Pretending escrita por yris


Capítulo 9
9. Sem tempo


Notas iniciais do capítulo

Heyy



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HARRY

Ele chegou em frente ao prédio de Isabella ao anoitecer. Ele não havia avisado que apareceria, na verdade, ele nem sabia que iria lá também. Havia acabado de voltar de Holmes Chapel e não tinha passado em casa e muito menos falado com os garotos da banda. Talvez alguém já o tivesse visto em Londres, mas achava que ninguém o tinha seguido até ali. Isabella morava em um bairro classe média um pouco afastado do centro, o que ele achava bom.

Harry só precisou baixar o vidro do carro e se mostrar para que o porteiro deixasse ele entrar com o seu Audi para o estacionamento. Também foi fácil descobrir o número do apartamento dela que ficava no sexto andar. Ele foi satisfeito para o elevador, pensando no que diria para Isabella. Mas não conseguiu arranjar uma boa desculpa para dizer a ela, ele só queria vê-la. Ele havia passado parte do sábado e do domingo com sua família, mas havia se pegado pensando nela várias vezes.

A porta do elevador se abriu no sexto andar e ele foi pelo corredor procurando o número do apartamento dela. As luzes fluorescentes eram fortes demais e incomodavam os olhos dele, e agradeceu por não ter encontrado nenhum fã naquele prédio, apenas um senhor que saiu de uma das portas e nem olhou para a cara dele. Era melhor assim, Harry não queria que um milhão de boatos surgissem ali sobre uma garota que ele nem conhecia bem, e ele queria conhecê-la antes que alguma coisa estragasse tudo.

Ele encontrou o apartamento dela no fim do corredor. E tocou a campainha. Até que ouve uma voz vinda de dentro resmungando alguma coisa baixinho. E a porta se abre. A menina permanece com os lábios entreabertos por alguns segundos, ela estava surpresa.

– Oi, de novo. – Harry disse com um sorriso no rosto. Uma carinha de inocente.

– Hey... você... aqui? – Isabella respondeu confusa.

Ela estava parada segurando a porta completamente desarrumada. Harry viu que o cabelo dela estava molhado e solto, ela estava com shorts curtos que deixava aquelas pernas bem torneadas de fora e um moletom cinza e grande. Harry achou que ela estava linda daquele jeito.

– Não vai me convidar pra entrar? – Ele perguntou olhando para o corredor rapidamente.

– Tenho que ter certeza de que isso não é uma alucinação.

Ela não se mexeu então Harry se aproximou e a abraçou. Ele sorveu o perfume dela e gostou da sensação que o cabelo molhado dela provocou em seu pescoço. Foi um abraço aconchegante, quente... ela se encaixou tão bem no abraço dele. Harry não queria a soltar mais, porém queria saber se ela ainda estava viva. Ele havia parado de sentir a respiração dela.

– Ei, acredita agora? – Ele perguntou mantendo alguns centímetros dela.

– Quase... mas, sem querer ser arrogante ou algo do tipo... você errou o caminho de casa?

– É, tive uma amnésia repentina quando cheguei na cidade. – Harry disse cínico.

– E lembrou justamente de onde eu moro! – Isabella sorriu.

– Estranho isso, né? – Harry continuou cínico.

Isabella balançou a cabeça em reprovação com um sorriso incrédulo. Ela saiu da porta e fez menção para que ele entrasse na sala. Ela fechou a porta e o encarou parecendo constrangida.

– Acho que você já percebeu que aqui tá tudo bagunçado, inclusive eu, mas é que eu não tava esperando ninguém então, finja que não se importa com isso, ok? – Ela disse olhando para o local e pousou o olhar nele.

– Eu não me importo! – E ele não se importava mesmo.

– Deixa eu te explicar uma coisa, sério, eu não tenho a mínima ideia do que fazer agora com você aqui. – Isabella disse quase angustiada. Harry soltou uma risada leve.

– Tem certeza de que não sabe o que fazer comigo? Posso te dar uma ideia...

Isabella meio que arfou meio que riu. Harry também riu de si mesmo.

– Lembrei que ia assistir um fil... AH MEU DEUS EU ESQUECI A PANELA NO FOGO! – E ela correu desesperada deixando Harry sozinho na sala.

Ele se sentou no sofá grande que estava de frente para a TV ligada em um canal de clipes e observou a mesinha de centro repleta de coisas, inclusive um copo vazio. Haviam vários livros, CDs e DVDs na estante da TV e algumas revistas – ele se viu em uma das capas e riu – seu olhar passou pelas paredes brancas e até que ele viu uma mesa redonda ali perto com um notebook aberto e ligado.

