Real Eyes Realize Real Lies escrita por Baka-Baka2


Capítulo 4
Cap3 – I’m just saying


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente linda do nosso coração!

Então... Antes de nos queimarem vivas pelo atraso vamos tentar nos justificar aqui.


Nós duas estamos agora cursando o 3º ano do Ensino Médio, então quem já passou ou passa por isso deve entender como é.


Para quem não sabe o 3º ano é a invenção do próprio capeta, porque é simplesmente a maior overdose escolar que alguém já deve ter passado na vida. Se resume a um oceano inteiro cheio de matéria passada sem dó nem piedade que ou você aprende ou afunda miseravelmente, são trabalhos gigantescos passados um em cima do outro, a pressão caótica de passar no vestibular a qualquer custo, a formatura, as atividades extra-curriculares (no nosso caso o teatro do qual somos as principais responsáveis depois do diretor), estudar até o cérebro fundir e pra fechar com chave de ouro nós inventamos de nos meter na furada que é o comitê de formatura da nossa sala....


Pois bem, esperamos que vocês nossos seres míticos e amados compreendam que é meio complicado arranjar tempo pra escrever (ou pra viver) com uma agenda assim. Então os capítulos vão naturalmente demorar um pouco, mas vamos nos esforçar ao máximo para poder atualizar a fic em no máximo um mês.


Enfim, aproveitem a leitura e tentem perdoar os errinhos, afinal nem o corretor do word é perfeito! Kkkk.

Kisses & Hugs filled with love

Baka1 & Baka2

Baka-Baka2



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            John Hamish Watson foi á escola naquela manhã de setembro com um único objetivo. Ele estava decidido a descobrir de qualquer forma como e porque aquele garoto petulante chamado Sherlock Holmes sabia tantas coisas sobre si. Só quando conseguisse entender toda aquela história, John se sentiria sossegado para seguir a sua vida em paz novamente. Talvez fosse um pouco de paranoia de sua parte, pensando bem era sim, mas a curiosidade quase pecaminosa e não satisfeita que o jovem Watson carregava em si, somados à atitude arrogante e desinteressada de Sherlock, deixavam John com uma terrível sensação de incômodo e até mesmo irritação. Coisa que não agradava em nada o loiro, afinal de contas não era de seu feitio esse tipo de atitude, muito menos deixar algo passar sem ser resolvido em panos limpos, principalmente quando o assunto em questão despertava a sua curiosidade da forma que o moreno tinha conseguido.

            E, foi com tudo isso em mente, que John passou com pressa pelos corredores da Evelyn Grace Academy em direção à sua sala. O dia estava bastante nublado e um tanto frio, aparentava chover a qualquer momento, mas o loiro não deu muita atenção já que era muito comum se passarem dias inteiros assim e não chover nada, afinal de contas, era começo de inverno em Londres.

Ao chegar à sala logo avistou Sherlock sentado em seu lugar de costume. O moreno estava observando os alunos conversando pela sala sem muito interesse enquanto bebericava do conteúdo de sua garrafa térmica, um cachecol azul pendia aberto desleixadamente em seu pescoço no lugar da gravata que deveria estar ali, o blazer da escola estava pendurado na cadeira como de praxe, o mesmo ar de tédio pesava em seu semblante enquanto fazia sua observação, como se nada fosse interessante o suficiente para prender sua atenção por mais de alguns míseros segundos. Quando Sherlock se virou para entrada da sala, percebeu John chegando e prendeu os olhos opacos no loiro por alguns segundos a mais, como se o analisasse, mas logo voltou sua atenção à garrafa termina como se tivesse decidido que aquele objeto era de fato a coisa mais interessante de toda a sala.

John seguiu em direção ao mais novo, mais decidido do que nunca, a arrancar a verdade dele. No meio do caminho foi interrompido por Albert, que o cumprimentou alegremente, o qual o loiro respondeu educadamente tentando se afastar logo do menor, mas logo terminou de falar com o mesmo, recebeu um “bom dia” surpreendentemente amistoso de Carolyne, a bela latina que Al praticamente idolatrava. A ela respondeu com toda a educação e gentileza que sua mãe tinha lhe ensinado a tratar uma dama e finalmente conseguiu se dirigir, sem mais interrupções, para o seu lugar em frente a Sherlock.

