A Viagem Dos Novos Argonautas escrita por O Coração Negro


Capítulo 11
Capítulo 11 Pique Bandeira – POV Jason


Notas iniciais do capítulo

Vou adiantar, Eric não é filho de Hera/Juno, tem algo por traz da relação deles.



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Capítulo 11 Pique Bandeira com as Caçadoras – POV Jason

Apesar de tudo Jason achava que a partida havia ocorrido bem, a chegada de Juno havia impedido uma luta, mesmo a rainha das amazonas não faria nada frente à rainha do Olímpo, quanto às possíveis desavenças Reina e Annabeth poderiam cuidar disso.

O real problema foi algo causado por uma única palavra, “mãe”, Eric ter chamado a rainha do Olímpo de mãe havia provocado um reboliço entre os campistas, os viajantes do Argo não eram uma exceção, a possibilidade de Juno ter quebrado os votos matrimonias era aterrorizante para todos.

Jason sabia, entretanto, que sem duvida alguma Eric não era filho de Juno, havia algum mistério ali, algo antigo, ele sabia, pois a própria deusa havia dito “se você quer a verdade, Jason, na maioria das vezes invejo os filhos mortais dos outros deuses” “Não é da minha natureza ser infiel.Só tenho dois filhos divinos, Marte e Vulcano, ambos são desapontamentos. Não tenho heróis mortais para fazerem a minha vontade, e por isso eu sou geralmente severa para com semideuses — Hercules, Enéias, todos eles”, Eric não era filho de Juno, ele era o único que tinha certeza, porém a porta do quarto do sétimo herói ainda era alvo de olhares curiosos.

Assim que o navio decolou o recém chegado foi até uma cabine e falou ameaçadoramente “eu vou dormir, quem entrar será morto” de uma maneira tão selvagem que lembrou um cão raivoso, desencorajando assim qualquer tipo de socialização.

A viajem de volta ao acampamento meio-sangue foi estranhamente mais lenta, não só o navio carregava 47 semideuses, como também um jovem ciclope e uma harpia que passava todo o tempo lendo ou olhando para Tyson, em alguns momentos ela murmurava algo como “livros são bons para harpias”.

O peso adicional não era a única razão para a viagem estar indo devagar, o mal tempo parecia estar cercando o Argo de tal maneira que Jason se surpreendeu de ainda permanecerem no ar, Leo mantinha a sala de maquinas funcionando enquanto Percy e ele ficavam tentando apaziguar a tempestade, mas a fúria do senhor dos ventos ou possivelmente a do próprio Júpiter senhor dos céus parecia não querer ser aplacada.

Mas o que realmente afligia Jason era o coração, não falava com Piper desde o acampamento Júpiter, ele sentia que a conversa que tiveram entre as paredes do navio havia criado uma muralha entre eles, a própria garota estava anormalmente emburrada.

Ele foi até Percy que estava na proa do navio olhando o horizonte pensativo, ele sabia em que o filho de Poseidon pensava, em Annabeth, por isso ele resolveu falar com ele primeiro, ele não só era mais experiente nesse assunto, como também seria uma oportunidade de ajudá-lo a superar a nova separação.

– Percy? – chamou ele, o garoto se virou, ele tinha aquele olhar melancólico como se tivesse deixado algo vital para trás.

– Jason – disse ele cumprimentando e forçando um sorriso, porém ele não era um bom ator.

– Você pode me dar umas dicas...? – perguntou Jason na duvida de como proceder.

– Dicas? – perguntou Percy confuso.

– Sabe... eu to com um problema com garotas – disse Jason corando, isso era mais difícil do que parecia, porém Percy sorriu, eles passaram quatro horas conversando sobre o assunto, o filho de Poseidon não parecia ser exatamente um expert no assunto, era mais como se ele tivesse “dado sorte”, contou todas as aventuras e momentos que teve com sua namorada, o pensamento que apesar de tudo eles haviam conseguido ficar juntos pareceu animar o rapaz.

Jason ficou satisfeito ao saber que ele não era o único homem do mundo que não entendia a mente feminina, o relato de Percy fez com que ele sentisse que tudo ia acabar bem.