Harry não resistiu e foi até a mesa dar uma espiadinha no que tinha no notebook. Um documento aberto com várias páginas escritas, era um trabalho; o player aberto com uma música que ele não conhecia pausada, e uma aba da internet no Twitter. Ele olhou o perfil dela... era tão normal, nem cem seguidores, uma foto sorridente e muitos tweets. Harry reparou se ela o seguia, e reparou que ela já tinha o mencionado várias vezes assim como os outros da banda. E a maioria das coisas eram frases deprimentes, declarações e em outra língua que deveria ser em português. Ele pegou seu iPhone e a seguiu no Twitter.

E foi para a pasta de fotos. Haviam muitas pastas, ele foi para a primeira entitulada “1D” e ficou perplexo com a quantidade de fotos da banda que ela tinha. Fotos de quando eles eram crianças, fotos com as mães deles, irmãs e até uma do Dusty, o gato da família de Harry. Várias montagens engraçadas, fotos do tempo do X Factor, fotos que mostravam eles dormindo, rindo e outras coisas. Ele olhava para as miniaturas das fotos impressionado.

Harry sabia que era muito amado por milhares de pessoas, mas era estranho ver aquilo de fato. Era estranho pensar em alguém que o amava tanto assim, amar ele e os amigos dele tanto assim. E aquilo o deu vontade de chorar.

– Olha o que eu fiz... HARRY. Por. Favor. Não. Me. Diga. Que. Está. Vendo. As. Minhas. Fotos. – Ele ouviu a voz controlada dela e se virou instantaneamente.

Viu que ela segurava duas xícaras grandes e olhava para ele como se fosse desabar a qualquer momento.

– Me desculpe, eu não deveria... – Harry disse sério.

Ela respirou fundo e estendeu uma das xícaras.

– Tudo bem, você deve estar acostumado com esse tipo de coisa, eu é que não estou. – Isabella sorriu ligeiramente enquanto Harry pegava a xícara que tinha uma colherzinha dentro.

– Nem tanto assim – Harry falou daquele jeito lento. E Olhou para a xícara. – O que é isso?

– Brigadeiro. Experimenta, é bom! – Ela assentiu e comeu um pouco da xícara dela.

Harry olhou um pouco desconfiado e pegou um pouquinho com a colher. Ele colocou na boca e se sentiu maravilhado. Aquilo era chocolate com alguma coisa, era muito bom! Ele teve dificuldade de se lembrar de um doce tão bom como aquele naquele momento. Harry não pode deixar de sorrir e comer mais um pouco.

– Eu disse que era bom, tem que confiar em mim! – Ela sorriu erguendo uma sobrancelha ligeiramente.

– Isso é muito bom mesmo! É chocolate com o quê? Niall tem que provar isso logo! – Ele disse rindo.

– Ok, deixo você levar um pouquinho pra ele... se sobrar, é claro. – ela disse divertidamente.

– Acho que não vai sobrar. – ele deu um sorriso naturalmente safado.

– Vai ficar por quanto tempo?

– Não sei... quer que eu fique?

– Eu quero tantas coisas, inclusive que você fique.

– Então posso ficar aqui essa noite, ninguém sabe que eu estou aqui.

Eles foram se sentar no sofá grande, um de frente pro outro. Comendo brigadeiro.

– É segredo, por acaso?

– Não, eu só não me lembrei de avisar alguém... Enfim, não importa. Mas, só uma pergunta, você passa todas as suas noites de domingo assim?

– Não todas, mas a maioria sim... Por quê? É muito estranho pra você ficar em casa domingo à noite?

– Um pouco... parece desolador e deprimente passar domingo sozinho...

– Depois de uma semana assim você se acostuma, pelo menos comigo foi assim, mas definitivamente esse tipo de coisa não combina com você... – Ela falou pensativa – É por isso que estou me perguntando agora se você não deveria estar em algum lugar movimentado e legal.

– Hm, boa pergunta... mas não to lembrando de nada não. E isso aqui é muito bom! O nome é brigadeiro, né? – Harry disse levantando a xícara novamente. – Ah, você tem mais um seguidor no Twitter, eu vi isso sem querer! – Ele disse teatralmente.

Isabella largou a xícara na mesinha de centro e correu para pegar o notebook. Voltou para o sofá com ele menos de cinco segundos depois.