Sentou-se em seu lugar, deixou a mochila ao lado da mesa e rapidamente se virou para o moreno atrás de si que estava procurando algo em sua mochila, John respirou fundou e ficou pensando nas palavras certas para indagar ao mais novo sem parecer um paranoico de curiosidade infantil, mas no fim decidiu ser direto e claro, não era comum para ele ficar enrolando. Respirou fundo novamente, munido de uma decisão inabalável e olhou diretamente para o garoto que ainda mexia na mochila.

- Como você sabia... – Mas John não teve nem chance de terminar a pergunta, foi prontamente interrompido pelo jovem Holmes.

- Sobre Você? Que pergunta mais óbvia. Acredito que já te disse isso em nossa última discussão sobre o assunto. Seria muito mais interessante se você me perguntasse como eu sei que, a senhorita Alice Gray lá no canto da sala, está tendo um caso com o namorado de sua suposta melhor amiga desde o fim das férias, ou que Kevin Hayman estava chorando até chegar à escola por seu hamster que morreu noite passada, ou até mesmo poderia perguntar como eu sei que Danna White, Charles Owen, Philip Jenkins e Ben Powell pretendem fugir no horário do almoço para os fundos do terreno da escola, matar o restante das aulas do dia e fazer uso das drogas ilícitas providenciadas essa manhã pela própria senhorita White, provavelmente no fliperama que tem a duas ruas da escola. Mas é claro que essa resposta também é bastante óbvia. – Disse Sherlock em um tom monótono e categórico enquanto colocava o caderno e o estojo sobre a mesa sem nem olhar em direção ao loiro, pasmo, a sua frente.

John continuou olhando para Sherlock ainda tentando processar toda a informação que foi jogada na sua cara como se nada mais fosse do que dizer que o céu é azul. Aquele garoto só podia ler mentes ou algo parecido. De todas as respostas enigmáticas que poderia receber do moreno aquela nunca nem sequer tinha passado por sua mente, na verdade quando se tratava do mais novo, John não sabia direito o que esperar, mas nunca em sua vida imaginou ouvir algo como aquilo. Era tão surpreendente o fato do rapaz à sua frente parecer saber de tudo sobre todos e, mesmo assim, transmitir tanto tédio com relação ao mundo a sua volta. Aquele garoto era anormal em um nível completamente fora dos padrões ou ele era algum tipo de ser sobrenatural disfarçado de um humano normal e falhando miseravelmente em seu disfarce, na verdade ele parecia ser os dois. O loiro abriu e fechou a boca algumas vezes sem saber como responder. Não conseguia encontrar palavras que fossem adequadas para aquela situação, se é que tais palavras de fato existissem.

Sherlock direcionou seu olhar para John enquanto abria o caderno e viu a expressão estupefata no rosto do mais velho. As sobrancelhas estavam franzidas demonstrando surpresa e confusão, o olhar estava perdido como se tentasse analisar tudo que lhe foi dito,  boca abria e fechava na tentativa de responder algo.

 O moreno achou tanta graça da surpresa de John que não conseguiu conter um riso discreto que escapou baixo, de seus lábios, fazendo o loiro despertar de seus pensamentos e encarar Sherlock com certa irritação. Aquele garoto era realmente muito petulante, com certeza inventou tudo aquilo só para fazer John de bobo e rir da sua cara depois, mas o mais novo disse tudo com tal precisão e convicção que parecia difícil que fosse tudo invenção. Bom, existe um bom ator em todos os cantos, certo?

Porém antes que pudesse tirar satisfação com o moreno o mesmo já parecia estar novamente trancado em seu próprio mundo, ignorando completamente a presença de John enquanto pegava uma caneta e se inclinava no caderno aberto para começar a escrever. John observou que no lugar onde supostamente deveria se anotar a data o garoto escreveu “1º dia interessante de aula”. A estranha anotação intrigou o loiro e quando ponderou o motivo do mais novo escrever algo como aquilo se lembrou de que, apesar de seu discurso estranho e surpreendente, ele ainda não havia respondido sua pergunta. John já estava pronto para questionar novamente Sherlock, porém nesse exato momento um professor entrou na sala pedindo aos alunos que se sentassem em seus lugares e se calassem.

