A Espera escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 1
A Espera.


Notas iniciais do capítulo

Hey!!
Muito obrigado por darem chance a história.
Tive essa ideia em uma aula de português.
Acho que não está tão boa, mas espero reviews com as opiniões de vocês sendo elas positivas ou negativas.



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A chuva me deixava cada vez mais aflita.

Aquelas gotas grossas caiam incessantemente do lado de fora, poças de água eram visíveis na rua, aquela paisagem já deixara de ser interessante há muito tempo, mas eu tinha que ficar ali. Eu precisava continuar ali.

Meus olhos desviam por alguns segundos do lado de fora da minha casa, para fitar um porta-retrato em cima da estante. Nele estão meu marido e eu no dia do nosso casamento. Seus olhos azuis expressavam uma enorme mistura de emoção e felicidade, e os meus não estavam muito diferentes.

Peeta circundavam meu corpo com seus braços fortes, que eu tanto sentia falta naquele momento. Seu rosto estava na direção de quem tirava a foto, já o meu estava direcionado a ele que tinha o sorriso mais lindo que eu já vira. Minha atenção logo volta para o lado de fora.

“Não era para ele estar demorando tanto assim” penso sozinha. Pelo o que tinham informado pela televisão, o exército americano já tinha saído da área de conflito há quatro dias. “Já era para ele estar aqui!”, penso mais uma vez e continuo a olhar para fora.

A porta que interliga a sala de jantar e o cômodo em que me encontro se abre, e por ela passa a minha mãe, mas eu não tiro minha atenção da janela.

– Katniss você precisa comer! – minha mãe insiste mais uma vez. Já era a terceira vez que ela pedia para que eu comesse algo, nem que fosse uma maçã, mas nada passava pela minha garganta. – Ele não gostaria de te ver assim, minha filha. – minha mãe diz, e agora eu tenho que concordar com ela. Peeta não gostaria de me encontrar nesse estado.

Eu aceito um morango e como ainda olhando para o lado de fora. Minha mãe ainda parece insatisfeita e me oferece um pouco de cozido de carneiro, e como eu ainda não tinha almoçado naquele dia, aceitei.

Enquanto eu comia silenciosamente, lembranças me atingiram e todas tinham a ver com o meu marido.

Lembrei-me de quando o conhecia. Eu estava atrasada para a faculdade e passei na padaria próxima ao campus da universidade. Já que eu não tinha tomado café, estava quase morrendo de fome. O atendente era um loiro alto de pele branca e olhos incrivelmente azuis, semelhantes ao de um dia claro de verão. Eu fiquei hipnotizada assim que encontrei o seu olhar, mas fui tirada dos meus devaneios quando uma voz rouca me chamou.

– O que a senhorita deseja? – o homem loiro na minha frente perguntou.

– Eu... É-é – me amaldiçoei mentalmente por ter gaguejado, tossi um pouco para limpar a garganta e continuei – Eu gostaria de um pão de queijo. – ele pegou um saco de plástico e com uma luva pegou o meu pedido na estufa. Quando ele me entregou estava bem quentinho. Eu lhe direcionei um sorriso em sinal de agradecimento, e quando sai de seu campo de visão pensei: “Katniss Everdeen, sorrindo? O que está acontecendo comigo?”

Balancei a cabeça para me livrar de alguns pensamentos e caminhei até o caixa. Quando o homem – que por sinal tinha a mesma aparência do que havia me atendido as minutos atrás, porém um pouco mais dura - avisou-me do preço comecei a procurar pela minha carteira e notei que havia esquecido a mesma em casa. Quando eu ia dizer que não levaria nada, o mesmo homem loiro que me atendera, chegou e disse que era por conta da casa.

No inicio eu não entendi, mas o relógio na parede me fez lembrar que eu tinha aula dali cinco minutos, então eu agradeci e levei o pão de queijo comigo, mas antes vi de relance uma mulher chegar perto do homem e lhe dizer algo e pela sua expressão parecia uma repreensão. Depois daquele dia voltei à padaria sempre que tinha aula na faculdade, ou seja, quase sempre. No começo eu não sabia exatamente o porquê, mas depois de algumas idas eu percebi que havia gostado do garoto de olhos azuis.

