Lucy’s POV

Ele estacionou o carro e subimos as escadas em silêncio, só ouvindo o barulho das pegadas e da respiração um do outro, chegamos ao nosso andar e eu fui para a minha porta, mas antes de abri-la virei no intuito de dizer algo á ele, olhei para ele e o mesmo tentava falar algo também, olhamos um para o outro e rimos, ele veio até mim e segurou meu rosto com suas duas mãos delicadamente, deu um beijo na minha testa e sorriu.

— Se cuida pequena. – Ele disse e se afastou, ainda olhando para mim, eu sorri e abri a porta, entrei e fechei suspirando ainda e feliz da vida.

— Porque ta feliz desse jeito? – Minha mãe perguntou, ah não, o Alex está aqui de novo, ele fazia a minha mãe beber e fumar, fazendo assim com que ela ficasse agressiva e rude. Ele estava no barzinho que tínhamos na sala, preparando uma bebida, ele saiu dali, entregou o copo á minha mãe e se sentou do lado dela e ficou me encarando.

— O que ele está fazendo aqui? – Eu perguntei apontando com o queixo para o Alex.

— Me acompanhando Luciana, algum problema? – Ela falou me encarando.

— Ele é um vagabundo mãe, você não... – Eu ia falar mas ela me cortou.

— SUBA PARA SEU QUARTO ANTES QUE EU TE ESPANQUE! – Ela gritou com os olhos fechados e respirou fundo, dei meia volta e subi para o meu quarto, fechei e tranquei a porta, sentei no chão, abracei meu joelho e fiquei me balançando pra frente e para trás, não gosto dele, odeio ele...

Flashback On

 5 anos atrás

— Lucy, vou numa conferência e o Alex vai cuidar de você ta? – Minha mãe disse e eu concorde, apesar dele não parecer um cara legal. Minha mãe saiu de casa e fomos assistir TV, ele estava bebendo, subi para meu quarto pois já eram 10 horas e mamãe gostava que eu dormisse cedo, coloquei a minha camisola de panda e deitei na cama.

<...> De madrugada

— Lucy? – Escutei alguém batendo na minha porta.

— Oi? – Falei meio grogue, levantei da minha cama e abri a porta.

— Está tudo bem? – Disse ele entrando e fechando a porta atrás dele.

— Está sim, deixa eu dormir agora. – Eu disse meio rude.

— Você tem sido muito grosseira comigo, acho bom você aprender quem manda aqui. – Ele disse e eu fiquei com medo.

— Mamãe que manda aqui, não você. – Eu disse o encarando, ele vinha na minha direção e estava tirando seu cinto devagar.

— Você vai aprender uma lição, eu mando aqui, você é uma vadia, exatamente como sua mãe. – Ele disse vindo na minha direção, agora ele tinha tirado o cinto e abria sua calça...

<...> 15 minutos depois

Meu corpo todo doía, eu estava sangrando e não sabia o porque, ele havia saído do quarto a pouco tempo, eu estava com nojo daquele cara, comecei a chorar descontroladamente e não dormi até a minha mãe chegar na manhã seguinte, ai sim, eu estaria segura, ou pensava que estaria.

Flashback Of

Comecei a tremer loucamente. Passei a noite inteira no computador ocupando a minha mente para não me cortar, eu não podia mais, eu não queria que o Diego me olhasse daquele jeito de novo. Então escutei passos no corredor, olhei para o relógio, quatro horas da manhã, olhei para a porta, a maçaneta girava devagar, levantei e percebi que estava me faltando ar, andei até a cama e escutei uma chave entrando na fechadura, entrei em pânico, fui para debaixo da cama, eu sou burra eu sei, mas era o lugar que meu cérebro conseguiu dizer para eu me esconder. Fui correndo para debaixo da cama, e me encolhi, escutei a porta abrindo e vi o tênis dele passando pelo lado da minha cama.

— Você não pode fugir de mim Lucy. – Ele disse assustadoramente, depois o pé dele saiu do meu campo de visão, olhei para frente e quando virei para trás ele estava ali.

— Achei. – Ele disse, depois agarrou o meu pé e me puxou, eu cravei as unhas no carpete mas ele me puxava, segurei em tudo debaixo da cama mas nada era fixo, ele me tirou debaixo da cama e me virou de barriga para cima e subiu em cima de mim, eu balançava a minha cabeça e batia com as minhas mãos livres nele, o mesmo tirou o próprio cinto e amarrou as minhas mãos ao pé da cama, tirou peça por peça de mim roupa e depois me penetrou, aquele desgraçado passava a mão em mim e a única coisa que eu sentia era ódio, lágrimas escorriam pelo meu rosto, depois de um tempo ele parou e saiu, me deixando nua amarrada a cama, fiquei puxando violentamente os meus pulsos, sentia eles doerem muito, depois escutei ele voltando, passou a mão em mim pela última vez, me desamarrou, fechou sua calça e colocou o cinto e saiu do meu quarto, eu tinha perdido as minhas forças, não conseguia me levantar.

Depois de 10 minutos deitada no chão chorando, levantei e tomei um banho, troquei de roupa, sequei meu cabelo e desci, estava ele no sofá abraçado com a minha mãe, fiquei com nojo daquela cena, subi as escadas e passei o dia inteiro dentro do quarto, sem comer ou beber nada.

<...> 22 horas da noite

— Filha, venha comer algo, o Alex fez churrasco. – A minha mãe disse.

— Não, estou sem fome. – Eu respondi e fiquei deitada o resto da noite na minha cama até o sono chegar, o que demorou muito. Eu rezava para que eu caisse no sono logo para os pensamentos ruins saíssem de minha cabeça e que as lembranças ruins fossem embora logo.