Xeque-Mate! escrita por Queen of Hearts


Capítulo 11
Competição entre peças


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura à todos e espero que gostem do capítulo. #Leiam as notas finais.



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Rose Weasley

Após nosso breve diálogo, segui com Henry em direção ao hall de entrada. Mas a cada passo que dávamos, podia sentir meus primos olhando para nós, paralisados.

Ignorei-os.

Aquele não era o momento certo para se perguntar o que eu fazia com um Brown, mas sim o que o mesmo queria comigo. Em falar no garoto, olhei-o de soslaio e observei sua expressão nervosa, parecia a mesma expressão que fazia no clube de xadrez sempre que Alvo estava por perto. Minha curiosidade agora me matava por dentro. Durante todo o caminho fiquei me perguntando se o assunto que iríamos conversar era realmente Morgan e Alvo ou se era apenas algo que eu queria muito internamente. Descartei a segunda possibilidade.

Paramos próximos a escada no hall e me encostei numa coluna enquanto observava Henry sentar em um dos degraus da escada. Suas mãos agora se mexiam freneticamente sobre o colo e o vi tossir antes de olhar para mim novamente.

— Suponho que ache estranho o fato de eu ter te chamado aqui, mas fiz uma enorme estupidez e realmente preciso contar isso a alguém — disse, me olhando de soslaio.

— O que você fez?

Ele mexeu as mãos ainda mais freneticamente sobre o colo e respondeu:

— Fiz Potter odiar minha irmã.

— Como? — perguntei sentindo uma irritação começar a me abater.

— Minha mãe. Minha adorada e doce mãe simplesmente detesta os Potter, apesar de detestar mais a sua família — essas palavras me surpreenderam, mas o mandei continuar. — Fomos criados com aversão a vocês, mas minha irmã sempre se comportava estranha perto do Potter mais novo. Quando comecei a perceber algo entre minha irmã e seu primo, logo no começo do ano, fiquei enciumado e enviei uma carta para Lilá Brown. Mas não sabia que ela iria levar tão a sério.

— E o que exatamente ela fez, Henry? — perguntei novamente, sentindo certa aversão a Lilá.

Ele parou por um momento e juntou as mãos acima dos joelhos, parando de mexê-las.

— Ao lado de nossa casa, mora uma família vinda da alta sociedade, composta por quatro membros e minha mãe parece gostar exageradamente do filho mais novo deles. Ela sempre empurrou minha irmã para cima do garoto quando mais nova, mas Morgan o detesta com todas as forças, já que diferente da sua família, Bennett é um trasgo em forma humana.

— Elliot?! Ele é o vizinho? — falei colocando as mãos nas têmporas com aquele excesso de informação.

— Sim. Quando enviei a carta para Lilá, ela veio pessoalmente a Hogwarts e obrigou Morgan a se separar do Potter. Minha irmã teve uma séria discussão com minha mãe e logo depois, comigo. Bem... Digamos que eu me arrependa de ter ficado contra minha irmã — murmurou ele, evitando me olhar nos olhos. Como se isso fosse limpar sua barra! pensei. — Então ela fez o que minha mãe pediu e fez toda aquela encenação com o Bennet que vocês viram no corredor. O problema é que era para ser só uma encenação para apenas uma pessoa acreditar, mas acho que duas caíram nessa.

Soltei uma risada, não sei porque, mas já esperava isso do garoto com o cérebro menor que um grão de arroz.

— E Bennett passou a gostar dela se comportando como um trasgo grosso e possessivo — continuei, recuperando a compostura.

Henry balançou a cabeça positivamente.

— Mas juro que Morgan ainda o odeia, só é gentil o suficiente para não magoá-lo! — disse e voltou a mexer as mãos sobre o colo.

— E quanto a Alvo? — me vi perguntando. Mesmo que eu não estivesse com raiva de Henry, ainda não entendia o porquê de meu primo ser o mais atormentado nessa história toda.

— Escute Rose, minha irmã está se sentindo pressionada, por isso lhe contei tudo isso. Não pense errado dela e se quer colocar culpa em alguém, coloque em mim — respondeu me olhando sério.

