos, nunca me aproximei de verdade de alguém. Namorados? Isso, para mim, não existe. E acho que nunca irá existir. Quando eu finalmente consigo ganhar coragem, aproximar-me das pessoas, fazer novos amigos... Acontece novamente. E, por isso, acabei virando uma pessoa fria. E, apesar de chorar todas as noites antes de dormir, eu sempre acordo com a droga do sorriso em meu rosto. As pessoas devem achar que eu não me importo com nada, que estou bem sendo solitária e não tendo amigos. Há, há, há. Quem gostaria de viver assim? Quem gostaria de não fazer diferença na vida de ninguém? Nem mesmo meus pais se importam comigo. Eles me dão casa, comida, me protegem e, tenho certeza, dariam a vida por mim. Eu faria o mesmo por eles, é claro... Mas, se eu pudesse, trocaria isso tudo por um pedido. O pedido mais simples que poderia existir: pediria estabilidade. Eu pediria que parássemos de nos mudar tanto, pediria que ficássemos em apenas um lugar. Mesmo que eu não tivesse amigos, que ninguém se importasse comigo – pelo menos eu teria a comodidade em dizer que não é minha culpa.

Eu sei, eu poderia simplesmente tentar me enturmar mais, mas não é tão simples. Não para alguém como eu. Garotas me olham com desprezo e, os garotos, com nojo. É como se eu fosse um ser desprezível que não merecesse ser feliz. E, admito, eu não faço nada para mudar isso. E adiantaria? Será que alguém me olharia com outros olhos caso eu fizesse as coisas de outro jeito? Será que o olhar de desprezo se transformaria em inveja? Será que o olhar de nojo se transformaria em... desejo? É difícil admitir para mim mesma que nada que eu fizesse adiantaria.

Para muitos, eu posso ser só a garota estranha que ignora a todos e gosta de se isolar do mundo, pois se sente melhor com isso. Mas quem poderia imaginar que, por trás da garota fria e solitária, existiria alguém com sentimentos? Alguém que se importa? Será que alguém, um dia, lerá o que escrevo aqui e perceberá tudo o que enfrento todos os dias? Será que verão as marcas das lágrimas que deixo cair por cima de minhas palavras e me entenderiam? Será que, por pelo menos um segundo, alguém seria capaz de sentir compaixão por mim, me entender? Eu simplesmente não sei.

Porém, mesmo por trás de tanta instabilidade, ainda havia uma luz no fim do túnel. Eu ainda tinha esperanças. Esperanças de que tudo mudasse, de que o oposto de tudo que acontece comigo me fizesse sorrir verdadeiramente, pelo menos uma vez. Afinal, tudo em minha vida é instável. Por que eu não posso ser também?

Sábado, 8 de setembro de 2012, 10h45, avião.

Querido diário...

Estou no avião. Embarquei a algumas horas, e tudo o que eu fiz foi chorar. Agradeço por ter ficado em um vôo diferente dos meus pais. Caso contrário, eu teria que sorrir e fingir que tudo estava bem, que eu estava animada com nossa mudança e que tinha boas esperanças com o que estava por vir. Já havia feito isso várias vezes, mas simplesmente não agüentaria fazê-lo de novo.

Agora, não estou nem mesmo me esforçando para que impedir que minhas lágrimas embacem meus olhos, caiam sobre as suas folhas. É difícil imaginar o que me aguarda no Canadá. Será que algo iria mudar? Será que, pela primeira vez na vida, eu deixaria de ser a garota estranha que senta no fundo da sala e escreve em seu diário durante a aula inteira? 

Lembro que minha mãe dissera que eu ficaria na casa da minha tia por alguns dias, até eles arrumarem nossa nova casa. Como se eles se importassem com isso. Afinal, eu já havia enfrentado tantas mudanças em nossa casa que uma a mais ou a menos não faria diferença alguma. Mas esse não era o ponto – estava mais preocupada em descobrir quais das tias moram em Stratford. É estranho, eu sei, mas tenho uma família grande, espalhada pelo mundo inteiro. Tudo o que sei sobre a dona do meu futuro lar é que ela é mãe de uma garota – linda, a propósito. Lembro que brincávamos de desfile, e, quando nos maquiávamos, ela sempre ficava mais bonita do que eu. Isso não deve ter mudado, eu aposto. 

Três horas. Daqui a três horas, irei parar em alguma cidade dos EUA (certamente já a visitei anteriormente) e, depois, embarcarei rumo a Stratford. Não me sinto mais ansiosa, não me sinto nervosa. Tudo o que quero, nessas alturas, é chorar até pegar no sono.

Domingo, 9 de setembro de 2012, 00h36, casa da tia Becky - meu quarto.

http://weheartit.com/entry/22323385/via/dudapereiras

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Querido diário...

Já cheguei no Canadá. Por incrível que pareça, as coisas não estão tão ruins quanto eu imaginava. Assim que toquei a campainha, minha tia, Becky, atendeu a porta com um enorme sorriso no rosto, que me fez sentir em casa por alguns segundos. Após conversarmos sobre coisas aleatórias, ela me trouxe para o meu quarto, que, particularmente, eu achei maravilhoso. Ele é bem simples, com todas as suas paredes brancas e seus poucos móveis, mas minha cama superou todas as expectativas; eu estou dormindo dentro de um armário! Sim, isso mesmo. Quando ela me mostrou, quase não acreditei. É como se eu fosse Harry Potter, mas sem a cicatriz, os óculos, a magia e os amigos...

Segundo tia Becky, ela escolheu aquele quarto – dentre tantos outros existentes em sua mansão – pois sabe como sou reservada, e achou que eu gostaria de dormir em um local fechado, sem ninguém para incomodar. Mesmo depois de tanto tempo, ela ainda me conhecia, afinal. 

Quanto à minha prima, Laila, ainda não a vi. Ela está em uma festa de quinze anos e, de acordo com minha tia, ela costuma voltar apenas depois das 4h. Isso me deixou receosa, admito. Laila parece ser completamente o oposto de mim. Bonita, popular, cheia de festas para ir... Ela sabia como se divertir. E, enquanto isso, eu estou aqui, trancada dentro de um armário, escrevendo coisas que ninguém irá ler.

Fico feliz que as aulas só comecem na semana que vem. Chegamos na última semana de férias, o que me dá aproximadamente 8 dias para tentar me acostumar com a ideia de uma vida completamente nova (de novo). Mas, dessa vez, algo é diferente... Eu estou com boas esperanças, bons sentimentos... Parece que, pela primeira vez, tudo dará certo para mim.


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Notas finais do capítulo

Espero do fundo do meu coração que tenham gostado e desculpem qualquer erro, escrevi a algum tempinho e estava tão ansiosa para postar aqui que nem revisei direito, haha. Esse capítulo foi pequeno, só pra ver se vocês iam gostar mesmo. Prometo que o próximo é maior! :) A fic não irá se passar sempre no diário da Bella, ok? Sei que é meio chato, portanto terá algumas narrações sobre a vida dela e tudo o mais. Espero que deixem bastante reviews e recomendações, tudo o que puderem! Beijinhos



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