Durante a silênciosa caminhada por entre a estreita estrada de terra vermelha, cercada por rosas de todas as cores, Hikari observa uma expressão assustadora no coelho, e então resolve quebrar o silêncio, com uma pergunta que se arrepende de ter feito:
   - Q-quem é essa tal rainha?
   - Você vai descobrir, querida Alice.
   - Meu nome é Hikari.
   - Não aqui, não para mim...
   Assim acaba a breve, porém perturbadora conversa. Ao longo dos minutos, finalmente chegam em algum lugar: um labirinto de espinhos, pelo qual o coelho guiou Hikari com muita rapidez. Após apenas alguns minutos, Hikari perdera o coelho de vista, e assim, estava perdida no meio daqueles espinhos, suas mãos sangravam porque tentara escalar a parede de espinhos, e sua garganta queimava de tanto gritar pelo coelho. De seus olhos, saiam lágrimas de desespero e dor, que surgiam como nascentes sem fim. Após algumas dezenas de minutos, que pareceram horas ou até dias para Hikari, ela encontra uma praça pequena, no meio do labirinto. Nessa praça, havia uma pessoa sentada em um banco, um homem com cerca de 19 anos, com fones de ouvido, cabelos lisos e azuis, uma camisa braca, calças marrons e com os sapatos e um cachecol também azul. Ele estava de olhos fechados, e cantava uma incrível canção com uma voz linda, em uma lingua que parecia japonês.
   - "...Ni-banme Alice wa otonashiku..." - Cantava o homem, num belo tom de voz.
   Hikari ficou em pé, ao lado do banco onde o homem estava sentado, ouvindo a canção. E, por mais estranho que fosse, a música fazia algum sentino na cabeça de Hikari, mesmo não sabendo nada de japonês. "Talvez seja por causa que tenho uma parte japonesa" pensou Hikari, embora ela realmente achasse que essa não era a verdadeira resposta.
   - "...Utawo utatte fushigi no kuni..."
   - O-oi... digo, olá!... bom dia?
   O homem tirou o fone dos ouvidos, e desligou o que Hikari achou ser um celular.
   - Oh, olá. - O homem investigou as roupas de Hikari - Prazer, Yamane Akio, pode me chamar apenas de Akio, se preferir.
   - O prazer é meu, Akio.
   - Que nada... você, não é deste lugar, né?
   - Como você sabe?
   - Bem, suas roupas, você está vestida como uma legitima princesa Alice!
   E então ele riu, como se fosse uma piada, mas então notou a expressão de escárnio e medo de Hikari, e então acrescentou:
   - Oh não, não me diga que...
   - Sim, eu sou... Alice.
   - E por que você está aqui?
   - Um coelho gigante me trouxe.
   - Sabe, você não devia dizer informações assim para um estranho.
   - É, eu sei...
   - Oh, céus, por favor, me diga que ele não falou que iria te levar para a rainha!
   - Como você sabe?
   Um barulho saido de onde Hikari tinha vindo ecoou no labirinto.
   - Maldita rainha! Venha, Alice, temos que sair desse lugar antes que te achem.
   - Como assim?
   - Você é a Quinta, é assim que funciona, o Sonho quer te devorar.
   - Quinta? Sonho? Dá para me explicar direito ou não!?
   - Claro, mas temos que achar um lugar seguro, se não ela vai nos ach...
   Uma voz veio do labirinto:
   - Alice, Alice, onde está você? Venha comigo, pois feliz você vai ser...
   - É ela! Quinta, venha rápido!
   Akio pegou na mão de Hikari, e, com velocidade, foi a levando pelo labirinto. Enquanto a voz ecoava, cada vez mais perto:
   - Alice, Alice, vamos lá brincar. Venha, querida, não vou te machucar...
   - Quem é ela, Akio!?
   - Uma serva do Sonho, a Primeira! Ela já teve sua alma consumida.
   - Consumida? Por quem?
   - Pelo Sonho, ele atra...
   Uma espada longa de ouro surge de uma parede, quase acertando a cabeça de Hikari.
   - AH! Meu Deus!
   - Depois eu explico... agora venha! Mais rápido!
   Correram como nunca, e quando estavam prestes a achar que a tinham despistado, uma espada surgia das paredes e os fazia correr novamente. Depois, encontraram uma curva, e finalmente sairam do labirinto, deixando para tras o corpo sem alma da Primeira. Akio e Hikari se esconderam em uma pousada, de uma vila a cerca de 5 KM de distância do labirinto, Akio tinha dinheiro o suficiente apenas para dois dias no pior quarto. Estava anoitecendo, e os dois ficaram por lá mesmo, e Akio aproveitou para explicar as coisas para Hikari.
   Eles falaram de vários assuntos, começando pela rainha.
   Akio contou que a rainha se chamava Kai Sakura, que ela tem a aparencia de uma adolecente, e que ela foi a Terceira Alice, contou também como o Sonho funcionava, ele levava alguém com muitos arrependimentos, ambições, segredos e decepções para esse mundo, prometendo a elas a paz. Mas quando elas vem, começam a enlouquecer, pois o Sonho traz a tona os piores medos, e então, no êxtase de temor da vitima, o Sonho consome a alma da pessoa, e então ela se torna apenas um corpo vazio, que só funciona com as ordens do Sonho. Até agora, a Primeira, Terceira e metade da Quarta Alice foram consumidas. Na verdade, há agora 5 Alices, mas, na verdade há 6 pessoas, a Quarta Alice são duas pessoas, dois irmãos gêmeos, uma garota e um garoto, que representam uma única Alice, e apenas o irmão foi consumido pelo Sonho, a irmã ficou desaparecida, não se sabe o que aconteceu com ela. Aquela mulher no labirinto era a Primeira, ela foi a Primeira Alice, e, por não saber de nada, enlouqueceu e cometeu um assassinato em massa, logo após, se sentiu culpada e pediu perdão ao Sonho, que devorou sua alma.
   - Ah! E mais uma coisa, existe um simbolo para cada Alice, uma carta de baralho, normalmente. - Assim que disse isso, Akio arregaçou as mangas, e em sua mão, havia um símbolo de um Ás de Ouros. - Me deixe ver sua mão, Alice.
   - Claro... e, ah, meu nome verdadeiro é Hikari Sora.
   - Tudo bem, Sora. - Ele pegou a mão de Hikari, e encontrou um desenho de um palhaço de cor roxa, nas costas da mão dela. - O que...? Coringa?
   - É, também achei estranho.
   - Não, não por isso, é so que eu achava que a carta Coringa devia ser o símbolo do próprio Sonho.
   - E o que isso quer dizer?
   - ... Não sei...
   Os dois foram dormir, estavam cansados por causa da correria no labirinto, embora Akio quase não tenha dormido, pois não haviam conseguido traçar um objetivo ainda.