John se virou para frente, praguejando mentalmente a inconveniência dos professores, era incrível o poder que eles tinham de interromper os momentos mais críticos. O professor era relativamente jovem, tirando o fato ter uma falha bem perceptível no topo da cabeça em meio os ralos cabelos castanho claros, na ponta de seu longo nariz curvo se equilibrava um pequeno par de óculos que era preso a uma discreta corrente pendurada no pescoço, ele era bastante alto e magro, mas corcunda, o que fazia com que parecesse mais velho do que realmente deveria ser. Ele se apresentou como Mr.Wilkison, o professor de química.

Mr.Wilkison deu uma rápida introdução do que iria ser estudado no começo do semestre e pediu para os alunos pegarem seu material de química e se dirigir ao laboratório, onde ocorreriam todas as aulas de sua matéria. Como era a primeira aula, ele não exigiria jaleco, mas a partir da próxima quem não viesse devidamente preparado ficaria na sala fazendo uma lista de atividades e perderia pontos. Os alunos suspiraram em desagrado e alguns reviraram os olhos, pelo jeito muitos alunos já ficaram presos na sala com os exercícios.

John pegou seu material e foi em direção ao laboratório acompanhado de Albert, que falava sobre como os exercícios do professor eram impossíveis de se resolver e de como ele era maligno. Ao lado de Albert, ia Kanak em silêncio, John ainda não tinha ouvido o indiano falar nenhuma vez. Em meio ao caminho Carolyn se juntou a eles, se posicionando ao lado de John. A menina comentou algo sobre o Mr.Wilkison ser muito duro e vez ou outra concordava com Al, o que fazia com que o menor falasse cada vez mais e com maior animação, chegando a se atrapalhar com as palavras algumas vezes.

Ao chegar ao laboratório John viu as bancadas brancas espalhadas, com três bancos em cada. Quase todas as paredes eram cobertas de estantes cheias de materiais comuns de se encontrar em um laboratório, das únicas paredes que não possuíam estantes, uma se encontravam grandes janelas e na outra um quadro branco que ficava de frente para as bancadas. O ambiente todo era bastante claro, limpo e extremamente organizado.

John se sentou com Albert e Kanak em uma bancada no meio da sala, Carolyn se despediu deles com um bonito sorriso, deixando um Al abobalhado para trás, e se sentou com mais duas meninas que o loiro supôs serem suas amigas pela forma que cochichavam e soltavam risinhos ocasionais. Logo que o professor chegou, fechou a porta atrás de si e foi em direção ao quadro branco. A essa altura todos os alunos já estavam sentados em relativo silêncio. John olhou em volta e viu que Sherlock estava sozinho em uma bancada, sentado exatamente em frente ao Mr.Wilkison. Achou estranho, mas não se admirou do moreno se isolar e nenhum outro aluno fazer questão de sua companhia.

Antes de começar de fato a aula, Mr.Wilkison entregou o que parecia uma apostila para o jovem Holmes e lhe lançou um olhar acido por cima dos óculos finos que foi prontamente ignorado pelo garoto, que destinou toda a sua atenção aos papéis a sua frente, mesmo que com uma clara expressão de tédio. O professor bufou em insatisfação e se voltou para o quadro começando a aula.

A aula toda se passou com o Mr.Wilkison explicando a matéria incessantemente sem dar chance a nenhum aluno de desprender a atenção de suas palavras. E enquanto todos os alunos faziam anotações em seus cadernos, Sherlock permaneceu ocupado com sua apostila, sem prestar atenção ao professor ou às suas explicações.

Quando a aula terminou John voltou para sala finalmente entendendo o que Albert e Carolyn estavam dizendo. Mr.Wilkison passou em uma aula, o que normalmente os outros professores passariam em três, finalizando com um dever monstruoso. Por sorte, essa parte da matéria ele já tinha aprendido na escola militar em que estudou na Suíça.

