Petter: alto, magro, cabelo preto, repicado de lado com franja e seus incríveis olhos azuis esverdeados. Acabara de acordar na casa da mãe, estava muito animado pois tinha escrito um poema para Juliet. Ele tinha o dom da poesia e a amava desde que tinha posto os olhos nela, dois anos atrás. Até agora não tinha tido coragem suficiente para se declarar a ela. Mas, finalmente ontem, antes de ir para casa, ele tomou coragem e escreveu um poema, dizendo o quanto a amava. Tinha colocado no armário dela imaginando que, quando ela o abrisse, o bilhete seria a primeira coisa que ela veria e, finalmente, ele apareceria, ela pularia em seus braços e ele iria a cobrí-la de beijos. Seu sonho estaria realizado.           .

Sua mãe finalmente o chamou:                                                     .

-Petter, venha tomar café!                                                .

Petter morava em um apartamento alugado, com a mãe Beth. A mãe dizia que ele era a cara do pai que ele não chegou a conhecer.  Ele tinha dislexia, déficit de atenção e via coisas estranhas nas pessoas, assim como Juliet.                                    

Tomou o café rapidamente, pois queria chegar cedo à escola. Assim que terminou de se arrumar, saiu de casa apressado, embora morasse a menos de uma quadra da escola. Saiu correndo, pois sabia que Juliet já devia estar na escola. Sabia também que, brevemente  James ia chegar e não queria que seu amigo o visse com ela.                                                           .

Entrou correndo na escola, nem passou no armário, foi direto encontrar Juliet pois não queria perder um segundo, mas quando chegou lá teve uma surpresa: Juliet estava beijando o seu melhor amigo James, que há poucos dias tinha confessado não estar interessado em Juliet.                                                     .

Petter ficou arrasado, paralisado. Quando o sinal tocou ele percebeu que o seu poema estava no chão e só então se deu comnta de que não tinha assinado seu nome: um pequeno erro que muda tudo.
Então, naquele instante ele decidiu ir para casa, pois sua mãe estaria trabalhando. Caso contrario, sua mãe ficaria uma fera por ele ter faltado na aula.

Chegando em casa, trancou-se no quarto e ficou lá, deprimido, sem vontade de fazer nada.

Resmungava:

- Por que não assinei o meu nome? Por quê? Isso eu não entendo, James é meu melhor amigo, me apoia em tudo, não me trairia dessa maneira, não consigo entender.                                   .

Depois disso tomou a pior decisão do mundo: fugir, para nunca mais encarar o James e até a própria Juliet. Esse seria o último dia que passaria com a mãe e depois seria cada um por si.
Escreveu um bilhete para a sua amada mãe, deixou-o em cima da mesa da sala, fez sua mochila com algumas roupas, um par tênis e uma foto da mãe, além é claro seu arco e sua aljava de flechas, o único esporte em que era realmente bom. Deu uma última olhada no apartamento e partiu.