Macho Não Ganha Flor! escrita por Amendo Boba


Capítulo 3
Capítulo 3 - Conversas e o inico de um encontro


Notas iniciais do capítulo

Oh, eu realmente fiquei feliz em ver que o número de leitoras aumentou, mas bem que vocês poderia comentar, acredite só fará bem. ;)
Esse capitulo é, como posso dizer, mostrando mais o lado de Rafael do que de Fernando. Espero que gostem, enjoy!



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     - Que coisa melosa. - pensou Rafael enquanto lia o que estava escrito no cartão encontrado no meio do buque de rosas. Amassou-o entre os dedos e enfiou o papel na lateral do sofá. No vão entre o encosto e a almofada do assento. Não era surpresa pra ele descobrir que aquelas flores e declaração não eram pra ele. Bem da verdade ele já sabia que Fernando gostava de sua irmã. 

   Mas ele havia esquecido disso, quer dizer, foi há um bom tempo atrás que descobriu por acidente. Mal se lembrava de como havia sido, mas acha que um garoto estava caçoando dele por manter os seus sentimentos escondidos e não declará-los de uma vez. Ele nada havia respondido na época, então como Rafael pensa que quem cala consente, acreditou que era verdade.

   Aconchegou-se melhor no sofá, pensativo sobre isso. Pensou que fazia tempo demais para alguém ficar apaixonado por outro alguém sem nunca demonstrar ou tentar fazer o outro perceber. O que o levou a pensar nos relacionamentos da irmã e dos seus próprios. Taio só teve dois  namorados na vida. O primeiro ele não sabia bem como ela conheceu, mas eles namoraram por um tempo sem o conhecimento dos pais, mas como sempre foram confidentes,contou pra ele. O segundo era um cara de um restaurante que ela
trabalhou. Durou dois meses apesar de ele achar que o cara tinha de tudo pra durar muito mais do que isso.

           - Taio. – chamou em voz alta – Taio!

        - O que foi? – perguntou ela lá do quarto.

         - O que você acha daquele cara?

     - Que cara?

      - Desse ai que veio se declarar.

    Rafael esperou pela resposta que demorou.

      - O Fernando é um cara bem legal. – disse ela por fim.
   
     - Legal? – repetiu ele - Só isso? Mais nada?
  
      -È,eu não conheço ele muito bem. – respondeu e Rafael achou que ela parecia meio hesitante -  Mas ele parece ser uma pessoa legal.
  
    - Hm. – murmurou pra si mesmo pensando que talvez Fernando não tenha chance alguma com sua irmã. Não que ele fosse permitir assim, tão facilmente que eles começassem a ficar.

     - Porquê?  - a voz veio agora de trás dele, perto do sofá. 

      - Nada. – respondeu. 

    - Quem nada é peixe, - retrucou se apoiando no encosto do sofá – Porque perguntou? Está se interessando por ele? 

   - Só perguntei por perguntar. 

   - Então porque está assim, sem jeito?  - perguntou ela com um sorriso malicioso.

   - Eu não estou sem jeito – respondeu ele.

   - Está sim. Se você quiser eu posso falar com ele.

   - Não precisa fazer nada disso! – exclamou ele.

   - Deixa eu ajudar! – disse ela fazendo beicinho – Eu posso falar com ele, descobrir algumas coisas, ai se eu achar que ele não faz seu tipo...

   - O meu tipo é mulher. – disse cortante.

  - Aé? 

  - O que você está querendo dizer com isso? – perguntou franzindo o cenho pra ela.

  - Nada. – respondeu desapoiando do encosto – O que acha que eu deveria fazer pra janta? – mudou de assunto, agora indo pra cozinha.

  - Macarronada. – respondeu aceitando a mudança e começando a procurando o controle da TV pra liga-la.

   Quando foi pra escola, Rafael inevitavelmente não conseguiu deixar de procurar por Fernando na escola. Não que ele quisesse, mas antes que percebesse estava dando uma olhada em volta. E não o encontrando achou que ele deve ter ficado com vergonha de vir pra escola depois daquela declaração desastrada. Depois percebeu que ele não veio ao decorrer da semana e achou que era idiotice faltar tanto por causa daquilo. Então o fim de semana veio e segunda chegou novamente e foi mais uma semana que Fernando ficou sem vir. 

   - Ele deve estar com muita vergonha mesmo, tadinho. – comentou Taio que também havia percebido. Na verdade foi ela que manteve Rafael informado sobre as faltas de Fernando. – Não achei que ele era tão tímido assim.

   - Nem todo  mundo é cara de pau que nem você. – respondeu ele levando em seguida um tapa no braço de indignação por parte de Taio.

     - Ei, eu não sou cara de pau! – protestou ela.

     - Ah, claro que não é.  – respondeu não deixando claro que se ele
concordava com ela ou se estava sendo irônico. Os dois continuaram andando pelos corredores até que eles o virão vindo à direção contrária junto de alguns amigos. Não tinha nenhum sinal de vergonha rindo abertamente como ele estava.