Ao chegar à sala John tinha a esperança de conseguir fazer Sherlock lhe responder devidamente e questioná-lo sobre a aula de química, mas suas esperanças morreram quando se deparou com o professor de física já em sala e mais da metade do quadro preenchido. Suspirou derrotado e se sentou em lugar e começou a copiar, a essa altura ele já tinha certeza que o universo estava conspirando contra si, mas não se se deixou desanimar e decidiu que no almoço iria interrogar Sherlock e finalmente conseguir suas respostas. Logo em seguida o moreno chegou à sala, se sentou e começou a fazer suas anotações no caderno, que pelo jeito não tinha muito a ver com física.

Depois de dois horários de exercícios gigantescos, e alguns gritos por parte do Mr.Thomas, John estava quase desistindo da vida quando o sinal tocou. Todos os alunos saíram, quase que no mesmo segundo, formando um tumulto na porta. John agradeceu mentalmente às forças do universo, pegou seu celular, a carteira e se virou para trás na intenção de interceptar Sherlock antes do outro sair da sala, mas quando olhou para a carteira do moreno, ele já não estava mais ali. De alguma forma misteriosa o garoto conseguiu sair sem que o loiro percebesse e de uma forma mais misteriosa ainda foi capaz de atravessar a multidão de adolescentes famintos e desesperados para sair da sala, pois quando John olhou em direção ao grupo de alunos que quase se estapeavam para conseguir sair logo, não avistou o jovem Holmes.

Okay... Agora era oficial. Aquele garoto não era humano.

John suspirou cansado e se dirigiu a massa de pessoas que já estava consideravelmente menor e menos violenta. Quando chegou ao corredor, viu Sherlock ao longe seguindo na direção do refeitório, com isso o loiro apressou o passo para alcançar o mais novo, sem perceber os chamados de Al, que acabou sendo deixado para trás junto com Kanak, se sentindo abandonado.

Ao alcançar o refeitório, John acabou perdendo Sherlock no meio da grande multidão que se concentrava ali, olhou em volta procurando algum sinal do moreno, mas não encontrando nada. Seguiu para perto da grande passagem que dava para a área e externa e os pátios, mas nada do mais novo. Aquele garoto realmente tinha o poder de desaparecer em pleno ar.

- Para alguém que estudou em colégios militares, as suas habilidades de busca e sua força de vontade são bem limitadas.

John deu um pulo, tamanho o susto que levou ao perceber que Sherlock se encontrava ao seu lado o observando com uma curiosidade infantil, como se ele não entendesse o motivo do susto. Ótimo! Agora além de conseguir desaparecer, o moreno também conseguia simplesmente brotar aonde tivesse vontade? Ele era Harry Potter por acaso? John prontamente varreu os pensamentos sem sentido da mente, se recuperou do susto e olhou firmemente para o mais novo pronto para falar, antes que ele resolvesse desaparecer de novo pra visitar seu amigo Gandalf ou alguma coisa parecida.

Antes que conseguisse sequer emitir um som Sherlock estendeu a mão em sua direção o mandando se calar. John olhou para o mais novo visivelmente indignado com seu atrevimento, mas o moreno começou a falar antes que o loiro conseguisse se expressar.

- Já que você está tão interessado assim por algo tão pequeno, vou responder a sua pergunta. Por mais óbvia que seja a resposta. – Disse com monotonia, demonstrando o quanto achava pouco útil ter aquela conversa.

- Oh... Hum... Então... Você vai preferir almoçar agora ou... – John falou surpreso e se sentindo estranhamente constrangido.

- Almoçar é algo inútil. Existem coisas muito mais interessantes a fazer do que comer John. – Respondeu Sherlock com uma convicção inabalável se virando e seguindo para a área externa do pátio do colegio.

John não teve tempo de responder a estranha colocação, pois quando deu por si, o moreno já estava seguindo pelos pátios em direção à lateral da escola. O loiro apertou o passo para poder acompanhar o jovem alto, que o guiou para o que devia ser um pequeno pátio lateral. O espaço se resumia a uma área circular coberta por tijolos acinzentados e gastos pelo tempo, no centro existia uma bela e imponente fonte, nas extremidades do pátio tinham alguns bancos de madeira espalhados e um deles, um casal aparentemente bem apaixonado.