Suspirei.

— Ok, mas ainda irei escrever seu nome em minha lista negra — briguei, o encarando de forma séria. A verdade é que eu estava rindo por dentro, mas tentei manter a expressão. Henry merecia sofrer um pouco.

— Como? — o vi se assustar.

Coloquei a mão na boca, me segurando.

— Você está rindo de mim? — reclamou e percebi que ele havia finalmente notado que eu estava blefando.

Me recompus.

— Estou brincando — bati em seu ombro enquanto o observava ficar mais e mais vermelho — Mas minha raiva ainda não diminuiu sobre você.

— Isso não foi legal! — brigou, se sentado ao meu lado.

— E você não sabe brincar! — reclamei.

— O que vamos fazer?

— Bem, se você contar ao Alvo talvez ele possa entender — continuei e senti que Bennet queria sair correndo dali.

— Ou você pode fazer isso.

Lhe dei uma tapa no braço, que garoto atrevido. Mas percebi que ele não teria mesmo coragem de falar com Alvo. Reconsiderei.

— Ou então... pensamos em outra coisa. Conheço Alvo e ele pode causar sérios problemas a Morgan se tentar separá-la de Bennett.

— Então o quê?

— A solução está... Na sua mãe! — disse como se tivesse finalmente chegado a uma conclusão, a verdade é que eu não havia chegado em lugar nenhum.

— Como?

— Vamos descobrir — dei uma piscadela e baguncei seus cabelos.

~~XXX~~

Estava sentada em uma escrivaninha no meu quarto da corvinal e havia uma pilha de livros e revistas sobre a mesma enquanto com a luz de uma luminária, procurava o nome de Benjamin Brooke. Não era tão difícil de achar quanto imaginei, mas havia pouca informação sobre ele. A que mais me chamou atenção, escrita na revista “Alta Sociedade Bruxa”, era a de que Benjamin havia se aposentado e se limitado a morar numa casa simples próxima... A minha.

Pelo que dizia a revista, ele morava apenas a quatro quarteirões da rua em que minha família morava, me surpreendendo. Não sabia que alguém da alta sociedade morava em um bairro tão simples e apagado quanto o que eu morava, principalmente por esse ser um bruxo. Precisava contar a Malfoy e precisava me lembrar também de obrigá-lo a falar o que estava acontecendo.

Levantei da cadeira convicta e quase tropecei em uma das coisas que Lílian deixava espalhadas pelo quarto. Logo após fazer um penoso percurso até a porta, saí em direção aos corredores e passei a procurar uma cabeleira loira.
Ele estava sentado sobre uma rocha, próximo à casa de Hagrid. Os braços estavam em volta das pernas e seus pensamentos pareciam distantes. Aquele livro preto estava novamente sobre suas pernas, mas esse não parecia estar sendo lido, parecia apenas lhe fazer companhia.

Aproximei-me devagar e o vi olhar para mim. A revista “Alta Sociedade Bruxa” ainda estava em minha mão e quando cheguei bem próxima à rocha, Malfoy colocou a revista ao seu lado e deu um pulo, caindo em pé a minha frente. Levei um susto e recuei um passo para trás. Seus olhos se estreitaram para a revista que eu estava carregando e ele a puxou da minha mão, passando a revirar suas páginas.

— Achou alguma coisa?

— Sim, página 54 da revista que está segurando.

Houve um momento de silêncio enquanto observava-o ler o parágrafo da revista que continha a nota sobre Benjamin. Em seguida, me vi sendo observada por um par de olhos confusos.

— Onde é isso?

— São apenas quatro quarteirões da rua onde moro, posso te levar lá se quiser.

— Espera, ele mora perto de você? — perguntou, olhando da revista para mim.

— Coincidência? — dei um sorriso. — Também me surpreendi quando vi a localização.

— Bom trabalho!

Sorri de volta e puxei a revista das mãos dele. Sentando-me ao lado da rocha, o observei ficar ao meu lado e então olhei para ele, tendo a surpresa de ver pela primeira vez no ano seu rosto limpo de qualquer arranhão. Sua expressão estava calma e serena e eu senti quando o mesmo se virou para mim.