      È, estava, porque quando os viu, rapidamente sua expressão ficou séria.

       Taio se adiantou para cumprimentá-lo, e Rafael não sabia se deveria fazer o mesmo. Mas como ele olhou pra ele, não tinha como ignorar então Rafael o fez, mesmo que fosse somente um aceno de cabeça. Então continuarão andando quando a irmã disse que depois falaria com ele. 

      E realmente o fez como Rafael pode perceber depois, no horário do intervalo. Viu Taio se aproximar e puxar conversa com ele no refeitório. Assistiu de longe os dois conversarem e jamais admitiria que sentisse curiosidade e receio ao mesmo tempo do que quer que fosse que ela estivesse falando pra ele.



    E em todos os intervalos do resto da sema eles conversaram. Sempre no mesmo lugar. Taio não lhe contava sobre o que falavam,  e ele também não perguntava, mas na sexta-feira ele decidiu ver isso de perto. Quando os dois riam sobre qualquer coisa ele se aproximou. Cumprimentou  Fernando do mesmo jeito da outra vez e ele pareceu mais contido com sua presença.

   Sentou-se no banco e perguntou sobre o que riam.

  - Ah, estávamos falando sobre filmes de terror! – contou Taio sorrindo – Lembra quando a gente assistia e eu ficava morrendo de medo? – perguntou nostálgica.

   - Como não? – disse ele recordando-se – Você sempre queria dormir comigo depois. 

   - È mesmo,né? 

    A conversa continuou com Taio falando sobre como ela tinha medo desse tipo de filmes, mas nunca deixava de assisti-los. Rafael apoiou o braço encima da mesa e o rosto na mão e ficou ouvindo a irmã falar, respondendo de vez em quando. Fernando limitou-se a ouvir quieto, olhando fixamente para a mesa, para as pessoas que andavam no pátio, mas jamais olhava para Rafael. Alguns minutos depois eles acabaram n silêncio e nisso Rafael já achava que eles não falariam nada mais com ele estando ali. Suspirou fechando os olhos, entediado. 

   - Eu tive uma ideia! – disse Taio de repente - Que tal irmos os três no cinema? Tem um filme de ação que saiu agora que parece ser bem legal. Podíamos ir amanhã, que é sábado. – e olhando de um pra outro perguntou - O que acham? Vamos?

   - Vamos. – disse Rafael simplesmente. Não havia pensado muito sobre a questão, somente concordou.

      - Eu... – começou Fernando ao perceber que esperavam por sua resposta – Acho que não vai dar pra eu ir...

   - Porquê?  - perguntou Rafael – Você trabalha de sábado?

   - Não, mas... – e murmurou pra si mesmo – Eu não acho que devo ir.

    - Ah, vamos Nando vai ser bem legal! – insistiu animada – Por favor!

  Rafael não pode deixar de rir ao ver a irmã usar a velha técnica do “por favor”, que consistia em fazer carinha de pena  quem nem o gato do Shrek. E parecia estar funcionado, já que meio corado ele respondeu que sim. Sorrindo pra si mesmo, ele pensou que as pessoas que amam realmente topam qualquer coisa pelos amados.

   - Que ótimo! – sorriu muito animada. O que quer que ela fosse dizer depois foi cortando pelo sinal estridente. – Então não se esqueça, amanhã  lá pras cinco você passa em casa pra irmos todos juntos. Você se lembra de aonde é, né?

   Fernando balançou a cabeça que sim e Rafael considerou pela primeira vez que talvez ele pudesse ser algum tipo de Stalker, quer dizer, ele pode saber um monte de coisas sobre Taio há muito tempo. Não que fosse difícil, já que Taio pode ser bem leviana de vez em quando. Bom, terá que conversar com ele, mais cedo ou mais tarde.

  Levantou-se e despediu-se dos dois, indo pra sua sala. Em sala de aula, depois de sentar-se em sua carteira, alguns de seus amigos se aproximou. Convidaram-no pra uma festa no sábado, mas ele rejeitou dizendo que já tinha planos para aquele dia. As três ultimas aulas seguiram normalmente.  Ou seja, entediantes, pois os professores só fizeram falar, algo que Rafael nunca gostou para as ultimas aulas noturnas. 




  -  Na boa, - disse Rick encostado no batente da porta do quarto de Fernando – Tô com uma baita sensação de Deja Vu. 

- Aé? – perguntou Fernando por perguntar. Estava amarrando os cadarços do seu tênis sentado a sua cama.

  - È mais isso não importa.  – disse Rick passando as mãos pelo seus cabelos  castanhos. – O que eu queria mesmo te perguntar é se você tem certeza sobre isso.

    - Sobre o quê?  - ele até tinha uma ideia do que fosse, mas
decidiu perguntar.

- Ir no cinema comm os dois -  e deu alguns passos para dentro do quarto – Cara, você nunca ouviu aquele trecho “ No escurinho do cinema”? – ele até cantarolou o trecho – E se ele te agarra lá.     

