No capítulo anterior …

Quando a minha cabeça me deu uma pausa e me deixou adormecer já era de madrugada e eu estava cheia de dor de cabeça talvez tenha sido por isso que nessa noite não consegui dormir nada de jeito, estive sempre com a sensação de estar a ser observada, como se isso fosse possível, sempre que abria os olhos era só eu e mais ninguém naquele quarto mas mesmo assim a sensação não passava.

P. O. V. Bella

Duas semanas passaram-se desde que conheci o Edward e tenho que admitir que foi uma das melhores que já vivi.

Tal como tinha dito Edward inscreveu-se no curso de Humanidades e na segunda-feira a seguir ao nosso almoço já lá estava, lindo como sempre, a entrar pela porta da minha sala de aula. Claro que a animação se instalou imediatamente na ala feminina da turma.

Flashback on

Estava entretida a desenhar no meu caderno enquanto o professor não chegava.

- Oh Meu Deus!

Acho que fiquei demasiado absorta no meu desenho porque dei um salto na minha cadeira assim que ouvi a exclamação histérica vinda de uma rapariga loira atrás de mim. Levantei de imediato os olhos tentando entender o motivo de uma grito tão fino que eu juro que podia ter furado os tímpanos a alguém, assim passei os olhos pela porta, estava tudo explicado. Edward estava ali parado, sorridente e a olhar para mim, correspondi-lhe o sorriso e corei.

- Turma temos um aluno novo, espero que o acolham e o façam sentir bem-vindo na turma, como é que te chamas rapaz? – o professor perguntou-lhe.

- Edward Cullen, senhor. – Edward respondeu-lhe com a sua voz de veludo hipnotizante.

- E pediste transferência de que curso para este Edward? – o professor voltou a perguntar-lhe.

- De nenhum, até agora ainda não me tinha matriculado porque ainda não me tinha decidido no que seguir. – Edward disse com uma voz paciente.

- Hum … isso é arriscado visto que vamos a meio do primeiro período, espero que consigas acompanhar a matéria e quando tiveres alguma dúvida podes vir ter comigo agora escolhe um sítio e senta-te. – pediu-lhe.

Nesse momento vi praticamente todas as raparigas da sala, até mesmo as que já estavam acompanhadas, endireitar-se, compor o cabelo, deixar o decote mais à mostra, piscar-lhe o olho e fazer-lhe cara que supostamente deviam ser sexy mas que para mim apenas as deixavam com cara de idiotas.

Para minha felicidade e tristeza delas, Edward nem sequer hesitou e veio logo para o meu lado que estava vazio.

- Bom dia. – cumprimentou-me.

- Oi. – respondi-lhe meio envergonhada.

Durante toda a aula ouvi suspiros vindos detrás de mim e muito certamente originados pela presença de Edward, não falamos no resto da aula mas de vez em quando eu olhava para ele ou sentia os seus olhos em mim.

Flashback off

Depois dessa aula começamos a passar todos os intervalos juntos e ficámos juntos em praticamente todas as aulas, Ângela conheceu Edward e ficou, literalmente, de boca aberta com ele chegando-me a perguntar onde é que eu o tinha arranjado e se por acaso ele não tinha nenhum irmão.

Na altura não sabia responder, durante o almoço nós falamos bastante mas para falar a verdade não sabia nada da vida pessoal dele, o que não era de admirar visto que apenas o conhecia oficialmente desde o dia anterior.

Nos dias que se seguiram ficámos a nos conhecer melhor, ele disse-me que tinha quatro irmãos, Alie, Rosalie, Jasper e Emmett e que todos eram adotados, a sua mãe não podia ter filhos mas como o sonho de ser mãe era tão grande que Esme e Carlisle, os seus pais, decidiram dar uma familia a quatro crianças que precisavam de uma. Fiquei a admira-los por isso, não é fácil criar uma criança, então quatro deve ter sido um autêntico desafio mas mesmo assim eles pegaram nele e enfrentaram-no sem nunca ceder e tornando-se uns verdadeiros pais para Edward e os seus irmãos. Afinal ser pai não é isso mesmo? Amar incondicionalmente não importando se tem o nosso sangue ou os nossos genes, querer dar tudo de melhor possível mesmo que para isso se tenha de fazer sacrifícios, sentir o coração apertado sempre que o filho está longe e a eterna preocupação de como ele está, se está bem, se está feliz? Não é esquecermo-nos de nós próprios pondo sempre o filho em primeiro lugar?

Sim, para mim era isso tudo e por isso admirava os pais de Edward. Mas uma coisa eu notei nas nossas conversas, sempre que o tema era a familia dele, Edward ficava hesitante, como se não tivesse a certeza de poder falar sobre o assunto, estive para lhe perguntar o motivo mas depois acabei por deixar para lá imaginando que fosse apenas saudade da familia.

