Deus Deve Odiar-me! - 1 Temporada escrita por BouvierDesrosiers


Capítulo 15
Viagem de Finalistas I: Não vás, por favor


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/263037/chapter/15

O dia estava um pouco abafado, embora o céu estivesse encoberto. O sol não brilhava, mas a temperatura estava amena. Olhei para o relógio, batendo um dos pés no chão. Dei a volta ao sofá e fui espreitar à janela, pela milésima vez. Já estava a ficar demasiado irritada, para quem tinha uma viagem de finalistas à espera.

- Pára quieta um bocado!

- Não consigo, Pierre! – Resmunguei, fechando o cortinado e voltando a andar às voltas na sala. – Já viste as horas?!

- Se não fosses exagerada, o quê que gostavas de ser? – Riu-se.

- Ahah, muito engraçado, maninho!

Como podia ele estar tão calmo? Isso ainda me enerva mais! Na sala apareceu o Seb, que trouxe as minhas malas do quarto e as pousou à entrada. Observou a sala e caminhou até nós, olhando para todo lado, parecendo procurar algo ou alguém.

- Não me digam que…

- Exacto, Seb! – Resmunguei. – O David ainda não chegou!

- É sempre o mesmo…

- Vem aí a Vanessa e o Chuck! – Avisou o Pierre, que os tinha visto pela janela e lhes foi abrir a porta.

- Não queres pensar melhor? – Perguntou o Seb, em tom baixo e pegando-me na mão.

- Sebastien, acalma-te, sim? Não vai acontecer nada! – Sorri, fazendo-lhe uma festa no rosto. Devo confessar que até acho a sua preocupação querida.

- Mas eu estou com um mau pressentimento! – Desabafou, com ar amargurado.

- Não vai acontecer nada! – Repeti, tentando acalmá-lo.

Bem, ele começa a assustar-me! Porém, não o demonstro. O quê que pode acontecer no paraíso para onde vou? Nada. Apenas praia, bom tempo e muita, muita diversão! Sento-me no sofá e puxo-o para se sentar ao meu lado. Ele parece-me chateado mas não vou deixar de ir na minha viagem de finalistas só porque o meu namorado está amuado e a fazer birra!

O mais recente casalinho entrou na sala. Olhei-os atentamente, para ver se notava alguma diferença, alguma novidade, mas não me apercebi de nada de novo. O Jeff também entrou na sala e sentou-se no sofá da frente, ao lado do meu irmão. Estava com ar irritado e o Pierre bateu-lhe no ombro.

- Então, que se passa, carequinha?

- Parti uma corda da guitarra! – Queixou-se.

- E estás assim por causa disso? – Perguntou o Seb.

- Vocês sabem que eu odeio partir as cordas da guitarra! – Resmungou. – Ainda por cima, quando não tenho mais para trocar!

– Eu tenho lá em baixo um saco cheio delas! Podes usá-las.

- Obrigado! – Agradeceu, mais animado.

Levantei-me e aproximei-me da Vanessa. Eu sei que vou interromper algo, mas não consigo conter a curiosidade. O Chuck foi para a beira do Jeff, do Seb e do Pierre e eu puxei a Vanessa para o hall de entrada, para que pudéssemos falar mais à vontade.

- E então? – Perguntei, sorrindo.

- E então eu vou matar-vos! – Resmungou. – Porquê que fizeram aquilo? Chegamos ao restaurante e tínhamos um jantar apenas para dois! Tu és louca?

- Ei, não é preciso ofender! – Ri, fazendo-me de ofendida. – A ideia até foi do David.

- Só podia vir de uma cabecinha daquelas!

- Mas e como correu? Conta-me! – Pedi.

- Não conto! – Respondeu, empinando o nariz e voltando para a sala.

Segui-a. Voltei a sentar-me ao lado do Seb, que parecia mais animado e ela ao lado do Chuck. Podia notar-se a cumplicidade na troca de olhar deles. Quase posso jurar que aconteceu alguma coisa e ela não me quer contar! Outra vez. Ela notou que eu estava a observá-los e fez-me uma careta, rindo depois. Ela está a fazer de propósito para me irritar e deixar curiosa!

- E o David continua o mesmo atrasado! – Riu-se o Jeff.