Com o tempo descobri que seu nome era Peeta Mellark, e que seus pais eram donos da padaria, por isso ele trabalhava no estabelecimento. Acabamos nos tornando amigos e depois disso nossa amizade se tornou algo mais.

O tempo passou e Peeta me pediu em namoro, e eu aceitei. Nossa vida estava indo bem, eu adorava a companhia do loiro de olhos azuis, e ele parecia gostar da minha também.

A família de Peeta me aceitara bem, pelo menos boa parte dela, já que sua mãe havia deixado bem claro que não gostava de mim. Peeta não deixou que isso me afetasse e disse que sua mãe era assim sempre que conhecia alguém, mas no fundo era uma boa pessoa. Eu acredito nisso, mas acho que é tão fundo que ninguém será capaz de achar esse seu lado bom.

Peeta me pedira em casamento quando tínhamos cerca de três anos de namoro e eu obviamente aceitei, era ao lado dele que eu queria passar o resto da minha vida, mas no mesmo dia em que Peeta fizera o pedido, eu escutara uma discussão entre sua mãe e ele.

– Você quer trazer ela para nossa família? – a mulher disse em tom de nojo, mas como eu estava atrás da porta não pude ver sua expressão, mas provavelmente ela expressava tanto nojo quanto o seu tom de voz.

– Daria para você pelo menos me apoiar em uma decisão da minha vida? – Peeta perguntou e sua voz mostrava que ele estava ressentido.

– Pelo visto, dessa vez você se superou em fazer a escolha errada. – a mãe do meu noivo disse e sua voz se aproximou da porta.

– O que você quer dizer com isso? – meu noivo perguntou.

– Eu estou dizendo que você quer continuar como o zero à esquerda que seu pai é. – dessa vez a mulher já gritava e eu me aproximei um pouco mais para escutar melhor.

– A senhora está assim, por eu ter escolhido seguir com a padaria? – provavelmente Peeta estava com o cenho franzido, expressando sua dúvida.

– É. Eu escuto todas as minhas amigas falarem, que seus filhos serão médicos, advogados, que eu fico com vergonha de falar que o meu vai ser padeiro. – a mulher disse em um tom alto e petulante, a minha vontade era entrar e contar umas boas verdades para ela, mas Peeta não deixaria. Então eu continuei os escutando.

– Você tem vergonha de mim? - meu noivo disse com a voz embargada. Eu não agüentava ouvir ele desse jeito.

– Claro. – a mulher disse e logo continuou sem sinal algum de arrependimento – Por que você não segue o exemplo de seus irmãos? O Nicholas se tornou um soldado da Marinha. O Jake está cursando a faculdade de medicina. Sinceramente Peeta Mellark, você é o meu maior desgosto. – os passos da minha futura sogra se aproximaram ainda mais da porta e eu corri para me esconder, acabei entrando no banheiro e depois de alguns minutos eu sai me certificando que não tinha ninguém no corredor.

Comecei a procurar por Peeta e o encontrei em seu quarto. Ele não parecia ter chorado, mas eu nunca o tinha visto tão sério. Resolvi que era melhor não tocar naquele assunto, pelo menos não naquele momento.

Mais alguns meses passaram e o meu casamento com Peeta se aproximava. Faltando cerca de três meses e meio antes do nosso enlace, meu noivo foi até a minha casa e disse que precisava conversar comigo e que o assunto era sério, no inicio eu cheguei a pensar que ele não queria mais se casar comigo, mas quando ele começou a falar descobri que era pior do que eu imaginava.

– Katniss, eu me alistei para o exército. – ele disse sem antes me preparar para o choque. Fiquei paralisada ao receber a noticia. O meu Peeta iria para a guerra?

– Fala para mim que não te aceitaram. Fala! – eu gritei e ele me circundou com seus braços, enquanto, eu tentava sair de seu abraço me debatendo, mas ele era mais forte. Depois de incansáveis minutos me debatendo, eu parei e comecei a chorar silenciosamente em seus braços, e quando ele percebeu o meu estado me apertou ainda mais.