Sherlock se dirigiu a fonte sentando-se na borda e ignorando o casal, que também não prestou atenção nos outros dois. John foi até Sherlock que parecia interessado em prestar atenção nas arvores quase sem folhas que ladeavam o pátio e sentou-se ao seu lado. Assim que percebeu o mais velho ao seu lado, o moreno enfiou a mão no bolso do blazer, que só agora John tinha percebido que ele usava, e tirou de lá uma balinha.

- Aceita uma? É de café. – Disse Sherlock estendendo o doce para o seu acompanhante, com um ar estranhamente inocente.

- Não, muito obrigado. Pode ficar para você – Recusou educadamente com um certo ar de desconfiança, sem entender o motivo daquela suposta gentileza repentina.

- Bom, acredito que eu não vá precisar mais dela por enquanto.

A resposta veio acompanhada de um sorriso enigmático, deixando John mais confuso ainda, enquanto observava o outro guardar a bala no bolso de que a tinha tirado.

- Na verdade foi muito simples deduzir o que eu te disse, você é uma pessoa fácil de se ler John. – Sherlock começou a falar simplesmente, espantando John com as palavras repentinas. – Descobrir o seu nome foi extramente fácil, afinal só existiam dois nomes novos na lista em frente à sala e acredito que nem preciso explicar o motivo de não acreditar que o seu nome seja Viveq Kanak. Deu para perceber que você veio de colégio militar, e posso dizer que sua família também o é, pelo seu porte e forma de agir, que em você é muito visível, coisa que só se perceberia em alguém que seguisse a carreira, o que obviamente não é o seu caso, sendo assim só se pode concluir que sua também segue essa vida. Eu deduzi que você já estudou aqui em algum momento da sua vida, pelo fato de você já ter uma noção de localização e não apresentava a timidez e insegurança de alguém em um ambiente completamente novo. E sobre você ter passado pelo menos um ano fora da Europa é perceptível pelo bronzeado na sua pele, que dá para ver pela marca no seu pulso onde provavelmente existia um relógio, marca que não se conseguiria com a intensidade do sol que se tem pela maior parte do continente, e pude saber que foi na Austrália pelo leve sotaque que você ainda carrega influência essa que só se seguiria se passasse mais de alguns meses no local. Como eu disse, tudo muito óbvio. – Finalizou o moreno olhando com certo tédio para o mais velho que o encarava completamente pasmo.

John ficou por longos segundos encarando o jovem Holmes, o espanto era visível em seu rosto. Quando conseguiu compreender completamente o que foi dito sua expressão mudou de espanto para uma admiração palpável.

- Nossa! Isso foi brilhante! Incrível mesmo! É a primeira vez que eu vi alguém pensar dessa forma! Isso é impressionante! – John disse com um entusiasmo visível, e admiração estampada em sua face.

Sherlock ouviu os elogios do loiro em completa surpresa e confusão. Não esperava uma reação dessas. John sabia que deveria se sentir um tanto ofendido pela forma como o mais novo disse, como se ele o considerasse um estúpido por não ser capaz de ver tudo o que lhe foi dito. Só que ao escutar toda a linha de raciocínio que Sherlock utilizara, não conseguiu deixar de se impressionar profundamente. Aquilo era com certeza uma das coisas mais incríveis que já presenciara em sua vida.

- Você realmente acha isso? – Perguntou o moreno ainda em dúvida.

- Mas é claro! Você conseguiu descobrir tanto sobre mim e tinha acabado de me conhecer! Isso é uma das coisas mais impressionantes que eu já vi na vida! – Respondeu John ainda animado.

- Interessante... As outras pessoas não costumam dizer isso...

- E o que as outras pessoas dizem?

- Geralmente me chamam de estranho e se afastam, ou se sentem ofendidas pela própria estupidez então ás vezes me xingam e depois me mandam ir embora. – Respondeu o moreno simplista dando de ombros.

John não conseguiu segurar o riso. Pelo jeito Al tinha razão, Sherlock agia daquela forma com todos, mas não acreditava que fosse para afastar as outras pessoas, era apenas a sua natureza. E ele bem que fazia por merecer os insultos, já que não era nem um pouco discreto com relação ao desprezo pelo intelecto alheio. Desprezo que John passou a compreender um pouco ao ter uma amostra da genialidade do garoto à sua frente.

