Esperando O Fim escrita por Chiisana Hana


Capítulo 6
Capítulo VI




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

ESPERANDO O FIM

Chiisana Hana

 

Capítulo VI

Conforme combinado, Saori chegou aparentemente sozinha ao heliporto de Julian. Dois homens armados receberam-na e um deles embarcou com ela na aeronave. Assim que entraram, o piloto lhes disse para afivelar o cinto e iniciou os procedimentos de decolagem. A deusa estava apreensiva, temendo que o plano não desse certo, mas procurou dominar o medo. Olhou para o piloto e notou que ele parecia extremamente desconfortável com a presença do outro homem e sua arma. O capanga colocou a arma sobre o banco e pôs um capuz negro sobre a cabeça de Saori, depois avisou que já podiam decolar e o piloto deu início aos procedimentos.

Depois de um tempo de voo que Saori não pôde determinar, mas que não lhe pareceu muito, o aparelho pousou. O homem retirou o capuz de Saori e, após acostumar-se com a claridade, ela viu que Julian a esperava.

— Estou aqui como você queria – ela disse ao descer do aparelho. – Agora devolva a Shunrei! Ela não tem nada a ver com isso. Deixe-a ir. Eu já voltei, pronto, acabou.

Julian sorriu e abraçou Saori.

— Ela não está aqui, minha querida – ele disse calmamente. – Mas não se preocupe, vou dar a ordem para que a entreguem conforme combinado assim que você estiver segura.

Saori franziu o cenho.

— Como vou saber que não está me enganando?

— Vai ter que confiar na minha palavra, querida – Julian disse. Tomou-a nos braços e deu-lhe um beijo. Saori sentiu um asco profundo, mas não refutou. Pretendia aceitar tudo até ter certeza que Shunrei estava a salvo. Só depois disso pretendia enfrentá-lo, por isso deixou-se conduzir para dentro do prédio, uma luxuosa casa incrustada na rocha, rodeada de seguranças armados.

"Será que ele ainda não aprendeu nada sobre meus cavaleiros?", ela pensou, confiante quando percebeu que ele se valia apenas de armas de fogo comuns. Agora ela estava certa de que o plano engendrado daria certo. Confiava nisso.

Antes de o helicóptero decolar com ela, nos arredores da mansão Solo em Atenas, alguns cavaleiros esperaram o embarque a uma distância segura.

— Então, Mu, conseguiu alguma coisa? – Shiryu perguntou, ansioso, quando Mu voltou. O cavaleiro de Áries teleportou-se para dentro do helicóptero e voltou ao ponto de origem, num movimento impossível de ser visto pelo olho de um humano comum.

— Havia um mapa de navegação no painel indicando as Cíclades – ele respondeu. – E consegui captar alguns pensamentos do piloto. Humanos comuns são muito fáceis de ler. Ele pensava em Tinos.

— Tinos? – assombrou-se Shiryu. – Não é nessa ilha que existia um templo dedicado a Poseidon?

 

—S-A-I-N-T-S-

Tinos, arquipélago das Cíclades, Grécia.

Uma empregada serviu o jantar para Julian e Saori como se fosse uma noite normal na casa de veraneio do milionário grego, embora não houvesse nada de normal ali. Assim que desembarcou, a deusa fora forçada a banhar-se numa enorme banheira, com empregadas ajudando-a e, depois, a usar um vestido de tafetá verde-claro, cheio de babados, bem ao gosto exótico de Julian, além de um belo conjunto de joias de ouro com enormes topázios lapidados em forma de gota. Julian também se preparou para a ocasião usando um smoking.

— Então, querida, me fale da gravidez – ele disse enquanto arrumava o guardanapo no colo, surpreendendo Saori. – Achava que eu não sabia, meu bem? Eu sei tudo.

— Está tudo bem – ela respondeu.

— Pelo visto a minha solução prática não foi eficiente... – disse, referindo-se ao comprimido que forçou Saori a tomar dois meses antes, no Natal.

— Pois é... – Saori disse, temendo pelo filho que esperava. Julian estava claramente louco e o rumo daquela conversa não a estava agradando.