Jason intimamente havia começado a admirar o rapaz, ele havia feito tanta coisa, que era difícil não respeitar o homem que havia recuperado o raio de Zeus, navegado no mar de monstros em busca do velo de ouro que uma vez foi recuperado por seu xará, segurado o céu, salvado Artemis, entrado no labirinto, derrotado Anteu, liderado a batalha contra Cronos, derrotado Hyperion e o próprio senhor dos titãs, ele sabia também que o próprio Percy conhecia sua historia e o respeitava.

– Acho melhor entrar, a tempestade está piorando – disse Percy, o vento havia ficado tão forte que havia feito Jason ter dificuldade de manter o navio estável, mesmo com a ajuda do filho do senhor das tempestades.

Demoraram cerca de dois dias para atracar no acampamento, a quinta corte parecia nervosa e tensa, estavam visitando um lugar diferente, possivelmente hostil, por isso Jason e os outros cinco decidiram ir na frente.

A recepção no acampamento foi muito calorosa, mas a quinta corte ainda iria demorar para se sentir em casa, Jason se lembrava da sensação que tinha de estar em um lugar errado, mas ele sabia que tudo que eles precisariam era de tempo, algumas vezes, durante o processo de mostrar a eles o lugar ele foi abordado por colegas da legião perguntando onde eles se inscreviam para os horários de guarda, todos sem saber que as fronteiras do acampamento eram impenetráveis.

Por volta das quatro da tarde Eric se juntou a eles com cara de confuso como se não tivesse certeza de onde estava, porém nenhum grande incidente aconteceu, o que foi um alívio porque ele sentia que o sufoco com as amazonas tinha consumido vários anos de sua vida.

O que Jason mais gostou no curto regresso ao acampamento meio sangue foi rever sua irmã, que coincidente estava acampada no chalé de Artemis com as caçadoras, o grupo estava maior do que ele lembrava, eram cerca de 35 semideusas contando com Thalia, Leo parecia estranhamente animado, ficava fazendo truques bobos com peças sempre que passava perto de sua irmã, coisa que ele achava graça e por amizade resolveu ignorar.

Por volta das quatro e trinta da tarde se juntaram na casa grande para se reunir com Quiron e um mal humorado Sr D para informar todos os detalhes.

– O que importa é que os sete estão reunidos – disse QuÍron parecendo satisfeito, ele parecia querer ignorar pontos misteriosos e enigmáticos, como os três invasores que tentaram entrar no acampamento Júpiter atrás de Eric, e o fato do garoto ter chamado Juno de mãe.

Durante a reunião decidiram que os campista da quinta corte poderiam ficar na casa do seu parente divino correspondente, Frank permaneceria com Percy no chalé de Poseidon pois as crianças de Ares pareciam ser um pouco não amistosas demais.

Tudo parecia estar resolvido, eles partiriam em cinco horas quando o navio estivesse completamente reparado da tempestade; metade do chalé de Hermes e Atenas iria partir em viajem para o acampamento Júpiter levando uma carta de Percy provando serem aliados, ele já ia se levantando quando Quiron pediu que ele se sentasse.

– Falta decidir algo, qual vai ser a estratégia que usaremos no caça a bandeira – disse ele com os olhos brilhando. – é uma tradição termos uma partida amistosa sempre que as caçadoras visitam, e com a chegada dos romanos torna a vitoria importante, participar de eventos fortalece o espírito de equipe, mostra que podemos confiar uns nos outros.

Percy parecia particularmente animado, Jason sabia que sua irmã era osso duro, mas não imaginava como trinta e cinco garotas fossem capazes de vencer todos os chalés do acampamento unidos com a quinta corte, mas nas palavras de Quiron, era uma tradição e como ainda havia tempo para os reparos não parecia haver nenhum mal em tentar.

Por fim ficou decidido que os sete liderariam os campistas, Frank, Jason Hazel e Piper ficariam com o ataque, Percy iria cobrir a margem do lago, Leo lideraria a proteção da bandeira junto com a Quinta corte, Eric apenas balançava os ombros e dizia coisas como “eu não ficarei no caminho, vou apenas observar” como se o jogo fosse simplesmente idiota demais, era irritante.

