Strange Love. escrita por Milena


Capítulo 9
Both - Part I


Notas iniciais do capítulo

Decidi dividir esse capítulo em duas partes. Obrigada pelos reviews, vejo vocês lá embaixo ♥



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Entrei no box ligando a água e ao sentir ela em meu corpo, estremeci. Precisava daquele banho mais que nunca. Passei bons minutos naquele relaxamento, mas logo lembrei que não morava sozinha. Quer dizer, não por uns dois dias ou mais. Me enxuguei vestindo qualquer roupa que encontrei e fui até a sala, ouvindo a porta se abrir logo em seguida.

– Mas já? – interroguei levantando uma sobrancelha.

– Claro, você queria que eu demorasse mais? – ele rolou os olhos entregando uma sacola a mim e dirigindo-se ao sofá. Liguei a TV e sentei ao seu lado, remexendo no que Justin havia trazido pra mim.

– Hmmm, hambúrguer é uma ótima forma de se começar o dia – sorri sarcástica e ele ignorou respirando fundo.

Justin havia ido a cafeteria menos chato do que de costume e voltou insuportável. O que diabos havia acontecido?

– Que foi, em? – falei ainda mastigando um pedaço do meu nutritivo café da manhã.

– Nada – ele respondou ainda com os olhos na TV.

– Você é insuportável, mas não tanto assim – tomei um gole do meu ‘café’ quase gelado.

– Tenho que ensaiar mais tarde – ele abocanhou sua comida logos após a fala.

– E por isso tá assim? – falei com voz de deboche.

– Você não sabe o quanto é chato essa vida – ele me olhou – é uma porcaria.

– Não é você que vive se gabando por ser o Justin Bieber?

– Ser rico é legal – ele continuou – mas quando eu acho que vou descansar, vem algo e impede.

– Cala boca – parei de o olhar e voltei a olhar pra TV – você escolheu essa vida, idiota, você não pode reclamar de nada.

– E é isso que me deixa chateado – ele bufou mais uma vez, colocando sua comida de lado.

– Shhhh – coloquei a mão em seu rosto impedindo que ele continuasse com o drama de vida de famoso, ainda encarando a TV. O filme parecia bom.

– Eu te amo Marc, eu te amo! – A garota do filme pulou em cima do cara e seu sorriso era de orelha a orelha.

– Eu também, Kath – o cara respondeu, mas não com a mesma expressão que ela.

– Não mereço – rolei os olhos mudando de canal.

– Que foi? – Justin riu.

– Melação – o olhei – não suporto isso.

– Por que você nunca teve ninguém pra ficar de melação – ele riu, mas dessa vez, de mim.

– Vai começar o teatro de “eu sou rico e você é favelada”? – tentei imitar sua voz.

– Não – ele ficou sério – eu só ia te lembrar que você é mal-amada.

– Recuso, obrigada – sorri irônica e voltei ao meu hambúrguer.

– Sky – ele me chamou, o olhei.

– Que foi?

– Você tem que vir comigo hoje a tarde.

– Pro ensaio? Você tá louco? – ri de sua inocência – eu não.

– Vai sim – ele se inclinou ficando de frente pra mim.

– Não – respondi ficando séria.

– Sim – ele falou e se levantou pegando a sacola vazia e com seus restos.

Odiava, odiava mesmo discutir com Justin. Pois, sabia que nada do que eu tentasse falar mudaria sua opinião.

Xx

– Nós estamos atrasados! – Justin gritava do lado de fora do quarto.

– Que seja, você me convidou, você que me espere – gritei de volta terminando de fazer um coque em meu cabelo.

Terminei de calçar meu all star e abri a porta do quarto passando pra a sala e encontrando com Justin já nervoos.

– Pronto – falei indo até a porta e saindo com ele, logo após.

– Você não usa saltos? – pausou – tipo, nunca?

– Não – respondi indo até a saída do edifício – além de ter que agüentar você, vai ficar falando sobre o que eu uso? – respondi o seguindo rápido até a garagem.

Entramos o seu carro e em poucos minutos, ele deu a partida, apressado.

– Scooter vai me matar – sibilou acelerando.

– Quem é Scooter? – perguntei, olhando pra janela.

– Você vai ter tempo suficiente pra conhecer todo mundo quando chegar lá.

– Me pergunto se um dia você já foi simpático com alguém – falei rindo sarcástica.

– Também – ele me olhou rápido.

Justin acelerava cada vez mais e eu sempre tinha que brigar com ele sobre ele não estar dentro das regras, mas estava pouco me fudendo pra regras desde que chegasse viva pra onde Justin estava me levando.

Chegamos em frente ao que mais parecia uma quadra extensa, não aqueles da TV, ao ar livre exposto ao sol e sei lá o que vocês vêem. Era uma quadra fechada, pertencente provavelmente a Justin e sua equipe. Entramos correndo, Justin parecia realmente preocupado com a bronca que ia levar.

Havia descoberto quem poderia mandar em Justin. Ri comigo mesma e acho que ele percebeu.

– O que foi? Do que esta rindo? – perguntou sem olhar pra mim, adentrando dentro da quadra e fechando a porta em seguida.

– Nada, só descobri quem manda em você – ri debochada indo em direção a arquibancada, mas antes fui parada por um cara alto e loiro.

