Dont Let Me Fall escrita por alwaysbemyBela


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Outros meses depois...



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Eu ia distribuindo beijos pelas costas nuas de Christian, fazendo o gemer em frustração. Ele se virou para mim, e agora os beijos eram em seu peito pálido, até sua barriga. Então seus braços envolveram minha cintura e nos virou, ele ficando em cima de mim.

— Assim fica difícil. – Ele resmungou com a voz rouca.

Soltei uma gargalhada jogando a cabeça para trás, enquanto Christian ia beijando meu pescoço com todo o cuidado para que suas presas não me tocassem.

Nosso relacionamento, isso se eu pudesse chamar o que tínhamos de relacionamento, tinha evoluído muito nos quatro meses que passamos em São Paulo. Não éramos o tipo de casal perfeito, já que passávamos a maior parte do tempo brigando pelas nossas provocações e também porque não agíamos como tal.

Não éramos do tipo que andava de mãos dadas ou de se beijar em público. Nós também não conversamos sobre sentimentos e muito menos trocávamos juras de amor. Mas já não podíamos mais negar que estávamos apaixonados.

— Está pensando em que? – Ele perguntou deitando em meu peito.

— Em nós. – Sorri passando a mão em seus cabelos negros bagunçados por termos dormido demais.

Ficamos ali por mais um momento enquanto eu observava o sol pela minha janela, até que o empurrei para o lado e me levantei.

— Vou tomar um banho antes que Abe revolva vir nos chamar aqui. – Fiz uma careta que Christian imitou.

Nós já estávamos há algumas semanas na Turquia aproveitando toda a hospedagem que a mansão Mazur poderia oferecer.

— Posso ir junto? – Ele perguntou em seguida, deixando a careta de lado e abrindo um sorriso malicioso.

— Nops. – Respondi rapidamente e corri para o banheiro.

Nós também não tínhamos chegado a essa parte ainda. Não por falta de vontade da parte dele, e até da minha, mas sempre que as coisas estavam esquentando entre a gente era como se eu estivesse novamente na cabeça da Lissa presenciando os momentos íntimos entre eles e isso era muito, muito, muito estranho.

Christian tinha ficado meio contrariado quando expliquei, falou que não tinha nada a ver, mas não foi ele que assistiu de camarote os dois juntos a força e estar ali com ele depois fazia com que eu me sentisse um pouco mal, então ele logo aceitou e nunca passávamos de umas pegadas mais quentes.

— Te espero lá embaixo. – Ele gritou pela porta do banheiro.

Continuei meu banho sem pressa, lavei meus cabelos e os sequei quando sai. Coloquei uma roupa básica, jeans e uma camiseta de manga longa preta com decote em V. Prendi meu cabelo em um alto rabo de cavalo e desci.

Abe estava sentado em sua poltrona de sempre na sala conversando com alguém que estava no sofá de costas para mim, mas Christian o olhava com atenção e com uma postura tensa que logo me deixou em alerta. Eu caminhei lentamente até eles, e quando Christian percebeu minha presença, a pessoa sentada virou-se imediatamente, me fazendo parar no lugar.

— Dimitri? – Perguntei surpresa.

Ele se levantou do sofá, ficando imponente a minha frente. Abe também se levantou com a postura tão tensa quanto Christian, que tinha dado um passo em minha direção.

— Roza. – Dimitri disse com a voz falhando.

Ouvir meu nome daquela maneira novamente enviou um arrepio por meu corpo. Dimitri estava o mesmo de sempre, alto e todo musculoso, mas parecia mais magro, abatido. Estava com a barba por fazer, seu cabelo ainda caia sobre o ombro, o que eu agradeci mentalmente, mas estava visivelmente sem corte. E seus olhos, os olhos que eu tanto amava e que sempre me entenderam como ninguém estavam em fundas olheiras, cansados e distantes, mesmo quando olhava para mim, me analisando como eu fazia com ele.

— Eu não sabia que estaria aqui, me desculpe. – Ele continuou depois de um segundo. – Posso ir embora se preferir.

Eu olhei entre Abe e Christian procurando por alguma informação, mas os dois ainda me olhavam da mesma maneira, então Christian caminhou até mim e segurou minha mão, mostrando que estaria ali, independente do que eu decidisse.

— Não tem problema, pode ficar. – Eu disse tentando sorrir, mas acredito que tenha saído mais uma careta.

Fui até o sofá e me sentei com Christian ao meu lado, sem nunca soltar minha mão.

— Eu contratei Dimitri depois que ele voltou para Rússia, não podia desperdiçar um talento desses. – Abe disse, explicando o porquê daquela visita.

— Fez muito bem velhote. – Dessa vez eu consegui sorrir de verdade.

Um silêncio se instalou na sala depois daquele momento, a tensão era visível e ninguém sabia exatamente para onde olhar.

— Chris, você se importa de eu conversar com Dimitri sozinha por um instante? – Perguntei ao pé do seu ouvido.

— Você tem certeza? – Seus olhos azuis intensos nos meus, a preocupação emanava dele.

— Sim. Por favor.

— Tudo bem, estarei te esperando no quarto. – Com isso ele me deu um beijo na testa e ia se levantando, quando eu o puxei de volta e lhe dei um leve beijo em sua boca.

Um sorriso travesso iluminou seu rosto, o tranquilizando. Então ele subiu as escadas me olhando sobre os ombros antes de desaparecer no corredor.