Durante o jantar parecia haver uma atmosfera hostil com relação ao jogo, até mesmo as garotas do chalé de Afrodite pareciam querer vencer a todo custo, aparentemente as caçadoras tinham vencido cinqüenta vezes seguida, a vitoria parecia ser muito importante e não apenas pela união, mas por orgulho.

– Heróis! -Quíron chamou - Vocês sabem as regras! O riacho é a fronteira. Time azul Acampamento Meio-sangue — devem pegar a floresta oeste. Caçadoras de Artemis —time vermelho — devem pegar a floresta leste. Eu serei o árbitro e médico do campo debatalha. Nada de mutilações intencionais, por favor! Todos os itens mágicos estão permitidos. Para suas posições!

Todos se agruparam em suas posições, Jason sentia que isso ia ser moleza, mas ele estava enganado, ele correu junto com Piper, atravessaram o riacho sem problemas, o que era anormal, ele havia antecipado encontrar pelo menos uma ou duas caçadoras durante o trajeto, mas elas pareciam não ter interesse em atacar.

Eles mal haviam entrado 10 passos no lado inimigo quando ele começou a ouvir gritos, por todo o bosque, inclusive um que pertencia a Piper, ele se virou e viu ela presa em uma rede, foi em direção a garota com o intuito de libertá-la quando uma flecha passou zunido por ele com uma precisão tão boa que ele teve que controlar as correntes para não ser pego.

Olhou instintivamente para a direção do ataque, era uma garota de cabelos escuros, olhos azuis e cheia de atitude, usava uma camisa com uma caveira em chamas, sua irmã Thalia Grace sorria para ele.

– Eu sabia que você estaria no ataque – disse Thalia confiantemente – estava te esperando.

Jason não queria machucar sua irmã, jogou sua moeda para cima que virou uma gladius, esperava não ter que pegar pesado, iria apenas colocar ela para dormir, o filho de Júpiter atacou, mas ela desviou sem dificuldade, sua irmã era extremamente mais ágil que ele.

– Qualé irmãozinho, você consegue fazer melhor que isso – brincava Thalia sem se preocupar, como se a partida já estivesse ganha – quando você era pequeno a gente costumava brigar um pouco, você sempre levava a pior.

Se já não era ruim o bastante ele ter que enfrentar a irmã, pior ainda era perder na frente de Piper, não importava o que ele fizesse sua irmã desviava, quando Jason convocou o raio ela de alguma forma o guiou até o rio, se ele tentava voar com os ventos ou controlar as correntes ela o atrapalhava usando os próprios ventos para puxar o garoto para baixo, mantendo-o no chão; Thalia simplesmente era mais forte em combate, conseguia anular facilmente seus poderes, afinal ela tinha os mesmos, o pior eram os gritos que ele ouvia por todo o lado.

– Vocês colocaram armadilhas no bosque em tão pouco tempo? – Perguntou Jason tomando distância, pensou em tentar fugir dela e ir direto até a bandeira, mas não sentia que pudesse correr.

– Yep, eu sabia que nossa vantagem não era bem os números, então decidi vencer fazendo o que sabemos de melhor, que é caçar, somos muito boas nisso – disse Thalia sorrindo.

Foi quando aconteceu, foi como se uma energia negativa em forma de onda tivesse passado por ele, Jason se sentiu fraco, estranhamente vazio, errado, era como se alguém tivesse puxado sua tomada, tentou comandar o ar ou chamar um raio, mas nada acontecia, ele olhou para a irmã que parecia ter problemas semelhantes.

– Thalia? Você está sentindo isso? – ela confirmou, ele viu ela tentar chamar um raio, mas nada aconteceu.

– Thalia tente atirar uma flecha em mim. – disse Jason em duvida.

– Como? – perguntou Thalia incrédula.

– Apenas tente, confie em mim – Jason viu sua irmã puxar uma flecha no arco e disparar contra ele, porém ela errou por meio metro, isso não era natural, caçadoras nunca erravam.

Thalia tem algo errado acontecendo aqui – disse Jason expondo os pensamentos de ambos.


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Notas finais do capítulo

Hoje não estou bem humorado, não sei o que por aqui além de pedir para comentar, pois não mata os dedinhos.
Espero que gostem e amanhã pretendo postar 2, como sempre um entre 13:00 e 14:00 e o outro a noite.