— Não se preocupe, minha cara – ele disse, tomando as mãos dela entre as suas. – Não vou tentar fazer mais nada. Deixemos que o bastardinho nasça, afinal. Vai ser interessante...

Instintivamente, Saori recuou um pouco na cadeira. Que atrocidades Julian pensava em fazer com a criança? Ela não queria sequer imaginar.

— E quanto a Shunrei? – ela perguntou. – Já deu a ordem?

— Sim, sim. Já telefonei. Estão levando-a de volta para o Santuário, meu bem. Mas não é de helicóptero, então pode demorar um pouco.

— Espero que isso seja verdade, Julian.

— Você não confia no seu noivo?

Saori não respondeu. Colocou o guardanapo no colo também e começou a comer. Estava sem fome, uma vez que toda aquela situação a tinha deixado sem apetite, mas pensou no bebê e forçou-se a se alimentar.

Depois do jantar, Julian levou-a para o quarto, onde tentou seduzi-la usando palavras doces. Saori mostrou-se indiferente às suas carícias então, irritado, ele usou a força e ela não tentou resisti. Apenas ficou quieta, ignorou a dor e deixou que ele fizesse o que queria.

“Vai acabar logo, vai acabar logo”, ela repetiu em pensamento, como um mantra. A imagem de Seiya surgiu em seu pensamento mas ela forçou-se a pensar em outra coisa. Não queria imaginá-lo, fingir que a violência que estava sofrendo era com ele seria como macular as poucas e belas noites que tiveram desde a primeira, naquela noite de Natal. Isso não. Então ela fechou os olhos e ficou pensando no mar, cujo barulho invadia o quarto. Queria que fosse mais alto, que sufocasse os gemidos asquerosos de Julian. Foi tirada de sua abstração por um forte tapa no rosto.

— Vamos, não fique aí parada como se estivesse morta! – Julian gritou. No que está pensando? Naquele verme?

Ela não respondeu. Julian apertou o rosto dela com força.

— Olhe pra mim! – ele ordenou. – Fique olhando pra mim! Eu sou homem pra você! E se mexa!

Ela obedeceu e voltou ao seu mantra:

“Vai acabar logo, vai acabar logo”

 

—S-A-I-N-T-S-

Horas antes, Máscara da Morte presenciou o sequestro de Shunrei em frente ao hospital. Seguiu o carro até seu destino final, o porto de Pireu. Ali, o cavaleiro viu os sequestradores levando-a desacordada para um grande iate de nome "Nereida". Máscara espreitou nas proximidades da embarcação e, no último momento antes de partirem, conseguiu embarcar sem ser visto. Decidiu ficar quieto e avaliar a situação antes de agir. Dois homens embarcaram com Shunrei e ele viu mais dois zanzando por ali, além de uma mulher. Certamente havia também um capitão.

"Preciso de um plano", ele pensou. "Não posso mandar essa porcaria toda para a puta que pariu, senão a mulher do outro lá vai junto e ninguém, absolutamente ninguém, vai me perdoar. Não posso arriscar usar meus poderes de cavaleiro. Se eu exagerar e afundar essa merda? Não com a mulher do outro a bordo. Tenho que fazer tudo do jeito antigo: só com as mãos."

O cavaleiro permaneceu escondido e percebeu que a certa altura o motor parou. Esticou-se para fora do esconderijo e viu que não tinham aportado em lugar nenhum, estavam ancorados em algum lugar relativamente próximo à costa. Podia ver claramente o local que lhe pareceu ser uma das Cíclades

"Que beleza" pensou ironicamente. "Se pelo menos estivéssemos mais perto da margem. A essa distância ainda não posso explodir tudo."

Dois homens faziam a ronda no convés, quando Máscara da Morte os ouviu dizer que “o serviço já estava feito e aguardavam ordens para voltar”. Máscara deduziu que "o serviço" era alguma coisa relativa a Shunrei, por isso resolveu agir, antes que fosse tarde demais. Saiu do esconderijo e, movendo-se na velocidade da luz, quebrou os pescoços dos dois homens. Foi difícil ignorar o prazer que sentiu nesse gesto. Nesses tempos de paz, ele quase se esqueceu da descarga de adrenalina que vinha quando matava alguém e experimentar isso de novo era indescritivelmente delicioso.