— Então, quando vai ser?

— O que? — perguntei, temendo ter ouvido errado.

— A nossa visita a Benjamin Brooke, quando vai ser?

— Ah. Que tal nas férias? — respondi.

— Como quiser. Fico imaginando a desculpa que vou inventar para meu pai. Alguma ideia?

— Hum... Que tal: Pai, tenho um amigo com sarapintose na Cleveland Street, ele me disse que se não deixar-me visita-lo, vai passar a doença para mim — brinquei.

Malfoy soltou uma risada.

— Você está com sarapintose?

— Não, mas peguei um forte resfriado e ainda posso passar para você se me deixar plantada em frente ao parque no dia 26 de agosto.

— Já escolheu a data pelo visto — disse Malfoy, inclinando a cabeça para o lado.

Suas mãos estavam agora apoiadas no chão e seus olhos me observavam. Algum tempo depois e o vi se aproximar tocando meu queixo com uma das mãos. Com o meu rosto calmamente sendo puxado, quase fui pega, mas obriguei-me a afastá-lo. Meu coração começou a bater forte em seguida.

Malfoy era realmente insistente e sua insistência acabava com meu estado emocional aos poucos. Ele nunca demonstrou algo a mais por mim, mas nos últimos dias parecia sempre esperar um pouco mais, me fazendo se sentir idiota por não saber o que se passava por sua cabeça.

Patético, Rose Weasley! Pensei.

Então algo apareceu para me salvar e o que encontrei foi um uniforme perfeito e um par de canelas brancas e finas, pertencentes a alguém que não queria ver naquele momento ou em momento nenhum. Levantei o rosto e dei de cara com Zoe olhando para mim e para Malfoy, como sempre, sua expressão era de tédio total.

— Olá Weasley. Desculpe incomodar — deu um sorriso falso e seus dentes extremamente brancos quase me cegaram.

Não respondi e notei que Malfoy havia se levantado sem que eu percebesse. Não querendo ficar abandonada sentada naquele chão pedregoso, me levantei também. Enquanto tirava a poeira da saia, vi Zoe praticamente se jogar sobre o braço de Malfoy e franzi o cenho para aquela cena. E quanto a Brandom?

— Preciso de sua ajuda, Scorpius — começou ela, com a cabeça sobre a curva do pescoço do loiro.

— O que quer, Black? — respondeu tão entediado quanto Zoe estivera anteriormente.

— Oliver está destruindo o Salão Principal novamente. Você precisa pará-lo.

— Não sou monitor.

— Ora, vamos Scorpius — disse ela, grudando-se mais ao braço de Scorpius. — Aquela criança só obedece a você.

Scorpius suspirou e dando um aceno de mão para mim, saiu junto a Zoe. Sabia que ela havia feito isso de propósito, pois qualquer pessoa que andasse do Salão Principal até uma rocha próximo a casa de Hagrid encontraria no hall de entrada ou nos jardins alguém que a ajudasse. Mas seu objetivo não era nenhum deles e sim, Scorpius. Ao pensar nisso, segurei minha saia com força e pela primeira vez, me vi competindo com Zoe em algo. A diferença era que dessa vez eu tinha as mesmas chances e definitivamente não queria perder.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, só tenho a dizer: Milhões de desculpas pela demora extraordinária do capítulo! A explicação para basicamente três meses sem postar, é novamente, na qual vocês já devem estar cansados de saber, meu semestre escolar extremamente puxado. Meu curso é Edificações ( arquitetura; engenharia) e avinhem, estou começando desenho técnico ( uma hora para fazer um desenho; são vários). Sem falar que matemática e física nunca pareceram tão horríveis para mim. Mas não só isso, meu computador pegou vírus por esses dias e tive que chamar um técnico, na qual foi a pior das confusões e até hoje não sei se meu computador já está livre do vírus ou não. Mas deixando meus problemas de lado, espero de coração que tenham gostado do capítulo. Gostei realmente de escrevê-lo e saibam que a trama já está metade. Agora é só aguardar pelos próximos. Uma Feliz Páscoa a todos e até mais.



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