A noite anterior fora definitivamente estressante. Pedro e eu não nos falamos mais desde nossa briga no jantar. Mas aquele seria um novo dia.

Passei toda á noite preocupada com fato de que terei de aguentar Malfoy no baile de boas vindas. Sim, Lily havia o convencido de ir ao baile comigo. Mas, como ele pode aceitar?

Parei de pensar no assunto e desci para tomar o café da manhã, pois a primeira aula do dia seria a de poções, e nada pior do que começar o dia em uma masmorra fria e deprimente.

Chegando ao Salão Principal, vi Hugo, Lily e Albus sentados juntos na mesa da Grifinória, e Pedro estava sentado um pouco antes deles, ao lado de alguns amigos da Corvinal.

Tentei passar o mais rápido possível para não encarar Pedro e ter que ter uma conversa desagradável logo de manhã. Mas, ele me avistou logo á entrada do salão, e imediatamente se levantou para ir até mim.

Comecei á andar mais rápido até meus primos, mas foi em vão. Pedro segurou meu braço direito, me impedindo de seguir adiante.

– Precisamos conversar. – Disse ele, seriamente.

– Não estou com vontade de conversar. 

Soltei meus braços de suas mãos e lhe lancei um sorriso cínico.

Ao seguir para a mesa da Grifinória, pude ver vários olhares voltados para nós. Inclusive Malfoy, que dava risadas abafadas junto á Zabine.

Sentei-me ao lado de Albus bufando de raiva. Lily estava com uma expressão de desânimo, e Hugo saboreava um enorme pedaço de bacon.

– O que foi isso? – Perguntou Hugo após engolir a comida.

– Nada, apenas o idiota do meu namorado. 

– Sabe Hugo, podíamos dar uma lição no Mclaggen qualquer dia desses. – Disse Albus, sorrindo perversamente.

– Concordo. – Assentiu Hugo.

– Vocês não irão fazer nada, está bem? – Eu disse irritada.

– Mas ele segurou seu braço forte, e se recusou á ir ao baile com você! – Disse Hugo espetando fortemente o garfo na mesa.

Hugo era idêntico á papai, todos ficam impressionados com tais semelhanças. Seus cabelos ruivos e seus olhos azuis apenas faltavam sair e dizer “Olá, sou Ronald Weasley”.

Ele, apesar de mais novo, era o típico irmão ciumento. Mais uma característica que ele havia herdado do nosso pai.

– Isso não é motivo para arranjar brigas Hugo. – Eu disse, colocando um pouco de ovos e bacon em meu prato.

– Mas é claro que é. – Insistiu Albus. – Lily, você concorda, não é?

– O que? – Perguntou ela, perdida no assunto.

– Ah nada, esqueça. 

Lily passou todo o café da manhã sem comer nada. Ela apenas encarava o prato, ou mexia na comida com o garfo. Senti-me mal, pois Lily realmente estava sofrendo. Eu nunca á vi tão desanimada antes. O término definitivo de seu namoro com Zabini havia deixado-a realmente abalada.

Pensei em perguntar se ela estava bem, mas achei melhor não falar sobre isso. Tocar neste assunto era o que ela menos precisava agora.

– Que horas são? – Perguntei.

– Quase nove. – Respondeu Albus.

– Bom, acho que já vou indo então. Minha primeira aula é de poções, e infelizmente será com a Sonserina. – Eu disse me levantando.

– Nos vemos depois então. – Disse Lily dando um breve sorriso.

Segui para as masmorras para a primeira aula de poções do ano. A maioria das mesas estava ocupada, apenas uma mesa de dois lugares tinha uma cadeira vazia. Sentei-me ali mesmo.

– Bom dia alunos. – Disse o professor Slughorn ao chegar á sala.

– Bom dia. – Dissemos todos em uníssono.

– Bom, hoje nós vamos...

– Com licença professor Slughorn. – Disse Malfoy batendo na porta.

– Ah senhor Malfoy, entre e sente-se. – Respondeu o professor.

Não havia muitas cadeiras vazias, então fiquei preocupada de que ele se sentasse ao meu lado.

– Por favor, que ele não se sente aqui. – Sussurrei para mim mesma.

– Há um lugar vazio ao lado da senhorita Parkinson, sente-se lá. – Sugeriu o professor, fazendo Ana Parkinson abrir um sorriso de entusiasmo.

– Não senhor obrigada, acho que vou me sentar ao lado da Weasley. – Disse ele olhando para mim com um sorriso perverso.

– Droga Malfoy, não podia ter se sentado com a Parkinson? – Sussurrei para que apenas ele me ouvisse.

– Poderia, mas não deixo uma oportunidade de te irritar para trás. – Disse ele.

– Você é ridículo. – Eu disse revirando os olhos.

– O ridículo com quem você vai ao baile hoje. – Disse ele, estendendo seu braço em meu pescoço.

– Só para você saber, mas a ideia de ir ao baile com você não foi minha. Se não quiser, não vá. Ah, e é bom você tirar essa sua mão imunda de cima de mim ou te transformo em um sapo. – Eu disse sorrindo sinicamente para ele, eu já estava irritada.

– Tudo bem. – Respondeu ele tirando seu braço de cima do meu pescoço.

– Ótimo, assim é melhor. – Eu disse ríspida.

– Olha, não posso arriscar não ir á esse baile com você. – Disse ele, me fazendo ficar confusa e franzir o cenho.

– Como assim Malfoy, está ficando louco? – Perguntei.

– Não seja ridícula Weasley. Digamos que, sua prima sabe muitas coisas sobre mim. Coisas que me comprometeriam se ela dissesse algo á alguém. – Disse ele enquanto brincava com uma pena.

– Entendo. – Eu disse.

– Ah, trate de ir bem bonita. Não quero passar vergonha. Não que você não seja bonita, mas apenas se vista bem. – Disse ele apertando levemente minhas bochechas.

Mas algo me deixou intrigada naquela frase. Ele havia mesmo insinuado que eu era bonita?

– Você é mesmo um idiota. – Eu disse tirando suas mãos de minhas bochechas.

– E eu sei claramente que você adora idiotas. – Disse ele sorrindo de lado.

– Cale a boca e trate de começar a fazer a poção Malfoy. – Eu disse, acabando o assunto entre nós.

O decorrer da aula de poções fora estressante para mim. Malfoy e eu sempre começávamos á discutir por algum ingrediente que ele havia posto errado ou por que estava distraído olhando para as pernas de alguma aluna, deixando de se concentrar na tarefa.

O resto do dia fora realmente entediante. Eu estava preocupada demais com minha relação com Pedro, como Lily estava e especialmente com o baile.

Eu iria tão bonita á esse baile, que iria deixar Malfoy engolir suas palavras e o deixaria de queixo caído. Scorpius Malfoy deve aprender que não se pode insultar Rose Weasley, pois o meu orgulho, vira vingança.