Procurou afastar esses pensamentos e saiu em direção ao lugar onde supunha que os outros dois homens estavam. Encontrou-os cochilando e, aproveitando-se disso, matou-os também, o primeiro rapidamente, e o segundo, estrangulando-o devagar, apreciando a expressão de terror na face do homem e a luta dele para viver.

"Essa cabeça daria uma excelente decoração", pensou, com saudade dos tempos em que podia manter suas relíquias queridas nas paredes da Casa de Câncer. As cabeças de que mais gostava eram aquelas que conservavam o terror da morte em suas expressões.

"Restam a mulher e o capitão", pensou, tentando afastar o desejo de levar consigo a cabeça do homem. E como ele não era homem de ter melindres, mataria a mulher. O capitão seria poupado, pois teria de levá-los de volta à costa.

Caminhou cautelosamente pelas dependências do iate. Não viu a mulher, então saiu à procura de Shunrei. Encontrou uma porta trancada e deduziu que ela devia estar ali.

— Afaste-se! – gritou para Shunrei. Esperou alguns segundos e derrubou a porta.

Shunrei estava de pé no canto oposto do cômodo, assustada e tremendamente surpresa ao ver quem apareceu para resgatá-la.

— O-obrigada – ela murmurou, ainda insegura.

Máscara da Morte não respondeu. Apenas segurou a mão dela e puxou-a para que ela o seguisse. Subiram até o convés, onde encontraram a mulher. Considerando a expressão de terror na face dela, Máscara deduziu que ela viu os homens mortos. Ele avançou para matá-la também, mas Shunrei o impediu.

— Não! Eu conheço essa mulher – Shunrei disse, assombrada ao reconhecer Eli, a camareira que serviu a ela e a Shiryu na sua lua de mel.

— Meu Deus do céu! – a moça exclamou, ainda mais aterrorizada que antes. – Senhora Shunrei! Eu não sabia! Eu não sabia de nada!

— Quando ouvi sua voz, sabia que era alguém que eu conhecia, só não lembrava quem.

— E quando eu entrei no quarto, estava com tanto medo que nem prestei atenção. Só vi seu cabelo curto…

— Eles cortaram. Está tudo bem, Eli, tenho certeza de que você não sabia.

— Ah, senhora, quando o Christos me chamou para esse trabalho, pensei que ia ser apenas uma viagem como as outras. Então me deparei com aqueles homens armados e quis ir embora, mas eles não me deixaram.

— O capitão é o Christos? – Shunrei surpreendeu-se outra vez.

— Sim, é ele – Eli confirmou. – Do que se trata tudo isso? Os homens estão mortos lá em cima!

— É uma história bem comprida e complicada, Eli.

— É, e não temos tempo para contá-la agora – Máscara da Morte interrompeu. – A essa altura, seu marido deve estar pondo o Santuário abaixo. Vamos falar com esse tal de Christos para nos levar de volta à Atenas.

—S-A-I-N-T-S-

Enquanto isso, Shiryu seguia de helicóptero para Tinos, acompanhado por Seiya, Dohko e Mu.

— Eu vou matar aquele desgraçado – Shiryu murmurava consigo.

Dohko pensou em pedir que ele tivesse calma, mas sabia que de nada adiantaria. Quando se tratava de Shunrei, não se podia exigir que ele se controlasse. Ainda mais com ela grávida. Dohko sabia muito bem o que aconteceria com Julian.

Seiya ainda estava inconformado por terem deixado Saori ir, temia que pudesse acontecer algo ruim com ela, mas sabia que devia isso a Shiryu.

— Me desculpe – ele disse, abraçando o amigo. – Eu fui egoísta.

— Não se preocupe. Provavelmente eu teria a mesma atitude se estivesse no seu lugar, meu amigo.

O piloto anunciou que pousariam em poucos minutos e todos se prepararam. Não foi difícil descobrir para onde Julian levou Saori porque o cosmo dela era fortemente sentido por todos. Mu teletransportou-os para perto do local de onde vinha o cosmo: uma imponente casa incrustada no topo do monte mais alto da ilha.

