Cabelça De Agas . escrita por Liids River
Notas iniciais do capítulo
Uma coisinha que veio na minha cabeça e eu resolvi colocar no papel ;3
Estava sentado no sofá da sala.Annabeth arrumava nossas coisas,iríamos para o Acampamento pela manhã.
Semi-deuses adultos.Quem diria?
Assistia um jogo chato na TV,quando uma cabeleira escura descia as escadas.Nina nossa filha de 03 anos,estava vestida com um vestido branco e usava all-star,uma roupa nada convencional para quem tinha que estar dormindo.Vejam: ela se parece muito com Annabeth.Seus cabelos eram cheios de cachos,mas escuros como o meu.E seus olhos eram acinzentados.Uma garotinha incrível.
- Ei mocinha – chamei – O que está fazendo acordada? São sete horas! Hora dos menores de 10 anos estarem na cama.E que roupa é essa?
Ela veio correndo até mim. Eu a peguei no colo e acariciei seus cabelos.
-História,história! – ela cantarolou.
-Mas é tarde,baixinha – sussurrei – Sua mãe vai me matar se ver você aqui.
- Eu “plotejo” você – ela deu um sorriso angelical.
- Protejo – corrigi
– Isso,”potejo” – ela disse,ainda errando.
Eu sorri.Era a coisa mais incrível que eu já havia feito.Minha garotinha.Nós a amávamos como se fosse um tesouro.E obviamente era isso que ela era.Nosso pequeno tesouro.Ela sorriu um pouquinho mais,com a minha desatenção.
- Certo,correndo um risco bem grande de morrer,vou te contar uma história – tirei uma mecha de cabelo de seu rosto.
Não havia percebido,mas ela segurava o ursinho de Annabeth,o qual ela sempre carregava consigo,quando íamos para o Acampamento.Dei um sorriso idiota e disse :
- Vou te contar como descobri que sua mãe tinha esse ursinho – sorri e continuei – Certo dia,eu estava no Acampamento Meio-Sangue.Sua mãe e eu namorávamos a algum tempo,e para mim,sua era a pessoa mais irritante que eu já havia conhecido.
- Papai! – ela me bateu de leve – Não fale assim da mamãe!
Acariciei seus cabelos de novo e disse:
- Bem,sua mãe era pessoa mais doce que eu havia conhecido,mas naquele dia,havíamos brigado,por causa de uma das garotas do Acampamento.
Seus olhos estavam curiosos e uma de suas pequenas mãos,faziam carrinho no urso.
- Eu estava chateado,mas queria “ficar de bem” com a mamãe.Então resolvi ir ao chalé dela,e pedir desculpa,por ter sido um idiota. - sussurrei.
- Papai? – ela me cutucou.
- Sim?
- Você disse “idiota” - ela estava com os olhos brilhando – Eu “pode” dizer idiota também?
- Não,querida - sussurrei baixinho.Deuses Annabeth iria me matar,se ouvisse Nina falando essas palavras . Ela não achava bonito uma garotinha de 03 anos falando palavras que não eram apropriadas para sua idade.Coisa de Annabeth ,vá entender. – O papai não disse a palavra idiota.
– Disse sim! - ela murmurou baixinho – Eu ouvi,papai.
- Certo,ok,ok! O papai foi um boboca em dizer isso. – sussurrei.
- Boboca,boboca,boboca ! – ela brincou.
- Deuses!Sua mãe vai me matar – bati em minha própria testa. – Mas voltando a nossa história,você quer ouvir ou não?
- Quero! - ela sorriu.
- Certo,onde o papai parou? –perguntei. – Ah,sim,sim.No chalé da mamãe.Eu estava indo ao chalé da mamãe.
- Isso,”salé” – ela disse errado.
- Chalé,amor- corrigi segurando o riso. – Bem,o chalé estava vazio.Eu não queria fazer nada perigoso,então,fui mexer nas coisas de Annabeth,até que ela voltasse.
- Papai?- ela me cutucou.
- Sim?
- Você disse que não ia fazer nada “peligoso”,certo? – ela perguntou cética.
- Perigoso,querida – corrigi – Certo.
- Então,por que foi mexer nas coisas da mamãe? – ela perguntou.
- Hm,bem – gaguejei.Garotinha esperta,não?
- Nós sabemos que é perigoso mexer nas coisas da mamãe,Percy! – ela disse mandona.
Eu a olhei.Nina era uma réplica perfeita de Annabeth,Inteligente,cética,meio irônica,boba e até mesmo engraçada.Uma pequena Annabeth.
-Garota,você parece a sua mãe! – ela gargalhou – Vamos,fique quietinha!
Ela sorriu.
– Bem,eu estava mexendo na cama de sua mãe.Em seu laptop,até que vi uma coisa embaixo do seu travesseiro.
Ela me olhou espantada e disse :
- Mamãe estava matando o “usinho” sufocado?