Peeta passou um bom tempo somente me abraçando e dizendo algo para me acalmar, depois ele afastou-se um pouco de mim e enxugou as minha lágrimas, e logo após esse ato depositou um beijo casto em meus lábios, que eu fiz questão de aprofundar. Queria mostrar para ele o quanto o amava e o tamanho do meu medo de perdê-lo.

– Por que está fazendo isso? – eu perguntei assim que o ar se fez necessário entre nós.

– Eu... – Peeta hesitou em continuar, eu pensei que ele mentiria sobre o real motivo daquilo, mas ele respirou fundo e continuou – Eu quero provar a minha mãe que sou capaz de fazer isso. – ele disse em um fôlego só.

– Você sabe que não precisa. Não sabe? – eu perguntei acariciando seu rosto, enquanto seus olhos estavam fechados.

– Não é só para ela que eu quero provar. Eu quero ter certeza de que posso. – ele disse ainda de olhos fechados, mas quando abriu percebi que suas orbes azuis mostravam que ele estava determinado a fazer aquilo.

– Eu te amo. – eu disse e ele abriu um enorme sorriso. Eu não costumava dizer aquelas três palavras com freqüência, diferente de Peeta que não tinha medo de mostrar ao mundo o quanto me amava.

– Eu te amo. – ele ecoou as minhas palavras, mas ao ouvir ele dizer, meu coração falhou em uma batida e eu sorri para ele.

Naquele mesmo dia eu o levei para um lugar só meu, que antes eu compartilhava com o meu pai. Um lago que ficava quase que no meio do bosque, que fazia divisa com a cidade. Peeta ficara impressionado com a beleza do lugar, e com aquele cenário trocamos inúmeras juras de amor, além de assistir ao pôr-do-sol, momento do dia que eu passara a adorar, já que era o preferido do meu noivo.

Na volta foi ele quem dirigiu e com isso eu acabei dormindo no banco do passageiro. Não me lembro de ter subido até o meu quarto, mas me lembro de que Peeta me deixou na cama, deu um beijo em minha testa e logo depois em meus lábios e disse:

– Eu te amo. – logo previ que ele se afastaria, e ainda sonolenta agarrei sua camisa e com as palavras enroladas devido o sono eu pedi:

– Fica comigo?

– Sempre. – ele não hesitou em nenhum momento em me dar aquela resposta e eu fiquei feliz com isso. Naquela noite dormimos abraçados.

Naquela mesma semana, Peeta contara a “novidade” a sua família, seu pai ficara feliz com a decisão do filho e até mesmo seus irmãos o parabenizaram felizes pelo irmão mais novo. E a mulher que era o verdadeiro motivo para que Peeta entrar no exército não apresentou nenhuma expressão, passou o jantar inteiro sem proferir nenhuma palavra. Peeta quis que ninguém percebesse sua decepção, mas eu já o conhecia muito bem.

Um barulho fez com que eu voltasse à realidade. Minha mãe tinha acabado de pegar o prato, que antes estava cheio de cozido de carneiro, ela deixou a louça na bandeja de prata e olhara para fora, do mesmo modo que eu fazia há minutos atrás.

Então, me lembro que minha mãe ficava da mesma forma a espera do meu pai. Acho que era sina da família se casar com um militar.

Meu pai morrera em uma guerra, e ao me lembrar desse detalhe meu coração se apertou. Será que tinha acontecido alguma coisa com o Peeta? – me perguntei.

Eu ainda lembrava como se tivesse sido ontem, que recebemos a noticia da morte do meu pai. Minha mãe estava olhando pela janela pela centésima vez somente naquele dia, e minha tia Hazelle ficava afirmando que meu pai estava bem, que nada havia acontecido e que ele voltaria para casa.

– Vamos você precisa cuidar das meninas. – minha tia disse puxando minha mãe pela mão até a cozinha, aonde minha irmã, Primrose, e eu almoçávamos.

Prim direcionou um sorriso na direção de nossa mãe que retribui com o mesmo entusiasmo, almoçamos em silêncio, minha mãe olhava de cinco em cinco minutos na direção da sala de estar e minha tia só ria.