— O que estamos esperando? Vamos lá! – apressou-se Shiryu. Queria acabar logo com isso e ter sua Shunrei de volta, bem como resgatar Saori.

— Calma, Shiryu – amenizou Dohko. – Qualquer passo em falso pode acabar em tragédia – ele advertiu, e Shiryu viu-se obrigado a concordar.

—S-A-I-N-T-S-

No Nereida, Shunrei, Máscara da Morte e Eli chegaram à sala do capitão. Encontraram-no com um corte na cabeça já com sangue seco.

— Christos! – Eli gritou e abraçou o amigo.

— Sinto muito, Eli. Sinto muito. Jamais imaginei que...

— Está tudo bem agora. Ela está bem – Eli disse, apontando para Shunrei. Christos olhou perplexo para a moça.

— Oh, meu Deus! Era você! Eu vi quando trouxeram uma moça a bordo, mas com o capuz eu não a reconheci. Foi nessa hora que me recusei a fazer a viagem e eles me agrediram.

— Está tudo bem, Christos – Shunrei disse, dando um tapinha amistoso nas costas do capitão. – Eu sei que vocês não se envolveriam nisso se soubessem.

— Tivemos que ceder ou eles nos matavam – Christos justificou-se. – Afinal, o que houve? Por que sequestraram a senhorita?

Máscara da Morte impacientou-se:

— Gente, antes da ladainha, vamos começar a levantar âncoras e voltar para Atenas, né? Quero chegar logo antes que o marido dela surte.

— Não podemos – Christos disse. – Não temos combustível suficiente. Deve dar para chegar a Tinos e só.

— Que maravilha… – ironizou Máscara, rolando os olhos. – Essa merda tem telefone? Podemos falar com o Santuário?

— Tem, mas não estão funcionando. Eles queriam se certificar de que eu não me comunicasse com ninguém.

— E com certeza apagariam vocês dois depois – Máscara disse. – Eu apagaria se fosse o mandante. Bom, se não tem jeito, liga essa merda de motor e vamos para Tinos. Lá daremos um jeito de falar com alguém.

Christos seguiu as instruções de Máscara da Morte e levantou as âncoras, enquanto o italiano foi se livrar dos corpos. Shunrei e Eli ficaram na cabine com o capitão, mas logo a chinesa começou a sentir-se mal. A camareira procurou auxiliá-la achando que era efeito do remédio que um dos homens disse ter colocado na comida de Shunrei.

— A senhora comeu o mingau? – Eli perguntou.

— Comi – Shunrei respondeu, levando a mão à barriga. Sentia pontadas fortes no baixo ventre e logo começou a sentir sangue escorrendo pelas pernas.

— Oh, não! Oh, não! – lamentou-se Eli, e começou a chorar. – Eu sinto muito senhora, sinto muito mesmo. Colocaram dois comprimidos no mingau, dizendo que eram soníferos, mas agora estou achando que eram outra coisa...

Shunrei entendeu imediatamente o que ela quis dizer. Levando em conta as dores que sentia e o sangramento, ela sabia que seu bebê estava em perigo e começou a rezar para que chegassem em Tinos a tempo de salvá-lo.

Terminado o serviço com os corpos, Máscara voltou à cabine e viu Eli amparando Shunrei, bem como a roupa dela suja de sangue.

— O que é que tá pegando?

— A senhorita começou a passar mal – ela disse.

Christos chamou Máscara da Morte para perto de si e sussurrou:

— Achamos que eles colocaram abortivos na comida dela.

— Era só o que faltava, cacete! – gritou o italiano, socando o ar. – Não tem como essa banheira ir mais rápido?

— Estamos na velocidade máxima, senhor.

— Puta que me pariu, vai dar merda, vai dar merda... – ele disse e se aproximou de Shunrei. Notou que ela já estava ficando pálida.– Fica calma. Assim que chegarmos lá, eu vou pegar você e levar para o hospital. Vai dar tudo certo.

— Máscara – Shunrei murmurou numa voz já fraca. – Se quando chegarmos lá eu estiver inconsciente e disserem que precisam escolher entre salvar a mim ou ao bebê, diga a eles que eu quero que salvem meu filho.