- Se bem que eu não deveria me surpreender tanto. Você impressiona muito fácil John.

E com isso Sherlock apenas se levantou e saiu andando em direção aos prédios da escola, deixando para trás um John perplexo ainda sentado na borda da fonte. O loiro percebendo que o mais jovem não esperaria por si saltou da fonte e correu em sua direção.

- Hey! O que você está fazendo? – Perguntou John quando conseguiu alcançar o moreno.

- Eu estou andando John, acho que até para alguém com capacidades limitadas isso é mais que óbvio.

- Isso eu já percebi – respondeu John revirando os olhos – Eu só queria saber por que você simplesmente saiu andando sem motivo.

- Eu não “saí andando por aí sem motivo”. A conversa acabou então nada mais justo que eu ir embora.

- A conversa acabou quando? – Perguntou o loiro confuso enquanto andava ao lado de Sherlock.

- No mesmo momento em que respondi às suas perguntas. Acabou o assunto, acabou a conversa, nada mais lógico. – Disse o moreno dando de ombros.

John não conseguiu deixar de rir do comentário do mais novo, ele falou aquilo com tal simplicidade e seriedade, que não tinha como ser levado realmente a sério. O garoto poderia até ser um gênio, mas tinha uma habilidade social quase nula. O loiro parou de rir quando percebeu que Sherlock lhe fuzilava com os olhos em pura indignação.

- Desculpe – Disse John levantando as mãos em sinal de rendição – Mas sabe, geralmente em conversas amigáveis, ou no mínimo civilizadas, quando se acaba um assunto as pessoas encontram outro e assim vai. Se você não quiser mais falar comigo tudo bem, mas bem que você poderia avisar antes de sair.

Sherlock olhou curioso para o jovem que lhe dava um sorriso caloroso. O que mais chamou atenção foi a forma simpática com que ele falava consigo, ninguém antes passou tanto tempo em sua presença e continuava sendo tão... Amigável. A essa altura as pessoas já teriam soltado um monte de ofensas sobre a sua pessoa e ido embora com uma raiva notável.

- Você é estranho John. – Afirmou o moreno em total convicção.

- Eu vou levar isso como um elogio, já que está vindo de você. – Respondeu John ainda com um sorriso, apesar da suposta frieza, conversar com Sherlock era muito interessante e de certa forma agradável. Ele era uma pessoa fascinante em vários sentidos, apesar de ser desagradável em muitos momentos, mas John sabia que não era proposital, sempre. Por isso esperava sinceramente que algum dia pudessem chegar a ser amigos.

- Sabe John em toda a minha vida eu só conheci dois tipos de pessoa. O primeiro tipo são aqueles que se sentem ameaçados pela minha visível superioridade intelectual e por isso me evitam e sentem desprezo pela minha pessoa. E o segundo tipo são aqueles que se aproximam para se aproveitar de minhas habilidades. – Disse Sherlock seriamente ignorando o comentário de John.

- Hum... E que tipo de pessoa eu seria? – Perguntou o loiro com curiosidade.

- Exatamente por isso que você é estranho John, você é o terceiro tipo de pessoa.

- Que seria...? – Perguntou novamente o mais velho sem saber onde Sherlock queria chegar

- Ainda não sei. Isso teremos que descobrir, certo? – Respondeu o jovem Holmes com um sorriso misterioso em seus lábios.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem!!


E se ainda tiver alguém aí lendo, comentem por favor!! Aceitamos até mesmo um "Foi legal! :)" ou "Desistam dessa vida e parem de profanar o Sherly e o Johny Boy Ò-Ó" (Claro que se for pra falar mau fale com carinho ;D)


Todo comentário é guardado no nosso coração e respondido da melhor forma possível!!


Só pra constar a gente ama os fantasminhas também, mas para podermos saber direitinho quem amar apareçam lindinhos! A gente é meio descompensada, mas é vacinada, se morder é só pra dizer que te ama! ;P


Kisses & Hugs filled with love!

Baka1 & Baka2

Baka-Baka2



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