Então, a campainha soou. Minha mãe se levantou com um lindo sorriso no rosto e seus olhos claros brilhavam em expectativa. Nós a seguimos e Prim foi até ela segurando em um de suas pernas. Eu fiquei um pouco mais afastada, estava morrendo de saudades do meu pai, mas como minha mãe estava mais aflita eu deixei que ela fosse a primeira a saudá-lo.

Quando a porta foi aberta um homem de uniforme verde e tinha um chapéu em sua mão, e antes que ele abrisse a boca para dizer algo minha mãe caiu sentada e começou a chorar. Minha irmã que estava tão perto dela se assustou com a atitude e também começou a chorar, eu entendi assim que ouvi minha mãe sussurrar coisas sem nexo. Tia Hazelle abraçou a irmã e eu repeti seu ato só que com Prim e a tirei da sala.

Já em seu quarto ela me perguntou:

– O que aconteceu Kat?

– Nada não patinha.

– Quack. – nós duas tínhamos esse hábito, eu a chamava de patinha e ela imitava um pato.

– Quack, pra você também. – eu deitei ao seu lado na cama e ela perguntou mais uma vez.

– A mamãe vai ficar bem? – naquele momento eu tinha a absoluta certeza que sim, então respondei.

–Vai sim.

Mas não foi isso que aconteceu, minha tinha virado uma espécie de zumbi, ela ficava sentada na poltrona do meu pai e não fazia nada, apenas chora ou balbuciava o nome do meu pai. A partir desse dia era eu que fazia tudo, desde limpar a casa a sustentar. Meu primo Gale me ajudava ele me dava um pouco de seu salário para complementar o meu. Então foi assim durante longos, e intermináveis sete meses.

Depois desse tempo, minha mãe voltara a fazer atividades básicas como: a limpeza da casa, mas como ficara sem ir ao trabalho acabou perdendo o mesmo, foi difícil para ela arrumar outro, mas ela conseguiu.

Eu estaria mentido se falasse que a perdoei pelo tempo em que ela estivera ausente na minha vida e na da minha pequena Prim, eu guardei rancor dela até a primeira missão do Peeta, somente depois desse dia eu percebi o quanto minha sofria enquanto, esperava uma noticia do meu pai. E hoje percebo que se algo acontecer com o meu Peeta, posso ficar igual ou até mesmo pior que minha mãe.

Tal pensamento vez com que meus olhos lacrimejassem, e um aperto atingiu meu coração. Eu não podia ficar sem o Peeta. Eu não sobreviveria sem o meu Peeta.

– Ele vai voltar. – minha mãe disse segurando as minhas mãos. E o tom que ela usou denunciava que ela estava convicta do que dissera.

– Como a senhora pode ter tanta... – antes que eu terminasse a minha fala a porta da sala se abre e eu avisto sua silhueta totalmente encharcada.

Em questão de segundos estou ao seu lado, mas ao invés de abraçá-lo começo a socar seu peitoral.

– Por que você não me ligou? Por que não me avisou? – a cada palavra que eu dizia era um soco que eu acertava, a essa altura as lágrimas já caiam livremente pelo meu rosto.

Peeta me abraça, mas eu tento me livrar de seu aperto.

– Por que...? – continuo a pedir explicações, mas ele nada me responde.

– Me desculpa? – ele pede, é tão bom escutar a sua voz novamente. Aconchego-me ainda mais em seu aperto e ele me abraça ainda mais forte. Eu não me incomodo por ele estar molhado, onde meu ouvido está posso ouvir seu coração bater, é tão bom saber que ele está bem, e que está aqui, comigo.

Me solto dele e levanto um pouco para alcançar seus lábios que não hesitam em se aproximar dos meus e com isso entramos em um beijo calmo, que mostra o quanto nos amamos e o quanto sentíamos falta um do outro, e com esse gesto ele entende que eu o desculpo.



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Notas finais do capítulo

Espero com todo o meu coração que tenham gostado.
Deixem reviews.
Beijos e até uma próxima.
OBS.: Se você gosta de Percy Jackson e os Olimpianos, peço que leia a minha outra fic: It Is The Life...
Aqui está o link:http://fanfiction.com.br/historia/218949/It_Is_The_Life.../
Mais uma vez obrigada pela atenção.