Era muito cedo. Severo não podia crer que estava sendo pressionado, mais uma vez, e sobre o mesmo assunto. E novamente voltava com uma noticia ruim, péssima eu diria, como se ver seis pessoas morrerem numa noite só, e ainda por cima, por minha culpa já não fosse o suficiente. O mestre das trevas queria mais resultado das suas pesquisas, estava cada vez mais difícil retardar o inevitável.

Severo não estava com uma cara muito feliz ao andar pelos corredores. Ia em direção ao escritório de Dumbludore, já estava farto de tantas vezes que adentrou aquelas portas para anunciar a morte de alguém. Hoje não seria diferente, tinha sim, indiretamente assassinado seis pessoas, trouxas mais precisamente, e entre essas seis, duas eram crianças. Uma família diria.

- Picolé de limão – não se surpreendia com as senhas malucas do diretor, a antiga era muito semelhante, gotas de limão. Incrível como aquele velho tem tanta idéia para inúmeras coisas e para senhas, era de um clichê sem tamanho.

Subiu as escadas que dava acesso a uma grande sala. E La estava ele, sentado em sua cadeira comendo... Um picolé, e poderia até apostar que era de limão.

- Severo meu filho! O que devo a honra de sua visita? – perguntou Alvo sabendo que o assunto deveria ser grave, já que severo custava a ir vê-lo.

- Sem brincadeiras Alvo, o assunto é de extrema importância. – diria tudo logo de uma vez, ela bem sabia que Alvo sempre ficava enrolando – O lorde esta impaciente, com a demora da poção!

- Mas tenho certeza que você deu um jeito de fazê-lo aguardar mais um tempo – embora soubesse que Voldemort fosse apressado, confiava na capacidade de Severo em fazer com que a raiva e a apressa de Tom se aplacasse.

Seus sentimentos para com o jovem Severo era um carinho muito grande, diria até de um sentimento paterno. Foi há muitos anos quando percebeu o potencial, e a determinação de severo, embora na época fosse um jovem problemático até um pouco difícil de lidar, sabia que no futuro ele seria de extrema importância.

Não foi a toa que numa noite comum ele batesse a sua porta e lhe pedisse ajuda para se vingar do Tom, que havia lhe mentido, dizendo que pouparia sua amada. Esta que, foi à única pessoa que ela amou e o amou de volta, entretanto a vida lhe foi injusta, perde-la para seu arco-inimigo, Thiago Potter, foi por culpa de sua incompetência e aceitou viver com isso, mas perde-la para Voldemort, isso de nenhuma forma aceitaria, não sem querer vingança.

E hoje ele estava ali, trabalhando como espião-duplo para Dumbludore, há espera de sua vingança. Que aos seus olhos, estava demorando muito para se concretizar.

- Sim Alvo, eu consegui um prazo um pouco maior. – disse sentando-se em frente ao diretor – Porém não é muito tempo. Temos que fazer alguma coisa logo.

- Não se preocupe meu jovem, eu já pensei em tudo. – seus olhos brilharam- Alguém ira ajudá-lo com as poções.

- Não preciso de nenhum intrometido perto de mim. – disse já irritado, não gostava de receber ajuda – Posso fazer tudo sozinho.

- Você não entendeu Severo. – disse Alvo se levantando e dando a volta na mesa - Você TERA a ajuda de alguém. Mas não se preocupe, não é nenhum intrometido, muito pelo contrario, é alguém de confiança. E além do mais, essa pessoa fará as poções para a enfermaria, o que lhe dara mais tempo para se dedicar a poção de Tom  – parou as costa de Severo e pousou mão sobre o ombro do mesmo. – Pode se retirar meu jovem, logo após o jantar eu lhe apresentarei seu auxiliar.

Mesmo que contrariado, Severo retirou-se. Ainda que não gostasse de ter que dividir seu laboratório com alguém, e mesmo que não admitisse ficou imensamente grato a Alvo por ter lhe oferecido um ajudante.

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Era cedo ainda, mas Harry já estava acordado. Lembrava-se de que não conseguiu dormir bem a noite passada, seus pensamentos estavam na amiga na noite inteira, e não conseguiu entender o porquê de estar pensando tanto nela. Só conseguiu tirar um cochilo de madrugada, porém sonhou com Hermione, e acordou pelo ronco de Rony, quando estava para beijá-la. Depois disso não conseguiu mais dormir.

Estava lendo um livro sem realmente estar prestando atenção, quando a dona de seus pensamentos vinha descendo as escadas, e não pode deixar de notar como estava linda. O uniforme estava um pouco curto e justo ao corpo da amiga destacando suas suaves e tentadoras curvas. Seus cabelos outrora rebeldes e selvagens agora bem cuidados, macios e sedosos. Uma mulher linda!

- Bom... dia Har...ry. – disse Hermione entre bocejos – Já em pé tão cedo.

- É que não consegui dormir direito. – respondeu – E de madrugada tive um sonho estranho e não consegui mais dormir. – ao se lembrar do sonho, ficou um pouco corado e virou o rosto para a lareira para que Hermione não notasse.

- Que sonho? – perguntou curiosa, percebendo um tom rosado no rosto do amigo.