- Ursinho,pequena.E não, a mamãe estava o guardando.Eu comecei a vasculhar e vi o Ursinho.Na hora,eu comecei a dar risada - eu sorri,relembrando silenciosamente.
-Por que,papai? O que há de errado com o urso? – ela me olhou zangada.
- Hã,veja bem,baixinha.- sussurrei – Lembra-se da vovó Atena?
- Sim,papai.Acha que eu tenho “amilinésia”?- ela fez careta.
- Aminésia,Nina.E não,não acho que tenha.Os filhos de Atena,como a mamãe,são conhecidos por serem bem fortes,inteligente e independentes – eu sorri – Foi engraçado ver que a mamãe tinha um tipo de refúgio.
Ela riu.
- Como o seu travesseiro da sorte?-ela perguntou segurando o riso.
Senti meu rosto queimar.Hei,isso é particular,depois,quem sabe explico a vocês.
– Hm,bem,sim.Aquele travesseiro foi Poseidon quem me deu - sorri – É importante para o papai,querida.
– “Implotante”?
– Importante,pequena – corrigi.
- Certo,certo. – ela disse indiferente.Como Annabeth,não gostava de ser corrigida.
– Certo – suspirei – Eu dei muita risada quando vi o ursinho.Mas aí... - parei fazendo um suspense.
- O que,papai? – ela me cutucou – A mulher dos cabelos de cobra,apareceu?
- Não,amor – eu sorri.
- Então foi o boi malvado? – ela disse curiosa.
- Touro,pequena,ele é um touro – sorri me divertindo novamente – Mas não foi ele.Algo pior,horrível e bravo!
- Deuses – ela sussurrou – Não me diga que foi.. – ela engoliu em seco – 'O monstro da cósquinha' – ela tapou os olhinhos com as mãos pequenas.
Eu dei risada e sussurrei baixinho :
- Não,bobinha! – mordi sua bochecha – Annabeth apareceu e viu-me com este mesmo ursinho nas mãos!
Ela arregalou os olhinhos.
- O que ela fez? – perguntou.
- Annabeth ficou vermelha!Com muita vergonha!Lembro-me dela dizendo:
“ O que está fazendo?”
“ Conhecendo seu amigo novo! – brinquei .
“ Você é um ser morto” – ela veio até mim,mas eu corri – sorri para a pequena Nina – Naquele dia,a mamãe quase deixou o papai impossibilitado de ter você – escolhi bem as palavras.
A verdade era : Annabeth me chutou nas partes baixas,naquele dia.Simples assim.
Ela segurou minha camiseta.
- A mamãe bateu na minha cegonha,papai? – ela perguntou curisosa.
Eu sorri com sua inocência.
- Claro que não,amor – afaguei sua bochecha – A mamãe ama você.Nunca faria isso.
- E eu tenho o urso dela – ela exibiu o urso como se fosse um troféu.
Eu espera que ela continuasse assim.Pequena,frágil.Queria não ter trabalho com ela quando ficasse maior,e arranjasse um namorado ou algo assim.Mas as coisas são assim.É a lei da vida...
Ah tá,acham mesmo que eu me preocupo com isso? Que Mané lei da vida o que,minha pequena não vai namorar um cara qualquer,nem tão cedo.
Lei da vida,ah tá.
Sorri comigo mesmo e balancei a cabeça tirando-me dos meus próprios desvaneios.Outra cabeleira,dessa vez loira,descia as escadas.Annabeth olhou para Nina e cruzou os braços.
– O que a senhorita está fazendo aí?
Nina deu um pulinho assustada,mas respondeu :
- Mamãe,o papai me contou uma história! – ela sorriu – É muito “divetido”!
- Divertido,amor – Annabeth corrigiu – Mas é hora de dormir.
- Mamãe!- ela choramingou.
- Mamãe tem razão,pequena- eu disse – Você deve ir dormir.
Ela fez beicinho.
- Mas eu vou dormir aqui ! – cruzou os bracinhos e nos olhou desafiadora.
- Ah!Olha que mocinha teimosa,Percy! - Annabeth também cruzou os braços,desafiadora.
- Nem sei a quem puxou – eu disse baixinho ,rindo.
- Fique quieto,Cabeça de Algas- ela sorriu,me olhando.
– É papai! “Cabelça “ de “Agas” – Nina disse,se aconchegando no sofá.
Nós sorrimos.Eu sinceramente não conseguia imaginar como viver sem as minhas garotas.Eu precisava de Annabeth e de Nina para cair na realidade.
Annabeth se sentou ao meu lado.Como de costume,passei o braço ao seu redor e beijei o topo de sua cabeça.Peguei o ursinho de meu colo e o mostrei a Annabeth.
- Não vai me apresentar ao seu amigo? – brinquei com as mesmas palavras de alguns anos atrás.
Ela revirou os olhos tempestuosos e se aconchegou em meu peito.
– Não seja bobo,”Cabelça” de “Agas” – ela imitou Nina, sorrindo.
Aquilo,nós não poderíamos corrigir.Porque não era erro.
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Obrigada a quem leu :)
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