E o assunto do beijo? Bem esse ai foi esquecido, acho eu. Ok, não bem esquecido, ele ainda estava presente mas nenhum de nós tocou nele.

Hoje já era sábado e ia haver uma festa em casa da menina loira que tinha dado o grito histérico quando viu Edward, ao inicio não queria ir mas Ângela insistiu tanto, chegando ao ponto de implorar, que cedi e aceitei ir com ela na condição que Edward fosse, não só para ter a sua companhia já que Ben também estaria na festa e não me apetecia nada fazer de vela durante a noite mas também porque ainda estava com esperanças que Edward recusasse ir e ai teria um pretexto para faltar também, mas claro que o traidor tinha de aceitar ir e depois ainda teve a lata de me dizer que a festa até poderia ser divertida.

Resultado, agora estava em frente ao meu armário enrolada numa toalha, à procura de algo decente para vestir. Acabei por optar com um top cai-cai preto, uma saia solta da cor do vinho e para poupar dores em excesso aos meus pés calcei umas sabrinas pretas simples, para completar o look tinha apenas dois acessórios para não exagerar demasiado, um colar com um laço e um anel com estrelas chegou, fiz alguns caracóis no meu cabelo e uma maquilhagem simples, pondo apenas um pouco de rímel e lápis preto no olhos para os destacar, as minhas unhas já estavam arranjadas já que Ângela de manhã tinha dado uma de manicure e obrigou-me a deixar-lhe pintar as minhas unhas de preto com bolinhas vermelhas. Olhei-me no espelho, há que admitir, eu estava bonita.

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Ouvi a campainha a tocar, Ângela tinha chave de casa e além disso a esta hora estava com o Ben já na festa então só podia ser o Edward, que tinha prometido vir-me buscar para irmos juntos para a festa, na verdade ele tinha dito que queria garantir que eu não fugia.

Corri para abrir a porta garantindo pelo caminho que não me faltava nada.

Abri a porta e lá estava ele, perfeito como sempre com um sorriso torto no rosto enquanto me olhava de alto a baixo. Olhei para ele também, tinha vestido umas calças de ganga escura com uma camisa preto que tinha as mangas arregaçadas até aos cotovelos e umas sapatilhas também pretas, tudo junto com o cabelo naturalmente despenteado dele dava uma combinação perfeita de tirar o fôlego a qualquer uma.

- Boa noite, ficas perfeita nessa roupa.

Corei com o comentário.

- Obrigado, tu também estás muito bem. – consegui falar. – Vamos?

Ele acenou com a cabeça, peguei nas chaves de casa e no telemóvel e fui com Edward em direção ao carro. Como sempre Edward abriu-me a porta e fechou-a quando me sentei indo em direção ao seu lugar.

O caminho para a festa era curto mas eu e Edward mantivemos uma conversa agradável, era fácil conversar com ele e parecia que o assunto nunca se esgotava. Até que chegámos à casa toda eliminada e com a música a altos berros.

- Pronta? – perguntou-me.

- Como se estivesse a ir para a forca. Vamos? – disse fazendo-o rir.

Saímos do carro e avancemos em direção ao purgatório, quero dizer, à festa. Pelo caminho encontrei várias pessoas da escola e por fim consegui encontrar Ângela e Ben sentados numa mesa e fomos ter com eles.

- Estava a ver que tinhas desistido Bella. - Ben disse.

- Ela bem tentou mas não conseguiu. – Edward respondeu-lhe e eu revirei os olhos-

Ficámos na conversa durante uns minutos até que começou a tocar uma música perfeita para se dançar a dois e Ben convidou Ângela para dançar que aceitou.

http://www.youtube.com/watch?v=3E6dHE3ysUk (continuem a ler enquanto ouvem please)

Olhei para a pista de dança vendo uma data de casais a dançar e olhei para Edward. Tenho que admitir que, neste momento, a única coisa que desejava era que ele me convidasse para dançar, que me abraçasse, que segurasse a minha mão tal como os outros rapazes estavam a fazer com as raparigas. Ele olhos também para mim fazendo os nossos olhos cruzarem-se.

De repente e sem tirar os olhos dos meus, levantou-se e estendeu-me a mão meio hesitante.

- A menina dá-me a honra desta dança? – perguntou-me.

Sorri e peguei-lhe na mão notando que estava tão fria como se ele a tivesse enfiado dentro de um balde de gelo.

- Sim.

Fomos até a pista e ele pôs a outra mão que estava livre na minha cintura enquanto eu pousava a minha no seu ombro e começamos a nos mover, sempre presos nos olhos um do outro.