– AH, EU NÃO ACREDITO QUE O HARRY STYLES TÁ ME SEGUINDO! – ela gritou olhando pro notebook. – Assim como eu também não acredito que ele tá na minha frente!

E os dois riram juntos daquilo.

– Por que é tão importante que eu siga vocês, hein?

– Ah, você sabe... você é você, então... E a partir de hoje só vou tweetar em português. – ela sorriu infantilmente.

– Por que já?!

– Não quero que você saiba o que eu estou falando.

– Existe o Google Tradutor.

– Você não vai se dar esse trabalho.

– Vai ser interessante.

– Harry...

– Eu to falando sério. Ah, eu vou postar sobre o brigadeiro e deixar todo mundo com inveja!

– Menino mau. – Isabella disse rindo.

– Você nem sabe o quanto. – Ele disse com um meio sorriso.

Harry tirou uma foto do brigadeiro pelo Instagram e postou no Twitter com a legenda “Brigadeiro... do you know?” Isabella havia soletrado como se escrevia e se aproximou dele e logo viu milhares de replys perguntando o que era aquilo, se era bom, e outras milhares perguntando onde ele tinha arranjado aquilo – eram as brasileiras. Ele inclusive recebeu umas replys em português que fez Isabella rir.

– Posso saber qual é a graça? – Harry perguntou interessado.

– Essa garota brasileira quer saber onde você conseguiu o brigadeiro. Ela disse que te ama, em português! E mais algumas coisas impróprias. – Isabella respondeu apontando para a reply.

– Pois diga a ela em português se não foi ela quem fez pra mim! – Harry riu e entregou o iPhone para Isabella, que começou a responder a garota em outra língua. Harry acrescentou “xx” no final e postou.

E mais milhares de replys em português perguntando como ele tinha twittado aquilo em português, porque não tinha cara das frases desconexas do Google Tradutor. Ele riu enquanto Isabella lia para ele o que estava em português. Harry estava se divertindo com aquilo.

– Agora eu quero que você escreva assim em português: “Brigadeiro é muito bom, vocês brasileiros são fãs incríveis, amo vocês”. Ah, acrescente alguma gíria de lá também. – Harry riu.

Todo mundo iria saber que definitivamente não tinha nenhum Google envolvido com aquelas frases brasileiras. Isabella digitou e devolveu a ele com uma hashtag “#daoraavida” e ele perguntou o que significava, e ela explicou. Ele tweetou e guardou o celular no bolso.

– Cansou? – Isabella perguntou com um sorriso de canto.

– Não posso desperdiçar essa noite com você no Twitter. O que você ia fazer se eu não estivesse aqui agora?

– Hm... Bom, acho que iria colocar um filme repetido na TV e ficaria jogada no sofá comendo brigadeiro e assistindo. Uma coisa bem depressiva, sabe...

– Sei, então coloca logo o filme e vamos ficar depressivos! – Harry disse sorrindo.

– Vai ser muito difícil eu ficar depressiva com você aqui, mas... – Isabella sorriu dando de ombros e foi colocar o filme no aparelho de DVD.

Era “Enrolados”, a animação da Disney com a história da Rapunzel. Isabella amava aquele filme e já havia visto várias vezes, sem enjoar. Era divertido, romântico e inspirador... era como ela.

Harry nunca tinha visto aquele filme antes, e nem estava muito interessado nele, não com Isabella tão perto e tão linda.

– Quer mais brigadeiro? Vou buscar o refrigerante e a pipoca! – Isabella perguntou indo pra cozinha.

– Acho que é muita coisa pra pouco braço, deixa que eu te ajudo. – quando Harry terminou de falar eles já estavam na cozinha.

Harry pegou uma tigela grande de pipoca e a panela com brigadeiro enquanto Isabella colocava o refrigerante nos copos e os levava para a sala acompanhada do garoto. Ela colocou os copos na mesinha de centro e sumiu por alguns instantes da vista de Harry. Até que ela voltou arrastando um colchonete, dois edredons imensos e alguns travesseiros. Ele achou que ela poderia se perder no meio de tanto pano.

– É pra dormir ou assistir o filme?

– Os dois, seu sem graça! – ela falou mostrando a língua.

– Não to com vontade de dormir, nem de assistir filme...

– Poxa, então faz isso por mim... – ela disse fazendo biquinho desapontado, jogando o colchonete aos pés do sofá grande.