— Eu direi – ele prometeu, sinceramente torcendo para que não fosse necessário.

 

—S-A-I-N-T-S-

 

Na mansão onde Julian mantinha Saori cativa, ele foi avisado sobre as pessoas estranhas que rondavam o terreno.

— Que venham. Estou preparado – Julian disse, confiante, e conduziu Saori até o andar de cima, onde se trancaram.

Ele jogou-a sobre a cama e depois sentou-se calmamente em uma poltrona e cruzou as pernas. Estava certo que o dinheiro investido para transformar a casa em uma fortaleza seguraria os cavaleiros.

Pouco lembrava das batalhas no Templo Submarino e durante algum tempo até achou isso bom, entretanto, agora lamentava-se, bem como lamentava o fato de Sorento não se encontrar ali, ajudando-o naquela empreitada. Quando lhe contou que pretendia pegar de volta sua "noiva", o rapaz declinou, disse que era loucura e nunca mais deu notícias desde então.

Julian bufou.

— Não se pode mais confiar nesses subordinados medíocres – murmurou. – Eu sei que eles conseguiram derrubar o Suporte Principal, mas aqui vai ser diferente.

Sentada na cama, Saori o observava. Julian parecia fora de si, tinha o olhar desvairado e falava com uma certeza inabalável sobre a “fortaleza que construiu”. O que ele seria capaz de fazer com ela quando percebesse que sem os poderes de Poseidon não havia a menor possibilidade de deter os cavaleiros?

Lá fora, o cavaleiros foram recebidos por uma saraivada de balas de diversos calibres, mas todas pararam na Parede de Cristal de Mu. O cavaleiro de Áries lançou sua Extinção Estelar, que capturou os atiradores nos feixes de luz, deixando-os sem ação. Os quatro avançaram pelo pátio e entraram na casa, vasculhando os cômodos. Encontram muitos seguranças armados pelo caminho, mas puderam lidar com todos muito facilmente.

No andar superior, Julian ainda acreditava estar protegido pelas portas de aço e paredes de concreto duplo revestido com aço. Quando comprou a casa, ela veio com esse cômodo que originalmente era uma caixa forte, que ele mandou reforçar e transformou em quarto de segurança.

— Acha que eles vão conseguir entrar aqui, minha amada deusa? – ele perguntou a Saori.

— Eu tenho certeza – ela respondeu inconsequentemente.

— Veremos. Se por acaso conseguirem, eu parto para o plano B. E você não vai gostar dele.

Saori sentiu um arrepio macabro. Sabia que da cabeça perturbada de Julian, não podia vir nada de bom. Não demorou muito para que sentissem a primeira pancada na porta de aço e Julian viu uma fenda começar a abrir-se no metal.

— Hum, parece que você tinha razão, minha querida – ele disse e levantou-se da poltrona. Inclinou-se sobre Saori como se fosse beijá-la, mas tirou um punhal do bolso do smoking e rasgou o ventre dela.

— Não! – Saori exclamou, encolhendo-se e levando as mãos ao corte.

— Foram vocês que quiseram assim! – ele gritou para os cavaleiros quando a porta foi aberta pela espada de Libra. – Eu sei o que vocês farão comigo. Tudo bem. Nossos corpos mortais não resistirão, mas Saori e eu somos deuses! Vamos viver juntos no meu templo pela eternidade!

Imediatamente, Shiryu ergueu o braço na posição característica de sua Excalibur e, num gesto fluido, abaixou-o, lançando o golpe e atingindo Julian. A cabeça decepada rolou pelo chão, enquanto o corpo dobrou-se e desabou.

Shiryu também caiu de joelhos, a cabeça baixa, as mãos no rosto, chorando. Dohko o abraçou, tentando confortá-lo. Sabia o que ele estava pensando. Aquele era o último cômodo da casa que faltava revistar, esperavam encontrar as duas nele, mas só Saori estava lá.

— Onde ela está? – ele murmurou. Sentia a presença de Shunrei nas proximidades da ilha e sabia que ela não estava bem.

Continua...

Reescrito em março de 2019


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