    - Eu vou sentar do lado da Taio. – respondeu ignorando a questão.

    - È, mas vai ter assentos dos dois lados.

   - È só eu sentar na poltrona do fim da fileira.

   - Eu duvido que vai conseguir.

   - Por que não diz logo o que você realmente quer dizer? – irritado Fernando se levantou indo a frente do espelho.

    Rick suspirou ruidosamente revirando os olhos e parou ao lado dele enquanto tentava ajeitar os cabelos. Não era uma tentativa real, era só pra ter com o que se ocupar quando enfim o amigo disse.

    - O cara acha que você gosta dele e Taio esta tentando te ajudar a se aproximar dele. – disse fazendo uma pausa – Não te passa pela cabeça que isso pode ser uma cilada?

      Fernando olhou pra ele com o cenho franzindo. 

    - Ela pode muito bem dar uma desculpa qualquer  e cair fora  deixando vocês dois para – e fez aspas com as
mãos – Se conhecerem melhor.

   - Ela não faria isso. – disse Fernando depois de um longo suspiro.

   - Então tá. – disse Rick derrotado dando de ombros. – mas eu ainda acho que você não deveria ir. – e saiu do quarto dele.

   Fernando se encarou um pouco mais no espelho. Taio não faria isso, ele queria acreditar que não. Sai do  apartamento sem se despedir de Rick, pois ela havia saído antes. Trancou a porta e desceu as escadas, indo para o apartamento de Taio. Ao chegar lá, foi recebido por Rafael que o convidou para entra e ofereceu o sofá para que se sentasse.

    Ele se sentou no sofá ao lado e disse que logo Taio estaria pronta. Ficaram em um silêncio que só foi desconfortável por parte de Fernando, já que Rafael pareceu bem à vontade, com uma perna estendida sobre a mesinha de centro.

     - Você é estranho. – declarou ele – Apesar de ter dito que gosta de mim, não tentou falar comigo nenhuma vez além da do dia da declaração.  – e esperou por uma resposta que não veio – Por acaso você é muito tímido ou do tipo que só fica feliz em se declarar pra pessoa que gosta? – perguntou dando um bocejo – Nossa, como ela demora, já faz um tempão que está lá. 

      Fernando não disse nada, continuou olhando para o vaso de rosas encima da mesinha de centro.

      - Aé, eu  coloquei as flores num vaso com água, o que você acha?  - perguntou esperando uma reação, que não veio. Aquelas não eram as mesmas flores, mas ele não precisava sabe disso.

      Foi quando o rosto dele pareceu se iluminar com alguma ideia e Rafael achou que finalmente ele diria alguma coisa.

     “ Como pude ser idiota?” pensou  “ È claro que ele sabe!” lembrou-se que havia escrito um cartão, e mesmo sabendo da possibilidade dele não ter lido o cartão, acreditava que sim. Afinal, ele ficara segurando o buquê.

      - Você...

     - Estou pronta! – disse Taio aparecendo  na sala. – Vamos? 

      Fernando pensou que seriamente deveria estar passando por uma maré de azar, sempre que iria dizer algo importante era interrompido ou mal interpretado.  Mas ao menos dessa vez não havia sido tão ruim, Taio estava linda. Usava um vestido tomara que cai de estampa florida de cores claras, usava uma sapatilha de tom bege e os cabelos cacheados caiam sobre o colo. Estava com uma maquiagem leve e algumas pulseiras no pulso.

    Saíram do apartamento e seguiram para a garagem onde entraram no carro de Rafael, um Gol preto, que fora passado do pai pra ele depois de tirar carteira. No carro, Taio contava que desde s doze anos o pai dava ala de direção ao irmão, e que com ela só aos quinze, mas que mesmo com ela tendo aprendido, ele nunca a deixara com aas chaves de nenhum dos dois carros.  

      - Ele sabe o perigo pra humanidade que você representa. – comentou Rafael sorrindo.

    - Eu não dirijo mal! – riu ela falhando no objetivo de parecer ofendida.

     - E também não dirige bem. – retrucou
.
     Taio continuou falando, contando que se Rafael não tivesse repetindo os dois últimos anos de escola, ele bem poderia estar  fazendo uma faculdade, desencadeando um assunto sobre o futuro. Taio contou que queria ser  contadora e Rafael que não sabia ainda o que queria fazer. Quando foi questionado sobre isso Fernando  disse que queria ser Web Designer .

    Depois de chegarem ao shopping e Rafael ter conseguido achar uma vaga, com muita dificuldade devido ao fim de semana, eles entraram no shopping. Andaram até a bilheteria e entraram na fila. Conversaram sobre os filmes em cartazes e nesse ponto, Fernando já se sentia um pouco mais a vontade para conversar diretamente com Rafael.


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Notas finais do capítulo

è, eu demorei um pouco pra postar esse capitulo, estava em duvida se continuavaou não na parte do encontro. Mas acho que vou postar o proximo mais rapido.Espero.
Beijos pra quem fica e ate o proximo capitulo ^^



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