- Parece que sim. – Resmunguei e olhei para o relógio. – Temos pouco tempo para estar no aeroporto!

- E eu queria dar uma notícia, mas queria que ele estivesse aqui… – Comunicou a Vanessa.

Não houve tempo para perguntar do que se tratava, pois ouviu-se alguém a bater à porta. Só podia ser o David. Era bom que fosse ou íamos ficar a ver Miami por um canudo! Levantei-me e fui abrir a porta e era ele.

- Finalmente! Queres perder o avião?!

- Tem calma! – Disse, entrando para a sala. – Já aqui estou.

- Tem calma não! – Continuei a resmungar. – Eu não quero perder o avião porque a princesa se demora a arranjar!

- Eu dou-te a princesa… – Disse em tom baixo, entre dentes. É tão giro irritá-lo!

- Deixem-se lá disso e vamos embora! – Disse o Jeff, levantando-se.

Peguei nas malas e encaminhei-me para o carro do Seb, que já tinha saído e estava a abrir a mala do carro. O Seb ofereceu-se para nos levar ao aeroporto e insistiu, apesar do Jeff já se ter oferecido. Pegou nas minhas malas e do David e meteu-as na bagageira e fechou a mesma.

- É verdade! – Lembrou-se o Pierre. – O quê que querias contar, Vanessa? É sobre a banda?

- Não. Não era nada… Depois conto, quando eles voltarem da viagem!

Eu ia pedir para que ela contasse, pois estava com a sensação de que tinha a ver com o Chuck, mas ela conhece-me tão bem que se antecipou. Eu acho que ela me lê os pensamentos, o que é algo assustador! Discretamente, sem que ninguém se apercebesse, deu a mão ao Chuck, que não percebeu que eu estava a ver e apenas lhe sorriu, olhando-a. O Pierre falou para o Chuck, desviando a sua atenção e a Vanessa pôs o seu dedo indicador à frente da boca, fazendo-me sinal para estar calada. Parece que o David tem jeito para cupido. Sorri apenas.

- Tem cuidado! – Disse o Pierre. – Não te metas em alhadas e…

- Pierre! Eu sou crescidinha, está bem? Pára de me tratar como se eu tivesse 5 anos! – Resmunguei, fazendo todos rirem.

Não sei onde está a piada. O meu irmão sempre me protegeu de tudo e todos e continua com esse hábito, mesmo eu já tendo idade para tomar conta de mim. Mas no fundo, não posso negar. Eu amo a sua dedicação e preocupação. Eu não era mesmo nada sem ele! Despedi-me de todos, tal como o David. Dei um forte abraço ao meu irmão.

- Diverte-te! – Disse ele, dando-me um beijo na bochecha.

Sorri e entrei para o carro, seguida do Seb e do David, que ia no banco de trás. Chegámos rapidamente ao aeroporto, graças aos atalhos que o Seb conhecia. Lá, já estavam a Michelle, o Nick, o Brandon e o Kalet.

- Estávamos a ver que não! – Disse o Kalet, parecendo nervoso.

- Queixem-se aqui à donzela! – Rezinguei, pegando com o David.

- Já estava na hora de aprenderes a chegar a horas, não achas? – Perguntou a Michelle, rindo.

O David emburrou e cruzou os braços. Depois do Seb se despedir deles, afastamo-nos um pouco para nos despedirmos. Ele continuava com ar amuado e contrariado com a minha ida.

- Vais ficar assim muito tempo?

- Vou.

- Porquê?

- Porque eu não quero nada que tu vás! – Disse, num tom desagradado e olhando por cima do meu ombro. – Nada mesmo…

- Mas porquê? – Perguntei, olhando na direcção do seu olhar. Para onde ele olhava estava o David, rindo. Provavelmente já estava a dizer disparates. Ele ou o Nick!

- Eu tenho as minhas razões!

- Por favor, Seb… – Pronunciei, colocando os braços à volta do seu pescoço, desviando a sua atenção para mim. – Não vamos chatear-nos!

- Por favor, peço-te... Não vás… – Pediu, olhando-me nos olhos. Não consigo entender a sua aflição em que eu vá.

- Vai tudo correr bem! – Disse eu, fazendo um sorriso.

- Mas…

- Sem mas. – Ordenei, roubando-lhe um beijo e calando-o.