– Vou fazer isso com você. E outras coisas também se você quiser... – Harry disse com um sorriso safado.

– Harry! – Isabella disse corando.

Harry observou como ela se jogou no canto do sofá, enrolada com um edredom e segurando o controle da TV.

– Vai ficar aí parado? Posso te dar uma foto minha depois. – Ela disse rindo e jogando um travesseiro nele.

– Haha, olha que eu vou cobrar essa foto! – Ele disse e se sentou bem pertinho dela.

Isabella deu play no filme e os dois ficaram em silêncio por algum tempo. Harry comia pipoca, tomava refrigerante, olhava pra TV, mas estava distante de tudo aquilo. Ele estava pensativo demais... isso era um pouquinho estranho. Ele queria estar ali com ela, gostava de como Isabella era, e de como ela o tratava. Ele observou como ela estava vidrada sorrindo com o filme, toda encolhida na ponta do sofá, tomando refrigerante.

Harry sorriu automaticamente quando ela se virou para ele.

– O que foi? – Isabella perguntou confusa. – Tem brigadeiro no meu cabelo? – Ela passou a mão no cabelo na mesma hora.

– Não – Harry riu dela. – Tem mais alguma coisa que eu devo saber sobre você imediatamente?

– Hm... Não sei. O que você sabe sobre mim?

– É directioner, é brasileira, ama filmes, estuda cinema, é caseira, tem poucos amigos, é divertida... ah, uma boa cozinheira... acho que é só.

– A parte de “boa cozinheira” é mentira... sobrevivo graças à comida industrializada! – ela disse e riu.

– Vamos lá, tenho que desempatar isso, é injusto você saber tanto de mim e eu não saber sobre você.

– Nunca te disseram que a vida não é justa? – ela replicou sarcástica, fingindo surpresa e rindo.

– Ah, mas você me ama, não é? – ele fez cara de filhote de cachorro com fome. – Vai, fala sobre você.

– Posso procurar meu currículo depois, deve estar na escrivaninha, te dou uma cópia! Perfeito, vai até foto junto! – Isabella brincou.

– Eu to falando sério, Isabella.

– Eu também, Haz.

E os dois se encararam com um sorriso faceiro.

– Acabei de descobrir que também é irônica e teimosa! – Harry fez como se tivesse anotando.

Isabella jogou uma almofada nele. E ficou o olhando como se ele fosse uma miragem.

– O que foi?

– Tenho que memorizar bem essa cena: você aqui no meu sofá. Não é todo domingo que uma coisa dessas acontece...

– Se depender de mim posso vir aqui todo dia.

– Olha... não faz uma proposta dessas que eu aceito, viu? – Ela riu.

– Claro que aceitaria, loucura não está na sua lista! – Ele falou se achando o máximo.

– Esqueceu que ainda não me conhece completamente? Não tem como você saber se eu sou louca.

– Mal posso esperar pra te conhecer completamente.

– Harry! – ela jogou outro travesseiro nele.

Harry jogou o travesseiro nela de volta e os dois riram como duas crianças.

– Nem to mais com vontade de ver filme... – Isabella disse olhando secamente pra TV.

– Que bom, agora não vou mais ter que dividir você com a TV! – Ele pegou o controle e pausou o filme.

– Eu não disse que era pra você pausar!

– Disse indiretamente, e eu entendi. Você não vai pedir pra tirar uma foto comigo?

– Não adianta desconversar, aliás, eu to muito desarrumada pra tirar foto com você!

– Tá nada, vem logo, que eu sei que você só tá com vergonha e com medo de me assustar, mas eu não sou tão assustável assim, então sem problema! – ele sorriu.

Isabella não se mexeu do canto do sofá, então Harry tirou uma foto dela enrolada no edredom.

– Ficou fofo, agora uma de nós dois! Vem logo menina! – Harry se arredou pra perto dela e Isabella se aproximou e passou a mão no moletom e no cabelo para colocá-los em ordem.

Primeiro ele tirou com o iPhone dele e em seguida Isabella tirou com o dela.

– Ficou bacaninha... – Isabella disse olhando pra foto em seu celular.

– Ficou linda, o que já era de se esperar!

Isabella o fitou rindo e balançando a cabeça negativamente, rindo do ego de Harry.

– Quando foi que você soube da existência da banda?

