Fiz a coisa que pareceu mais sábia que me pareceu naquele momento: Corri, pra longe, rápido. E o que me surpreendeu não foi eu ter corrido da droga, o que costumava ser meu vício, o que me surpreendeu foi o fato de Dylan não ter vindo atrás de mim.

Mesmo sem ele vir atrás, continuei correndo o mais rápido que pude. Entre minhas olhadas pra trás, pude ver um sorriso sarcástico em seu rosto como se tudo aquilo fosse planejado, como se ele soubesse que eu ia reagir e correr, como se ele fosse me ver de novo.

Continuei correndo até não restar ar meus pulmões, e quando parei de correr, fui obrigada a me encostar à parede do meu prédio. Respirei fundo tentando voltar a raciocinar direito.

Ele não tinha vindo atrás de mim. E isso era mais que estranho.

Entrei no prédio olhando pros lados pra ver se Dylan não estava me vigiando ou mandando alguém fazer isso por ele e corri pra dentro.

Pensei tanto em Dylan e em como o cheiro da droga me afetou, mesmo eu não a querendo mais, que esqueci completamente do motivo principal de eu estar na praia.

Justin.

Ele me deixou esperando por horas... E no final, não veio.

É tão tolo, mas aquilo esmagou meu coração de um jeito nunca feito antes.

E o pior foi ter ouvido aquelas palavras de Dylan... “Pelo menos eu seria fiel a você, coisa que seu namoradinho não foi.”

O que ele quis dizer? Que Justin me traira? Ah meu Deus, eu estava ficando mesmo e muito paranóica. A porra do Dylan nunca nem viu Justin na vida, porque ele iria saber de coisas tão... intimas.

Caralho!

Peguei meu celular e liguei pra Justin. Uma... Duas... Três... Quatro... Cinco... Cinco vezes! O que ele poderia estar fazendo pra não me atender?

Joguei o celular longe e passei a mão no rosto.

Você não vai depender de homem nenhum, se ele quiser falar com você, vai te ligar e explicar tudo o que aconteceu esses dias.

Entrei no banheiro e tomei um banho demorado.

Hoje era dia de semana e ainda tinha trabalho... Que se foda tudo, eu não vou.

Eu não consigo lidar com os meus problemas, quanto mais com a indecisão da maioria das pessoas que entram ali.

Respirei fundo mais uma vez, eu estava frustrada e fazia dias... Semanas, que eu não me sentia assim.

Xx

Justin’s P.O.V On.

Passei a noite em claro, eu não poderia dormir sabendo que a qualquer momento Sky poderia não respirar.

Desde que Dylan saiu, só voltou uma vez pra perguntar qual gíria eu mais usava em minhas perguntas...

“Certo?” Foi isso que respondi.

A dor me incomodava menos agora, mas não significava que deixara de ser insuportável.

Até chorar agora seria inútil, o máximo que conseguia era ter os olhos úmidos... O estado em que eu estava não me permitia fazer esforço nem pra respirar.

Pensei em várias formas de escapar, de apenas ir embora e proteger Sky como fiz todos os dias.

Mas eu não podia, caralho! Eu estava quase morrendo, não só por fora, mas como por dentro também.

Meus pensamentos foram interrompidos por Dylan saindo da mesma abertura, agora conseguia abrir os olhos bem e examinar cada passo que ele dava.

- Fale com sua mãe – ele colocou o celular em meu ouvido.

Se ele fizesse isso ontem, eu não conseguiria...

Não demorou muito pra ouvir sua voz preocupada.

- Justin? Onde você está? Estou tão preocupada...

- Mãe – a interrompi, tentando soar o mesmo Justin de sempre, mesmo estando destruído – Estou bem, vou voltar logo, só preciso de um tem... Um tempo sozinho – olhei pra Dylan que sorria como aprovação. – Sabe? Só isso, um tempo, mãe, tudo bem? Eu volto logo, prometo.

- O que aconteceu, Justin? Por favor, fa...

- Mãe, eu te amo, tenho que desligar agora, se cuide – virei meu rosto, obrigando Dylan a desligar.

Fiquei calado, ouvir a voz de minha mãe preocupada e exausta foi o meu limite.

Xx