- Ah, nada de mais – tentou desconversar, enquanto Hermione sentava ao seu lado.

- Bom, se não quiser contar eu vou entender e não vou pressioná-lo. – disse percebendo que ele ficou um pouco desconfortável. Mas tratou logo de acrescentar. – Mas se precisar conversar com alguém, sabe que pode contar comigo, pra qualquer coisa.

Houve um silencio desconfortável entre os dois. Harry pensava se seria uma boa idéia conversar com Hermione sobre isso, afinal ela é sua melhor amiga e talvez pudesse esclarecer esses sentimentos diferentes que andava sentindo. Mas como contar o sonho sem falar que era ela quem estava comigo? Perguntava-se mentalmente Harry.

Já Hermione, pensava que o Harry andava muito estranho ultimamente. Até implicou com ela sobre o Malfoy. Talvez ele ande preocupado com Valdemor. Por isso sua implicância com Malfoy, afinal os precedentes dele realmente não são dos melhores.

Resolveu arriscar. Talvez Hermione pudesse ajudar mesmo.

- Sabe quando você tem um sonho que não deveria ter... – começou um tanto incerto.

- Sim – assentiu. Mas vendo que ele hesita resolveu incentivá-lo – O que aconteceu nesse sonho Harry? É Valdemor de novo? – já estava ficando preocupada.

- Antes fosse. – falou – Sonhei com uma garota. – corou um pouco ao falar isso.

- Ah, já sei – disse com ar maroto – andou tento sonhos impróprios com Gina e esta preocupado com Rony. – deu um sorriso.

- Não! – respondeu rapidamente – Não foi com Gina.

- Não? – Hermione franziu a testa – Então com quem foi? Esta gostando de outra garota Harry?

- Não é bem isso Hermione. Eu sonhei com vo... com... com uma garota ai... – quase que ele se trai sozinho. E para não ter hesitação nem ter que dizer mentiras, resolveu contar tudo de uma vez. – Sonhei que eu estava prestes a beijá-la... E isso só não aconteceu porque o ronco do Rony me acordou. – disse dando uma risadinha.

E Hermione o acompanhou, por experiência própria, conhecia muito bem os roncos de Rony.

- Ok, conheço bem o Rony. – mesmo depois desse momento de risadas, percebeu que Harry precisava de um conselho sobre o assunto. – E essa garota, posso saber quem é ela?

- Não! – quase gritou – Quer dizer... É melhor não saber.

- Ok, então você nutre algum tipo de sentimentos por essa ela? – perguntou Hermione.

- Sim... não... quer dizer... Sim, eu tenho sentimentos por ela, mas não sentimentos de... de... – ficou tão envergonhado que não conseguiu terminar a frase.

- Desejo? – perguntou achando graça na timidez de Harry. Afinal, em sua opinião, Harry não deveria ser tão envergonhado assim. É um dos garotos mais lindo de Hogwarts, competindo até mesmo com Malfoy, e, na sua percepção, com o professor Snape.

Houve uma época em que era apaixonada por Harry. Na época Rony nunca olhava para ela, só sabia pedir ajuda nas matérias e socorro nas encrencas. Mas Harry não, ele sempre fora muito carinhoso e atencioso para com ela. Porém, vendo que sua melhor amiga, Gina, também gostava do garoto, resolveu esquecer ele, mesmo porque, ele só a via como uma amiga. Hoje, percebe que foi a melhor coisa esquecer, pois sua amizade com Harry é uma das coisas mais importantes que tem. E se depender dela, tudo que puder fazer para ajudá-lo e protegê-lo, ela fará. Afinal ele é seu melhor amigo, seu irmão.

- Olha Harry, talvez eu esteja dando um conselho errado – começou – mas eu acho que você não precisa ficar na.. ham.. abstinência. – corou um pouco ao dizer isso – Se você gosta a Gina, deveria sim dar uma chance a vocês, mesmo com a guerra, pois isso pode lhe dar forças. Mas, se você já não sente mais aquela paixão por ela e sim por outra garota, seja quem for você deve conquistá-la. Mesmo que seja um sentimento impossível de ser correspondido, você deve tentar. Melhor se arrepender de ter tentado e não conseguido do que se arrepender de não ter tentado e ficar sempre na duvido do SE tivesse tentado. – dito isso, levantou-se e foi em direção ao dormitório. – Agora vou pegar um livro e por meus estudos um dia. E pense no eu lhe falei Harry.

Se virou para a lareira mas não estava de fato olhando para ela. Seus pensamentos estavam longe. Será que ela tem razão? Será que já não gosto da Gina como antes? E, será que eu estou gostando da Hermione? Mas não poderia fazer isso, Rony é apaixonado por ela, e é meu melhor amigo. Mas, ela disse que deveria tentar, mesmo que seja impossível, mesmo que não seja correspondido, e mesmo que Rony me odeie. Isso mesmo, a guerra esta próxima, não quero morrer sem ao menos lutar por alguém que eu realmente ame. Já havia se decidido. Sim, vou lutar pela Hermione! Pensando assim, foi para o dormitório ver se conseguia tirar mais cochilo.

Continua...