— Estarei no meu escritório, passe lá depois, Belivok. – Abe avisou e se retirou seguido por Pavel.

— Como você está? – Perguntei quando estávamos sozinhos.

— Bem. – Ele respondeu simplesmente. – E você?

— Bem. – Respondi e ficamos novamente em silencio. Cada um olhando para um ponto perdido da sala.

— Então você está com a sua família? – Perguntei mexendo em um fio imaginário do sofá.

— Sim, eu fui para lá depois de um tempo. – Ele respondeu vagamente.

— E como eles estão?

— Muito bem, obrigado. Paul e Viktoria falam muito de você, agradeço por tudo o que fez por eles. – Dimitri disse humildemente, com um pequeno sorriso.

— Eu que agradeço por eles terem me acolhido. E você faz o que para Abe? – Perguntei sem conseguir esconder a curiosidade.

— Mantenho as coisas em ordem em Baia, uma espécie de guardião da cidade. Já que é o mais perto que eu vou conseguir chegar de ser um guardião novamente. – Sua voz saiu amarga dessa vez.

— Você sente falta, não é?

— O tempo todo.

Eu me levantei e me sentei ao seu lado. Sabia que estava abusando, mas eu precisava daquilo, precisava estar perto dele mais uma vez, da maneira que fosse. Dimitri se virou para mim, assim de perto ele parecia ainda mais velho do que os 26 anos que ele tinha agora.

Minhas mãos foram para seu rosto antes que eu pudesse me controlar, ele fechou os olhos ao meu toque, e eu passei meus dedos por suas roxas olheiras.

— Pesadelos ainda? – Perguntei em um sussurro.

— Sim.

Passei a mão pela sua barba, que fazia cócegas em minha palma.

— Eu gostei, mas te deixa com cara de mais velho. – Abri um pequeno sorriso que ele correspondeu.

— E como você está? – Ele perguntou segurando meu pulso para tirar minha mão de seu rosto e a colocou no sofá.

— Estou bem. Viajando bastante com Christian, conheci lugares lindos.

— Você e Christian, não esperava por essa. – Ele disse pensativo, sua expressão indescritível.

— Nem eu, camarada. – Dei uma pequena risada, e o vi sorrindo pelo apelido pronunciado. – Mas as coisas têm sido muito boas entre a gente.

— Eu fico feliz por vocês, ele parece estar cuidando muito bem de você. Você está mais linda do que nunca Roza. – Ele disse passando a mão nas postas do meu rabo de cavalo que estava jogado para frente do meu corpo.

Nossos olhos se encontraram e a familiar eletricidade passou por mim.

— Você não precisava ter ido embora. – Sussurrei fugindo do seu olhar.

— Foi melhor assim. – Ele respondeu um pouco frio e se levantou do sofá, encostando-se à parede a minha frente.

— Você não pode se culpar por tudo, Dimitri. – Minha voz subiu um tom, aquele assunto sempre me deixava alterada.

— Por favor, não. – Ele pediu passando as mãos no cabelo, em um gesto cansado.

— Eu não vou te forçar a nada, não vou pedir para você voltar ou para me amar. Mas eu preciso que você se ame, que você se valorize. Olhe para você Dimitri, parece sem vida, sem sentido. Não é o cara que eu conheci, o que me inspirou a ser uma pessoa melhor.

— Eu perdi o sentido quando te perdi Roza. – Ele disse suavemente. – Quando eu quase te matei, sendo um Strigoi ou pelos sentimentos que Tasha tinha por mim.

— Você não me perdeu Dimitri, e nunca perderá. Eu vou estar sempre aqui, do jeito que for. – Eu me aproximei com cuidado, e quando vi que ele não me pararia, o abracei.

Dimitri se desfez em meus braços, quase se dobrando para deitar a cabeça em meu ombro. Senti suas lágrimas molharem minha camiseta.

— Tudo vai ficar bem, eu vou estar sempre aqui Dimitri. Sempre. – Sussurrei passando a mão em seu cabelo.

Ficamos ali pelo o que me pareceu uma eternidade, até que Dimitri se recompôs e me soltou.

— Você é realmente a mulher mais incrível que eu já conheci. – Ele disse passando a mão em meu rosto. Eu apenas sorri para ele. – Melhor eu ir falar com Abe, podemos manter contato? – Ele perguntou um pouco inseguro.

— Claro. Me procure quando quiser. – Respondi e me virei para pegar um papel e caneta na mesa de centro, anotei meu número e e-mail e entreguei o papel para ele.

— Obrigada, Roza. Por tudo. – Dimitri me deu um beijo na testa e então partiu em direção ao escritório de Abe, e assim que eu o perdi de vista, subi correndo as escadas de volta para meu quarto.

Abri a porta e encontrei Christian andando de um lado para o outro, não pude deixar de rir com a cena.

— Desse jeito vai criar um buraco no chão. – Disse brincando e ele me pegou em seus braços.

— Você está bem? Está tudo bem? – Christian perguntou preocupado.

— Eu estou bem. – Eu disse encostando minha cabeça em seu peito. – Obrigada por confiar em mim.

— Eu te amo, Rose. – Ele disse suavemente.

— Eu te amo Christian. – Respondi com convicção.


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Notas finais do capítulo

Confesso que não me aprofundei na conversa porque ia acabar esquecendo que é uma fic Rozera e cair na tentação Russa :x