– Quem é você e como conseguiu chegar até aqui? – Seus olhos diminuíram no seu apertar de cílios. Ele não estava falando sério, percebe-se pelo seu jeito, ri dele e nem percebi que fiquei sem o responder.

– Sky, Ryan – Justin entrou no meio – Ryan, Sky – Justin juntou nossas mãos em um aperto de ambas – ou triplas – nada formal e depois saiu correndo e puxando Ryan com ele.

Passei meus olhos pela quadra – se é que podia chamar assim de tão espaçosa que era – e notei que haviam outras pessoas além dos dançarinos. Havia um cara perto de uns instrumentos e duas garotas conversando perto da porta. Havia uma senhora – muito bonita por sinal – sentada na outra arquibancada e percebi Justin correr até ela a abraçando e sorrindo, provavelmente, sua mãe. Pensei.

Haviam mais pessoas, mas minha visão foi interrompida por um rosto já conhecido.

– Não acredito – sussurrei pra mim mesmo enquanto vi a enfermeira que havia me atendido no dia de minha “quase-morte” no meio de algumas pessoas. O que ela estaria fazendo aqui? Só o que me faltava!

Andei até Justin, mas assim que abri a boca pra falar, ele saiu correndo arquibancada a baixo. Justin parou no meio da quadra e logo as pessoas que estavam em uma roda – inclusive a enfermeira, nem sei se o emprego dela continua esse, mas vou continuar a chamando assim – ficaram atrás dele, em posições.

– Um, dois, três – o cara que estava perto dos instrumentos colocou a música pra tocar e Justin e seus dançarinos começaram a se movimentar no meio daquela quadra. Andei mais uns degraus da arquibancada pra conseguir ver melhor e fui surpreendida por tamanha agilidade de Justin.

Ele é um filho da puta e isso todo mundo sabe, mas ele tinha talento.

Ele começou a cantar algo como se eu fosse seu namorado, mas nem liguei muito, pois o olhar da tal enfermeira estava sobre mim. A encarei e ela sorriu vitoriosa, como se ela pudesse... Ela não pode nada. Ri dela e acho que a mesma ficou sem entender por conta de sua face sem expressão.

Percebi outro par de olhos em mim e me direcionei a eles, era os de Justin.

– Manteria você em meus braços, nunca te deixaria sozinha – cantou ainda com o seu olhar em cima de mim, fiquei incomodada, admito. Porque os últimos dias estive nos braços de Justin umas três vezes e ele não me deixou sozinha por muito tempo, assustador.

– Eu posso ser um cavalheiro, o que você quiser – continuou interrompendo minha mente.

– Irônico – sussurrei, Justin nunca seria cavalheiro.

Acho que ele conseguiu entender por leitura labial, porque seu olhar foi seguido de um riso. A música parou e ele caminhou até mim.

– O que achou?

– É possível achar bom com você no meio? – falei e ele abriu sua garrafa, tomando um imenso gole e soltando um riso pelo nariz.

– Você gostou – ele falou, ainda com o riso sarcástico.

– Talvez – respondi olhando por cima de seu ombro. A maldita enfermeira nos olhava. Quase esqueci de perguntar o que ela estava fazendo aqui.

– Porque ela esta aqui? – mantive meu olhar nela e ele se virou a olhando.

– Ela mandou o vídeo e escolheram ela – sua voz soava normal.

– Qual o sentido dela ser sua dançarina? Ela trabalhava em um hospital – retruquei.

– Ela dança bem – ele olhou pra ela, novamente, soltando um sorriso de canto.

– Inferno – falei revirando os olhos – Eu achei que essa coisa tinha saído da minha vida pra sempre e ela vem e vira sua dançarina?

– Hm, Sky – ele me olhou com um sorriso provocativo – Te incomoda que ela seja minha – ele deu ênfase no minha – dançarina?

– Claro que não – menti – você ia ou vai comer ela do mesmo jeito – dei de ombros e ele riu.

– Eu não quero ela – ele balançou a cabeça – ela é gostosa, mas não...

– Obrigada por sua sinceridade – falei e antes que ele pudesse responder, um cara alto e moreno o chamou.

– Quem é ela? – pude ouvir mesmo ele forçando a voz pra soar o mais baixo possível.

– Minha amiga – Justin sussurrou de volta.

– Mal saiu de um relacionamento na mídia e já quer arranjar encrenca?

– Ela é só minha amiga – Justin repetiu, mas o cara parecia o ignorar.

– Você não pode ficar com ela o tempo todo que estiver de férias, vão entender errado – ele falou.

– Eu não vou abrir mão das coisas que quero pela mídia, já fiz isso uma vez e foi uma merda – Justin retrucou saindo e deixando o alto homem bufando. Ainda estava o olhando e só percebi isso quando ele deu um sorriso forçado pra mim. Respondi a ele com um movimento de cabeça e ele saiu da quadra, parecendo totalmente extressado.

xx


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Notas finais do capítulo

Eaí, gostaram? Os reviews de vocês são perfeitos, de verdade.
Enfim, eu tava pensando... Que tal o Justin narrando também? Até porque eu vou precisar disso no futuro e posso começar a usar agora, mas não vou utilizar tanto como o do Sky. Só pra vocês entenderem melhor o lado dos dois! É isso, não esqueçam dos reviews e obrigada mais uma vez. ♥