São só uns dias. Ele nem vai ter tempo para sentir saudades e vai dar-me razão e aperceber-se que está a exagerar. Observei-o ir embora e atirei-lhe um beijo quando olhou pela última vez para trás. Juntei-me ao grupo e entramos no túnel, para o avião.

A viagem foi sossegada e estávamos quase a chegar. Bem, não tão sossegada. O Nick adormeceu e ressona que se farta. Parece um terramoto! Tenho pena do Kalet, que veio ao lado dele e teve que levar com aquela sinfonia. No banco de trás, vieram a Michelle e o Brandon, a conversar animadamente. E ao lado, íamos eu e o David que ia a escrever qualquer coisa.

- O que estás a escrever? – Perguntei, inclinando-me para tentar ver.

- Uma música.

- A sério? Deixa ver! – Pedinchei, entusiasmada. Eles já tinham algumas letras, mas tinham de trabalhar isso.

- Não! – Disse ele, guardando o caderno.

- Não sejas mau para mim! – Pedi, fazendo beicinho.

Ele riu e acenou negativamente com a cabeça. Cruzei os braços e amuei. Nos altifalantes, ouvimos a hospedeira avisar que tínhamos chegado. Tiramos os cintos e descemos do avião. Está um calor abrasador. O céu está limpo e o sol brilha com enorme intensidade. Já não me lembrava como Miami consegue ser tão quente! Caminhamos pelo aeroporto até à praça de táxis que havia à entrada. Dirigimo-nos para o hotel onde íamos ficar hospedados. O que nos foi dito, relativamente à estadia, foi que o hotel era de 5 estrelas e um dos mais bem localizados de Miami. Regime de refeições, TV por cabo, internet e acesso gratuito ao bar, o que mais agradou ao Nick. O hotel era enorme e cheio de empregados. Está situado mesmo em frente à praia e tem duas enormes piscinas, rodeadas de espreguiçadeiras. Passamos na recepção para pedir as nossas chaves e fomos atendidos por uma simpática senhora, que nos deu as boas vindas e se ofereceu para nos ajudar, caso precisássemos.

- Estão aqui as vossas chaves. – Disse ela, pousando 6 chaves no balcão e cada um pegou a sua. – Hoje vai haver uma festa na praia! Apareçam!

- Boa! Adoro festas na praia! – Disse o Nick, esfregando as mãos. – E não vai haver nenhum concurso “Miss T-shirt molhada”?

- Nick! – Resmungou a Michelle, batendo-lhe.

- Ai! – Queixou-se. – Aposto que nos íamos divertir muito. Não era, Dave?

- Ahm… Sim, claro… – Respondeu, desviando o olhar do meu e agarrando a mala.

- Ai, por favor! – Pediu o Kalet, ajeitando os óculos. – Não se comecem a armar em garanhões e a andar atrás das raparigas! Dá sempre para o torto!

- Kalet, menos! – Resmungou o David, com ar chateado.

- Menos nada! – Refilou o Kalet. – Depois temos de andar a fugir dos namorados das raparigas! Como da última vez!

- Kalet, acalma-te! – Pediu o Nick, pondo um braço pelos ombros dele.

- Até parece que disse alguma mentira… – Resmungou o Kalet, em tom baixo.

- Tu tens é que te divertir mais! – Aconselhou o Nick, com ar de especialista. – Assim nunca vais arranjar uma miúda!

- Eu… Eu… – Gaguejou o Kalet, atrapalhado e ajeitando os óculos novamente.

- Oh meninos! E que tal pousarmos as malas e descansarmos um pouco, para depois irmos à festa? – Perguntou o Brandon.

Concordamos e cada um foi para o seu quarto. Adorei o meu quarto. É todo em tons de azul-bebé, com uns cortinados em tom mais escuro, contrastando com as almofadas da cama. A cama é enorme e confortável. Tem um plasma na parede e um guarda-fatos gigantesco. O sonho de qualquer rapariga! Arrumei as malas e fui tomar um duche. A casa de banho é também espaçosa. Após me refrescar, atirei-me para cima da cama, suspirando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

tadinho do Seb.... É um bocadinho dramático, não é? :o



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deus Deve Odiar-me! - 1 Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.