– No início de 2011, depois que comecei a morar aqui pra fazer faculdade, foi no Twitter quando alguém disse que vocês iriam lançar o primeiro álbum após a longa jornada de vocês no X Factor, aí tinha uma foto de vocês com o Simon. Aí eu fui pesquisar sobre vocês, vi todos os vídeos de vocês no X Factor e me apaixonei, a partir daí, muita pesquisa sobre vocês e essas coisas! – ela disse dando de ombros e um pouco envergonhada. – Isn’t she lovely, isn’t she wonderfull? – Isabella cantarolou baixinho se perdendo no olhar de Harry.

Os dois permaneceram perdidos um no outro num tempo que pode ter durado segundos ou anos.

Harry achava que havia acabado de encontrar a garota mais incrível do mundo, e se perguntava como não tinha a encontrado antes. O jeito que ela sorria, que passava a mão no cabelo, o jeito que ela olhava pra ele... tinha algo que ele nunca tinha visto antes. Ele estava pensando como ela poderia viver praticamente sozinha daquele jeito, assistindo filmes domingo a noite sem ninguém quando ela tinha tanto a oferecer... quando ela era tão legal. E linda.

Até que o celular dele tocou e os tirou daquele momento. Harry atendeu assim que viu que era sua mãe.

– Alô, mãe?

– Oi, bebê, queria saber se você chegou bem na cidade.

– Está tudo bem sim, mãe, a senhora já viu no Twitter o que eu comi?

– Não, mas já estou indo checar – uma pausa curta – Isso é chocolate?

– É um doce de chocolate brasileiro! Vou levar a receita pra você fazer aí em casa, ok?

– Tudo bem, mas com quem você... Ah, lembrei, a garota brasileira que te atrasou sábado. Já vi que estou atrapalhando você! – ela riu. – Beijos, filho! Cuidado, juízo e te amo muito!

– Também te amo muito, mãe, boa noite! – Harry disse e desligou.

Harry se espreguiçou e deitou a cabeça no colo da moça. Ela não se mexeu.

– Minha mãe vai querer a receita, tá bom?

– Te mando por mensagem, é mais fácil e você manda pra ela. – Ela disse e começou a passar a mão nos cachos do garoto hesitante.

Ela parou segundos depois. Harry estava gostando.

– Continua, tava bom. – Ele disse e ela voltou a mexer no cabelo dele.

– Você não vai postar essa foto, né?

– Você não quer?

– Acho melhor não, por enquanto.

– Tudo bem.

As mãos de Isabella continuaram nos cachos macios de Harry, mas ela olhava para a cena pausada na TV. Ele a fitava, absorto em cada detalhe do rosto dela, seus olhos expressivos, o nariz afilado, lábios lindos – que ele estava louco para beijar – mas ele não queria apressar nada.

– Queria fazer isso agora. – Isabella disse e o encarou.

– O quê? – Harry perguntou assustado. Ela sabia que ele queria beijá-la agora?

– Parar o tempo nesse momento... com você aqui. – ela sorriu ligeiramente – Sei que é meio idiota, eu estou me segurando pra não começar a falar um monte de gayzices.

Harry soltou uma risada um tanto nervosa, sem querer. Como pode passar pela cabeça dele que ela havia lido o pensamento dele ou algo do tipo? Ele era muito idiota mesmo, estava rindo de si mesmo.

– Não entendi a graça. – Isabella franziu o cenho.

– Pensei que você estivesse falando de outra coisa... Enfim, não importa agora. Mas sabe, também queria que o tempo parasse.

– Que a gente tivesse um controle, assim como a TV, e pausar no momento certo...

– Tipo esse.

Harry se levantou do colo dela, mantendo o olhar dela e uma proximidade tentadora.

– Isso mesmo.                 

– Eu sei como fazer isso, fazer o tempo parar.

– Me mostre como... – ela sussurrou.

E lentamente os lábios dos dois se uniram.

A temperatura do ambiente parece ter subido, foi um beijo calmo e urgente, como se eles precisassem daquilo tanto quanto respirar para viver. Esqueceram-se de onde estavam, quem eram, só sabiam eram um do outro naquele momento, sem sombra de dúvidas. Os corpos deles pulsavam na mesma sintonia, como uma dança natural... Isabella envolvia o pescoço dele com os braços, tocando-o como se ele pudesse desaparecer a qualquer segundo. Harry estava tomado por algo que ele não conseguia controlar, uma paixão que o fazia puxá-la para si cada vez mais, sem que sobrasse nem um espaço entre eles.

Não havia tempo para mais nada, porque só para os dois, o tempo estava parado.


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Notas finais do capítulo

alguém aí? xx



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